13 julho, 2024

# @efinco # Comédia Romântica

Resenha :: Interseção



Olá,  pessoas, mais uma história de amor pela capa. Sim, a cadeira de rodas e a de rodinhas me pegou de jeito, afinal inclusão na literatura é preciso e a visibilidade aos portadores de necessidades especiais é urgente! Sem falar que a capa é rosa, então, não preciso dizer mais nada. Mentira, vou dizer sim sobre a história.


Vamos acompanhar a história sob o ponto de vista da Catarina, ela literalmente vai nos mostrando que aprendeu a abrir espaço para si dentro da sociedade, que tenta lidar com as dificuldades com locais acessíveis, como restaurantes e casas de festas, além de, claro, precisar de espaço para se locomover como cadeirante em seu local de trabalho. Mas, para aumentar a lista de seus lamentos, que incluem:  admitir que está errada e homens com nomes bíblicos.


Daqui a pouco vai me dizer que o João Pedro é o novo Rodrigo Hilbert.


Além de representatividade PCD (Pessoa Com Deficiência) — preciso pontuar que representatividade aqui é daquelas boas e não panfletagem do politicamente correto — também temos muita brasilidade com a história se passando no interior da Bahia, nos quitutes, como acarajé e vatapá, que Catarina consome na lanchonete de sua melhor amiga, no nome dos personagens, como JPS (João Pedro da Silva). As referências bíblicas são ótimas, ainda mais para quem entende a referência, quando é um pouco menos conhecida, mas ainda sim dentro do contexto super se encaixam e dão uma leveza bem-vinda à trama. Por ser um romance “porta fechada” não entendi alguns termos e carícias mais para o final, ficaram muito destoantes, mas nada que vá ferir o conceito do romance.


Eu odeio ser tratada como o Serviço de Atendimento ao Consumidor ou vista como a recepcionista num grande balcão de informações da vida, mas sinto uma dúvida genuína em seu semblante.


Eu realmente amei o fato de a personagem ser uma cadeirante e apresentar a vida sob essa condição, como é o olhar dela para os “andantes”, como ela sente os olhares sobre ela e também as dificuldades, não apenas na locomoção na cidade, mas de pequenas coisas do dia-a-dia, como a transferência da cama para cadeira de rodas, etc. Sem dúvida, traz riqueza e uma reflexão de forma leve e pertinente. Aos poucos, vamos entendendo a relação dela com a Bíblia e a vida cotidiana, porque os homens com nomes Bíblicos geram uma aversão particular.


A partir da metade do livro, a gente tem uma mudança no ritmo da história, e pode ser porque houve uma virada no queridinho da história. Catarina que me perdoe, mas João Pedro chega, chegando e tomando espaço. Até porque começa a irritar a Cathy não ver um palmo à frente do próprio nariz, tudo bem, eu sei que ao colocar a Cati toda querida e humilde já nos faz fazer as pazes com ela, mas o posto de querido fica com ele, risos, que não perde mais.


Você quer dividir um quilo de sal comigo? Eu espero que sim. Porque comer sal contigo é tudo o que eu mais quero fazer.


Eu gostaria que os personagens tivessem tido mais camadas para dar corpo a trama e, da maneira como ficou, é como se houvesse um segundo livro para dar aos personagens secundários finais que ficaram em aberto e um fechamento mais final de novela ao casal, por quem tanto torcemos por todo o livro. Falando sobre o pano de fundo da história, aviso que é repleta de cultura pop, Rebelde, Crepúsculo e anos 2000, um prato cheio para quem ama. A parte legal é que não achei que as referências ficaram saturadas, o que faz com quem não conhece as referências ainda sim consiga aproveitar bastante. A leitura fechou com o gosto de gostei de ter lido, curti o casal gata e rato e o saldo positivo de um final com coração quentinho. Boa leitura, divirta-se!




Informações Técnicas do livro

Interseção

Vanessa Reis

Ano: 2024

Páginas: 294

Editora: Verus

Sinopse:

Para Catarina, não há castigo maior que trabalhar com um cara implicante. Exceto se apaixonar por ele. Interseção é um romance cheio de bom humor e representatividade, sobre duas pessoas muito diferentes que tentam encontrar seu ponto em comum.


Catarina tem aversão a apenas duas coisas: admitir que está errada e homens com nomes bíblicos. Até ser forçada a dividir uma sala pequena demais para abrigar a teimosia dela e o ego de seu novo colega de trabalho: JPS, o terceiro item recém-adicionado à sua lista de aversões. 

Disposta a não facilitar a vida de JPS, ela mantém a atenção nele, supervisionando todos os seus movimentos, entregando-lhe a sua pior versão. E passar tanto tempo na companhia irritante do novo colega faz Catarina pensar que ele, talvez, não seja tão ruim. Ou tão chato. Ou tão incompetente.

Agora, Catarina e JPS precisam trabalhar juntos em um projeto importante antes que o pior aconteça. Antes que eles se matem? Não. Antes que se apaixonem.


“A voz da Vanessa é única. Ela escreve prosa que soa como poesia. Romance que diverte como comédia. Interseção é uma leitura imperdível para quem ama personagens perfeitamente cativantes em suas imperfeições!” – Gabriela Graciosa Guedes, autora de Primeiras más impressões


“Interseção é um presente para quem ama romances, sobretudo para quem ama ler;é uma comédia romântica à brasileira.” – Debora Theobald, colunista do site Valkirias


“A representatividade não é uma ferramenta de roteiro, é mais um detalhe na composição da personagem riquíssima, e essa talvez seja uma forma muito relevante e pouco difundida de se colocar em pauta a representatividade de uma população minorizada. E isso é o que mais destaca a escrita de Vanessa Reis.” – Anna Carolina Ribeiro, autora de Anima mundi 

“Em Interseção, Vanessa Reis brinca com o gênero comédia romântica. É uma história envolvente, com personagens que poderiam ser as pessoas que nos rodeiam (principalmente os coadjuvantes, todos incríveis!), é divertimento puro e simples, gostoso como um abraço forte e apertado.” – Leandro Faria, autor de Natureza perversa




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