Oi, pessoa! Existe algo mágico em livros que falam de livros e leitores, em especial aqueles que têm o apreço pelo livro, seja novo ou usado. Além disso, a possibilidade de conhecer o olhar de um oriental para esse amor em comum, a leitura, aliado a uma capa belíssima, foi uma combinação mais que irresistível para essa leitura, a qual eu conto como foi, agora.
Meus Dias na Livraria Morisaki é uma leitura perfeita para quem deseja algo leve e curto, cheia de reflexões, livros, café e uma dose de cultura oriental para tornar o cenário ainda mais interessante e com sabor de novidade de coisas antigas.
Às vezes, o que abre uma porta para a gente é algo inesperado. Eu sentia como se aquele livro tivesse aberto uma porta para mim.
Vamos conhecer a jovem Takako, que vai nos contar essa história, que começa no pior momento de sua vida, ela descobre que estava sendo enganada pelo namorado, com quem ela esperava formar uma família, mas anuncia que vai se casar com outra pessoa. De repente, a vida dela começa a desmoronar. Ela sai do emprego e entra ema uma depressão profunda. No auge do seu desespero, ela recebe uma ligação de Satoru, um tio que ela não via há muitos anos.
Além de sua saga pessoal de se reconstruir após os acontecimentos, acompanhamos alguém que não lê descobrindo o poder e a magia dos livros e da leitura, aquele despertar das primeiras histórias, o se conhecer como leitor e como pessoa, que sem dúvida faz parte do processo de forma conjunta. Foi muito interessante notar a questão da percepção daquilo que pensamos sobre nós mesmas e como as outras pessoas nos veem, o que elas pensam de nós.
— Não acho que seja importante alguém ser conhecedor ou não. Na verdade, nem eu sou tão conhecedor. O mais importante é encontrar um livro que toque o coração.
A história é provida de belos cenários e uma discrição na medida exata para nos fazer sentir caminhando com os personagens, porém fica o aviso que algumas cenas precisam do mínimo de conhecimento da arquitetura tradicional japonesa para serem mais gráficas na imaginação de quem está lendo.
Essa história, sem dúvida, teve o personagem secundário roubando a cena, porque sem dúvida Satoru se destaca muito, com sua excentricidade e a visão de mundo que só alguém que saiu em busca de si e descobriu na livraria Morisaki, que está na família há três gerações; um pequeno espaço, em um prédio antigo, em Jinbôchô, o bairro das livrarias de Tóquio, o seu lugar no mundo. A discussão sobre que às vezes é preciso se perder para se encontrar foi colocada de uma forma bem sucinta, mas bem trabalhada.
Amar é maravilhoso, por favor, não se esqueça disso. As memórias de amar alguém nunca desaparecem completamente do coração. Elas continuam aquecendo os corações das pessoas para sempre.
Takako foi traída, porém seu tio foi abandonado pela esposa Momoko, que vem a ser uma personagem importante no segundo momento da história. É aqui que as diferenças culturais ficam mais marcantes, porque ao contrário da forma passional como nós lidamos com os relacionamentos, seja no nível familiar ou amoroso, a história mantém um tom quase anticlimático, porém muito condizente com a sociedade japonesa.
Entre descobertas pessoais, Takako vai aprender a conhecer o local onde está morando, tantos de nós vivem em um lugar por anos e conhecem tão pouco sobre esse mesmo lugar, que foi interessante notar a verdade dessa situação, não apenas no livro. O amor pelas cafeterias e literatura vai deixando a trama mais próxima, e caso você seja da turma que prefere chá, no Japão é algo que não falta, risos. E nesse cenário, os novos personagens trazem mais riqueza à trama e colocam a questão central de que sempre é possível recomeçar, em primeiro plano. Takako acaba por conhecer Wada, um jovem editor que trabalha ali perto e que também está passando por um momento difícil. E parafraseando, o que a literatura une o homem não separa. Boa leitura e divirta-se!!
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