Apesar de alegarem que os livros podem ser lidos foras de ordem eu não concordo, navegando no grupo do facebook dos fans da série Mortal, percebi que muitas das perguntas feitas, só eram respondidas por quem leu todos os livros ou os primeiros da série. Isso deixa a leitura ruim? Não sei, mas depende de seu grau de interesse na resposta. Outro fator que ajuda aos livros para serem lidos fora da ordem da história é a narrativa em terceira pessoa.
Digo isso, porque no segundo livro a Tenente Eve Dallas tem que conviver com as consequências da resolução de um crime que envolveu grandes nomes e também por seu relacionamento com Roarke. Afinal ele não é um mero mortal.
"- Eu diria, Eve, que você é uma policial melhor, e uma mulher melhor, por causa disso. Um foco único na vida nos limita e pode, com frequência, se tornar obsessivo. Uma vida saudável precisa de mais de um objetivo, de mais de uma paixão. - Então acho que a minha vida está ficando mais saudável."
Desta vez, os crimes não parecem estar conectados, dificultando muito a investigação, porque tudo si, torna menos óbvio e mais abstrato. Além de envolver de maneira pessoal o Capitão Whitney considerando que nenhum de nós ficaria a vontade de investigar o próprio chefe e amigo, Dallas ainda tem que lidar com a dor da família Whitney nesse momento de perda. Talvez você considere isso fácil, afinal trata-se de um pouco de tato, porém em se tratando de Eve isso é uma dificuldade imensa! Afinal ela não tem nenhuma habilidade em lidar com relacionamentos, sejam da espécie que forem.
"Tudo o que eu precisava estava ali. Queimei as pestanas para conseguir chegar a tenente, e acho que posso continuar ralando para chegar à patente de capitão, talvez mais. Realizar o meu trabalho era tudo que havia. Era importante pra mim ser a melhor, deixar uma marca. Isto ainda é importante, mas não representa tudo agora."
Isso fica muito claro nas cenas do funeral, e em seu relacionamento com Roarke. Pausa – Sério no livro isso me incomodou demais, porque o perfil traçado pela JD relacionado à Roarke não condiz com as atitudes dele aqui e não sei quem ficou mais ansioso com esse relacionamento, Roarke ou a própria JD. Ficou corrido, porque de eu gosto para o status de mulher da minha vida, foi muito rápido. Eu ainda não me animei com esse casal, mas estamos aqui pelos crimes e soluções dos mesmos não é? Outro ponto negativo, mais uma vez Roarke entra na lista de suspeitos, que chatice, totalmente dispensável pra história. Eve continua sendo uma ótima policial e fugindo de seus sentimentos e, é claro tentando não se comprometer demais e isso estremece o relacionamento com Roarke, fazendo com que ela fique emocionalmente abalada.
"A mulher ao seu lado defendia os mortos."
Outros assassinatos com o mesmo “modus operante” vão ocorrendo o que deixa ainda mais coisas para encaixar o quebra cabeça, e o modo de matar passam a ser a marca registrada do assassino e também a ligação entre os casos. Confesso que demorei mais pra acertar o assassino, bem mais. O que é ótimo para essa categoria de história.
E com o decorrer da história, pequenas peças do quebra-cabeça se juntam preenchendo as lacunas sobre o passado não só dos protagonistas, como também dos demais personagens. E é assim que a trama vai te mantendo presa a ela, com novos crimes, pistas falsas, e os “esqueletos encontrados nos armários” tanto das vítimas quanto dos protagonistas.
"Ela jamais vira o Oceano Pacifico e se perguntava naquele instante como foi que ele conseguira o seu nome tão sereno, quando na verdade parecia tão vivo e pronto para ferver."
Outra prova da genialidade da Nora é à entrada de novos personagens, de um jeito tão perfeito que me peguei torcendo para eles realmente ficarem “fixos” na história. Novos personagens não só agregam a história quanto preparam terreno pra o próximo livro. Como, por exemplo, a descoberta (pelo leitor) de desafetos na vida da tenente Eves.. Ah alguém como ela não passaria na vida sem pisar alguns calos, mas também a seu modo construindo alguns poucos e bons relacionamentos de amizade.
" - Nossa, Dallas! - Ele movimentou os ombros e flexionou os dedos, como um pianista prestes a executar um concentro. - Minha mulher vai sentir saudades de mim"
Agora, me vi achando uma sacada muito grande da Eve “falando pelas vítimas” afinal, um golpe certeiro na garganta, as silencia para sempre. Recomendo muito a leitura, principalmente por ter me deixado sem saber o que me aguarda no terceiro, sendo mais um mistério a ser resolvido, dessa vez por mim!
Informações Técnicas do livro
Glória Mortal
Série Mortal # 02
J. D. Robb
Ano: 2004
Páginas: 364
Tradução: Renato Motta
Editora: Bertrand Brasil
Sinopse: Glória Mortal é o segundo livro da série.
Eve e Roarke se apaixonaram com a suavidade de dois relâmpagos que explodem ao mesmo tempo. Agora, embora muito envolvida emocionalmente com Roarke, Eve está tendo problemas para aceitar seus sentimentos por aquele homem fantástico que, por incrível que pareça, também parece amá-la.
Enquanto luta contra seus sentimentos, o dever a chama. Quando a poderosa promotora Cicely Towers é encontrada com a garganta cortada, e a popular atriz de TV Yvonne Metcalf aparece também morta do mesmo jeito alguns dias depois, Eve começa a pesquisar as possíveis ligações entre os dois violentos assassinatos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário!! Bem-vindo(a) ao Clube do Farol!