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12 outubro, 2019

Resenha :: A Aldeia Sagrada (Especial Dia das Crianças)

outubro 12, 2019 1 Comentários

Dia das Crianças é comemorado anualmente no dia 12 de outubro e, para celebrar esse dia, vamos postar a resenha de A Aldeia Sagrada, de Francisco Marins.

O livro faz parte da série Vaga-Lume, lançada pela Editora Ática, em 1973. A coleção é composta por livros nacionais voltados para o público infantojuvenil. Aposto que muitos leitores foram introduzidos ao universo da literatura através dessa série.

Em A Aldeia Sagrada, o autor Francisco Marins claramente homenageia Os Sertões, de Euclides da Cunha, ao mostrar a dura vida no sertão baiano através dos olhos de uma criança.


Didico mora com os padrinhos, Chico e Donana, desde a morte dos pais. Quando uma seca sem precedentes assola o sertão, o garoto precisa deixar o Corumbê – a terra dos padrinhos - para se arriscar através da Caatinga.


O garoto de doze anos se junta a um grupo de retirantes e faz amizade com um homem chamado Juviara e seus dois filhos, Mada e Zico. Durante suas andanças, eles conhecem Antônio Conselheiro, líder religioso que prega esperança a seus seguidores. Ele começa a reunir sua gente em Belo Monte, uma antiga fazenda de gado, situada às margens do rio Vaza-Barris. O nome Canudos surgira porque os moradores dali fumavam em cachimbos de barro, com canudos muito compridos.

O sacrifício a dor, conduzem a criatura à salvação. O Senhor sofreu um calvário pior. A bem-aventurança pertence aos humildes e sofredores. Tudo no mundo é pequeno e passageiro. Grande só Deus e o reino do Senhor. O deserto pertence ao povo eleito. Ao fim dele fica o paraíso.

Os governantes acham que ele está iniciando um movimento separatista e começam a atacar o local, gerando uma grande revolta entre os seguidores do "santo" Conselheiro que culminou na Insurreição de Canudos.

O livro também retrata o transporte do meteorito Bendegó do interior da Bahia até a capital de Salvador, para depois seguir para o Rio de Janeiro. O Bendegó estava exposto no Museu Nacional do Rio de Janeiro que pegou fogo no dia 02 de setembro de 2018. O meteorito de 5 toneladas é o maior já encontrado no Brasil e foi o único item que ficou intacto após o incêndio.


Só fui conhecer A Aldeia Sagrada agora, apesar da primeira publicação ser de 1953. Esse livro deveria ser obrigatório para todos os estudantes por retratar momentos importantes da nossa história sem ser enfadonho como alguns livros didáticos.

Você consegue se colocar no lugar do Didico, compreender seus sentimentos e perspectivas. A primeira parte do livro é bem impactante e você consegue entender o drama do sertanejo que muitas vezes é obrigado a migrar para as grandes cidades na expectativa de uma vida melhor.

Ilustração do livro que retrata a Guerra de Canudos


Com amor, André

Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Aldeia Sagrada
Série Vaga-Lume
Francisco Marins 
Ano: 1993
Páginas: 106
Editora: Ática 
Sinopse:
Fugindo da seca do sertão baiano, Didico descobre o arraial de Canudos, em 1897, no momento em que a guerra dos militares contra Antônio Conselheiro chega ao auge. 
Uma seca terrível assola o sertão. Didico anda à toa pela caatinga, tentando sobreviver. Mas ele terá de enfrentar o fogo de uma guerra terrível. Estamos em 1897: os homens de Antônio Conselheiro estão dispostos a tudo, defendendo-se dos ataques dos militares. Em A aldeia sagrada, Francisco Marins conta o episódio da Guerra dos Canudos pela visão de um menino de doze anos que participa dos acontecimentos.


_____Sobre o Autor_____

Francisco Marins

Francisco Marins nasceu em São Manuel, interior de São Paulo, no dia 23 de novembro de 1922 e faleceu em 10 de abril de 2016. Seus livros foram traduzidos para 15 línguas diferentes e levam as histórias típicas do Brasil para diversos países do mundo. 
Ele é o único escritor brasileiro a figurar na famosa coleção Européia Delphin, que reúne os clássicos de literatura juvenil de todo o mundo. É membro da Academia Paulista de Letras
A Aldeia SagradaO Mistério dos Morros DouradosA Montanha de Duas Cabeças e Em Busca do Diamante são títulos do autor que já foram publicados pela série Vaga-Lume.

20 junho, 2019

Resenha :: O Véu Entre Mundos

junho 20, 2019 8 Comentários

Queridos faroleiros, já li Graham: O Continente Lumúria  (resenha aqui) e Lazaro: A Maldição dos Mortos (resenha aqui) do autor paulista Vinicius Fernandes, mais conhecido pelo pseudônimo A. Wood. Só faltava O Véu Entre Mundos dele para ler.

Stephen King disse, em A Torre Negra, que há outros mundos além deste. E se o véu que divide esses mundos começasse a se rasgar? A partir dessa premissa, o autor desenvolve a história de Alice Limberger.


Alice está cansada de sua vida estressante. Ela estuda letras à noite e durante o dia trabalha em uma escola onde ensina inglês para crianças. Alice ainda tem que dividir sua atenção com o namorado Marco e a mãe que trabalha na lanchonete da família.

Alice e Marco se conheceram no colegial e já namoram há uns 3 anos. Os dois estavam fazendo piquenique no parque do Ibirapuera quando viram surgir um portal em pleno ar.

O frio aumentou de supetão e, por um momento, a moça não soube distinguir se o que via era real ou se ela estava tonta e prestes a desmaiar. A área que a separava do namorado parecia estar borrada [...]. Mas, na fração de segundos após isso, o barrão sumiu e houve um barulho de implosão, como se o próprio ar tivesse se consumido.

Esses portais sobrenaturais começam a aparecer aleatoriamente em diversos lugares do planeta, provocando o desaparecimento de várias pessoas e o aparecimento de fadas, seres que até então só existiam em livros de fantasia.

Gosto muito da forma como o autor conduz suas histórias. Ele começa devagar e aos poucos você vai se envolvendo com a narrativa e se afeiçoando aos personagens. Em Graham e Lázaro há personagens gays, mas o foco da história não é a sexualidade deles. É apenas uma de suas características. Acho isso bem inovador. Não temos um personagem gay em O Véu Entre Mundos, mas Alice precisa conhecer a sua história, saber quem realmente é, para poder se aventurar entre os mundos. (Não é exatamente isso que os gays precisam fazer?)

Comprei a obra direto com o autor. A edição tem boa diagramação, páginas amarelas e um mapa do Reino de Fäerie. No início de cada capítulo há uma ilustração de dois belos unicórnios. O livro que recebi, devidamente autografado <3 , não tem orelhas, mas sei que a editora Selo Jovem lançou alguns títulos nas duas versões: com e sem orelhas.

Mais uma vez o autor A. Wood entrega uma fantasia bem construída que se passa em plena São Paulo, com personagens imperfeitos e uma boa dose de ação.

Fiquei sabendo que o autor vai relançar Graham: O Continente Lumúria em uma edição ilustrada e com final alternativo pela editora Pandragon. Além disso, temos uma nova história saindo do forno para a Bienal do Rio deste ano.

Com amor, André


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

O Véu Entre Mundos
Ano: 2016
Páginas: 208
Editora: Selo Jovem
Sinopse:
"O andarilho sorriu satisfeito mais uma vez. Aquele não era o seu mundo. Tudo ali era muito diferente do que aquilo com que estava acostumado. Mas isso não significava que já não tivesse visto aquelas coisas antes. Ele estudara por muito, muito tempo.
E agora finalmente conseguira.
Havia cruzado a barreira entre dois mundos."

Nós não estamos sozinhos no Universo.
Quando Alice Limberger e seu namorado, Marco, têm um estranho encontro com uma fada no parque do Ibirapuera, suas vidas e a de todos os moradores da cidade de São Paulo começam a mudar da noite para o dia. Portais sobrenaturais se abrem misteriosa e aleatoriamente em diversas regiões, ocasionando no sumiço de pessoas e no aparecimento de seres que até então só existiam em livros infantis. Como e por que esses portais estão aparecendo, Alice não consegue explicar, mas descobrirá que é apenas o começo de uma reação em cadeia na qual ela está envolvida no centro de tudo.


A editora Selo Jovem é uma empresa independente, que atua no mercado do livro desde 2013. É uma editora com base sólida e confiável, pois o objetivo da Selo jovem é publicar obras com 100% de qualidade literária, sem pressa e trabalhando duro na revisão dos textos; sem jamais desistir, para ganhar experiência e amadurecer a cada dia.