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22 julho, 2019

Resenha :: A Jornada das Bruxas

julho 22, 2019 0 Comentários

Olá, venho comentar sobre A Jornada das Bruxas. Para entender o livro como um todo, recomendo que antes leia minhas primeiras impressões, clicando aqui.

A vida de Nina ia relativamente bem, encontrando normalidade dentro de suas particularidades, afinal ela foi criada entendendo ser uma bruxa e descendendo delas, porém tudo começa a mudar quando uma carta perdida há trinta anos chega à casa da floresta, e Nina entende que está encrencada. E assim, Nina nos narra a sua história de uma maneira muito verdadeira e, algumas vezes, irreverente.


Minha vó sempre dizia que quem andava sozinha, andava cansada. Que sem confidentes, amigas, mães ou irmãs não chegaríamos onde podíamos chegar. Eu acreditei nela.

Como aceitar que está sendo convocada para reviver a tradição há muito esquecida de peregrinar pelo mundo? Afinal de contas se a tradição foi esquecida, deve ter sido por um bom motivo, e agora ela tem motivos para não querer partir, afinal agora que conheceu Alex, o misterioso vizinho que demonstra por ela um interesse ostensivo e inexplicável, e que faz ela sentir e viver aquelas deliciosas emoções do primeiro amor.

— Quem ama o mundo precisa aceitar também o que não é bom. Todo corpo sob a luz produz sombra, e a sombra faz parte de nós. É justamente na aceitação do imperfeito que vem a nossa força.

Mas nem tudo em seu caminho são flores, porque nesse exato momento o governo está convencido de que por trás da fachada de normalidade de sua família se esconde um rentável milagre, e que sua família tem obrigação moral de revelar as chaves para controlar e usar esse “milagre”.


Porém, a força da carta ainda está sobre ela, que decide obedecer ao invés de sacrificar, e embarca para a Romênia, onde uma bruxa com o carisma de uma unha encravada a espera. E assim que somos recebidos por essa bruxa (Nina e eu, claro), somos brindados pela autora, com tudo que se espera de uma bruxa. O que arranca risos e também começa a mostrar que muitas vezes, a maioria delas, nossos olhos veem aquilo que queremos que eles vejam, e que o medo do desconhecido é capaz de criar monstros em sombras, em locais que não existem e que nunca existiram.

— Dentes-de-Leão! — A velha exclama mais à frente com o traseiro para o alto. Suas mãos acariciam a flor amarela no meio da horta. —Eles são indestrutíveis. Quinze mil sementes em um único pé, já pensou? O mundo é dos persistentes, se alguém ainda não notou.

A mensagem do livro, para mim, foi mais do que um aprendizado e crescimento de uma adolescente para adulta, alguém consciente de seus deveres e responsabilidades para consigo, com os outros e para com a vida em torno de si, seja animal, vegetal ou mesmo do espaço que parece sem vida, mas não é da terra que nascem os vegetais? Não é dela que tiramos o sustento dos corpos e da alma? Mas que todos, desde que nascemos, estamos em nossa própria jornada de aprendizado e que, em algum momento, atribuíram nomes para cada etapa dessa jornada, criança, adolescente, jovem, adultos e idosos, e ainda hoje acho que o que conhecemos como morte é um bilhete de uma jornada que ninguém volta para contar, é preciso estar nela para saber como é.


Que todo ciclo envolve outro e que nada se perde, mas tudo volta e recomeça a ser, como a água que evapora para voltar como chuva e voltar a evaporar. E que muitos de nós se perdem, não por lutar contra o que queremos, mas pelo que desejamos. Afinal o que é desejo, senão um capricho que pode nos enganar e se mostra melhor e mais bonito do que é?!

E que o maior aprendizado é sermos quem somos, com nossas imperfeições e perfeições, porque à medida que aprendemos nos tornamos melhores sem deixar de ser o que somos. Afinal, lutar contra o que se é, é ser como Dom Quixote, muitas vezes ignorando a companhia de Sancho Pança. E por fim, quando somos nossa própria causa, qualquer luta não será apenas guerra e sim justiça. 


Assim um livro de fantasia me tocou, me fez pensar, refletir, sorrir e também torcer muito pelo jornada de Nina e a minha própria, tudo de uma maneira apaixonante e divertida. Obrigada, Karina Heid, por mais uma história incrível!!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Jornada das Bruxas
Ano: 2016
Páginas: 302
Editora: Independente
Sinopse:
Quando uma carta perdida há trinta anos chega à casa da floresta, Nina entende que está encrencada.
Como aceitar que está sendo convocada para reviver a tradição há muito esquecida de peregrinar pelo mundo? Como partir justamente agora que conheceu Alex, o misterioso vizinho que demonstra por ela um interesse ostensivo e inexplicável? 
Justamente agora que o governo está convencido de que por trás da fachada de normalidade de sua família se esconde um rentável milagre?
Forçada a embarcar para a Romênia onde uma bruxa com o carisma de uma unha encravada a espera, Nina aprenderá entre erros e acertos que o mundo é perfeito em sua destruição e sua beleza, que círculos guardam os maiores tesouros e que fazer as pazes com sua essência é fazer as pazes com o mundo.
A Jornada das Bruxas é um livro sobre três jornadas: a jornada individual pela aceitação, a caminhada apaixonante pelo mundo e a incrível marcha através do tempo. É sobre a excursão pelo doloroso caminho do crescimento e sobre fazer as pazes com quem nascemos para a ser.
Trata, acima de tudo, sobre nossa odisséia por um planeta dramático e generoso que espera ser trilhado por todos, e que tenta a todo tempo nos dizer, em uma miríade de vozes, que o tesouro que procuramos está enterrado em algum lugar da estrada...


 _____Sobre a Autora_____

Karina Heid



Karina Heid é escritora e psicóloga. Já trabalhou com marketing, foi professora de alemão e instrutora de lego. Em 2005 casou-se com um aventureiro de pés no chão e juntos decidiram expatriar. Enquanto moravam na Romênia escreveu A Jornada das Bruxas, seu primeiro romance, e em 2016 ganhou o prêmio literário Flic-ES pela obra A Última Peça. Para ela, escrever é fazer magia, é transformar palavras em universos. É em um desses universos que ela e sua família andam vivendo ultimamente.

08 julho, 2019

Resenha :: Mascarado

julho 08, 2019 0 Comentários

Olá, faroleiros!

Para tudo que a resenha de hoje é quentíssima! Ela te levará para visitar uma masmorra de verdade em um castelo antigo. Se você espera encontrar aqui prisioneiros e torturas, está no lugar certo. Mas não são exatamente prisioneiros tradicionais que verão, muito menos os castigos são agonizantes e dolorosos.

Pelo menos, não no mau sentido.

— Dizem que ele usa uma máscara. — Ouço, imóvel, a menina continuar a conversar com sua mãe.
— Todos usam máscaras, minha querida.
— Não, mamãe. A dele é permanente.
— São apenas histórias — a mãe aquieta a jovem. — Andaluzia adora criar lendas.
— Como a do fantasma dos corredores vazios da Ópera? — a filha brinca.
— Sim, como essa.

Mascarado conta a história do Conde de Orr, um cavalheiro mascarado envolto numa nuvem de mistério. Os rumores circulam na cidade de que ele é um homem pervertido, com gostos bastante depravados para a época, e que possui em seu castelo uma masmorra para orgias sexuais. O Conde também é famoso por acolher moradores de Andaluzia que foram condenados por crimes comuns como prostituição e pequenos furtos. As prostitutas, se quiserem, podem se tornar participantes das masmorras e cidadãs de Orr. Sua reputação não é boa, só que ele tem um título de nobreza, por isso não pode ser condenado pelo seu estilo de vida.

Christine é mulher de Raul, prefeito de Andaluzia, e não está nem aí para as fofocas sobre o Conde. Vivendo penosamente um casamento sem amor, ela não se importa se o nobre é famigerado ou não. A mulher já tem tarefa demais em ignorar o marido e fazer da sua vida um inferno. Nunca lhe deu um filho, sendo diagnosticada como estéril, o que frustrava os pais de Raul que adotaram Christina ainda criança e tinham muita afeição por ela. Eles depositavam a esperança da continuidade da família em um herdeiro, já que o prefeito era filho único.

Um baile em Andaluzia é celebrado e tem como convidado o tal Conde. Todos queriam conhece-lo, menos Christine que nem queria ir a esse baile. Ela vai obrigada para socializar com a elite da sociedade, sendo esposa do prefeito. O problema é que ela não quer socializar com ninguém. Christine carrega no peito a dor e a angústia de ter perdido ainda jovem o seu único e verdadeiro amor, por isso preferia a reclusão.

— Diga que precisa de mim, Erik.
— Eu preciso de você.
— Prometa que tudo que diz é verdade. — Você agarrou com força meus braços, mas já não conseguia me encarar.
— Seremos felizes, meu amor.
— Tudo o que quero é você. Diga que me ama, e eu te seguirei.
— Eu te amo, Christine. Eu te amarei para sempre.

O que a jovem não esperava era a surpresa de encontrar nos profundos e marcantes olhos do Conde de Orr a mesma fagulha de emoção que sentia quando encarava seu amado e falecido Erick. Mas também não esperava que o Conde tramasse contra ela tornando sua vida uma bagunça de sentimentos, descobertas e emoções que ela jamais saberia existir se não tivesse conhecido aquele homem mascarado e misterioso. 

Uma vingança arquitetada nos mínimos detalhes. Christine sentirá na pela a humilhação e ficará confusa com as atitudes do Conde. Será levada para Orr, recusada pelo marido e vendida como uma das prostitutas.

Sua boca se abre no mais maldoso dos sorrisos. Não há mais orquestra, ou vozes. Não há como esconder o botão aberto da blusa e a cena, e sobre o que ela se tratava. Meu marido — o prefeito da cidade — me encara adiante, boquiaberto.
— Gostaria de dizer que sinto muito — o Conde diz, tirando uma rosa do bolso e a jogando aos meus pés. — Mas na verdade, não sinto nada.

No castelo ela verá com os próprios olhos o que o homem marcado por cicatrizes por todo o corpo, escondido sob uma máscara, e que mesmo assim mexe com sua sanidade, realmente faz nas masmorras. Será tentada de todas as formas a ceder a um tipo de prazer que jamais imaginou conhecer. Ao mesmo tempo em que tentará descobrir por que deseja tanto que ele faça com ela todas as coisas que viu, mesmo considerando ele um monstro por toda dor que lhe causou. 

A roda gira outra vez até que ela esteja de cabeça para baixo. Suas pernas estão abertas e sua intimidade, exposta. O Conde dá um passo em sua direção e projeta o quadril para frente. Suas costas arqueiam, e ele olha para baixo. Eles se encaixam. A mulher. Ela está… Sim, ela está. A mulher engole tudo que ele oferece, e eu quase perco mais uma vez o equilíbrio.

Afinal de contas quem é o Conde de Orr e o que ele quer com Cristine?

Ele levanta da cama. Espero que ria, me ignore ou me rejeite, mas ele não fala nada. Tampouco se move ou responde. A pergunta roubou seu chão.
— A masmorra é para…
— Eu sei para que ela serve. — Respiro fundo. — Deus, eu sei. O que estou fazendo incinera cada célula do meu corpo, e me queima como brasas de um fogão. Eu faço qualquer coisa para saber. Quero saber mais do que imagino querer.

Essa pergunta fica fácil de desvendar logo no início de Mascarado. O que digo a vocês é que, ainda nas primeiras páginas, entendemos o porquê da determinação do Conde em se vingar de Christine. Sua vingança não se estende só a ela.


Advirto aos leitores também que isso não dói menos porque sabemos o motivo de tanto rancor. Todas as atrocidades que o Conde submete Christine são más e fruto de uma mágoa carregada por anos no peito. Por mais que, inicialmente, tenhamos raiva da protagonista pelas suas escolhas do passado, seus motivos pareceram assertivos naquele momento. Ela não imaginou que as consequências seriam desastrosas para todos e, de certa forma, pagou pelo seu erro em sofrimento em um casamento sem amor.

Enfim, Mascarado nos conta a história de como o amor supera os piores sentimentos. Se ele é verdadeiro tudo pode. Em meio a todos os motivos para condenar, escolher perdoar pode ser libertador.

Ele se inclina e beija meu pescoço. Fecho os olhos, perdida na sensação sublime de sentir seus lábios na minha pele.
— Faça comigo tudo que fez às outras — peço — Tudo. Comigo.
— É bastante coisa. — Ele encosta os lábios nos meus.

Karina Heid, como sempre, nos trouxe uma história arrebatadora. Não me canso de afirmar que ela é mestra em transformar nossos corações em uma montanha russa de emoções. Mascarado não seria diferente, e é por isso que eu recomendo para todos os amantes de romance hot que estão com seus testes cardíacos em dia.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Mascarado
Karina Heid
Ano: 2019
Páginas: 283
Sinopse:
Havia rumores sobre o lendário e sombrio conde que habitava as planícies de Orr. Alguns diziam que ele era um homem selvagem, de gostos lascivos e conduta imoral. Outros afirmavam ser ele um monstro sem face, impecavelmente vestido de negro e envolto em uma aura de sensualidade. 
Com o baile anual se aproximando, a presença do misterioso nobre é confirmada. Para Christine, prisioneira em um casamento forçado, sua vinda é um evento superestimado, uma das muitas fofocas vulgares da cidade. 
Não lhe interessa saber quem é o conde, sua fama de perverso ou por que o cavalheiro impecável cobre o rosto com uma máscara. A ela interessa descobrir por que ele lembra tanto alguém do seu passado, e por que parece tão determinado a atormentá-la. 
Embora aquele homem protagonize as histórias mais escandalosas do reino, em seus braços ela desfalece sem forças, enfeitiçada por olhos azuis gelados que a fazem voltar a ouvir o próprio coração. Aquele único encontro desencadeará uma sequência de eventos que nem em seus piores pesadelos poderia antever. Tudo porque não consegue resistir à semelhança do Conde com o rapaz que amou - e perdeu - anos atrás...



 _____Sobre a Autora_____

Karina Heid


Karina Heid é escritora e psicóloga. Já trabalhou com marketing, foi professora de alemão e instrutora de lego. Em 2005 casou-se com um aventureiro de pés no chão e juntos decidiram expatriar. Enquanto moravam na Romênia escreveu A Jornada das Bruxas, seu primeiro romance, e em 2016 ganhou o prêmio literário Flic-ES pela obra A Última Peça. Para ela, escrever é fazer magia, é transformar palavras em universos. É em um desses universos que ela e sua família andam vivendo ultimamente.

05 abril, 2019

Primeiras Impressões :: A Jornada das Bruxas

abril 05, 2019 0 Comentários

Essas primeiras impressões, que te convidam a ler com atenção a sinopse, são um mapa de tudo que encontraremos nesse livro. Uma menina, 4ª geração de uma família com uma linhagem ainda mais antiga, que conhece o seu primeiro amor. E tem plena ciência de seus dons e responsabilidades para com eles e para com sua família.

Avisa também que entraremos no universo das bruxas, que tanto afasta quanto fascina e que enche de segredos o título, a lenda, as histórias e o que pode e deve ser verdade entre tudo o que foi contado, porque todos sabemos que a arte imita a vida.

E por fim alerta, que será mais que uma linda história de fantasia, adolescentes e poderes mágicos. Será um livro que vai te ajudar na sua própria jornada, te autorizando a brincar com o título, subtendendo das bruxas por seu próprio nome. A jornada da Elisabete, em meu humilde caso. Afinal toda história deixa de ser de quem a escreveu e se torna de domínio de quem a lê, porque enquanto lemos, vivemos a verdade daquelas palavras. Ou você não é um bom leitor, senão se tornou um dos personagens do castelo, esteve em uma ilha ou participou de um luau.

Outra coisa que me marcou muito no início dessa leitura, foram as verdades absolutas dessa história. Todos somos seres mágicos, possuímos a força de mudar o mundo em volta de nós e até mesmo em um nível muito maior. Ouso dizer que um cético mudou o nome de magia para lei da física, de Murph, da ação e reação. Tudo um jeito de dizer que todas as nossas ações e escolhas geram consequências, afinal  toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos”. Em outras palavras, tudo que você faz volta para você com, no mínimo, a mesma força que você empregou.

E assim, percebemos que a nossa jornada passa a ser de nossa inteira responsabilidade quando tomamos consciência dela, e que nossas escolhas e decisões serão reflexos do aprendizado dessa caminhada, dessas descobertas somos levados a ver mais ou menos em nosso entorno. Afinal uma garrafa pet, jogada ao rio, se une a outras garrafas que causarão as enchentes que causarão perda, dor e mortes. Que cada mínima ação contra o local onde moramos se une a outras tão pequenas quanto, e se tornam algo tão grande e devastador que causa assombro e medo.

E que somos seres dotados de magia, leis ou outro nome que queiram dar, mas que nossas palavras, aquelas que são tão boas ao falar quanto ao ouvir, que nossos gestos, que de tão pequenos são perfeitos em sua totalidade e tem um efeito sobre a vida de quem o fez e de quem o recebeu, é tão incrível, que dizer que foi o acaso é pobre demais, e sem querer damos testemunho de que “esse momento, foi mágico”.

Continue comigo, conhecendo mais sobre a vida de Nina, sobre eu mesma e sobre a beleza do lugar que temos no universo, enquanto respiramos.



Informações Técnicas do livro

A Jornada das Bruxas
Ano: 2016
Páginas: 302
Editora: Independente
Sinopse:
Quando uma carta perdida há trinta anos chega à casa da floresta, Nina entende que está encrencada.
Como aceitar que está sendo convocada para reviver a tradição há muito esquecida de peregrinar pelo mundo? Como partir justamente agora que conheceu Alex, o misterioso vizinho que demonstra por ela um interesse ostensivo e inexplicável? 
Justamente agora que o governo está convencido de que por trás da fachada de normalidade de sua família se esconde um rentável milagre?
Forçada a embarcar para a Romênia onde uma bruxa com o carisma de uma unha encravada a espera, Nina aprenderá entre erros e acertos que o mundo é perfeito em sua destruição e sua beleza, que círculos guardam os maiores tesouros e que fazer as pazes com sua essência é fazer as pazes com o mundo.
A Jornada das Bruxas é um livro sobre três jornadas: a jornada individual pela aceitação, a caminhada apaixonante pelo mundo e a incrível marcha através do tempo. É sobre a excursão pelo doloroso caminho do crescimento e sobre fazer as pazes com quem nascemos para a ser.
Trata, acima de tudo, sobre nossa odisséia por um planeta dramático e generoso que espera ser trilhado por todos, e que tenta a todo tempo nos dizer, em uma miríade de vozes, que o tesouro que procuramos está enterrado em algum lugar da estrada...


 _____Sobre a Autora_____

Karina Heid



Karina Heid é escritora e psicóloga. Já trabalhou com marketing, foi professora de alemão e instrutora de lego. Em 2005 casou-se com um aventureiro de pés no chão e juntos decidiram expatriar. Enquanto moravam na Romênia escreveu A Jornada das Bruxas, seu primeiro romance, e em 2016 ganhou o prêmio literário Flic-ES pela obra A Última Peça. Para ela, escrever é fazer magia, é transformar palavras em universos. É em um desses universos que ela e sua família andam vivendo ultimamente.

01 outubro, 2018

Resenha :: A Última Peça

outubro 01, 2018 5 Comentários

"O destino quis que a gente se achasse,
na mesma estrofe e na mesma classe,
no mesmo verso e na mesma frase."
(Paulo Leminski)


Olá, faroleiros! Tudo bem com vocês? Estive afastada uns dias, mas já coloquei as coisas em ordem. Hoje trago uma resenha maravilhosa do livro A Última Peça, da Karina Heid. Adianto que foi aquele tipo de leitura que a gente devora em questão de horas. E eu amo esse tipo de livro.

Pedro é um rapaz que  teve problemas do passado e tenta seguir a vida. Recém-promovido a editor chefe numa editora em São Paulo, ele procura alguém para dividir um apartamento. O que o jovem não esperava era encontrar Bia, o seu amor do passado e centro do seu problema na época, sentada na recepção da empresa onde ele trabalha, prestes a fazer uma entrevista de emprego.

Olho para a porta. Isso não pode estar acontecendo. É injusto que esteja, é praticamente impossível. O meu caminho e o de Bia não deveriam mais se cruzar. O que nos separou foi forte o suficiente para ser definitivo, e definitivo, por definição significa para sempre.

Imagina a surpresa dele ao descobrir que o acidente que Bia sofrera na fatídica noite que separou o casal, a deixou desmemoriada. Ela não reconhece Pedro e não lembra de que ele passou em sua vida. Tudo o que Bia sabe foi contado por terceiros, então para ela Pedro é um vilão. Surge aí a oportunidade dele desfazer todo mal entendido. Para isso ele contrata Bia e, ainda vai dividir um apartamento com ela.

Existe um teste simples para saber se você é ou não um idiota: se você ficar feliz por ter feito uma idiotice, você é um idiota.

Será que Pedro vai resistir ao sentimento por Bia que ele tentou guardar por anos? E quando Bia reconhecer Pedro perdoará tudo que houve no final do relacionamento? E é nesse momento, pessoal, que você descobre que não conseguirá parar de ler A Última Peça, até saber o que vai acontecer com Pedro e Bia!

Tento me desconectar dele e me concentrar na arrumação do meu canto. A palavra é exatamente essa, desconectar. Desde que o conheci sinto essa atração em sua direção, quase uma urgência em orbitar ao seu redor. É exaustivo resistir.

A Karina construiu uma trama envolvente, onde a história passada de Pedro e Bia vai se mostrando ao longo das páginas. Ao mesmo tempo, acompanhamos seu reencontro, anos depois. O sentimento que Pedro nutre pela garota o faz tomar decisões que trazem a garota de volta a sua vida.

A narração é em primeira pessoa, nas vozes intercaladas de Pedro e Bia. Nos aproximamos do casal e nos afeiçoamos a eles ao ouvi-los contar, ao seu próprio modo, a história. Cada personagem tem um ponto de vista próprio, e contraditório, sobre o que aconteceu. Isso traz uma pitada de mistério e ficamos juntando o quebra-cabeça que é o passado dos dois.

Eu não devia ter pedido para minha mãe enviar os diários, eu devia ter estado ali na hora da chegada. O que foi que eu fiz? Paro na escadaria. E se Bia os leu e se lembrou de tudo?

Os personagens me ganharam desde as primeiras páginas. Pedro, chefe de editora, com uma história romântica trágica que envolveu até a polícia (vocês vão saber o porquê ao ler a história), e Bia, seu amor do passado, desmemoriada (sequela de um acidente), não se lembra quem foi Pedro, com o comportamento totalmente diferente e toda tatuada.

Não estou enganando-a, isso tudo é parte de um plano para fazê-la lembrar. Não é atração o que sinto, é carinho. A ereção? Pff, aquilo não foi nada, só um descuido.

Os capítulos iniciam com uma citação que tem tudo a ver com o que vamos ler. Então isso nos dá uma dica do que vai acontecer. São frases maravilhosas de escritores, músicos, poetas, entre outros. Curti muito essa sacada da Karina e enriqueceu mais a leitura!

A minha conexão com o livro foi instantânea. Não sei exatamente se foi no reencontro do casal (numa entrevista de emprego, onde Pedro é o entrevistador e Bia, desmemoriada, a candidata, hahaha) ou na situação seguinte (não vou ficar dando spoilers) que A Última Peça ganhou meu coração!

O que foi que você fez tão certo naquela noite, João? Pode ter sido o beijo? Pode. Pode ter sido o cheiro gostoso de menino bem cuidado? Pode também.

A Última Peça é uma história incrível e foi devorada por mim em dois dias! Eu lia páginas e mais páginas querendo saber se Bia iria reconhecer Pedro do seu passado e se ela se apaixonaria por ele novamente. Com um final surpreendente e revelador garanto que o leitor não ficará entediado com o livro. Leitura maravilhosa com certeza!

Não existe nem existirá na sua história momento tão aterrorizante quanto saltar no vazio da esperança de que algo etéreo como o amor vá te segurar.
O que acontecerá com você depois do pulo não está exatamente nas suas mãos. Ela está nas mãos das estrelas, do acaso, da inevitável sucessão de eventos desencadeados por um arbítrio não-tão-livre-assim.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Última Peça
Ano: 2017
Páginas: 217
Editora: Arte da Cura
Sinopse:
O que nos faz saltar sobre o desconhecido? Aceitar riscos e acreditar que podemos voar?
João Pedro e Bia conheceram-se aos catorze, namoraram sete anos e há outros sete tentam se esquecer. Ele ascendeu na carreira, mudou de nome e acredita ter deixado o passado para trás. Ela teve que aprender a viver sem memórias, inteiramente apagadas após uma tragédia. Por sorte, acaso ou destino, Pedro e Bia voltam a se encontrar. Mas como perdoar o que fizeram ao outro, se apenas um lembra dos fatos? Como lidar com sentimentos que surgem desgovernados, que nos fazem questionar o quanto de nossa essência vive a despeito da memória? 
A Última Peça é uma história sobre segundas chances e um universo que privilegia quem ama muito, e sempre. É sobre abraços que colocam a vida no lugar e devolvem a esperança em dias melhores. 
Quem pode afirmar que tragédias acontecem sem propósito e que por amor não ganhamos asas? 
Se a vida lhe desse uma segunda chance, você saltaria?


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 _____Sobre a Autora_____

Karina Heid



Karina Heid é escritora e psicóloga. Já trabalhou com marketing, foi professora de alemão e instrutora de lego. Em 2005 casou-se com um aventureiro de pés no chão e juntos decidiram expatriar. Enquanto moravam na Romênia escreveu A Jornada das Bruxas, seu primeiro romance, e em 2016 ganhou o prêmio literário Flic-ES pela obra A Última Peça. Para ela, escrever é fazer magia, é transformar palavras em universos. É em um desses universos que ela e sua família andam vivendo ultimamente.