Oi, serzinho! Como vai? Bebeu água hoje? Um fato quase aleatório sobre mim é que eu julgo livros pela capa, não me orgulho disso, mas é verdade. Digo isso porque julguei a capa antiga de Vergonha, da Brittainy Cherry, e agora estou "envergonhada" (entendeu a piada sem graça?), porque finalmente li esse livro, mas com a capa nova, e percebi que o livro é muito mais do que a capa antiga fez parecer, e estou envergonhada (parei) de não ter lido essa história linda antes, por pura implicância com pessoas quase sem roupa em capas de livros. Mas enfim, vamos à resenha.
Mesmo quando o mundo estava sombrio, as palavras continuavam existindo nos livros. Desse modo, eu sempre sabia que haveria luz à minha volta.
Grace Harris teve que enfrentar a separação com o marido em um dos períodos mais tristes de sua vida, e ainda acaba descobrindo que ele a traiu de uma das piores formas possíveis. Depois da separação, ela resolve ir para sua cidade natal, querendo dar um tempo de tudo, mas ela só encontra conforto e acolhimento em pouquíssimas pessoas, da maior parte ela só recebe críticas e julgamentos em forma de conselhos que ela não precisa.
Às vezes, tudo que uma pessoa precisa é de alguém para ouvir as batidas vacilantes de seu coração.
De forma surpreendente, ela encontra um amigo no considerado babaca e pária da cidade, Jackson Emery (não que ele concorde muito com isso). Jackson sofreu muito desde jovem, carrega muita tristeza e sofrimento, e está acostumado com a reprovação que recebe da maior parte da cidade onde vive, então, por o considerarem um babaca, ele realmente age e faz jus a esse título, mas tem muita coisa boa atrás dessa fachada que ele criou para se defender e a Grace vê isso, mesmo quando ele age como um babaca com ela, ao mesmo tempo que pode ser gentil.
Ah, Jackson... Primeiro ele é azedo, depois surpreendentemente doce. O monstro gentil.
A tristeza, que ambos carregam, acaba os atraindo, e mesmo sabendo que há vários motivos que mostram que um não foi feito para o outro (será mesmo?), eles acabam se entregando a uma diversão passageira, com prazo definido para acabar. Mas fora essa diversão, acabam descobrindo mais sobre um ao outro e sobre eles mesmos, podendo mostrar suas verdadeiras personalidades, sem nenhuma fachada, podendo até superar o passado, enquanto um recomeço começa a surgir. E o que era para ser passageiro, pode despertar sentimentos bem mais profundos do que esperavam.
Nós éramos um clichê clássico. A boa moça e o monstro da cidade. Éramos os opostos perfeitos para formar a tempestade perfeita.
Você não tem noção do quanto chorei lendo esse livro, serzinho. Vergonha trouxe umas boas doses de suspiros, risadas e sorrisos, mas o que me trouxe de lágrimas dá nem para contar. Terminei de ler faz algumas semanas, e eu simplesmente não conseguia escrever nada sobre ele até agora, e ainda assim está difícil colocar o que está na minha cabeça em palavras compreensíveis. Mas enfim...
Algumas vezes, a melhor coisa para um coração triste é um livro que faça você rir.
Como sempre a Brittainy Cherry entregou um livro recheado de emoções, com uma escrita super fluida. E como o livro é narrado em primeira pessoa pelos dois protagonistas, é muito fácil mergulhar no livro e nos sentimentos deles. Ela criou até um certo mistério sobre o passado, que ajuda ainda mais a nos prender na história. Gostei de como a autora desenvolveu os personagens, principais e secundários, não vou falar sobre os secundários, porque não quero xingar ninguém e nem influenciar os seus sentimentos quando for ler.
Essa foi a última lição que tive que aprender. A lição que, às vezes, para uma bênção chegar, você precisa sair do caminho.
Sobre a Grace, ela é uma pessoa boa, até demais, por vezes a paciência dela me irritou (acho que não sou tão boa quanto ela), mas ela ser boa de verdade em um mundo cheio de pessoas ruins é admirável. E foi maravilhoso acompanhar a jornada de autoconhecimento e amor-próprio dela, enquanto descobre suas próprias vontades e opiniões, a sua força.
— Não é egoísmo, sabe? (...) Você pode se colocar em primeiro lugar.
Jackson é um babaca generoso e gentil, que é uma das melhores pessoas que existem em uma cidade recheada de hipocrisia. Ele tem um coração enorme, que infelizmente foi machucado, e até ele mesmo acaba achando que não é digno de bons sentimentos, quando é uma das pessoas que mais merecem tudo de melhor, depois de tudo que sofreu. Ele e a Grace merecem.
— Então o que você está tentando me dizer é que em algum lugar dentro daquele corpo humano existe um coração de verdade.
— Exatamente. (...) E às vezes ele até bate.
Esse livro mostra bem como as aparências podem enganar, como ovelhas "perdidas" podem ter corações de ouro, enquanto as ovelhas que são consideradas "boas" podem ter corações de lata (talvez até enferrujada). Como também uma planta considerada uma erva daninha pode ser um maravilhoso remédio natural, enquanto lindas flores podem ser consideradas verdadeiros venenos. Aparências não valem nada se as intenções e atitudes não estiverem recheadas de bondade.
É muito fácil julgar os outros quando você está olhando de longe. É fácil olhar para alguém fora do seu mundo e fazer uma porção de afirmações e julgamentos sobre quem aquelas pessoas são. Porque quando você vê os defeitos dos outros, você meio que justifica que seus defeitos são melhores que os deles. Porém, quando olha com atenção, quando realmente enxerga a pessoa ao seu lado, vê muitas coisas iguais. (...) Você só precisa se lembrar de sempre olhar com atenção.
Apesar de certas ressalvas (não mencionadas por motivos de spoiler) e de todas as lágrimas que tive que enxugar por causa de Vergonha, com certeza esse é um livro que indico para quem gosta de romances com doses de drama. Até!
O amor de verdade significava uma compreensão mútua. Um respeito pelos sonhos, pela esperança, pelos desejos e pelos medos.
Informações Técnicas do livro
Brittainy Cherry
Tradução: Natalie Gerhardt
Ano: 2022
Páginas: 420
Editora: Record
Sinopse:
Depois de uma grande decepção, Grace Harris encontra um amor arrebatador onde menos esperava. De Brittainy Cherry, autora de sucessos como Eleanor & Grey e a série Elementos, Vergonha volta às livrarias revisado e com uma nova e belíssima capa.
Grace Harris está perdida e sozinha em sua casa em Atlanta depois que o homem que ela pensou que ficaria ao seu lado pelo resto da vida traiu sua confiança, partiu seu coração e saiu de casa, deixando seu casamento em suspenso.
Grace resolve, então, passar o verão com a família em Chester, sua cidade natal, para respirar e dar um tempo de tudo. Sua vida está uma bagunça, e o que ela precisa no momento é de um pouco de gentileza e compaixão.
Por incrível que pareça, Grace encontra isso na pessoa menos provável: Jackson Emery, o bad boy da cidade. Conhecido como a erva daninha de Chester, ele é sinônimo de encrenca, e não faz nada para mudar essa imagem. Tendo perdido na infância o que havia de mais valioso na vida, Jackson se tornou um homem amargurado que não dá a mínima para o que pensam dele.
Os caminhos de Grace e Jackson se cruzam de um jeito inusitado, e a tristeza profunda que carregam atrai os dois como um ímã. Ambos sabem que não foram feitos um para o outro, mas, como tudo vai acabar mesmo com o fim do verão, resolvem deixar rolar e se entregar a uma diversão passageira.
Porém, o que Grace não imaginava é que seu coração, já destroçado, seria obrigado a aprender que certos relacionamentos são capazes de causar dores muito profundas e que é sempre preciso fazer uma escolha.
Vergonha é um livro comovente, emocionante e muito mais que um romance. A escrita impressionante de Brittainy Cherry é uma lição sobre crescimento, autoconhecimento e amor-próprio.
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