04 setembro, 2022

# @Milly # Distopia

Resenha :: Escrito a Fogo (Brilhantes #3)



  Pode conter spoiler dos livros anteriores.
Confira as resenhas dos primeiros livros da trilogia!

 

A humanidade nunca gostou muito dos excepcionais. E gostava menos ainda quando os excepcionais contra-atacavam.

 

Hoje é dia de despedida de mais uma série Brilhante — essa até no nome —, não tem como dizer que essa não é uma das melhores sci-fi que já li, apesar de alguns aborrecimentos que passei pelo excesso de patriotismo estadunidense, foi uma obra tão boa que até me fez engolir o egocentrismo imperialista dos nossos vizinhos da América. Mas vamos lá, para minha despedida dessa história vou lhe dar motivos pra ler esses livros de Marcus Sakey.

  

— Estou simplesmente cansado de ser chamado de monstro por pessoas que nunca tiveram que tomar essas decisões.

 

Eu deixei claro desde a resenha do primeiro livro o quanto deu uma renovada nas minhas leituras do gênero um livro que contasse com um protagonista mais velho. Nick Cooper é um homem adulto, com dois filhos e uma ex-esposa, agente e um Brilhante do primeiro escalão, ele não foi jogado lá como o “herói” por acaso, por ser um escolhido do destino, e isso fez toda diferença no desenvolvimento dele durante esses três livros. Apesar de que as escolhas moralmente certas que ele fez durante os dois primeiros livros dessem como resultado o desastre que o mundo está aqui, não dá pra culpa-lo inteiramente, já que as consequências são responsabilidades de um sistema de corrupção muito mais complexo.

 

... aquele não era um mundo em que eu poderia viver. Decidi destruí-lo e construir um melhor. Escrever uma nova história, uma história escrita a fogo. E vou conseguir.

 

Falando em complexidade, isso foi uma das coisas que mais tiveram entre os personagens, nenhum poderia ser colocado em uma caixinha de bom e mal, vilão e mocinho, entre erros e acertos muitos se transformaram no que eram por conta de uma dinâmica de poder que não lhes deram chances, essa sociedade falhou com eles, e a consequência disso, principalmente para os anormais/brilhantes, era dar uma resposta à altura. Obviamente que os limites que alguns traçavam nos faz passar raiva do personagem, mas o livro deixa claro o motivo de suas ações e, apesar de não concordar, conseguimos entender. Foi um desenvolvimento espetacular.

 

Nós fazemos a coisa que eu vinha tentando evitar (...) Nós vamos à guerra.



Escrito a Fogo foi o livro da trilogia que mais me fez sentir ódio, não tinha como, apesar de entender certas ações, a ignorância de grupos era terrível de acompanhar, não por ser ruim a leitura, mas imagina ler o ponto de vista de grupos conservadores extremistas, racistas e não passar raiva? Não tinha como. O ódio foi semeado por anos, e as ações do final de Um Mundo Melhor aqui mostra o resultado, o mundo está um caos como nunca se viu antes, e foi incrível perceber como as ações do primeiro livro levaram a isso, é tão bem conectado, as escolhas certas levaram a isso, não foi o erro, mas a errada também não era uma opção moral, surreal como isso também afeta o senso de ética do leitor. Que escolha você faria? É o grande dilema do bonde em uma trilogia.

   

— Você está arriscando uma guerra civil. 

— Não estamos arriscando. Estamos declarando. E vamos vencer.

 

Enquanto há personagens secundários, como disse anteriormente, que são de uma complexidade maravilhosa, John Smith é um exemplo de alguém que lhe causa ódio por um lado, entende o que levaram suas ações por outro lado, ele tem uma mente que está sempre dez passos à frente que, às vezes, de má vontade não tem como não admirar. Erik é de um coração maravilhoso, que me vi gostando mais dele aqui, mesmo que tenha tomado caminhos tortuosos para defender os seus. Natalie já se havia se mostrado ser uma pessoa ótima, mas nesse livro ela para um pouco de ser só a ex de Nick e mãe de seus filhos, ela se mostra forte de outras maneiras, apesar de não achar tão crível alguns resultados de suas ações, eu não me incomodei tanto. Shannon, como sempre, incrível, ela e Cooper mostraram o porquê de eles serem uma bela dupla, apesar de que esperava que explorassem mais dela nesse livro, ela foi de suma importância.

  

... a natureza de um meio-termo era que ninguém ficava contente. Era assim que se sabia que um acordo justo havia sido feito.

 

Eu já havia passado da metade do livro e não via como as coisas poderiam terminar razoavelmente bem, foi um nervosismo a cada capítulo, foi caótico (risos), mas o resultado final foi coerente, plausível e muito bom, apesar de querer que alguns outros personagens sofressem maiores consequências, a trilogia terminou com um final que poderia até abrir espaço para um spin-off, mas de qualquer forma só até aqui já foi espetacular, nada menos que Brilhante.

  

Só existem duas posições: a favor da guerra e contra a guerra. Não escolher é escolher.




Informações Técnicas do livro

Escrito a Fogo 

Brilhantes #3 

Marcus Sakey 

Tradução: André Gordirro 

Ano: 2017 

Páginas: 392 

Editora: Galera Record 

Sinopse:

O grande desfecho da trilogia Brilhantes 

  

Durante trinta anos, a humanidade lutou para lidar com os brilhantes, o 1% da população que nasceu com dons incríveis, e tentou evitar uma guerra civil arrasadora. E falhou. 

Agora, com o mundo cambaleando à beira da destruição, Nick Cooper, que passou a vida inteira lutando pelos filhos e pelo país, precisa arriscar tudo o que ama para encarar seu mais antigo inimigo — um terrorista brilhante tão obcecado pelos próprios planos que pretende sacrificar o futuro da humanidade para realizá-los. 

Marcus Sakey, “o mestre da leitura empolgante e inteligente” (Gillian Flynn) e “um de nossos melhores contadores de histórias de todos os tempos (Michael Connely),” nos traz a conclusão explosiva da trilogia best-seller Brilhantes.




Para comprar:

 Livro Físico

 E-book




Conheça mais sobre o Grupo Editorial Record
em seu site e redes sociais:

Site │ Instagram │ Facebook │ Twitter

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por seu comentário!! Bem-vindo(a) ao Clube do Farol!