Escrevendo essa resenha minutos após ler esse livro. Acho que não poderia ser sincera com meus sentimentos por ele se deixasse a sensação esfriar, mesmo que tenha completa certeza que não o vá esquecer. Vocês já leram um livro que tiveram a sensação que mudou um pouco sua vida? Estou me sentindo ainda trêmula por excesso de sentimentos que essa leitura me jogou, que me tirou até o ar. Eu confesso que A Biblioteca da Meia-Noite talvez tenha sido esse livro para mim.
Nora, a protagonista dessa história, é uma mulher adulta que convive com a depressão e com muitos arrependimentos. Depois de uma sucessão de eventos ruins, ela decide que viver não vale mais a pena. Citando uma frase deste livro “entre a vida e a morte, há uma biblioteca”, e é exatamente nessa biblioteca de sua vida que Nora se encontra depois de sua tentativa de suicídio.
Só não caiu em prantos por causa da sertralina.
Cada um dos livros dessa biblioteca, que Nora foi parar, oferecia a possibilidade de ela viver outra vida, uma que poderia ter vivido se tivesse tomado outras decisões, se tivesse feito outras escolhas. Nora se encontra de frente com seus arrependimentos e tem chance de reverter cada um.
Nem a morte era algo que Nora conseguia fazer direito, aparentemente. Aquela era uma sensação familiar. A sensação de incompletude em quase todos os sentidos. Um quebra-cabeça inacabado de ser humano. Vida incompleta, morte incompleta.
Devo acrescentar que para muitos esse possa ser apenas mais um livro muito bom, mas que pode ser delicado para quem enfrenta um caso de depressão. Os pensamentos de Nora por vezes acabam sendo muito profundos e angustiantes, o livro faz com que consigamos nos ligar tão completamente a dor de Nora, pelo menos foi o meu caso, que eu tinha que fazer pequenas pausas de autorreflexão, confesso para vocês que já estava chorando em apenas 9% do livro. (risos)
Se eu achasse que seria possível ficar, eu ficaria. Mas não acho. Então não posso ficar.
Claro que preciso acrescentar que, apesar de um início forte, A Biblioteca da Meia-Noite não é uma ode à depressão e à infelicidade, escrito apenas para deixar essa leitora que vos fala no fundo do poço. Pois, de livros tristes por livros tristes eu li um monte, mas o que me pegou realmente nessa obra de Matt Haig foi que me senti crescendo e filosofando sobre a vida com Nora, aprendendo a lidar com meus arrependimentos, e dando valor as minhas bases. Que às vezes as coisas só precisam ser olhadas por outra perspectiva, nem sempre é fácil, nem para todos pode ser que dê certo, mas com certeza vale a pena tentar.
Minha vida será milagrosamente livre de dor, desespero, mágoa, coração partido, dificuldades, solidão, depressão? Não. Mas eu quero viver? Sim. Sim. Mil vezes, sim.
Informações Técnicas do livro
A Biblioteca da Meia-Noite
Matt Haig
Tradução: Adriana Fidalgo
Ano: 2021
Páginas: 308
Editora: Bertrand Brasil
Sinopse:
A Biblioteca da Meia-Noite é um romance incrível que fala dos infinitos rumos que a vida pode tomar e da busca incessante pelo rumo certo.
Aos 35 anos, Nora Seed é uma mulher cheia de talentos e poucas conquistas. Arrependida das escolhas que fez no passado, ela vive se perguntando o que poderia ter acontecido caso tivesse vivido de maneira diferente. Após ser demitida e seu gato ser atropelado, Nora vê pouco sentido em sua existência e decide colocar um ponto final em tudo. Porém, quando se vê na Biblioteca da Meia-Noite, Nora ganha uma oportunidade única de viver todas as vidas que poderia ter vivido.
Neste lugar entre a vida e a morte, e graças à ajuda de uma velha amiga, Nora pode, finalmente, se mudar para a Austrália, reatar relacionamentos antigos – ou começar outros -, ser uma estrela do rock, uma glaciologista, uma nadadora olímpica… enfim, as opções são infinitas. Mas será que alguma dessas outras vidas é realmente melhor do que a que ela já tem?
Em A Biblioteca da Meia-Noite, Nora Seed se vê exatamente na situação pela qual todos gostaríamos de poder passar: voltar no tempo e desfazer algo de que nos arrependemos. Diante dessa possibilidade, Nora faz um mergulho interior viajando pelos livros da Biblioteca da Meia-Noite até entender o que é verdadeiramente importante na vida e o que faz, de fato, com que ela valha a pena ser vivida.
“Uma celebração entusiástica do poder que os livros têm de mudar vidas.” – Sunday Times
“Um cenário de possibilidades ilimitadas, de novos caminhos trilhados, de novas vidas vividas, de um mundo totalmente diferente disponível para nós de alguma forma, em algum lugar, pode ser exatamente do que precisamos nesses tempos difíceis e turbulentos.” – The New York Times
“Um romance extremamente original e instigante sobre a importância de valorizar a vida que você tem.” – Independent
“Instigante e inspirador. Explora a nossa relação com o arrependimento e com o que realmente faz uma vida ser perfeita.” – Harper’s Bazaar
“Uma história sobre segundas chances e viver com arrependimentos. Muito envolvente.” – Stylist
“Eu amei A Biblioteca da Meia-Noite. Ele condensa coisas importantes e tristes – morte, saúde mental, filosofia existencial – em um livro excepcional, prazeroso e de aquecer o coração.” – Pandora Sykes
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