Olá pessoas, voltei pra falar de um amor literário, “Antes que o café esfrie”. Já estamos no livro 04 e assim como falei dos 3 anteriores aqui no clube, voltei pra falar desse livro lindo e necessário de tantas formas, porque a meu ver ele mostra que é possível sim tratar de temas de dores da alma com leveza e seriedade. Dessa vez estamos de volta a Tóquio no Funiculì Funiculà e já adianto que eu não esperava que ia sentir tanto a segunda história.
Esse quarto livro, segue o padrão de narrativa dos anteriores, com histórias de diferentes pessoas, cada história é única, porém como já sabemos dos livros anteriores as pessoas estão de alguma forma conectadas entrei se e não apenas pelo fato de já terem estado no café. Mantendo a narrativa em terceira pessoa vemos vários pontos de vista e uma visão geral da cena, que ajuda a compreensão tanto do momento quanto do passado, presente e claro da viagem no tempo.
"Talvez eu esteja decepcionado comigo mesmo por não estar arrependido. Eu queria poder sentir remorso."
O livro mantém a originalidade da viagem no tempo, com as
mesmas regras e local específico, porém a cada nova história alguns personagens
ganham mais complexidade e novos elementos do mistério que os envolve, como a
mulher de branco, a pessoa que serve o café, dentre outros. Afinal a grande sacada
dessa série é o foco na abordagem emocional e introspectiva dos personagens e
suas histórias e não apenas a questão da viagem no tempo.
A cada novo livro fica um pouco mais difícil falar do porquê
eu gostei tanto sem dar spoilers que tirem o prazer de alguma pequenas
descobertas, compreendo também que o fato de o passado não poder ser alterado
deixem algumas pessoas um pouco receosas quanto aos desfechos, mas creio que é
exatamente por isso que a série prende tanto, porque afinal você estaria disposto
a rever alguém de seu passado mesmo que isso não mude nada? Ou será que algo
muda de alguma forma?
"Eu sempre fui muito feliz ao seu lado. [...] Queria lhe dizer isso. Eu fui feliz. Obrigado."
Embora cada livro tenha histórias independentes, eu digo pra ler
a série em ordem para entender melhor o contexto do café e seus personagens
secundários. Além de ir montando um certo quebra-cabeça que as histórias acabam
criando. Eu já me adaptei a forma de narrar que diferente um pouco da ocidental
que estamos acostumados, com a vantagem de o autor dosar a medida certa tanto
dos diálogos quantos das descrições tanto dos cenários quanto das emoções dos personagens.
Sobre a edição: Entrega uma ótima tradução, que preserva o
tom original e a fluidez do texto em Japonês, revisão cuidadosa e a qualidade
do livro físico padrão Valentina: páginas amarelas, diagramação linda e que dá
conforto a leitura. Divirta-se e boa leitura!
Informações Técnicas do livro
Quando chega a hora de dizer Adeus
Toshikazu Kawaguchi
Título em inglês: Before We Say Goodbye
Tradução: Jefferson José Teixeira
Ano: 2024
Páginas: 160
Edição: Valentina
Sinopse:
Toshikazu Kawaguchi, em "Antes que o café esfrie 4", convida os leitores de volta ao encantador Café Funiculi Funicula, onde a viagem no tempo permite que os clientes se reconectem com entes queridos e enfrentem momentos não resolvidos do passado.
Cada personagem enfrenta um dilema profundo: um marido que precisa expressar sentimentos não ditos, uma mulher que anseia se despedir de seu cachorro, outra refletindo sobre uma proposta perdida e uma filha que busca reparar seu relacionamento com o pai. Assim como nas edições anteriores da série best-seller, as regras da viagem no tempo adicionam uma camada de urgência: os visitantes devem retornar antes que seu café esfrie, lembrando-nos da natureza passageira do tempo e da importância do fechamento.
A narrativa comovente e a profundidade emocional de Kawaguchi ressoam ao explorar temas como amor, arrependimento e o desejo de conexão. Uma leitura obrigatória que continua a capturar a magia de revisitar momentos que moldam nossas vidas.
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