Oi, serzinho! Com o lançamento da continuação se aproximando, finalmente criei coragem (e vergonha na cara) de ler O Herdeiro Roubado. Ahh, que saudade que eu estava da escrita da Holly Black e do seu Reino das Fadas!
Não é exatamente uma sensação agradável, estar em perigo, mas é bom estar no controle, ser a causa dos eventos em vez de ir com a maré e se afogar nela.
O Herdeiro Roubado é narrado em primeira pessoa pela protagonista Suren, conhecida também por Wren, e se passa oito anos depois da Trilogia O Povo do Ar. Após todos os acontecimentos no passado, Suren fugiu e se escondeu em uma floresta no mundo dos humanos, vivendo como uma selvagem, sozinha, relembrando os traumas que viveu na Corte dos Dentes e acha que já foi esquecida. Mas não é o caso, porque Bogdana, a bruxa da Tempestade, está a sua procura, e quando ela é encontrada, é salva (de certa forma) pelo Príncipe Oak, herdeiro de Elfhame, que já foi seu prometido lá atrás, e ele quer a sua ajuda.
Acontece que a mãe da Wren, Lady Nore, está querendo vingança e usando uma antiga relíquia para criar criaturas horríveis na Cidadela da Agulha de Gelo. E o Oak está em uma missão para esse lugar e precisa da ajuda da Wren, porque ela é a única que pode comandar Lady Nore. Ela aceita ajudar, mesmo odiando a ideia de voltar para o lugar de seus pesadelos, e não confiando totalmente no herdeiro de Elfhame, que com certeza está escondendo algo dela, mas o que será? Wren precisará proteger a sua vida nessa aventura, mas também o seu coração.
— A sua família te ensinou muitas coisas (...).
— Não morrer — diz ele. — É o que eles tentaram me ensinar, de qualquer modo. Como não morrer.
Levando em conta quantas vezes ele se joga diretamente no caminho do perigo, acho que podem não ter ensinado muito bem.
Bom, posso dizer que me arrependi de ler esse livro agora. Não por ser ruim, longe disso, mas porque para quem esperou quase um ano para ler, com medo de ficar desesperada pela continuação, eu devia ter esperado mais algumas semanas, porque eu preciso da sequência! (Oi, Galera Record, custa adiantar um pouquinho o lançamento de O Trono do Prisioneiro para, tipo assim, semana passada???). Uma coisa que já devia ter aprendido lendo a Trilogia O Povo do Ar, é que a Holly sabe como fazer ficarmos loucos como os finais dos seus livros, querendo muito ler a sequência (não foi à toa que li essa trilogia em questão em uns dois dias). Mas enfim...
É o problema de viver por instinto. Eu não penso.
Respondendo algumas perguntas que talvez você tenha... Pode ler O Herdeiro Roubado sem ter lido O Príncipe Cruel e suas sequências? Poder pode, mas não recomendo, já que tem alguns spoilers e tudo mais, e também é melhor para compreender universo e contexto de uma forma mais ampla. E não, o Cardan e a Jude não aparecem nesse livro, só são mencionados (corta para minha cara lendo esse livro, querendo migalhas de Jurdan), mas vão aparecer na sequência (pouco ou muito, só a Holly sabe).
— Talvez eu esteja contente por ter me dado a oportunidade de mostrar o
meu pior.
Agora, falando sobre esse livro em si, posso te dizer que, se você for como eu, esse livro vai te viciar, a escrita da Holly vai fazer você gamar, e do Reino das Fadas não vai querer sair (meu vizinho anda ouvindo muito Ana Castela, caso você tenha percebido a minha tentativa de paródia, haha). Confesso que demorei um pouco para engatar na leitura no começo, porque tem uma parte mais introdutória e tudo mais, mas na segunda metade do livro se alguém tentasse tirar ele de mim, acho que eu teria rosnado ou esfaqueado a mão desse ser sem amor a vida (brincadeira ou talvez não).
Não grite, digo a mim mesma. Não morda ninguém. Não chore.
Particularmente eu amo a escrita da Holly Black e a forma que ela faz a história ir crescendo até chegar em um final que nos deixa ansiando a sequência da história. E amo também como ela cria personagens de caráter duvidoso. O Oak, por exemplo, eu comecei apenas lembrando da mini versão dele de O Povo do Ar, mas depois fiquei variando entre confiar e desconfiar dele toda hora (a iludida achando que podia confiar em alguém de Elfhame). Posso dizer que ele não nega a família que tem. Fui conquistada pelo charme dele sim, mas apesar de ser meio manipulador, não acho ele ruim. Gostei muito dele, e queria alguns capítulos narrados por ele.
— Você sabe o que admiro em você?
Não faço ideia do que ele dirá a seguir.
— Você jamais parou de ter raiva — diz ele. — Pode ser corajoso odiar. Às vezes é como ter esperança.
Posso ter gostado do Oak, mas não chegou muito perto do quanto gostei da Wren. A minha querida Suren parece que foi criada para sofrer, nem sei quantas vezes perguntei mentalmente para ela se queria um abraço. A pobrezinha também merece receber amor, né? Eu amei ler a evolução dela durante o livro, ela descobrindo mais sobre quem é, e fiquei orgulhosa quando ela finalmente colocou um cropped e reagiu.
Minha maior fraqueza sempre foi meu desejo por amor. É um abismo profundo dentro de mim, e quanto mais busco o amor, mais facilmente sou enganada. Sou um hematoma ambulante, uma ferida aberta.
O Herdeiro Roubado é uma boa fantasia com migalhas de romance e pitadas (às vezes meio generosas) de crueldade. Achei algumas coisas meio previsíveis de certa forma, mas nada que atrapalhe a leitura, e achei que a história teve um bom desenvolvimento de modo geral, mostrando mais do Reino das Fadas, com jogos políticos, artimanhas e tudo mais, sem deixar de mostrar certa evolução nos personagens (principalmente na Wren).
Se eu recomendo ele livro? Óbvio que sim, você precisa ler esse livro para poder amar a Wren (ok, e o Oak também). Até!
— Às vezes a vida nos dá o terrível presente de termos nossos próprios desejos realizados.
Informações Técnicas do livro
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O Herdeiro Roubado
Holly Black
Título Original: The Stolen Heir
Tradução: Adriana Fidalgo
Ano: 2023
Páginas: 344
Editora: Galera Record
Sinopse:
Oito anos após os acontecimentos da trilogia O Povo do Ar, as intrigas e traições do universo de Elfhame estão de volta em O herdeiro roubado, primeiro livro da nova duologia de Holly Black, autora best-seller mundial e um dos maiores nomes da fantasia na atualidade.
Uma nova aventura se inicia em Elfhame! O príncipe Oak já não é mais apenas o irmãozinho de Jude. Agora ele é um jovem adulto em busca das próprias batalhas e paixões. Não por acaso, seu caminho se cruza novamente com o de Suren, a pequena rainha da Corte dos Dentes, que um dia já foi sua prometida.
Os dois parecem destinados a se encontrar em épocas conturbardas. Dessa vez, Lady Nore, da Corte dos Dentes, tomou posse da Cidadela da Agulha de Gelo, e usa uma antiga relíquia para criar monstros de graveto, neve e carne para realizar suas vontades e ajudá-la em sua vingança.
A única que pode é Suren, filha de Lady Nore e única pessoa com o poder necessário para comandá-la. No entanto, a menina fugiu para o mundo dos humanos, onde vive como uma selvagem na floresta, solitária e assombrada pelos traumas vivenciados na Corte dos Dentes.
Ela acredita que sua existência já foi esquecida, até que Bogdana, a bruxa da tempestade, surge em seu encalço. Por sorte, Suren (ou melhor, Wren) é salva por ninguém menos que o herdeiro de Elfhame, que aos dezessete anos se tornou um jovem extremamente belo, charmoso e… manipulador.
Oak está em uma missão que o levará até a Cidadela da Agulha de Gelo e precisará da ajuda de Suren, mas, caso a jovem aceite, sua primeira tarefa será proteger o próprio coração dos sentimentos que um dia já nutriu pelo príncipe.
Além da série O Povo do Ar, Holly Black é conhecida pela autoria de As Crônicas de Spiderwick, adaptada pelo Disney+ para uma série.
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