Olá, pessoas, sabe quando você tem a oportunidade de ler um livro que amou a capa e criou várias teorias sobre o título e, já no começo da leitura, precisa se preparar muito mais do que poderia ter suposto? Enfim, se respondeu sim a essa pergunta sabe exatamente como me senti ao abrir as primeiras páginas dessa história.
Todo romance é biográfico, foi a primeira reflexão, afinal mesmo a personagem principal não tendo de fato existido, a história será sobre a vida dela, personagem. Então, o que separa esse livro do romance é o fato de a personagem não ser ficcional. E acho que é nesse ponto que a empatia acontece de forma mais imediata, sendo menos necessário páginas e páginas para que aconteça, e claro saber de antemão que a personagem continua viva, em um livro que aborda alguém com uma doença sistêmica e sem cura, apenas tratamento é sem dúvida um grande alívio e incentivo à leitura. Essa história está em sua segunda edição, conhecemos o processo da escrita, que envolve desde a ideia até o lançamento e isso também amplia essa conexão.
Garanto que escrever este livro com Alessandra nos aproximou muito mais e nos tornou cúmplices desse maravilhoso exercício.
O título, por si, envolve muitas reflexões, desde o processo da metamorfose que nos leva a saber que este será um romance de formação, como também ao crescimento e desenvolvimento que culmina em um ser que, além de belo, tem asas e não ficará preso a limitações terrenas, nos fazendo através do subtítulo ficar ainda mais ávidos por conhecer Maria Conceição Costa Tavares, mocinha desse livro, e como notamos, ao final da leitura, heroína de sua própria história.
Achei interessante notar o passo atrás na história de Maria Conceição e o contar sobre a família em que nasceu, os laços que a forjaram e como foi o desenrolar para que ela se firmasse em bases que a fariam a mulher que veio a ser, sem que com isso criasse um ponto de lentidão na história. Mas mostra que ninguém é uma ilha e em uma biografia de onde viemos, revela muito a forma como enfrentamos a vida e molda as decisões que tomamos.
Foi assim que a criança Conceição aprendeu a viver, não levava desaforo para casa, era a única maneira que ela encontrava de se impor, não iria deixar ninguém a humilhar por sua condição de saúde.
Foi interessante notar que nos anos antes do casamento, se era mais tempo criança, porque quando a adolescência chegava, também vinha o casamento e um abrupto lançamento para a vida adulta, quando pouco se preparou enquanto jovem. O que de forma inegável, além da comparação, faz uma reflexão quase compulsória com os dias que vivemos. Impossível não notar que a guerreira que havia nela não se sujeitaria aos absurdos e que nada a faria levar desaforos para casa.
No meio da história, admito que senti falta de diálogos, que dariam mais ritmo à narrativa, claro que isso não tira de forma alguma o mérito da escrita ou mesmo das cenas narradas, é só algo que senti que teria acrescentado muito a minha experiência de leitura, por aumentar a interação com a história. Contudo, a inserção das fotos, além de trazer esse fôlego a história, aumentam a curiosidade sobre ela, porque estão logo após um momento dramático e muito decisivo na narrativa, não sendo a única surpresa e para descobrir qual seriam essas outras surpresas, precisará ler, porque com certeza, não vou contar.
Pegou o pau de arara, retirando-se do sertão, deixando para trás muita dor, decepção, mas ao mesmo tempo havia a certeza de dias melhores, esmorecer jamais.
Lendo, tive a confirmação de uma crença, que a verdade liberta e realmente saber o que causa a condição de uma doença, acende como uma luz no farol, uma luz que mostra o caminho para uma vida como mais qualidade na questão da condição e até mesmo uma aceitação do ser com tal condição. Criando assim uma libertação não do problema, mas das amarras causadas pelas incertezas da ausência de diagnóstico.
Alessandra avistou sua mãe, que ao vê-la abriu um largo sorriso, e ávida por contar as novidades, sim, Conceição sempre arruma um jeito de driblar os obstáculos e foi logo te contando que tinha sido um milagre de Deus …
Com isso, veio o bater das asas, apesar do que pensamos olhando para a beleza do ato, pouco pensamos na dor e talvez no sacrifício envolvido nesses primeiros movimentos, que ainda não são naturais. E nessa história, vamos sim acompanhar o voo pela perspectiva da borboleta, e entender o processo, fazendo que exista uma beleza ainda maior, que advém da luta e da conquista. Definitivamente, Conceição merecia ter sua história, escrita e contada.
Pauso minhas impressões aqui, porque muitas emoções ainda se passam na história e, também por quem a lê, e você querida pessoa merece ter essa experiência sem maiores informações, porque cada uma delas faz a leitura ainda melhor. Então, recomendo que leia, emocione-se e divirta-se!
Informações Técnicas do livro
As Asas da Borboleta: saindo da dor para o renascer
Maria Angélica Almeida e Alessandra Tavares
Ano: 2024
Páginas: 132
Editora: Filos
Sinopse:
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