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21 novembro, 2019

Resenha :: Gata Branca (Mestres da Maldição #1)

novembro 21, 2019 0 Comentários

Essa é uma trilogia que li pela primeira vez há alguns anos, mas só depois de uma releitura recente que decidi compartilhar mais sobre ela com vocês, pelo melhor motivo possível: Conseguiu me prender novamente como se fosse a primeira vez! 

Minta até que você mesmo acredite, esse é o verdadeiro segredo sobre mentir. É o único meio de não ter nada que entregue você.

Nesse universo, criado pela autora Holly Black, existe uma parcela bem pequena da população chamada de mestres, pessoas que tem poder de mudar emoções, sorte, memórias e até matar com apenas um toque de suas mãos. A existência de mestres nessa sociedade é permitida, mas usar os dons é considerado crime. Como mãos são como armas (até mais perigosas), todos usam luvas sendo mestres ou não e, dificilmente, as tiram na frente de outras pessoas por ser algo de extrema intimidade. 

Nosso professor dizia que, se alguém viesse em nossa direção com as suas mãos nuas, deveríamos considerar aquelas mãos potencialmente tão mortais quanto facas...

Nesse universo temos um protagonista tão interessante quando o próprio mundo criado pela autora. Cassel não nos é apresentado como um personagem ingênuo ou simplesmente bom, não vem como um herói de princípios, mas um anti-herói que segue caminhos tortos mesmo para tomar decisões boas; é um golpista profissional, vindo de uma família também de golpistas profissionais e sendo o único não mestre da família. 

Sabe o que costumavam dizer sobre garotos como você? São inteligentes como o diabo e duas vezes mais bonito do que ele.

Apesar de uma família completamente louca e desestruturada, Cassel tenta ao máximo passar uma imagem de um garoto normal na escola, para compensar um passado terrível: a lembrança de ter matado a melhor amiga quando criança e de não lembrar o motivo por ter feito isso. E está tentando seguir em frente apesar da culpa, o que  vai por água abaixo quando começa a sonhar uma Gata Branca e ter um ataque de sonambulismo na escola.

A memória é fugidia. Ela se ajusta à nossa compreensão do mundo, se deforma para acomodar nossos preconceitos. Não é confiável.

O livro vai se desenvolvendo a partir desse acontecimento, de Cassel percebendo falhas em sua memória, da desconfiança de que esconderam algo dele a vida toda e que a gata branca, dos seus sonhos, é a única que pode lhe dar as respostas que precisa.

O melhor do livro, além de um principal bastante carismático, até por vezes engraçado, é que os personagens secundários também são bastantes interessantes. A família de Cassel é extremamente diferente e, mesmo a narração sendo em primeira pessoa, conseguimos pegar bastante das personalidades dos outros, assim como os colegas da escola dele, apesar de sempre achar que alguns poderiam se desenvolver um pouco mais.

Holly Black tem uma escrita bastante leve, bem direta, ela é uma ótima pedida para quem curte literatura infantojuvenil.

Os alvos esquecem que, quando uma coisa é boa demais para ser verdade, significa que é golpe.

Um ponto negativo são as capas dos livros. Eu não curto tanto capas com modelos, até por nós acabarmos ligando a aparência do protagonista com o modelo da capa, mas fazendo uma releitura, depois de anos da primeira vez que li, prestei mais atenção na descrição do personagem que em várias ocasiões se descreve como alguém “não branco”, inclusive em alguns momentos ele pondera se tem ascendência indiana e em outros fala da pele naturalmente bronzeada dele e dos irmãos; e o modelo da capa o representando é um homem bem branco segurando uma Gata Branca (sem críticas à gata, rs). Bom, fiz o possível para desconectar as aparências e imaginar por conta própria, mas capas com modelos vejo sempre como tendenciosas demais.

Em geral, eu indico muito a trilogia Mestres da Maldição. Holly Black está crescendo muito sua escrita e é uma autora do gênero que vale a pena acompanhar mais. 

Para mim, a maldição é um muleta, mas o golpe é tudo.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Gata Branca
Mestres da Maldição #1
Ano: 2012
Páginas: 360
Sinopse:
Cassel vem de uma família de Mestres da Maldição – pessoas que têm o poder de mudar emoções, memórias e destinos com o mais leve toque das mãos. Mas fazer isso é ilegal, o que significa que todos eles são criminosos. Exceto Cassel. Ele não tem o toque mágico, está de fora: é o único filho normal em uma família paranormal. Apesar de ser o único sem poderes entre os irmãos, Cassel está longe de ser um santo. Aos 14 anos, ele matou uma jovem, Lila, sua melhor amiga e por quem era apaixonado, carregando desde então a culpa do crime e a vergonha da lembrança mais forte que tem daquele fatídico dia: a euforia de escapar impune.
Tentando fugir de seu terrível passado, Cassel faz de tudo para ser como os outros garotos. Uma noite, porém, tudo vai por água abaixo: depois de sonhar repetidas vezes com uma estranha gata branca. As imagens do animal provocam uma crise de sonambulismo que levam o garoto a andar pelos telhados da Escola Preparatória Wallingford, o exclusivo colégio onde ele estuda e, nas horas vagas, trabalha como bookmaker, agenciando apostas dos outros alunos. Assustada, a direção da escola suspende o rapaz por alguns dias, e ele é forçado a voltar à antiga casa dos Sharpe. Em um ambiente cheio de recordações da infância, Cassel começa a questionar seu passado quando a gata branca de seus sonhos aparece na propriedade. Será que suas lembranças são reais? Será que o assassinato de Lila realmente aconteceu da forma que lhe contaram?
Desconfiado de que não passa de uma pequena peça de um grande golpe, Cassel começa então a fazer uma busca em seu passado e em suas memórias, que parecem lhe fugir. Para desvendar os mistérios de sua vida, ele vai precisar armar um verdadeiro golpe de mestre.
Gata Branca é o primeiro volume da série Mestres da Maldição, de Holly Black, autora, junto com Tony DiTerlizzi, da série As crônicas de Spiderwick. Black foi finalista dos prêmios Mythopoeic e Eisner e vencedora dos prêmios Andre Norton e Newbery Honor.

31 janeiro, 2018

Resenha :: Jovens de Elite (#1)

janeiro 31, 2018 2 Comentários

“Alguns nos odeiam, pensam que somos fora da lei a serem pendurados na forca; Alguns nos temem, pensam que somos demônios a serem queimados na Fogueira; Alguns nos adoram, pensam que somos filhos dos deuses; Mas, todos nos conhecem.”

Esse, devo confessar, é um livro bem difícil de falar (pelo menos para mim), não por ser cheio de complexidade ou por ser uma leitura difícil, nada disso. É simplesmente porque eu não sei exatamente se gostei dele... Tá, eu gostei, principalmente por ser em um universo diferenciado onde depois de uma febre assolou o mundo, surgiram algumas crianças chamadas de malfettos (pessoas que sobreviveram a febre, mas acabaram com cicatrizes, marcas visíveis no corpo, com alguns cabelos com coloração diferente, e etc), mas entre os malfettos ainda tem aqueles que além das marcas, acabaram ganhando algum poder especial, assim chamado de Jovens de Elite, que ganham grande relevância nesse universo por se ter um grupo de malfettos poderosos que lutam por esse grupo de pessoas que são  marginalizados nesse mundo, como pessoas que trazem o azar.

“É minha vez de usar. Minha vez de machucar.”

Ainda gostei bastante da maioria dos personagens, a leitura é super rápida e te prende do início ao fim, o problema talvez não seja do livro, devo confessar, mas acho que descobrir que sou um pouco antiquada para personagens principais. No caso desse livro Adelina, que é a protagonista, é bem diferente do que é esperado, ela tem muitas ações bem controversas, paranoica e dá para se compadecer do que ela passou, mas quanto mais ela fica poderosa mais louca ela fica, não estamos trabalhando com uma heroína como em outros livros, bem na sinopse já diz: “Heróina ou Vilã?” o que esses personagens verdadeiramente são? (Essa dúvida não é só com a principal). Ela é consumida pelo seu poder, vamos dizer que ela usa um pouco do lado negro da força, rs. 

"... Os dons que a febre lhe deixou não são tão pouco confiáveis quanto pode parecer. Há um ritmo e uma ciência para controlar seu poder. Há lógica por trás do caos. Se quiser, pode aprender a controlá-lo. E será bem recompensada por isso."

Esclarecendo minha opinião eu gosto de histórias que não vão pelo caminho óbvio, ao mesmo tempo que gosto de muitas histórias que vão para o óbvio (desde que seja um clichê com qualidade), então eu estou escrevendo aqui sem ter uma ideia 100% formada sobre esse caminho que Jovens de Elite enveredou, infelizmente não posso compartilhar todas as minhas dúvidas e receios com esse final (para, obviamente, não dar spoiler), mas esse livro me impactou bastante, então indico muito a leitura para que você possa tirar a própria conclusão, ainda vou ler a continuação, só não sei se imediatamente, preciso me acostumar com a ideia de personagens mais darks e loucos. 


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Jovens de Elite
Jovens de Elite # 1
Ano: 2016
Páginas: 304
Sinopse (Skoob):
Bestseller do The New York Times com excelente repercussão entre público e crítica, Jovens de Elite é o primeiro de uma série de fantasia ambientada na era medieval e protagonizada por jovens que desenvolvem estranhas cicatrizes e poderes especiais ao sobreviverem a uma febre que dizimou boa parte da humanidade. Entre eles está Adelina, que, após se rebelar contra o destino imposto a ela por seu pai, encontra um novo lar na sociedade secreta Jovens de Elite, vista por alguns como um grupo de heróis, por outros como seres com poderes demoníacos. Heroína ou vilã? Num mundo perigoso no qual magia e política se chocam, Adelina descobre o lado sombrio de seu coração. Da mesma autora da aclamada trilogia Legend, Marie Lu, Jovens de Elite é o início de uma saga arrebatadora. Perfeita para fãs de histórias de fantasia medieval como Game of Thrones, com vilões dignos de Star Wars e X-Men.

18 setembro, 2016

Filme e Livro :: As vantagens de Ser Invisível

setembro 18, 2016 1 Comentários

  "Nós aceitamos o amor que acreditamos merecer."

     Sinopse Livro 
(Skoob)
Cartas mais íntimas que um diário, estranhamente únicas, hilárias e devastadoras - são apenas através delas que Charlie compartilha todo o seu mundinho com o leitor. Enveredando pelo universo dos primeiros encontros, dramas familiares, novos amigos, sexo, drogas e daquela música perfeita que nos faz sentir infinito, o roteirista Stephen Chbosky lança luz sobre o amadurecimento no ambiente da escola, um local por vezes opressor e sinônimo de ameaça. Uma leitura que deixa visível os problemas e crises próprios da juventude. 

 “Então, esta é minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim.”

     Sinopse Filme
(AdoroCinema)
Charlie (Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em sua nova escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado no ambiente. Seu professor de literatura, no entanto, acredita nele e o vê como um gênio. 
Mas Charlie continua a pensar pouco de si... até o dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele.


As vantagens de ser invisível foi lançado primeiramente em 1999 nos Estados Unidos, mas sua história se passa entre 1991 e 1992, de uma forma bem atual conta a história de Charles um adolescente introvertido, que tem dificuldade de se relacionar com as pessoas, inclusive com sua própria família, a pessoa que ele realmente era próximo foi sua tia Helen que morreu quando ele ainda era criança e mais recentemente seu melhor e único amigo acabou cometendo suicídio, ele começa o livro querendo ser diferente, “participar” agora que ele está entrando no ensino médio, a partir daí vemos a vida dele tomando um rumo diferente, principalmente por conhecer Sam e Patrick. O livro é todo escrito em forma de cartas que ele manda para um anônimo, o que achei que nos conecta mais com a história.

“-Você é invisível.” 
“- Você vê as coisas. Você guarda silêncio sobre elas. E você compreende.”

Eu sou completamente apaixonada por esse livro, ele fala de temas pesados como o suicídio, estupro, violência domestica, homofobia, bullying, drogas, depressão e outro problemas psicológicos (apesar de alguns serem mais desenvolvidos na narrativa do que outros) de uma forma diferente, não sei exatamente dizer o que o difere dos outros com a mesma temática, acho que a proximidade com o leitor que alguns pensamentos de Charlie transmite, ele é de uma sensibilidade ao ser diferente, e ao querer agradar, porque esse o jeito dele, não é nada forçado, não sei como pode alguém não gostar dele. E o que é uma das coisas mais interessantes que apesar da narrativa ser de Charlie através das cartas, outros assuntos que estão ligados a outros personagens não são deixados de lado, ele sempre foi aquele que via as coisas, notava a todos, e agora escreve sobre elas.

“Já se sentiu muito mal, depois tudo passar e você não sabe por quê? Eu tento me lembrar, quando me sinto ótimo como agora, que haverá outra semana terrível algum dia, então procuro guardar o maior número de detalhes que posso, e assim, na próxima semana terrível, vou poder lembrar esses detalhes e acreditar que vou me sentir bem novamente. Não funciona muito, mas acho muito importante tentar.”

Mas não vim apenas falar desse livro que amo, mas de uma adaptação foda (mamãe que me perdoe, mas não achei outra palavra que pudesse descrever), sério, gente, eu fico completamente extasiada quando finalmente conseguem adaptar de forma tão brilhante.

Esse filme foi lançada em 21 de setembro de 2012 nos Estados Unidos e em 19 de outubro de 2012 no Brasil, tem no elenco principal Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller (Percy Jackson, Hermione e Flash respectivamente, mas nesse filme são Charlie, Sam e Patrick, rsrs), o roteiro do filme foi feito pelo autor do livro Stephen Chbosky, e com certeza é um dos motivos por ser tão bom, porque obviamente não tem todos os elementos maravilhosos que tem no livro, não foi tão desenvolvido a relação de Charles com a irmã e o pai por exemplo, e  tem outros assuntos que são muito mais aprofundados no livro, mas entendo que não dá para encaixar tudo, mas o filme conseguiu passar um emoção tão forte quanto livro mesmo assim, e ainda com uma ótima trilha sonora e atores incríveis que conseguem convencer na pele desses personagens como poucos, foi um dos poucos livros que preferir ter a capa do filme, pois para mim eles são Charlie, Sam e Patrick.  

“Acho que, se um dia eu tiver filhos e eles ficarem perturbados, não vou dizer a eles que as pessoas passam fome na China nem nada assim, porque isso não mudaria o fato de eles estão transtornados. E mesmo que alguém esteja pior, isso não muda em nada o fato de que você tem o que tem. É bom e mau.”  

Bom depois de ler o livro por 4 vezes e assistir o filme por duas, eu precisava escrever para tentar convencer a vocês a fazerem o mesmo (podem ler e assistir só uma vez, eu que sou exagerada quando gosto de algo rsrs), apesar de o livro muitas vezes ser considerado aquele que “ou você ama ou odeia”, acho que serviu para todos de uma forma ou de outra, tenho certeza que pelo menos uma carta de Charlie deve ter tocado alguém, e se fez você parar para refletir pelo que seja uma mínima coisa, já valeu a pena.

“Mas, principalmente, eu estava chorando, porque, de repente, tive consciência do fato que eu estava de pé em um túnel, com o vento batendo no meu rosto. Não importava que eu visse a cidade. Nem mesmo que eu pensasse nisso. Porque eu estava em pé no túnel. E eu realmente estava ali. E foi o suficiente para que eu me sentisse infinito.”

Nota:

Vamos deixar claro que está é uma resenha nada imparcial e completamente apaixonada, minha experiência em criticar filmes se baseia no gostei e não gostei, mas como estamos falando de um livro e filme que ultrapassa o limite do “gostei”, este post se baseia em um amor platônico no limite do racional, beirando ao irracional.