Olá, pessoa do Clube!
Eu venho compartilhar a leitura do livro O Flagelo de Dernessus, a
continuação de Maretenebrae, que você pode conferir a resenha feita pela Milly, clicando aqui. Sei que
não estou à altura dela, mas farei meu melhor.
A história começa do exato ponto onde o
anterior havia parado, sendo fundamental ler o livro anterior antes desse. O
começo se dá no Pico das Tormentas, onde nosso pequeno grupo luta pela
sobrevivência em meio a uma terra assolada pela guerra e pela doença. Com o trono
vazio e a queda de Sieghard, as esperanças recaem sobre o único homem capaz de
conseguir a resposta para a redenção do Reino, Petrus de Bogdana.
Porém a indiferença é covardia, inépcia e parasitismo. O indiferente é o peso morto da história.
Vale ressaltar que a narrativa continua em terceira
pessoa e a história vai se desenrolando de uma maneira um pouco diferente do
livro anterior, porém muito interessante e trazendo algo novo. Já na primeira
parte do livro tem um compasso de espera e coloca a história em um ritmo mais
lento em um primeiro momento em contraste com o anterior. Porém águas
paradas escondem os maiores perigos, e nesse caso a verdade dessas palavras é
comprovada a cada momento da história.
Por isso, a vida é uma busca constante por algo que nos identifique, algo que os homens vulgares costumam chamar de vocação. E é exatamente essa busca que nos leva às virtudes que me refiro.
A saída do pico das tormentas marca bem a mudança
de ritmo da narrativa, e quando Petrus de Bogdana, agora portador dos mistérios
do Oráculo do Norte, ao estar de posse da revelação do primeiro segredo, se
junta aos outros, uma nova jornada começa. Mais que passos e disposição, uma
incrível necessidade de lógica e dedução se fazem necessárias nessa nova etapa
da jornada, com uma tarefa ainda mais perigosa na existência de um traidor
entre seus compartes, trazendo uma dualidade até então não tão delimitada na
história.
Quem há de trair ainda sim parece fazer parte dos
planos de Destino, que ora revela caminhos e direções, ora parece esperar as
decisões de cada um para que aconteça o que está destinado a
acontecer. Guiados por um insólito artefato, os peregrinos iniciam
uma nova jornada rumo ao desconhecido: as Terras-de-Além-Escarpas. O que
acrescenta, além de novos personagens, um vigor a mais a trama, em especial por
terem um destaque importante.
– A mais triste das mortes... – Victor olhava para o céu e falava ao mesmo tempo – é aquela do homem que viveu sem coragem de morrer pelo que é certo.
À medida em que avançam mais de cada um dos
peregrinos é revelado, mais de suas histórias e motivações e também mais da
história da própria Sieghard, que, além do passado conhecido, parece esconder
muito ainda a ser revelado àqueles que seguem o rumo que acreditam ser o da vitória.
Com capítulos curtos e as novas revelações, a trama
ganha uma dinâmica interessante e alinha muito bem a continuação no próximo
livro, afinal várias novas perguntas merecem respostas, algumas questões novas
são colocadas e a curiosidade de quem ler fica elevada a máxima potência, com
mortes que acontecem e profecias que se cumprem. Outro ponto interessante
foi notar os contrapontos com o livro anterior, as referências presentes no
primeiro livro e também neste segundo, e, claro, a mudança de clima e cenários
que tão bem fizeram a trama e a leitura, por exemplo, enquanto no livro
anterior sentimos o calor do sol nas costas durante a jornada, frio intenso e
grandes “desertos brancos” marcam a passagem desse segundo tomo.
Mas lembrem-se: os amigos nós valorizamos. Os adversários, nós respeitamos – terminou seu sermão e os soltou.
Por se tratar de uma continuação, as partes
descritivas ficaram focadas nos cenários e nas lutas e também a presença da
magia mais forte, as consultas aos mapas presentes no livro ficaram ainda mais
interessantes. Tem vários aspectos que gostaria de narrar, mas me privo de
fazer em prol da leitura de quem ainda não o fez. Caso tenha feito, sinta-se à
vontade para conversar comigo sobre.
Li a edição impressa, com ótima encadernação,
ilustrações e mapas, uma excelente qualidade de impressão e papel amarelo.
Gostei da diagramação e da revisão. Uma capa na linha do anterior, mas que
igualmente “fala” a história narrada e que após a última linha ganha ainda mais
importância. Conta ainda com um conto extra, linhagem dos reis e anexo com
partitura e letras das músicas. Um trabalho realmente lindo.
Avante, rumo ao
próximo livro.
E que a Ordem os
guie.
Nota :: 


4,5




Informações Técnicas do livro
O
Flagelo de Dernessus
Maretenebrae #2
Ano:
2017
Páginas:
292
Editora:
Estronho
Sinopse:
Província de
Sumayya, Sieghard, ano 476 após unificação.
No Pico das
Tormentas, um pequeno grupo luta pela sobrevivência em meio a uma terra
assolada pela guerra e pela doença. As forças da Ordem perecem frente ao
exército do Caos, dado como indestrutível. Sir Nikoláos de Askalor e o Rei
Marcus II, o Ousado, já não figuram entre os sobreviventes. Com o trono vazio e
a queda de Sieghard, as esperanças recaem sobre o único homem capaz de
conseguir a resposta para a redenção do Reino, Petrus de Bogdana, agora
portador dos mistérios do Oráculo do Norte. No entanto, proteger o fadário da
pátria torna-se uma tarefa ainda mais perigosa na existência de um traidor
entre seus compartes. Guiados por um insólito artefato, os peregrinos iniciam
uma nova jornada rumo ao desconhecido: as Terras-de-Além-Escarpas. Às suas
preocupações, soma-se a responsabilidade direta pela realização de um plano de
Destino - que poderá levá-los a grandes recompensas ou a terríveis perdas.
Seriam eles capazes de cumpri-lo?