Olá, pessoa! E olha eu aqui falando outra vez de romance de época, e dessa vez da Lisa Kleypas!! Já perceberam a zona de conforto, não é?? Sim!! Sempre que preciso de uma leitura mais leve e com muito amor e conteúdo, me refugio nos romances de época e agora vou contar um pouco sobre essa leitura.
Dessa vez me senti lendo uma releitura, muito boa por sinal se for esse o caso, de A Bela e a Fera. Zachary Bronson construiu um império de riqueza e poder. Agora ele está procurando uma esposa para ajudá-lo a garantir sua posição na alta sociedade e aquecer sua cama. Já viu que sutileza não temos (risos). Zach (para as íntimas) é um representante dos comuns, que ousou ser rico através do trabalho. Algo que a não mais proeminente realiza inglesa não aceita, mas tolera. E estamos vivendo aqui o período da industrialização.
Agora, aqueles aristocratas mimados podiam se dar ao luxo de olhar com desprezo para um homem que provavelmente se parecia mais com seus venerados ancestrais do que eles próprios.
Porém tudo que Zach não consegue comprar é o berço de ouro, mas está disposto a fazer tudo para conseguir que ao menos sua irmã tenha o refinamento necessário para um bom casamento. Para isso Zachary faz à Holly uma oferta chocante e, ao mesmo tempo, irrecusável. Ela, uma viúva que cumpriu o ritual de luto obrigatório e agora vive em honra da lembrança de seu falecido marido, se vê em uma situação limite.
A questão do luto é tratada historicamente pela autora e pode soar cansativo para a mulher moderna. Afinal, o ponto de referência da vida da mulher é o marido, porque ele representa seu status social, sua segurança econômica, sua posição na sociedade e também o seu presente e futuro. Holly tem tudo isso tirado e é deixada com os irmãos do esposo e uma filha pequena nos braços. Além da tristeza pela morte do marido, assume de forma pouco natural, mas esperada pela sociedade, o papel de manter a memória do marido viva. Isso fica cansativo na história, fica. Mas imagino que viver exatamente assim era muito pior. Caso queira entender melhor isso, pesquise a vida da rainha Vitória, sim a que dá o nome a “Era Vitoriana”, em que se passa essa história e você vai, assim como eu, encontrar uma inspiração para nossa Holly.
Com frequência, cumprir o próprio dever terminava por causar dor e infelicidade, mas, em última análise, a pessoa era consolada pela certeza de que havia vivido com integridade.
Holly foi moldada e lapidada para a sociedade e diante a possibilidade de dar um futuro muito mais próspero a sua filha, decide usar seus privilégios de viúva e arriscar ser governanta, mesmo ao preço de ter sua reputação arruinada, pelo que a sociedade considera uma indignidade por parte da filha de um nobre, em trabalhar como governanta, tutoriando a irmã de Zach e ainda mais por conseguir viver com ele na casa de sua família.
Nessa história você encontra a narrativa fluida da Lisa, que mesmo nos pontos que as amarras das etiquetas deixam a mocinha em um estado tedioso, entre fugir ou ficar em várias atitudes, o contexto histórico correto e um romance que vai crescendo devagar, até entrar em um ponto de fervura avassalador para ambos. E mesmo com uma experiência muito convencional nas artes do amor com o marido, ela se liberta nos braços de Zach, então espere cenas bem quentes. (Gente em romance de época dizer que eles vão ficar juntos não é spoiler então, tudo certo).
Cada sonho, esperança e ambição de sua vida combinados eram apenas uma pequena chama em comparação com as labaredas de emoção que ardiam em seu âmago.
Lisa nesse livro destaca de forma incrível os personagens secundários, tanto que eu amaria um segundo livro trazendo um pouco mais dos destinos deles, no final achei que a autora pesou a mão aonde não precisava e poderia ter gastado mais tempo com as histórias deles. A dignidade da mãe de Zach deixa qualquer pessoa sem palavras e a questão de merecimento é muito bem trabalhada. A filha de Holly rouba as cenas e posso dizer que me encantei.
As pontas soltas ou com um final não tão bem detalhado roubaram um pouco do brilho, mas não chegam nem de perto a estragar a história. Eu acredito que quem já é fã da escrita da Lisa, vai amar ler e conhecer esses personagens. Quanto às críticas sobre o tempo do luto, cada um tem o seu próprio tempo, não existe uma medida para isso e precisamos ter uma boa dose de empatia para com as personagens e as pessoas da vida real. Foi uma leitura muito divertida e ótima para evitar uma ressaca literária. Boa leitura e divirta-se!
Informações Técnicas do livro
Lisa Kleypas
Título Original: Where Dreams Begin
Tradução: Ana Rodrigues
Ano: 2022
Páginas: 336
Editora: Arqueiro
Sinopse:
Zachary Bronson construiu um império de riqueza e poder. Agora ele está procurando uma esposa para ajudá-lo a garantir sua posição na alta sociedade e aquecer sua cama.
Lady Holly Taylor está destinada a passar a vida obedecendo às regras da alta sociedade, mesmo quando elas vão contra suas convicções. Após três anos de luto por seu amado marido, ela entende que não vai superar a perda e que jamais encontrará outro homem à altura dele para ser seu companheiro.
Em uma noite mágica, Zachary e Holly se encontram e, sem saber a identidade um do outro, não resistem à faísca que se acende entre eles. Ao tomá-la nos braços, Zachary fica deliciado em ver que o desejo dela é tão ardente quanto o seu. E Holly fica chocada ao sentir o próprio coração voltar a bater forte com o beijo daquele estranho.
Zachary faz a Holly uma oferta chocante e, ao mesmo tempo, irrecusável. Agora ela precisa decidir se vai continuar sendo a viúva exemplar de sempre ou se libertar das convenções e arriscar tudo por essa paixão.
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