15 outubro, 2020

# @Milly # Alexander Gordon Smith

Resenha :: Solitária (Fuga de Furnace #2)


  Pode conter spoiler do livro anterior.

Confira a resenha de Encarcerados, clicando aqui.

Eu tenho que confessar uma coisa. Eu não sou uma boa pessoa.


Segundo livro da aclamada (por mim) série Fuga de Furnace, Solitária vem provar que Alex não estava no inferno nas celas de Furnace, lá era, no máximo, o purgatório, o inferno ele vai viver agora, abaixo das instalações principais do presídio. 


Ah sim, sob o céu está o inferno, e sob ele, está Furnace. Mas os horrores que rastejam por baixo dela — agora sim é uma punição apropriada para alguém como eu.


Vocês têm que saber uma coisa antes de começar esse livro: dá tudo, tudo, tudo errado a todo momento. Você respira aliviado um segundo e se sufoca no próprio alívio depois que em um parágrafo posterior a coisa dá errado (risos).


Havia apenas Furnace. Ela era nosso mundo, nosso túmulo, nosso inferno.


Depois da fuga das celas, Alex e seus companheiros se veem mais encurralados do que nunca nas profundezas de Furnace, os perigos que antes enfrentavam nada se comparam ao que eles estão vivenciando agora. Além de novas criaturas estranhas, bizarras, difíceis de escrever, ou mesmo imaginar o quanto quando está lendo, a luta também é com o seu psicológico, a luta para não sucumbir à loucura desse verdadeiro inferno.


Porque sozinho, no silêncio da escuridão impenetrável, sabia que meus pensamentos me enlouqueceriam. Minha própria mente me mataria.


Lendo esse livro, as sensações que Alex sentia de claustrofobia, pânico, depressão eram bem mais assustadoras do que os monstros físicos que ele tinha que lidar. Uma coisa que gostei muito desse protagonista é que apesar de ser inteligente, esperto, não é daqueles personagens “fodões”, ele sentia medo, chorava, aparentava fragilidade e dúvidas e, às vezes, só querendo fugir daquela realidade da pior forma possível, ou seja, achei ele bem mais realista, mais humano até.


Mas você tem que acreditar em mim quando digo que aqui embaixo aquela lâmina era a coisa mais próxima que eu tinha da liberdade e, mais cedo ou mais tarde, eu a teria usado.


Outro ponto positivo do livro são os secundários e a relação deles com Alex, não tem como não se apegar e sofrer por eles também, principalmente Zê e Donovan, e os novos companheiros que ele encontrou bem nas entranhas do inferno. 


Você não precisa me libertar para me salvar.


Apesar de acontecimentos pesados, a leitura é bem fácil. O autor tem uma escrita que nos prende na história e sabe passar as sensações, sem se tornar aquilo algo maçante. Mas nem tudo é agonia e sofrimento, o humor colocado no livro é de uma dose certa. Alex com seu humor sarcástico, mesmo nas piores situações, e a amizade dele com Zê, dando uma leveza no nosso coração, meus meninos são incríveis.


... depois se inclinou para a frente e me deu um abraço. Foi inesperado, mas a sensação de contato depois de todo esse tempo foi de euforia.


Estou muito empolgada com essa série e o final desse livro me deixou com vontade de correr para o terceiro na hora, mas vim primeiro aqui tentar convencer vocês a ler (risos). Tenho certeza que não vão se decepcionar! Agora vamos de Sentença de Morte.


Porque o verdadeiro horror de Furnace só estava começando.



Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Solitária

Fuga de Furnace #2

Alexander Gordon Smith

Ano: 2012

Páginas: 264

Editora: Benvirá

Sinopse:

Quando mandaram a Sala Dois pelos ares, Alex, Zê, Gary e Toby acreditaram ter alcançado a tão desejada liberdade. Porém, o que parecia um sonho acabou se transformando em um de seus piores pesadelos. A explosão os jogou nas profundezas de Furnace. Nada de ar puro, apenas escuridão e labirintos de pedra. Com os guardas e o diretor da prisão em seu encalço, os garotos sabem que é uma questão de tempo até voltarem para a cela. O verdadeiro horror de Furnace só está começando. Recapturados, eles agora precisam encarar a solitária - nada mais que um buraco no solo com apenas uma porta, trancada pelo lado de fora e vigiada pelos ternos-pretos e pelos temidos Ofegantes. Seu destino? Serem devorados pelos ratos que povoam as entranhas de Furnace, enlouquecer dentro da cela úmida ou... tentar escapar novamente.


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