“O Ceifador” foi um livro que me chamou a atenção pela
sinopse desde quando o vi pela primeira vez, achei bem interessante a ideia e
fiquei curiosa em ver como seria trabalhada, quando o Samuel propôs a leitura coletiva, me joguei hahaha.
A história do livro se passa em um mundo “utópico” onde
não há velhice, corrupção, desemprego, fome, doenças e outras mazelas, e também
não há a morte, na verdade esta existe mas não dá forma que conhecemos! A
primeira pergunta que nos vem a cabeça ao ler isto é: “Mas se não há morte e a
população cresce exponencialmente, como eles irão fazer para manter a qualidade
de vida de todos com recursos escassos?”, e é por este motivo que existem os
Ceifadores, eles funcionam como uma espécie de órgão regulador, recebem a
quantidade de coletas que devem fazer e devem seguir alguns parâmetros para
isso ou podem sofrer punições (as coletas são um eufemismo para matar, elas são
a morte como conhecemos).
Os Ceifadores fazem parte da “Ceifa” que é comandada pelo
Alto Punhal, o cargo mais alto entre eles. Como é de se esperar, onde não há a
jurisdição da Nimbo-Cúmulo (Sim, a nuvem que temos hoje em nossos computadores
evoluiu e regula a humanidade no futuro, pegaram a referência aqui?) teremos intrigas,
corrupção, conspirações, jogos de poder e etc.
“Não há outro lugar para ir, os desastres nas colônias da Lua e de Marte são prova disso. Temos um mundo muito limitado e, embora a morte tenha sido derrotada tão completamente quanto a poliomielite, as pessoas ainda precisam morrer. Antes, o fim da vida humana ficava nas mãos da natureza. Mas nós a roubamos. Agora temos o monopólio da morte. Somos seu único fornecedor.” – Diário de coleta da Ceifadora Curie
Um dos ceifadores, o honorável Ceifador Faraday, em um determinado momento de sua vida decidiu ter dois aprendizes e, para tal cargo, escolheu os jovens Citra Terranova e Rowan Damisch. Entretanto, essa ação não passará despercebida pela Ceifa (o costume era de que cada Ceifador tivesse um aprendiz por vez) e terá algumas consequências...
O livro é narrado em terceira pessoa, mesclando capítulos
com a visão de Rowan e Citra, aos poucos o vínculo entre os personagens vai
sendo criado e é bem explorado, outros personagens são integrados a trama e
isso aumenta sua densidade e complexidade, algo que me agradou (e muito). Ao
final de cada capítulo há o trecho do diário de um dos Ceifadores, o que nos
permite conhecer ainda mais os personagens, suas indagações, medos, reflexões e
crenças.
“Longe de mim querer o retorno da criminalidade, mas me aborrece o fato de nós, Ceifadores, sermos os únicos provedores do medo. Seria bom ter concorrentes.” – Diário de coleta da Ceifadora Curie
“O Ceifador” não me cativou logo de cara, confesso que achei a primeira parte do livro um tanto chata, algumas pessoas compartilharam deste sentimento durante a leitura coletiva, mas seguimos em frente... E a partir da segunda parte, o ritmo do livro muda e a leitura se torna mais leve e fluida. Fiquei cativada pelos personagens, sobretudo Rowan e o Ceifador Faraday, gostei da forma que a história foi sendo conduzida ao longo do livro, suas reviravoltas, os questionamentos levantados e, claro, as críticas que o autor fez à sociedade atual. Como li o livro em e-Book, desta vez não terei como orientar em relação a diagramação, folha utilizada, tamanho de letra, entre outros aspectos.
Esta foi a primeira leitura coletiva que participei este
ano, e gostei MUITO da experiência,
quero deixar aqui meu agradecimento ao Samuel pelo convite e a Elisabete Finco pelo
incentivo e apoio de sempre! ♥
E vocês, já participaram de alguma leitura coletiva? O que acharam? Contem um
pouquinho das suas experiências!
Nota ::
Informações Técnicas do livro
O
Ceifador
Scythe # 1
Ano:
2017
Páginas:
448
Editora:
Seguinte
Sinopse (Skoob):
Primeiro
mandamento: matarás.
A
humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até
mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida,
impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de
comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes
escolhidos como aprendizes de ceifador - papel que nenhum dos dois quer
desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam
dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se
falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais,
podem colocar a própria vida em risco.
Amei sua resenha, porque exprimiu de forma exata meus sentimentos pra com o livro e pra com a leitura. Foi uma leitura com várias reflexões. Concordo com a nota também (também li e ebook e não posso colaborar com a notas sobre a impressão). Obrigado por mais uma resenha maravilhosa!
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