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03 maio, 2019

Resenha :: O Farol e a Tempestade

maio 03, 2019 6 Comentários

Olá, faroleiros. Com imensa alegria e honra, venho falar aqui no Clube desse livro que cumpre a promessa de ser um dos grandes lançamentos do ano em terras brasileiras. Primeiro romance do já publicado e consagrado Romulo Felippe, autor que conta com livros publicados nos EUA e na Europa. Ele junta-se à Novo Conceito para presentear os leitores com a obra O Farol e a Tempestade que, para mim, é maravilhoso.


Narrado em terceira pessoa, já no primeiro capítulo vemos a desesperança e desistência de Sam em continuar tentando viver com sua dor. Mesmo sem entender o que fez com que ele chegasse a esse extremo desespero de dor, somos imediatamente cativados pelo personagem e, assim como o gato Charles, começamos a torcer por um desfecho diferente para aquela noite. Contudo, ninguém poderia esperar que a esperança viria por Anne e suas preces para continuar viva, enquanto o avião em que viaja risca os céus em uma bola de fogo em meio a uma tempestade.

E sem ter tempo para nos preparar, vemos nosso desesperançado autor esquecer de suas próprias dores e correr em socorro às vítimas do acidente aéreo. Quis o destino, ou outro sentimento de igual força, que apenas Anne sobreviva ao desastre, tornando-se a missão de Sam: de ajudá-la a se recuperar. E mesmo sem perceber, Samuel teve seu pedido, gritado aos quatro ventos, atendido e ainda ganhou uma companhia para tirá-lo do isolamento que se impôs na ilha, a qual ele submeteu a si e a Charles, o gato.

Por solenes instantes, Sam percebe que a ilha não é tão vazia assim: a presença de Anne torna Farethon um lugar povoado de alegria e de um sentimento novo.


Aos poucos, vamos conhecendo e entendendo aquele que ganhou minha simpatia. Samuel Jones, autor best-seller, que nunca se recuperou desde que perdeu a família em um acidente de carro. E que encontra na luta para com Anne – agora sua hóspede – a recobrar a saúde, algo que lhe motiva, e aos poucos lhes permite ir vendo que existem motivos maiores para viver e continuar, que não só existe dor, sofrimento e culpa. 

— Não sei o que dizer em uma hora dessas, mas você está vivo e, com certeza, eles estão torcendo por você agora. Viva por eles, Sam, porque no fundo é isso que as pessoas que partiram desejam de todos nós.

E, além de Sam, vamos descobrindo junto a própria Anne quem ela é. O que ela deixou a esperando em seu lar e o quanto o mundo pode ser "pequeno" e o universo conspirar a favor daqueles a quais destinou encontrarem uma segunda chance. Ambos sabem que estão fadados a ausência de um passado e a impossibilidade de um futuro, restando-lhes viver o presente em sua mais profunda intensidade. Isso força a quem ler essa história a se perguntar o que faria no lugar de ambos.

— Quero lhe propor um brinde, Anne. Um brinde não ao ontem ou ao amanhã, mas em celebração ao momento mais importante da vida: o agora.

Conhecer a ilha de Farethon sob o olhar de Anne, em companhia de Sam e Charles, é uma aventura que não nos permite parar de ler enquanto não terminar, porque as doses de emoções são maravilhosamente equilibradas para nos levar do mais profundo encantamento ao desespero, como numa montanha-russa. Isso, além de todo o tempo, o passado de Anne e o que será deles após os dias na ilha serem uma dúvida não pequena, tanto para os personagens quanto para quem lê.


À medida que a memória volta a Anne, Sam vê cada vez mais perto o dia em que ela vai partir e ele continuará sua vida na ilha, e isso o amedronta por notar que aquilo que buscava, a solidão, dia a dia passa de benção a sentença. O personagem se pergunta (assim como o leitor) "como viver em Farethon após a partida de Anne"?

— Todos nós temos cicatrizes, seja no corpo ou mesmo na alma. Algumas visíveis e outras escondidas bem no fundo do coração.

Paro por aqui, deixando o convite para você viver essa história em Farethon e, assim como eu, perceber que mais que as circunstâncias, escrevemos nosso futuro através de nossas escolhas e não daquilo que não podemos escolher ou mudar. Que nem mesmo uma tempestade pode ser apenas uma tragédia e que o amor, mesmo para quem já viveu um primeiro amor, é tão ou talvez até mais uma honra ao legado deixado por aqueles que nunca deixarão de serem lembrados ou amados.

E quanto a mim? Quero ser farol!!!!!!!


— Poderosa mensagem? — De amor e fé. De força e superação. De não desistir jamais, como fez a sua mãe ou mesmo seu pai ao lutar contra a fúria da tempestade!

Sobre a edição, eu digo que é um artigo de luxo e extremo bom gosto. A capa é uma foto real de um farol, feita pelo fotógrafo americano Miles Morgan; e é ricamente ilustrado com aquarelas pintadas pela espanhola Paloma Monteiro e pelo brasileiro Sergio P. Rossoni. A editora Novo conceito entrega um livro com diagramação e fonte perfeitas para leitura, em folha "amarela" e detalhes imperdíveis a cada capítulo e rodapé. A edição ainda conta com extras sobre a música que inspirou o final da história e uma breve e interessantíssima nota do autor sobre os faróis.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

O Farol e a Tempestade
E se a vida lhe desse uma segunda chance?
Ano: 2019
Páginas: 304
Editora: Novo Conceito
Sinopse:
Samuel Jones é um autor best-seller que vive recluso em uma remota ilha do Atlântico Norte desde que perdeu a família em um acidente de carro. A partir desse terrível advento, viver passou a ser um martírio, um sacrifício diário. O exílio de Sam, entretanto, ganhará um viés ainda mais dramático quando uma bola de fogo riscar os céus diante de seus olhos no meio de uma tempestade.
Em uma obra do acaso, a fotógrafa nova-iorquina Anne Crawford sobrevive ao desastre aéreo e é salva justamente pelo escritor, quebrando a partir daí a solidão da Ilha Farethon e de seu farol secular. Duas almas marcadas por tragédias. Dois corações despedaçados pela vida. Para Sam e Anne há muito mais em jogo do que fé e paixão, perdão e esperanças. Marcados pela ausência de um passado e a impossibilidade de um futuro, resta-lhes viver o presente em sua mais profunda intensidade. “O Farol e a Tempestade” é mais do que uma improvável história de amor. O romance dramático mostra o quanto somos minúsculos diante as forças do universo e de como a vida é uma surpreendente montanha-russa que nos leva do inferno ao céu em um ato único. O que você faria se a vida lhe desse uma segunda chance?

Para comprar:


O Grupo Editorial Novo Conceito oferece sempre os best-sellers mais aguardados e comentados do meio literário. Em anos de sucesso editorial, foram vários os autores e títulos reconhecidos na principais listas do PublishNews e Veja. O selo Novo Conceito foi desenvolvido para reunir essas grandes publicações, além das novidades e lançamentos internacionais que ainda virão.


 _____Sobre o Autor_____

Romulo Felippe



Romulo Felippe começou a lapidar os primeiros textos  crônicas e versos  aos 9 anos. Aos 12 anos já publicava os seus escritos em jornais locais, iniciando sua paixão pelo jornalismo impresso. Lá se vão três décadas de dedicação às redações, com coberturas realizadas em mais de 20 países e passagens por diversos veículos de comunicação. Além de O Farol e a tempestade, é autor de Monge Guerreiro, também publicado na Europa, e Reino dos morcegos. Romulo mora na ilha de Vitória com a mulher, a empresária Svetlana Bertollo Felippe, é pai de Felippe, Giuseppe e Gianluca, e agraciado com os enteados Ana Paula e Henrique. É colecionador de espadas medievais (e miniaturas de faróis marítimos...), amante da prática de stand up paddle e um apaixonado por livros impressos.

23 abril, 2019

Resenha :: Ao Meu Redor

abril 23, 2019 7 Comentários

Olá, leitor do Clube . Venho hoje falar com vocês sobre uma leitura maravilhosa que fiz. Ao Meu Redor da Elysanna Louzada. Quero começar, dizendo que é um livro que traz uma temática original e lindamente, narrada em primeira pessoa por Maria, uma moça órfã de mãe, que se vê tendo que viver ao lado da tia, e o que lhe deveria ser abrigo serve mais como penitência de um crime não cometido. Afinal, ela não entende o real motivo dos maus tratos que sofre da tia, e já muito nova trabalha com a tia na cozinha de uma fazenda para comer e vestir.


Sendo muito ingênua e numa vida que lhe parece penosa demais, vê em um comerciante, que faz negócios na fazenda, a sua chance de conseguir a liberdade. Sem saber que iria para uma prisão ainda mais dura que a vivida com a tia. A realidade que a tia havia previsto, mais como uma maldição, se cumpre e ela se vê refém de um sádico, que a molesta sexualmente e inflige castigos físicos cada vez que ela tenta conseguir a única coisa que sempre desejou, A liberdade.

Anos mais tarde, Maria Antônia regressa ao Brasil para atender ao pedido desesperado de sua melhor amiga, Sophia. Amiga essa com a qual viveu os piores e mais longos dias de sua vida. Que compartilhou lágrimas e esperanças e que agora precisa mais do que nunca dela. Porém o preço parece ser alto demais, voltar para o local onde seu passado parece se esgueirar por cada esquina e pessoa. Que pode ou não saber quem ela foi tantos anos atrás.


Nesse momento do livro, já estamos completamente dentro da história, acompanhando com sentimentos diversos, porque a autora já deixou claro que tem uma forma muito delicada e honesta de tratar a questão dos abusos às quais as mulheres eram e ainda são submetidas, na escravidão sexual. Nas restrições por ser mulher, e sobre tudo as diversas formas de preconceito, seja por orientação sexual ou cor da pele.

Uma das coisas mais lindas são os diálogos entre Maria Antônia e Joseph que, apesar das dores e das tristezas que ambos carregam, é repleta de compreensão, carinho e apoio mútuo, deixando um alívio na trama muito bem-vindo. 

Mas, claro, que não poderia deixar de falar de Miguel. Ahh! Esse personagem com nome de anjo, que faz jus quando se faz guerreiro, seja em busca ou na defesa do amor. Que por ele é capaz de sofrer e lutar até que o amor que ele sente seja capaz de vencer as dificuldades.


O destaque fica por conta das partes históricas muito bem escritas e colocadas na trama que, para quem já passeou ou conheceu São Paulo, tem aquela sensação deliciosa de revisitar o lugar com um olhar diferente, em preto e branco, recolorido pela narrativa e pela memória. 

E Sophia que traz a história outro tipo de amor. O amor nascido na dor, na luta por um objetivo em comum, de uma história partilhada. E que cria laços tão profundos que nem mesmo a distância e o medo de reencontrar o passado são capazes de impedir o retorno de Maria Antônia.

Todos esses ingredientes compõe essa trama rica, cheia de emoção e drama na medida certa, para expor temas tão importantes e onde o debate se faz necessário. Que ganham, nesse romance, falas verdadeiras e acertadas sobre marcas físicas e emocionais, preconceito e os danos que causam na vida das pessoas. E também, sobre como se permitir viver e contar com os que nos são preciosos, fazem a vida ser ainda melhor de ser vivida.

Encerro por aqui para evitar estragar a sua experiência de leitura, mas leia sabendo que, para mim, Esperança é a palavra que sintetiza essa linda história.


Esse livro conta com uma publicação linda, uma capa primorosa que é super condizente com a história, páginas amarelas e nenhum erro de ortografia e diagramação. Um trabalho, realmente, muito bem feito pela editora Astral Cultural.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Ao Meu Redor
Elysanna Louzada
Ano: 2019
Páginas: 224
Editora: Astral Cultural
Sinopse:
São Paulo, 1923. 
Depois de passar anos escondida na Europa, Maria Antônia regressa ao Brasil para atender ao pedido desesperado de sua melhor amiga, Sophia. A partir desse momento, a vida que ela criou em Paris começa a desmoronar. Ao chegar a São Paulo, ela começa a reviver seu passado e os piores momentos de sua vida, onde ela e Sophia foram mantidas em cativeiro por anos. As marcas e as cicatrizes do passado que ela esconde por trás dos vestidos e saias longas, estão mais vivas do que nunca. 
Dessa vez, porém, ela terá que encarar um contexto totalmente diferente: uma paixão inesperada e, ao mesmo tempo, o reencontro com o seu carrasco.


_____Sobre a Autora_____


Elysanna Louzada


Entreter e educar são os dois principais eixos condutores da carreira literária de Elysanna Louzada. Autora capixaba infanto-juvenil de obras adotadas em escolas e bibliotecas públicas e privadas, já esteve na lista dos 10 mais vendidos da revista Veja (categoria Ebooks) com os romances Uma lição de amor e Herdeiros do Trono, Drama e Fantasia, respectivamente, voltados ao público Jovem/Adulto.
Professora do Ensino Fundamental e Médio por 10 anos, formada em Letras-Inglês-Literatura, Elysanna Louzada iniciou sua carreira como escritora em 2011. Suas obras podem ser encontradas em diversas plataformas, como Amazon e Wattpad, e em lojas físicas.
Em julho de 2014 Elysanna Louzada foi homenageada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo com a Comenda Rubem Braga. Busca parceiros em todo o país para promover o projeto social Biblioteca escolar.
Além da escrita, Elysanna Louzada dedica-se a realizar palestras gratuitas em escolas públicas e privadas para motivar crianças e adolescentes a lerem e escreverem. Seus livros e carreira já foram cobertos por diversos veículos de imprensa nacional. 

09 abril, 2019

Resenha :: Uma Lição de Amor

abril 09, 2019 0 Comentários

O que é o amor? Um sentimento? Emoção? Uma coisa que nos faz perder metade do cérebro? É possível confundir amor com outra coisa? Paixão? Admiração? Gratidão? Amizade? Respeito? Afeição? Ou será que o amor é uma mistura de tudo isso e muito mais, formando uma coisa única? Eu sei que essas perguntas podem parecer meio sem noção ou, para algumas pessoas, sem quase nada de importância (principalmente para quem fala “eu te amo” mais do que fala “bom dia”), mas sabe, no fim das contas, todos nós precisamos de Uma Lição de Amor.


Vovó dizia que Deus havia plantado uma semente no meu coração e que quando ela germinasse eu seria capaz de fazer algo grandioso.

O livro é narrado em primeira pessoa pela protagonista Ana. Ela é órfã e depois de perder também a avó se muda do interior para o Rio de Janeiro para estudar Serviço Social. Enfrentando as dificuldades e medos da mudança de ares, ela conhece e recebe a ajuda de Otávio, que é praticamente um anjo na vida dela, e graças a sua amizade com ele, conhece também o seu irmão gêmeo, Eduardo.

Os dois não poderiam ser mais diferentes em suas personalidades. O Otávio estuda e se forma em Direito, assumindo a responsabilidade de fazer parte dos negócios da família; é mais responsável, pé no chão, é um pilar, uma rocha, é o cara que sempre está lá quando você precisa. O Eduardo, diferente do irmão, estuda e se forma em Medicina, depois de formado entra para o Médicos Sem Fronteiras e, se pensarmos já por esse lado, podemos perceber que ele é mais destemido, ousado, um espírito livre, mas também é um pouco imaturo e inconsequente. Se os dois fizessem parte do mundo distópico de Divergente, em suas facções, o Otávio seria da Abnegação e o Eduardo da Audácia.

Os dois, dentro de suas diferenças, desenvolvem uma sincera amizade com a Ana, mesmo com as diferenças de classes sociais. Mas uma coisa eles têm em comum: ambos são apaixonados pela Ana.


O Eduardo, graças ao MSF (Médicos Sem Fronteiras), passa um ano afastado da Ana, e quando volta está mais maduro e seguro pelo que sente pela sua Andorinha (apelido que ele deu para a Ana), que também começa a sentir mais do que amizade por ele. Mas nada é fácil para esses dois, e nem para o Otávio. E várias reviravoltas levam os três a caminhos não imaginados que podem afetar a vida deles para sempre.

Às vezes, a vida é injusta, não? Tanta gente boa morre enquanto assassinos, ladrões e estupradores estão vivos.

Uma Lição de Amor é dividido em três partes: a contagem regressiva para a doença; o período que abrange a doença e tratamento; e tempos depois, nos dias atuais. E desde o prólogo a gente já sabe que alguém vai ficar doente, só não sabe que doença é e como a pessoa doente vai terminar, então desde o início já dá para prever certo sofrimento, mas, pelo menos eu, não consegui imaginar que seria tanto.


Nenhuma mulher deveria agradecer a um homem por ser íntegro. Respeito é uma regra, Ana, e não uma exceção.

Eu gostei muito da escrita da Elysanna Louzada, ela é do tipo de autora que sabe mexer com as nossas emoções, sem deixar de nos ensinar algo durante a leitura, mas, algumas vezes, eu a achei muito sem coração, até comentei com a Elis (@efinco) que ela parece uma aprendiz de Nicholas Sparks, porque ohh autora que me fez sofrer (Elysanna, cadê seu coração, mulher? ). São tantas reviravoltas, que quando você para de chorar por alguma coisa, já acontece outra e você chora de novo, e de novo, de novo... É praticamente um looping feito de lágrimas. É sério!  Uma Lição de Amor foi o livro que mais me fez chorar em 2018, e olha que eu li muito ano passado e sou chorona por natureza. Então imagine o quanto de lágrimas saiu de mim! O livro físico deveria vir com uma caixinha de lenços de brinde, talvez até duas caixinhas (ou dez ).

Não se deve chorar quando se tem boas recordações, Andorinha. Guarde o choro para quando quiser lavar a alma.

Mas voltando... Eu achei a história bem construída, bem humana. Apesar de abordar diversos temas, não é um livro longo, e como ele flui bem dá para ler rapidinho, mas se você for meio sensível, eu indicaria que lesse aos poucos, dando pausas, para não sofrer e chorar tudo de uma vez.

Os personagens não são um poço de perfeição, eles têm inúmeras qualidades, porém também possuem defeitos, dúvidas, mas evoluem durante o livro. O Eduardo é um personagem que te faz suspirar, mas que também te faz querer estrangular ele. O Otávio é o meu personagem favorito, muitas vezes eu o achei um pouco inseguro (o que é compreensível), mas mesmo assim ele ganhou um quartinho só para ele no meu coração.

A Ana é uma protagonista bem fácil de identificar, gostei muito da maneira como a fé é importante na vida dela, e as dúvidas dela pareciam ser as minhas dúvidas, principalmente na parte do romance, com a espécie de triângulo amoroso que encontramos no livro. Até determinada parte do livro eu ficava meio em dúvida de qual irmão eu gostaria mais que ficasse com a Ana. Um traz um amor mais sem explicação, que só nasceu da amizade, do tipo “quando eu vi, já era amor”, um amor que é como fogo que já chega com tudo; e o outro traz aquele amor construído, conquistado aos poucos, da base ao topo, com cada atitude generosa, sem cobrança, um amor que conforta, que parece uma brisa suave, um mar de águas calmas. E no meio dessas dúvidas sobre o que sente, a Ana se pergunta se sabe o que é amor, e nós acabamos nos questionando sobre isso também.

Um me transmitia segurança, fé e esperança. Enquanto o outro trazia o calor e a alegria de volta ao meu peito. Com Otávio eu me sentia confiante e guerreira. Com Eduardo sentia-me viva.

Uma coisa que eu gostei muito nesse livro foi de como a autora abordou o Médicos Sem Fronteiras, falando um pouco sobre o sofrimento e descaso encontrado, que muitas vezes não é divulgado; ela abordou esse tema tão bem que em muitas partes chega até a dar um aperto no coração, mas também mostrou que tem pessoas que se importam, que fazem o que podem para ajudar o próximo, apesar das dificuldades.

Pouca gente quer encarar o lado negro do mundo.


Preciso confessar que eu enrolei meses para conseguir resenhar esse livro (até preciso pedir desculpas por isso ), não me entendam mal, não foi por não ter gostado dele, nem nada disso, mas pelo tanto de coisas que ele despertou em mim, o tanto que me fez chorar, por me desmontar e montar em inúmeras vezes. Quem leu sabe que é um livro que te faz chorar (muito), mas nem todo mundo que leu vai se colocar no lugar dos personagens, por ter algumas coisas que acontecem na história acontecendo na sua família, e assim, acabar chorando mais ainda, porque fica um pouquinho complicado separar ficção de realidade. Pode parecer meio confuso, ou sei lá o que, mas, nos primeiros meses depois que li, toda vez que eu pensava em algumas coisas que acontecem no livro, eu tinha vontade de chorar e aí não conseguia escrever nada sobre ele a não ser "é um livro que te faz chorar". E isso não valeria como resenha, né?

Sonhei que o amor era simples, a vida era doce e que o vento me levava para lugares maravilhosos, onde não havia dor.

Uma Lição de Amor é um livro que fala sobre perdas, superação, perdão... Mas, principalmente, é um livro sobre amor, em toda a sua complexidade e em todas as suas formas: amor à Deus; amor ao próximo; amor de amigo; amor de família, de filho, de irmão, de mãe, de pai, amor de homem, amor de mulher; amor a si próprio; amor que acalenta; amor que te transborda, amor que traz sofrimento, mas também alegria; amor que pode aparecer do nada, mas que pode ser a base de tudo.


Enfim, se eu indico a leitura desse livro? É claro que sim! Mas, só para avisar, a leitura deve ser feita com uma caixinha de lenços do lado. Até! 


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Uma Lição de Amor
Ano: 2014
Páginas: 246
Sinopse:
Depois da morte da sua avó, Ana Luísa foi para o Rio de Janeiro cursar Serviço Social, mas não imaginou que seria tão difícil adaptar-se à cidade. Quando Otávio, veterano do curso de Direito, apareceu disposto a ajudá-la, ela o viu como um porto seguro. Ele a apresentou à capital fluminense e também ao seu irmão gêmeo, Eduardo. À medida que Ana adapta-se ao Rio, a relação entre os três consolida-se em uma amizade sincera. Mas Eduardo forma-se em Medicina e entra para o Médicos Sem Fronteiras. Depois de quase um ano fora do Brasil, ele retorna amadurecido e disposto a conquistar Ana dando início a um triângulo amoroso que poderá destruir a relação com seu irmão.

Você já se perguntou o que é o amor? Pois é justamente isso que Ana Luísa se pergunta ao pensar nas reviravoltas que o destino reservou para sua vida. Disposta a viver seu grande amor, ela vai descobrir que nem sempre as coisas acontecem de acordo com o que planejamos.
Dramático, instigante e emocionante, Uma Lição de Amor vai colocá-lo diante do inesperado e do improvável apresentando a vida de uma maneira que, talvez, você nunca tenha notado. 


_____Sobre a Autora_____


Elysanna Louzada


Entreter e educar são os dois principais eixos condutores da carreira literária de Elysanna Louzada. Autora capixaba infanto-juvenil de obras adotadas em escolas e bibliotecas públicas e privadas, já esteve na lista dos 10 mais vendidos da revista Veja (categoria Ebooks) com os romances Uma lição de amor e Herdeiros do Trono, Drama e Fantasia, respectivamente, voltados ao público Jovem/Adulto.
Professora do Ensino Fundamental e Médio por 10 anos, formada em Letras-Inglês-Literatura, Elysanna Louzada iniciou sua carreira como escritora em 2011. Suas obras podem ser encontradas em diversas plataformas, como Amazon e Wattpad, e em lojas físicas.
Em julho de 2014 Elysanna Louzada foi homenageada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo com a Comenda Rubem Braga. Busca parceiros em todo o país para promover o projeto social Biblioteca escolar. 
Além da escrita, Elysanna Louzada dedica-se a realizar palestras gratuitas em escolas públicas e privadas para motivar crianças e adolescentes a lerem e escreverem. Seus livros e carreira já foram cobertos por diversos veículos de imprensa nacional.