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23 janeiro, 2018

Resenha :: O Chamado do Cuco (The Cuckoo's Calling)

janeiro 23, 2018 3 Comentários

Robert Galbraith é o pseudônimo de ninguém menos que J.K. Rowling, a célebre autora de uma das séries mais vendidas do mundo: Harry Potter. Porém, está é uma empreitada inteiramente nova, que nada tem a ver com o universo fantasioso de outrora, neste livro seremos envolvidos em um crime, e não um crime qualquer, é a morte de uma supermodelo.

Em uma noite inverno, uma notícia deixa todos atônitos, a famosa supermodelo Lula Landry foi encontrada morta em frente ao seu prédio, a suposição era de que ela havia cometido suicídio.

Lula Landry era uma supermodelo lindíssima, era bem sucedida, tinha uma carreira sólida, amigos que se importavam com ela, um relacionamento bem conturbado com seu namorado Duffield, e um histórico de doença mental e bipolaridade. Não bastava tudo isso, Lula era negra e havia sido adotada em sua infância por uma família branca e abastada, que a amava MUITO, mas não deixa de haver um conflito interno na modelo, ela queria conhecer suas origens e seus pais biológicos. Portanto, com esse extenso pano de fundo sobre a vida de Lula, a polícia acatou a hipótese de suícidio.

“A extrema beleza de Lula beirava o absurdo, e o charme pelo qual era celebrada (nos obituários dos jornais e nos blogs histéricos) andava lado a lado com sua reputação de explosões repentinas de mau humor e pavio perigosamente curto. Imprensa e público pareciam ao mesmo tempo amá-la e adora odiá-la. Uma jornalista a achava ‘estranhamente doce, dona de uma ingenuidade inesperada’, outro, ‘no fundo, uma diva um tanto calculista, astuta e espinhosa’.”

 Três meses após o fato, seu irmão John Bristow resolve procurar um detetive particular para reabrir o caso, uma vez que este acredita que a morte de Lula não se tratava de um suicídio e sim, de um crime.

Cormoran Strike é um detetive particular, veterano de guerra e que teve sua perna mutilada durante a mesma, além disto, está com sua vida amorosa de pernas para o ar (e por isso, passou a morar em seu escritório) e na pindaíba, mesmo não querendo investigar o caso, uma vez que a polícia já havia fechado de forma satisfatória, ele resolve aceitar, até porque não poderia se dar ao luxo de recusá-lo não é verdade?

Por um acaso do destino, a Temporary Solutions, envia uma nova secretária temporária para Cormoran Strike, Robin (que, coincidência ou não, tinha um desejo de se tornar detetive). Ela se prova extremamente eficaz em seu trabalho, e apesar dos dois personagens serem bem diferentes, a amizade entre eles surge com o passar do tempo, o que rende algumas situações inusitadas e divertidas.

 “O Chamado do Cuco” é um ótimo romance policial, muito bem escrito e descritivo, apesar de ter um início lento a trama possui bom ritmo, é bem construída e não deixa pontas soltas em relação a esse mistério. Alguns temas são abordados no livro de maneira sutil, como, por exemplo: racismo, adoção, pressão da fama, distúrbios mentais, problemas familiares, etc. Gostei muito do detetive Cormoran Strike por ser um personagem bem próximo a realidade, ele não é um super galã, sua profissão não é nada fácil e sua vida está bem conturbada.

"Como era fácil tirar proveito da tendência de uma pessoa à autodestruição; como era simples empurrá-las para a inexistência, depois recuar, dar de ombros e concordar que este fora o resultado inevitável de uma vida caótica e catastrófica."

Li a edição da editora Rocco, em brochura. A capa é linda e reflete bem o ar de mistério do livro, gostei da escolha das cores, as páginas são amareladas, a diagramação está ótima. O livro foi dividido em cinco partes, e possuí capítulos em um bom tamanho. Recomendo aos amantes de romances policiais.

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

O Chamado do Cuco
Cormoran Strike # 1
Ano: 2013
Páginas: 448
Editora: Rocco
 
Sinopse (Skoob):
Quando uma modelo problemática cai para a morte de uma varanda coberta de neve, presume-se que ela tenha cometido suicídio. No entanto, seu irmão tem suas dúvidas e decide chamar o detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso.
Strike é um veterano de guerra, ferido física e psicologicamente, e sua vida está em desordem. O caso lhe garante uma sobrevida financeira, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no mundo complexo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas e mais perto do perigo ele chega.
Um emocionante mistério mergulhado na atmosfera de Londres, das abafadas ruas de Mayfair e bares clandestinos do East End para a agitação do Soho. O Chamado do Cuco é um livro maravilhoso. Apresentando Cormoran Strike, este é um romance policial clássico na tradição de P. D. James e Ruth Rendell, e marca o início de uma série única de mistérios.

18 setembro, 2016

Filme e Livro :: As vantagens de Ser Invisível

setembro 18, 2016 1 Comentários

  "Nós aceitamos o amor que acreditamos merecer."

     Sinopse Livro 
(Skoob)
Cartas mais íntimas que um diário, estranhamente únicas, hilárias e devastadoras - são apenas através delas que Charlie compartilha todo o seu mundinho com o leitor. Enveredando pelo universo dos primeiros encontros, dramas familiares, novos amigos, sexo, drogas e daquela música perfeita que nos faz sentir infinito, o roteirista Stephen Chbosky lança luz sobre o amadurecimento no ambiente da escola, um local por vezes opressor e sinônimo de ameaça. Uma leitura que deixa visível os problemas e crises próprios da juventude. 

 “Então, esta é minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim.”

     Sinopse Filme
(AdoroCinema)
Charlie (Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em sua nova escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado no ambiente. Seu professor de literatura, no entanto, acredita nele e o vê como um gênio. 
Mas Charlie continua a pensar pouco de si... até o dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele.


As vantagens de ser invisível foi lançado primeiramente em 1999 nos Estados Unidos, mas sua história se passa entre 1991 e 1992, de uma forma bem atual conta a história de Charles um adolescente introvertido, que tem dificuldade de se relacionar com as pessoas, inclusive com sua própria família, a pessoa que ele realmente era próximo foi sua tia Helen que morreu quando ele ainda era criança e mais recentemente seu melhor e único amigo acabou cometendo suicídio, ele começa o livro querendo ser diferente, “participar” agora que ele está entrando no ensino médio, a partir daí vemos a vida dele tomando um rumo diferente, principalmente por conhecer Sam e Patrick. O livro é todo escrito em forma de cartas que ele manda para um anônimo, o que achei que nos conecta mais com a história.

“-Você é invisível.” 
“- Você vê as coisas. Você guarda silêncio sobre elas. E você compreende.”

Eu sou completamente apaixonada por esse livro, ele fala de temas pesados como o suicídio, estupro, violência domestica, homofobia, bullying, drogas, depressão e outro problemas psicológicos (apesar de alguns serem mais desenvolvidos na narrativa do que outros) de uma forma diferente, não sei exatamente dizer o que o difere dos outros com a mesma temática, acho que a proximidade com o leitor que alguns pensamentos de Charlie transmite, ele é de uma sensibilidade ao ser diferente, e ao querer agradar, porque esse o jeito dele, não é nada forçado, não sei como pode alguém não gostar dele. E o que é uma das coisas mais interessantes que apesar da narrativa ser de Charlie através das cartas, outros assuntos que estão ligados a outros personagens não são deixados de lado, ele sempre foi aquele que via as coisas, notava a todos, e agora escreve sobre elas.

“Já se sentiu muito mal, depois tudo passar e você não sabe por quê? Eu tento me lembrar, quando me sinto ótimo como agora, que haverá outra semana terrível algum dia, então procuro guardar o maior número de detalhes que posso, e assim, na próxima semana terrível, vou poder lembrar esses detalhes e acreditar que vou me sentir bem novamente. Não funciona muito, mas acho muito importante tentar.”

Mas não vim apenas falar desse livro que amo, mas de uma adaptação foda (mamãe que me perdoe, mas não achei outra palavra que pudesse descrever), sério, gente, eu fico completamente extasiada quando finalmente conseguem adaptar de forma tão brilhante.

Esse filme foi lançada em 21 de setembro de 2012 nos Estados Unidos e em 19 de outubro de 2012 no Brasil, tem no elenco principal Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller (Percy Jackson, Hermione e Flash respectivamente, mas nesse filme são Charlie, Sam e Patrick, rsrs), o roteiro do filme foi feito pelo autor do livro Stephen Chbosky, e com certeza é um dos motivos por ser tão bom, porque obviamente não tem todos os elementos maravilhosos que tem no livro, não foi tão desenvolvido a relação de Charles com a irmã e o pai por exemplo, e  tem outros assuntos que são muito mais aprofundados no livro, mas entendo que não dá para encaixar tudo, mas o filme conseguiu passar um emoção tão forte quanto livro mesmo assim, e ainda com uma ótima trilha sonora e atores incríveis que conseguem convencer na pele desses personagens como poucos, foi um dos poucos livros que preferir ter a capa do filme, pois para mim eles são Charlie, Sam e Patrick.  

“Acho que, se um dia eu tiver filhos e eles ficarem perturbados, não vou dizer a eles que as pessoas passam fome na China nem nada assim, porque isso não mudaria o fato de eles estão transtornados. E mesmo que alguém esteja pior, isso não muda em nada o fato de que você tem o que tem. É bom e mau.”  

Bom depois de ler o livro por 4 vezes e assistir o filme por duas, eu precisava escrever para tentar convencer a vocês a fazerem o mesmo (podem ler e assistir só uma vez, eu que sou exagerada quando gosto de algo rsrs), apesar de o livro muitas vezes ser considerado aquele que “ou você ama ou odeia”, acho que serviu para todos de uma forma ou de outra, tenho certeza que pelo menos uma carta de Charlie deve ter tocado alguém, e se fez você parar para refletir pelo que seja uma mínima coisa, já valeu a pena.

“Mas, principalmente, eu estava chorando, porque, de repente, tive consciência do fato que eu estava de pé em um túnel, com o vento batendo no meu rosto. Não importava que eu visse a cidade. Nem mesmo que eu pensasse nisso. Porque eu estava em pé no túnel. E eu realmente estava ali. E foi o suficiente para que eu me sentisse infinito.”

Nota:

Vamos deixar claro que está é uma resenha nada imparcial e completamente apaixonada, minha experiência em criticar filmes se baseia no gostei e não gostei, mas como estamos falando de um livro e filme que ultrapassa o limite do “gostei”, este post se baseia em um amor platônico no limite do racional, beirando ao irracional.