Eu terminei o livro anterior em uma empolgação que me faria ter lido esse antes se não fossem as outras obrigações de leitura (sim, tenho livros esperando sua vez e me julgando cada vez que penso em passar outro na frente). Mas, desde já, aviso que essa série é daquelas que só quem lê entende porque tem tantos volumes, e porque os leitores não querem nem ouvir falar em final.
Como cada livro é focado em um caso, novamente aviso que não é necessário ler em ordem, mas reafirmo que vale muito a pena ler na sequência correta para ver a evolução do casal Eve e Roarke.
Começamos essa história com Dallas lidando com uma sequência de assassinatos que são cometidos por um assassino que tem o cérebro de um gênio e o coração de psicopata, que assombra a polícia com charadas e pistas codificadas a respeito dos crimes que está prestes a cometer. Mas essas charadas são sempre decifradas tarde demais, momentos depois de a vítima ser assassinada.
Acendeu as velas, cruzou as mãos e, deixando a cabeça pender sobre o peito, rezou com a paixão daqueles que têm fé e também a paixão dos loucos. Pediu graças e se preparou para matar.
A frustração fica evidente ao encontrar o primeiro morto esquartejado no apartamento onde ele morava. O segundo, em um luxuoso apartamento anunciado para locação. A única ligação entre os dois homens é o mordomo Summerset — amigo de longa data de Roarke —, e isso vai tirar alguns esqueletos do armário.
Eve reafirma sua posição de sobrevivente. Ela não quer e não aceita ser protegida e a única opção é seu marido revelar um segredo assustador, algo ocorrido há dez anos. Porém, mais uma vez, isso a faz colocar o amor e o dever em julgamento e sua balança não conta com um equilíbrio justo a respeito de seus sentimentos.
Eu gostei muito de ler como a autora coloca que o casamento não é apenas o amor, é necessária adaptação e tanto dar quanto receber e que um diálogo franco e sincero é sempre o melhor caminho. Afinal, o casal não deixa nenhum assunto sem ser encarado de frente ou uma porta fechada entre os dois.
— Eve... — Roarke colocou a mão no rosto dela, acariciando-o. — Desde a primeira vez em que coloquei os olhos em você, todas as outras mulheres deixaram de ter importância.
Outra coisa é que nesse temos o fechamento de um ciclo na vida de nosso nem tão mocinho, que realmente mostra que o peso de um passado mal resolvido pode ser muito maior do que aquele que temos consciência. Mas que os amigos mais antigos, não podem ficar legados ao museu da memória.
Adorei o fato de o assassino ser de uma vertente totalmente diferente da anterior, foi uma sacada genial, porque traz vários debates importantíssimos à trama e para quem está lendo.
Vale dizer que o núcleo de personagens secundários da trama é tão fantástico que não dá para acreditar na conexão que criamos com eles a não ser lendo e criando o mesmo sentimento! A Peabody está a cada dia mais amiga e menos subordinada, as tiradas dela são maravilhosas e quebram o clima tenso. Nadine e a Dra. Mira continuam se mostrando uma profunda admiração e amizade por Eve, além de roubarem a cena quando estão na história. Feeney fica de fora dessa (Sério! Que férias longas!!), mas volta ainda nesse livro. A novidade fica por conta de McNab, ele dá conta do recado, mas me deu nos nervos em algum momento, ainda assim fiquei na torcida para que tenha vindo para ficar nesse time maravilhoso, porque já tem shipp.
Quando teve certeza de que estava sozinho, ele (Roarke) se sentou no segundo degrau da escada e enterrou o rosto entre as mãos, enquanto sentia a dor que pensava ter superado há muito tempo voltar a inundá-lo, renovada, quente e amarga.
Eve tem o mesmo dilema e peso que várias mulheres: o da eterna busca pela perfeição, pelo alto desempenho. E nesse um ano de casamento, seu marido tem sido o peso para equilibrar a balança. As cenas que ele a convence de comer, descansar, fazer amor en um maravilhoso banho... são de uma delicadeza ímpar e deixam claro que não é o dinheiro que faz de um homem um bom marido, e sim o amor, afeto, cuidado e respeito. Ele pode dar o mundo a ela, mas nada é mais precioso que o amor que ambos sentem.
Termino dizendo que não suspeitei da identidade do vilão, mas adorei as reviravoltas e surpresas que vieram de forma muito satisfatória e sem correria. Sério que eu tinha uma “pulga” com certo personagem e fiquei de cara com o que se revelou.
Foi um livro que eu não conseguia dizer é perfeito e não conseguia parar de ler. Vai entender cabeça de leitor, mas, gente, eu terminei a leitura apaixonada e já querendo ler o próximo e, claro, vir aqui compartilhar com vocês.
Informações Técnicas do livro
Vingança Mortal
Série Mortal #6
J. D. Robb
Título Original: Vengeance in Death
Tradução: Renato Mota
Ano: 2006
Páginas: 392
Editora: Bertrand Brasil
Sinopse:
No mais recente caso da tenente Eve Dallas, entra em cena um louco altamente especializado em eletrônica. Ele tem o cérebro de um gênio, mas o coração de um assassino que assombra a policia com charadas e pistas codificadas a respeito dos crimes que está prestes a cometer. Mas essas charadas são sempre decifradas tarde demais, momentos depois de a vítima ser assassinada. Dallas encontrou o primeiro morto esquartejado no apartamento onde ele morava. O segundo, num luxuoso apartamento anunciado para locação. A única ligação entre os dois homens é um segredo assustador, algo ocorrido há dez anos. Um mistério compartilhado por Roarke, marido da tenente. Algo leva a crer que, nesta sexta trama da famosa série de romances policiais futuristas que Nora Roberts escreve sob o pseudônimo de J.D. Robb, exista uma Vingança Mortal.
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