Olá, pessoa! Sei que estamos no meio do ano, mas ainda assim, pensando em fazer uma série de indicações natalinas, para pessoas que amam se cercar da temática, decidi ignorar que deveria estar pensando em milho e amendoins e parti direto para as leituras de dezembro. E, decididamente, se você não leu, esse livro é leitura obrigatória em qualquer época do ano!
Como esse é o primeiro livro da trilogia, vamos conhecer um pouco de Dash que resolveu ter seu próprio Natal, aos modos de Esqueceram de Mim, em uma versão mais adolescente e com pais divorciados, então, sim ele está sozinho curtindo sua profunda aversão ao Natal e a tudo que essa época do ano o faz recordar de natais ruins passados.
Amava o adjetivo livresco, que descobri ser uma palavra usada por outras pessoas com tanta frequência quanto fuste, assecla ou abstêmio.
Logicamente, conheceremos Lily, que facilmente seria uma elfa da fábrica de brinquedos do próprio Papai Noel, se certificando que o Natal seria exatamente como deve ser em sua cabeça. Uma lista de tradições e festividades quase saídas de alguma série ou lista de “como ter um Natal perfeito”.
Porém os dois, mesmo tão opostos em relação a data e a época do ano, têm coisas em comum, como a curiosidade, amor pelos livros e, lógico, ambos são adolescentes. Porém, enquanto Dash lida com as excentricidades dos pais, Lily tenta lidar com a frustração de que crescer é ver que não temos controle sobre os acontecimentos, então ela está lidando com o novo namorado do irmão, a viagem de aniversário de bodas dos pais e o avô que também está viajando e pode lhe dar um presente não tão desejado de uma “avó nova” de Natal. E é nesse contexto da vida de Lily, que seu irmão a incentiva a começar o caderninho que dá título a história.
Olhei de novo a página do caderninho e resisti à vontade de virar para a próxima. Ao observar a caligrafia feminina, percebi que confundi um 6 com um 5. A página que deveria olhar era a 65 (não a versão júnior do número do diabo).
Essa história é contada sob dois pontos de vista, serão os próprios Dash e Lily narrando suas histórias. E sinceramente achei a trama tão original, criativa e divertida que acho que seria um ótimo ponto de partida para qualquer pessoa que ama ler. Temos além da curiosidade nata de quem lê, muitas referências literárias, perguntas que descartam amadores e logicamente o desafio.
A narrativa eu achei deliciosa, o texto muito fluido de modo que nem parece ter sido escrito a quatro mãos, a leitura faz você querer ler mais um capítulo mesmo com o sono não concordando com isso, porque os autores souberam dosar tudo para não ficar cansativo, ou mesmo descritivo demais, já que os desafios acabam levando há vários pontos turísticos, o que sem dúvida, na medida exata que foi, só enriqueceu a trama e deu agilidade aos acontecimentos.
Não sou perigoso. Só as histórias são perigosas. Só as ficções que criamos, principalmente quando se tornam expectativas.
Eles acabam sim sendo os opostos que se atraem, justamente por um melhorar no outro as arestas, aumentar o brilho das qualidades e, sem dúvida, ajudar nas dificuldades de forma totalmente não pretensiosa ou calculada, como todo bom relacionamento deve ser. Mas preciso avisar que sim, Boris, ah, ele vai roubar a cena nos últimos capítulos e você vai ter uma surpresa ao conhecer esse serzinho.
É inegável que além do fato dos personagens terem 16 anos, eles vivem a realidade de uma vida, cultura e sociedade bem diferentes da nossa. E nem me refiro a família inclusiva de Lily, mas sim de fatos como a forte presença da cultura judaica, os locais de cartão postal e filmes e, claro, o fato que são Nova-iorquinos. Eu amei muito os “diálogos” via caderninho, já que na realidade são o que são, ou seja, conversa sem poesia.
Mas isso não é uma dança? Isso tudo não é uma dança? Não é o que fazemos com as palavras? Não é o que fazemos quando conversamos, quando disputamos, quando fazemos planos ou deixamos ao acaso? Parte disso é coreografada. Alguns passos vêm sendo feitos há séculos. E o resto, o resto é espontâneo. O resto tem que ser decidido na pista, no momento, antes da música terminar.
No fim, várias questões ficam em aberto, mas como sabemos que existe uma continuação, vamos precisar esperar para ler e saber se essas questões serão logo respondidas. Espero que você dê uma chance para essa história. Eu, com certeza, quero assistir a série na Netflix para curtir esse universo um pouquinho mais.
A edição é muito linda e realmente a cara dos personagens, amei o fato das folhas amarelas, diagramação ótima com a história bem dividida entre quem narra e o dia em que acontece, quase como se lêssemos um diário do casal. Adorei a tradução e não encontrei erros de digitação ou ortografia. Sério quem amou a história, precisa dessa edição na estante. Boa leitura e divirta-se!
Informações Técnicas do livro
O Caderninho de Desafios de Dash & Lily
David Levithan e Rachel Cohn
Título Original: Dash & Lily’s book of dares
Tradução: Regiane Winarski
Ano: 2021
Páginas: 256
Editora: Galera
Sinopse:
Repaginado, de cara – e capa – nova, O caderninho de desafios de Dash & Lily chega agora a sua segunda edição. O livro que inspirou a série natalina Dash & Lily da Netflix.
O Natal está quase chegando, o que é motivo de grande alegria para Lily, que sente que chegou a hora, finalmente, de se apaixonar. Para encontrar sua cara-metade de forma nada óbvia, ela montou, junto de seu irmão, um plano: deixou um caderninho vermelho repleto de tarefas em uma das prateleiras de sua livraria favorita – e mais caótica, vale ressaltar – da cidade, na expectativa de que o cara certo apareça e aceite o desafio.
Dash, que não é exatamente um fã do período natalino, encontra o caderninho na sua também favorita livraria e decide – por que não? – topar a missão. Intrigado e curioso, ele completa as primeiras tarefas, e os dois passam a se comunicar e conhecer um ao outro utilizando como ponte o caderninho, que é deixado e resgatado, a cada vez, em um ponto diferente de Manhattan.
Mas Dash é mesmo o cara certo?
A conexão entre eles é imbatível, no entanto, à medida que o tempo passa, os dois começam a questionar se sua relação está destinada a permanecer apenas nas páginas de papel ou poderão, um dia, alçar voo e ganhar vida e cores.
Será que suas versões em carne e osso conseguirão manter essa crescente sintonia? Ou tudo isso revelará ser apenas uma cômica e desastrosa bagunça?
Co-escrito por David Levithan e Rachel Cohn e indicado ao prêmio Goodreads Choice Awards de Melhor Ficção Young Adult, O caderninho de desafios de Dash & Lily é uma divertida – e natalina – história que fará os leitores vasculharem as prateleiras das livrarias em busca de um específico caderninho vermelho e, é claro, um amor. Perfeito para fãs de Emily em Paris, Para todos os garotos que já amei e A barraca do beijo.
“O livro realmente transporta o leitor para a cidade de Nova York, dando um vislumbre de como é o Natal por lá.” – The Guardian
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