04 fevereiro, 2024

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Resenha :: A Villa



Olá, pessoa, sinceramente esse livro me deixou animada,de várias maneiras, para a leitura. Primeiro pelo título, visto que Nora Roberts também escreveu um A Villa, depois pela sinopse, que prometia trazer elementos que eu amo: Gótico e Frankenstein. E, principalmente, um bom mistério. Agora, vou contar o que achei dessa leitura.


Existem 3 linhas narrativas nessa história, que graças a divisão e diagramação ficam super tranquilas de se localizar. A história que ocorre no presente, o livro escrito por Mari — A revolta de Lilith — e a história por trás do crime cometido na villa Aestas, no vilarejo de Orvieto em 1974.


A dinâmica da história ocorre em duas frentes. Na primeira, temos uma modernização e reconstrução do emblemático verão na Suíça, onde Mary Shelley passava férias ao lado de dois poetas ingleses: Percy Bysshe Shelley, seu futuro marido, e o célebre Lord Byron, locatário da residência onde o casal estava hospedado. Com a autora Rachel Hawkins recriando Byron como famoso astro do rock Noel Gordon, o músico em ascensão Pierce Sheldon, a namorada de Pierce, Mari, e a meia-irmã dela, Lara. Acrescentando essa personagem, Lara, que irá junto a Mari funcionar como duplo de Emily e Chess.


Casas guardam memórias. 

— Boa frase de abertura — sussurro. — Mandou bem, Mari. — Afinal de contas, frases de abertura são importantes, e é por isso que às vezes elas são a parte mais difícil do livro.


Se você, como eu, conhece a história por trás da ideia que veio a ser o livro Frankenstein, imagino que você irá apreciar mais as referências e a reconstrução da história, que acontece em 1974. Tal como o monstro Frankenstein, temos uma trama baseada em retalhos, fragmentos da realidade presente e do que aconteceu no passado nessa casa. E com a chegada das duas amigas, Emily e Chess, começa a despertar o passado não apenas da casa, como também de ambas.


Quando jovens, Emily e Chess eram inseparáveis. Porém, agora, aos trinta e poucos anos, a conexão entre as duas se perdeu quase por completo. Mas uma coisa ainda as une: a escrita. Emmy é autora da série de relativo sucesso da detetive Petal Bloom, e Chess é uma tremenda best-seller, guru de autoajuda para mulheres. Ao chegarem na Itália, começamos a descobrir como a amizade delas sempre esteve em algum nível entre o amor e rancor, onde uma competição irracional e até mesmo não declarada, faz com que elas comparem as próprias vidas e acabem uma por ambicionar a vida e as conquistas da outra.


As cabeças se viram quando eles entram, todas voltadas para Noel. Escritores, mesmo os mais bem-sucedidos como Mari, não chegam nem perto da fama de astros do rock.


A própria história da verídica Mary Shelley serve a Mari fictícia, fazendo com que os personagens de 1974 tivessem tantas camadas e facetas que podem levar a uma zona cinza, extremamente bem-vinda entre ficção e realidade. Além de uma amostra muito verdadeira da escrita de um livro, quando Emily compartilha com quem lê suas pesquisas, anotações e conclusões sobre seu tema de estudo para obra ficcional, A Villa. E, me deixou com a estranheza de, apesar da construção de uma “vida” apresentando passado e presente de Chess e Emily, a mesma profundidade dos personagens em 1974 não foi alcançada.


Até a metade do livro é impossível largar a leitura, depois você começa a pausar para teorizar e se irritar com alguns personagens, afinal durante a leitura alguns questionamentos são levantados, ainda que de forma sucinta, mas que geram a reflexão, mesmo que de forma breve. Como os vários tipos de relacionamentos tóxicos, entre familiares, amantes e até mesmo amizades. A cobrança social da maternidade, sobre a mulher e em especial uma limitação ao direito de não querer ter filhos, a oposição entre carreira e maternidade, etc. Tudo isso, envolto em uma trama onde os homens tratam as mulheres como seres descartáveis no ano de 1974 e como posses para uma vida planejada nos dias presentes.


As pessoas nunca somem pura e simplesmente no fim das contas. Restam sempre marcas e sinais.


Eu simplesmente não consegui parar de admirar as referências literárias que iam surgindo ao longo do livro, e até mesmo a filmes e séries. As várias formas de diálogo, seja por telefone, mensagem, textos ou pesquisas em podcasts, revistas e blogs, deixam a dinâmica de conversação realista e moderna, além de adequadas aos personagens em questão. Sendo essa uma ideia nova em uma costura de thriller com gótico, eu acredito que um pouco mais de aprimoramento seria interessante, para não deixar esse gosto de que o passado se resolve plenamente e o presente fica a desejar ou a critério do leitor. Mas com gosto agridoce de rápido e pouco satisfatório. Isso porque a inconstância de Emmy e a dominância de Chess contradizem o discurso anterior de todo o livro, mas ainda pode ser uma forma de a autora mostrar um ponto de vista, sem que esse seja necessariamente agradável.


Essa é uma história que terá algumas leituras bem diferentes, se você escreve músicas ou mesmo livros, vai ver todo um contexto sobre como a escrita acontece e mesmo a inspiração que se mescla com a vida de quem está criando, para formar algo único e muitas vezes ficcional. Dentre tantos outros olhares, como o viés psicológico, social e até mesmo histórico, assim, a história vai se mostrando diferente a cada vez que é lida. Então, boa leitura e divirta-se!




Informações Técnicas do livro

A Villa

Rachel Hawkins

Título Original: The Villa

Tradução: Irinêo Netto

Ano: 2023

Páginas: 294

Edição: Record

Sinopse:

Duas escritoras passam um verão numa maravilhosa villa italiana. Um assassinato ocorrido décadas antes na casa volta para assombrá-las. A villa é um verdadeiro suspense gótico da autora best-seller Rachel Hawkins.


Quando jovens, Emily e Chess eram inseparáveis. Porém, agora, aos trinta e poucos anos, a conexão entre as duas se perdeu quase por completo. Mas uma coisa ainda as une: a escrita. Emily é autora da série de relativo sucesso da detetive Petal Bloom, e Chess é uma tremenda best-seller, guru de autoajuda para mulheres.

Por isso, quando Chess sugere que elas passem um tempo em uma villa italiana, Emily logo aceita a proposta, aproveitando a oportunidade para se reconectar com a melhor amiga e quem sabe retomar um plano do passado de escreverem um livro juntas.

A villa Aestas, no vilarejo de Orvieto, é um destino de férias exclusivo atualmente, mas, em 1974, ainda não era tão famosa, quando era conhecida como villa Rosato. No verão daquele ano, a villa recebeu um famoso hóspede: o astro do rock Noel Gordon, que, numa tentativa de inspirar sua veia criativa, convidou o músico em ascensão Pierce Sheldon, a namorada de Pierce, Mari, e a meia-irmã dela, Lara, para passar a estação inteira na Itália com ele. Entretanto, sem saber, ele deu início a uma série de eventos que levou Mari a escrever um dos mais importantes livros de terror de todos os tempos, Lara a compor de um dos álbuns de folk-rock mais famosos do século XX... e a um assassinato brutal.

Conforme Emily se envolve cada vez mais na complexa história da villa, ela passa a acreditar que há detalhes omitidos nos eventos do fatídico verão de 1974, que talvez o assassinato de Pierce não seja só uma aventura envolvendo sexo, drogas e rock’n’roll que deu errado, mas que algo muito mais sinistro ocorreu ― e que talvez haja pistas escondidas nas agora icônicas obras deixadas por Mari e Lara.

Quanto mais perto Emily chega da verdade, mais aumenta a tensão entre ela e Chess. E, quando segredos obscuros do passado vêm à tona, traições imperdoáveis do presente vêm à luz, e, antes que o verão acabe, a villa parece querer reivindicar mais uma vida.

Inspirado em Fleetwood Mac, nos assassinatos da “família” Manson e no infame verão que Percy e Mary Shelley passaram com Lord Byron no Château de Chillon ― onde nasceu a ideia de Frankenstein ―, A villa é um convite a um legado fatal.


“Um thriller sinistro e complexo.” ― The Washington Post


“Hawkins consegue o que parecia impossível: um romance inspirado em Frankenstein que é ao mesmo tempo original e único.” ― Kirkus




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