Resenha :: Lady Audácia (Damas de Aço #1)
Elis Finco
abril 12, 2020
3 Comentários
Olá,
quero falar da leitura de Lady Audácia. E desde agora digo,
LEIA se você ama uma história bem escrita, um excelente romance, um cenário
maravilhoso e um pano de fundo com a nuance das melhores histórias.
Mas
vamos à história. Por se passar na Alemanha a história nos tira do eixo
Inglaterra-França, trazendo um frescor ao romance de época que nós lemos. Outra
coisa é começar com o período onde a indústria e seus industriais começam a ter
força econômica frente ao poder dos títulos de nobreza.
Por
nosso nobre, o Duque de Württemberg,
ser um soldado em dispensa por acidente em campo de batalha, começamos e ver as
sutis diferenças com a nobreza inglesa que não manda seus nobres a campos de
batalha. Porém, além disso, somos surpreendidas por qual ferimento quase mortal
deu a Dietrich a baixa honrosa. Nenhuma sociedade de época se furtaria ao
prazer de fofocar sobre onde ele foi alvejado. Justo em seu orgulho e sua
masculinidade.
— Mulheres em grupos disputam espaço com os castigos do inferno.
Mas
alvejado ou não em suas partes, ele precisa cumprir com o primeiro dever do
ducado que é gerar herdeiros, mas em situação delicada sobre sua masculinidade
e totalmente avesso ao casamento, vê em Emma Thiessen, filha do meio do maior
industrial do aço, uma jovem de aparência frágil, a chance de se livrar da mão
de ferro da mãe.
O que
certamente ele não esperava era que, por trás da saúde frágil, esconde-se uma
moça inteligente e determinada a fazer algo relevante da vida. E, durante uma
dança, a batalha travada com palavras os levaria a perder bem mais que a
compostura, perder as barreiras que protegiam seus corações.
Sua delicadeza e personalidade de um cacto lhe eram simplesmente irresistíveis.
Assim o
convite à leitura vem irresistível e já nos primeiros capítulos é impossível
largar essa história que, além de bem contada, traz cenas idílicas de um lugar
que pouco visitamos na leitura, personagens com a mente e as palavras afiadas e
com tiradas inteligentes que te conquistam de forma irrevogável. O humor não é
um traço germânico, mas quando surge é como o sol após um dia de nuvens negras,
simplesmente é impossível não se maravilhar.
Outra
coisa que observei foi o uso das expressões em alemão, que vem, de forma
inteligente e bem colocada, acrescentando a trama sem cair, em momento nenhum,
no tom novelesco de quem joga a palavra apenas para lembrar onde se passa a
história. Ao contrário, é de uma riqueza que faz o cenário dos castelos, campos
e casas serem vividos na memória e te fazem rir tentando ler aquelas palavras
sem enrolar a língua. Acho que a magia se faz por serem como “mein Lieber”, mesmo sem saber a
tradução você sente que é um elogio, mesmo antes de buscar no Google Tradutor e descobrir que
significa: minha querida. É o não
precisar de tradução que acrescenta tanto a fala, a palavra “canta” a emoção com que foi dita.
— Meu coração pertence agora a você, Häschen.
Um dos
pontos altos para mim foi Dietrich não ter se redimido das libertinagens em um
passe de mágica, que sua desconstrução enquanto um nobre indolente foi sendo
feita aos poucos, a parte de que ele não se exime ou tenta amenizar seus erros
com mentiras. Amei a honestidade cheia de remorso, mas cheia de honestidade da
parte dele. Emma também se mostra fiel a si mesma, mesmo quando ela precisa aprender
que seus sonhos não eram exatamente pelo motivo que ela afirmava. Ambos crescem
durante a trama, mas sem perder as suas próprias características.
Outro
ponto delicioso na trama são os personagens secundários que começam a gravar em
sua mente e coração as próprias histórias que serão contadas nos dois próximos
livros. Ah! Não tem como não saber que nenhum personagem está ali por acaso, o
que te faz pensar: preciso do próximo
livro no meu Kindle para ontem e os físicos na minha estante para logo! Porque
o final canta ao coração e faz você se sentir em plenitude mesmo em ansiedade
pela próxima história.
Do alto de nossa soberba, não vimos que estamos atrapalhando o caminho, mein Lieber. Ou aprendemos a rolar, ou o progresso passará sobre nós.
Como
sou fã da autora, amei a primeira escrita dela nesse gênero, porque dá para ver
em cada página que o DNA dela está impresso e, como nas histórias anteriores,
mantém personagens com diálogos surpreendentes e cheios de inteligência, humor
e um toque de sabedoria em nos mostrar que algumas lutas existem desde que o
mundo é mundo e quem veio antes de nós deve ter seu legado honrado com a
continuidade dessas lutas até que haja a comemoração pela vitória derradeira.
Nota ::
Informações Técnicas do livro
Lady
Audácia
Damas
de Aço #1
Ano: 2020
Páginas: 353
Editora: Independente
Sinopse:
Reino de Württemberg, 1871 — Tudo que o
duque de Württemberg faz desde que foi constrangedoramente alvejado na guerra é
embebedar-se e fugir das demandas da mãe, que quer vê-lo casado e produzindo
herdeiros. Mas se tem algo que Dietrich teme mais do que tiros, são as
mulheres. Cruéis, elas conseguem ser piores que suas lembranças das balas
ricocheteando sobre a cabeça. Ele prefere as trincheiras aos bailes, onde seu
acidente - e fracassos justamente naquela área - rendem mexericos infinitos.
Emma Thiessen, filha do meio do maior
industrial do aço, foi criada em uma redoma, como uma flor vulnerável. Mas por
trás da saúde frágil esconde-se uma moça inteligente e determinada a fazer algo
relevante da vida. Assim que a rigorosa governanta dos Thiessen se ausenta, ela
espalha seus mapas pela sala e estuda maneiras de unir-se à aclamada expedição
do maior naturalista do reino rumo à África. Ela se recusa a ser uma inválida.
Quando o destino a coloca frente a frente
com o mais irritante, indecente e mal falado dos homens, o Duque de
Württemberg, ela o repele. Obrigada a dançar com ele, convence-se que só
precisa tolerá-lo por uma dança e nada mais. Mas uma dança seria tempo
suficiente para se apaixonarem? A resposta seria não, se não fosse por um
detalhe: a inexplicável e incompreensível reação do duque à sua audácia...
Para
comprar:
► E-book