*recebido em parceria com o Grupo Editorial Coerência |
Olá, pessoa! Hoje venho falar de um livro que entrou para os melhores do ano. Além de uma história maravilhosa, após ficar intrigada pela sinopse, nem de longe poderia imaginar que a história seria tão incrível. Foi como andar em uma montanha-russa instalada em um trem fantasma.
Começou de uma maneira leve e com um ritmo crescente até começar a ter tantas reviravoltas e surpresas, algumas bem assustadoras, que sentia a mesma onda de adrenalina gerada pelo passeio e a mesma vontade de terminar e que não acabasse tão cedo. E, no fim, após ter deixado o estômago, coração e os gritos em algum lugar em uma das subidas ou curvas, a única frase coerente possível é: “Onde está o próximo livro??”.
OK, preciso me explicar melhor, e é o que farei nas próximas linhas. Espero estar à altura de tudo que senti, vivi e do quanto me emocionei com essa história.
Com uma trama super criativa, vamos conhecendo a
história de Alexandre, que está à espera do retorno de sua esposa e filho,
que o abandonaram depois de uma briga. No mais puro e absoluto silêncio
noturno, dopado por remédios, sem fazer a mínima ideia de onde sua família
está, ele se vê diante do fracasso de seu matrimônio e, como se isso não
bastasse, precisa se esquivar de uma mãe controladora, do seu próprio pensamento
punitivo e do ódio que ele acredita que a casa sente por ele.
Era um infortúnio tomar conhecimento de seus erros justo naquele momento, quando não teria mais tempo para corrigi-los, pois ele tinha certeza de que deixaria o mundo naquela noite.
Sim, a casa! Eu adorei ter a casa como um
personagem secundário, quase vivo, que tem barulhos e estalos altos a ponto de
acordar Alexandre, que vê esses sons ganhando vida através dos canos que, sem
ele saber ou imaginar, funcionam como veias em que correm a essência do mal.
Debaixo daquele teto algo vive com ele e esse algo está faminto. Assim, vamos
tentando entender se Alexandre realmente tem motivos para temer ou se estamos
apenas acreditando, assim como o personagem, em alucinações.
A história é narrada em terceira pessoa, então
vamos vendo as cenas pela visão do personagem em primeiro plano, tendo em
Alexandre o personagem principal até o protagonismo ser dividido com
o investigador William, que, além de adicionar ainda mais ação à trama,
traz novos elementos de sua própria história. Sendo ele um homem atormentado
com demônios internos e que decide transformar Alexandre em um caso a ser
solucionado.
A imaginação é perigosa e confusa. Por não ser algo real e palpável, não faz distinção entre bem e mal, nem a quem irá ferir, afinal quem poderia ferir se é apenas um pensamento?
A narrativa possui um texto com leitura fluida, instigante e muito bem estruturada. Em nenhum momento é muito descritivo, mas também não é pouco descritiva a ponto de criar espaços genéricos na trama. Ao contrário. Aqui volto mais uma vez a comparação com a montanha-russa e só posso dizer que eu, realmente, ainda estou lidando com ela.
Os personagens têm uma caracterização, tanto
psicológica quanto fisionômica, bem construída, características muito
diferenciadas entre si, nos deixando com personagens muito reais e complexos,
como todos nós somos, e que também tem seus ossos nos armários e, talvez,
monstros que habitem embaixo das camas.
A linguagem do livro é perfeita e em nenhum momento
caricata ou artificial, você fica tão preso na história que em, alguns momentos,
é impossível não começar a acreditar em algumas verdades. Afinal, nós somos
seres complexos com várias camadas e a que apresentamos na sociedade é apenas
uma dessas muitas partes que formam o todo que é cada pessoa. E fica o
questionamento de quanta coragem uma pessoa precisa para ser alguém verdadeiro,
não apenas para com as outras pessoas, mas para consigo mesma.
— Me deixei ajudar. Tome. — William entregou um cartão. — A hora que precisar, me chame. Pense com calma.
Eu gostei muito dos diálogos e da percepção dos
personagens de que as faltas deles podem tanto aprisionar quanto criar
barreiras que impedem outras pessoas de se aproximarem.
Outra coisa muito legal são os capítulos mais
curtos, que contribuem para a agilidade da trama, deixando o ritmo de leitura
quase na mesma medida e que força tanto as pausas, quanto os momentos em que se
não consegue parar de ler.
As reflexões e conclusões, que alguns personagens
chegam a ter, fazem também quem está lendo acompanhar esses momentos e,
concordando ou discordando, a simples reflexão, por mérito da história, já é
algo a ser elogiado e mencionado, como faço aqui.
Preciso dizer também que o cartão do investigador, que veio com o livro, vai ficar a mão na minha carteira e na memória do meu celular, afinal, após ler essa história, quero ter, senão a amizade, ao menos o contato desse excelente policial por perto.
A edição da editora Plus+ merece todos os
elogios. Em capa dura, com uma capa que ficou ainda mais bonita depois de
conhecer a história, boa impressão em papel amarelo, com fonte e diagramação
confortáveis para leitura. Uma revisão bem-feita, sem que eu tenha observado
qualquer erro de digitação ou ortografia. Um trabalho muito bonito do conjunto
de edição. Aproveite a dica, boa leitura e divirta-se!!
Nota ::
Informações Técnicas do livro
Matadouro de Pecados
Ano:
2020
Páginas:
306
Editora:
Plus+ Editora
Sinopse:
Dopado por remédios, Alexandre espera o retorno de sua esposa e filho, que o abandonaram depois de uma briga. No mais puro e absoluto silêncio noturno, sem fazer a mínima ideia de onde sua família esteja, ele se vê diante do fracassado de seu matrimonio e, como se isso não bastasse, precisa se esquivar de uma mãe controladora, do seu próprio pensamento punitivo e do ódio que ele acredita que a casa sente por ele. Embora a quietude da noite reforce sua solidão, talvez Alexandre não esteja totalmente sozinho. Barulhos e estalos altos chegam a acordá-lo, ganhando vida através dos canos que, sem ele saber, funcionam como veias em que correm a essência do mal. Debaixo daquele teto algo vive com ele. Algo faminto.Com a família desaparecida e tendo que lutar por sua própria sobrevivência, os limites de sua sanidade serão testados quando o investigador William, um homem atormentado e com os próprios demônios internos, decide transformá-lo em um caso a ser solucionado.
Uma honra aparecer por aqui :)
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