Mostrando postagens com marcador Novo Século Editora. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Novo Século Editora. Mostrar todas as postagens

07 janeiro, 2019

Resenha :: O Leão do Oeste — A Fúria do Amaldiçoado

janeiro 07, 2019 0 Comentários

Olá faroleiros, que saudades senti de escrever e interagir com todos aqui no Clube!

Como sabem, o Clube do Farol está em férias. Mas isso não impediu que nós, colunistas, deixássemos resenhas incríveis para vocês. Até porque, férias é sinônimo de leituras, não? Por isso trouxe hoje a indicação de uma história primorosa para os amantes de fantasia: A Fúria do Amaldiçoado, da série O Leão do Oeste. O livro foi escrito pelo autor André Carvalho e é o seu primeiro livro publicado.


Diziam as más línguas que o sujeito impiedoso veio em busca da matança. Soube depois que o massacre fora cruel e devastador. A maldição rondara os confins do império e os homens de armas vieram para sepultar os vestígios de sua história. Loucos que queimavam, estupravam e assassinavam. Mas ele veio, com a espada em punho e a vingança nos olhos sombrios.


A história se passa na África Subsaariana. Numa época em que inocentes eram tirados de suas terras natais, escravizados e trazidos ao Império para trabalhar arduamente e enriquecê-los, viveu Kankou Musa. Poderoso e detentor de uma antiga maldição, Musa podia se conectar com os animais da floresta. Ele fora perseguido por isso, e quase foi morto por ser agraciado com uma força que dividia opiniões. Era bom ou ruim ser um amaldiçoado? Muitos viam Kankou Musa como seu salvador e outros como o prelúdio da morte.

A maldição não era intrínseca apenas a Kankou Musa. Ela era uma força arrebatava outras crianças pelo caminho, mas só os fortes sobreviviam ao seu domínio. Como o Império a temia, os amaldiçoados eram caçados e mortos.

Falavam os maldizeres que o sujeito impiedoso veio em busca de justiça. Diziam que vinha do oeste, de onde os homens sofriam com a maldição e as mulheres davam à luz a demônios. De fato, quando ele apareceu trouxe a morte como confrade. E causou tamanha insegurança na aldeia que o incêndio fora a última saída. Eu o vi, e sei que ele também me viu. Se vinha do oeste não sei dizer, mas ele trazia destruição por onde passava.


Em sua jornada para aniquilar os homens que escravizavam o povo e matavam os animais, Musa conhece outro amaldiçoado. Seu nome era Candice. A garota perdida tinha um poder tão forte que emanava de seu corpo atingindo-o e seu exército de animais no longínquo. Ela era pequena, mas esperta para sua idade. Carregava consigo um passado recente de dor e perda. Por um breve momento Candice trouxe a vida de Musa ternura e esperança que tudo pudesse ser diferente.

Só que Mansul, braço direito do Mansa Abubakar e detentor também da maldição, não pensava dessa mesma forma. Ele perseguia e matava os amaldiçoados alegando que só um podia existir para que houvesse equilíbrio.

— Quando fecha os olhos, senhor Kankou, o que você vê? Vejo tantas boas lembranças que tornam a minha vida prazerosa. É disso que somos construídos. Muito do que é ruim pode perdurar para sempre, mas o que é bom é o que o marca de verdade, o que nos faz mais humanos.


Numa história ambientada e marcada por violência, dominação e ódio, surge uma amizade improvável. Um amaldiçoado varrerá o território do Império em busca de vingança. Ele não sossegará em sua jornada até que todos os homens do Império estejam destruídos, os animais protegidos e os escravos libertados. Mesmo que isso custe sua própria vida.

A vingança é o “motor” da trama. Porém aprendemos que ela pode ser o fio de derrocada, pois é um sentimento ilusório e pode ser usado contra quem o carrega. O nosso protagonista vai sentir na própria carne o sabor amargo disso.

 A raiva é uma ilusão, meu filho, você deve usá-la para o bem.

O Leão do OesteA Fúria do Amaldiçoado é uma leitura interessante. Diferente das fantasias que retratam reinos, intrigas e romances, ela tem sua história ambientada numa terra inóspita e pouco conhecida. A simplicidade e as crendices do povo dominado pelo Império são muito bem retratadas pelo autor André Carvalho, já que a África possui uma cultura peculiar. Isso torna a leitura distinta de todas que já fiz.


A amizade entre a pequena Candice e Kankou Musa me arrebatou. A interação dos dois é tocante. Percebemos claramente o quanto a garota amolece o coração do rapaz. Emocionei-me na última cena deles.

Também me prenderam na leitura as cenas de ação e luta muito bem escritas.  E olha que há muitas delas no livro, devido à intenção do autor e o contexto histórico.

Chamam a atenção, as cenas em que o protagonista se conecta com os animais. O autor dá a eles inteligência e sentimentos característicos ao ser humano, o que torna a interação entre ambos cativante. Eles carregam consigo o mesmo sonho de um futuro próspero e pacífico, além do amor que sentem por Musa, que resgatou a maioria de seus companheiros da tortura e da violência nas mãos de homens ruins.


Mestre não podemos vencer, Felina sente o coração martelar e ruge mais alto que o trovão.
Acabou mesmo? Dente serrado afasta a investida de um soldado.
Sim, está acabado, mas para eles e não para nós."

Recomendo essa leitura para todos os amantes de literatura fantástica que apreciam uma narrativa mais rebuscada e muita ação. Agradeço a oportunidade de ler uma obra tão rica e bem escrita como essa.  Parabéns ao autor André Carvalho por nos agraciar com a história de O Leão do Oeste — A Fúria do Amaldiçoado. Fiquei curiosa para saber qual será o enredo do próximo livro!



Nota :: 


Informações Técnicas do livro

O Leão do Oeste — A Fúria do Amaldiçoado
André Carvalho
Ano: 2018
Páginas: 176
Sinopse:
Em meio à África subsaariana, o Império do Manden não é mais o mesmo. Antes imbuído de pacificidade pelo grande conquistador, hoje é esquecido pelos olhos de seus descendentes. Escravos trazidos das fronteiras são maltratados, separados de suas famílias e destinados a viverem na miséria. Assim se passam centenas de anos até Kankou Musa, detentor de uma estranha maldição capaz de conectá‑lo com qualquer ser vivo, desafiar o Império. Nele predomina uma raiva incondicional de seus governantes por eles caçarem amaldiçoados e tratarem pessoas como mercadoria. Enquanto busca por respostas no interior da savana africana, ele conhece uma menina chamada Candice, escrava fugida das montanhas de Bambuque e perseguida pelos temíveis Portadores da Aljava. Com uma forma diferente de ver o mundo, Candice manifesta no amaldiçoado dois inusitados sentimentos: a ternura e a vingança. É quando Kankou Musa começa a executar seu plano mais audacioso: acabar de vez com o Império.


 _____Sobre o Autor_____

André Carvalho


André Carvalho nasceu e cresceu na cidade de Curitiba, PR. Apaixonado por história e cultura geek em geral, sempre esteve atrelado as mesas de RPG e ao costume de construir aventuras fantásticas para seus obstinados jogadores. A paixão pela leitura começou ao embarcar nos mundos fantasiosos de Tolkien, J.K. Rowling e George Martin e evoluiu para tantos outros autores que aos poucos foram conquistando seu espaço. Formado em Engenharia de Computação, busca nos fins de semana um tempo para a escrita e  O Leão do Oeste é seu primeiro livro publicado.


*Exemplar cedido pelo autor

11 maio, 2018

Resenha :: Fangirl

maio 11, 2018 0 Comentários

Simon Snow é uma série de livros famosa que tem milhares de fãs. Cath e Wren fazem parte desse fandom gigantesco. Mas ao ficarem maiores, só uma delas continua seguindo a série com afinco. Cath fez dessa série sua vida. Ela vive por Simon e Baz e é escritora da fanfic de maior sucesso.

Mas ao entrar para universidade, ela se vê dividida entre estudos, namorado e sua história. Ela se vê pressionada à terminar sua história antes do lançamento do último livro e sua tarefa da aula de escrita de ficção. Seria ela, a maior fã de Simon Snow, capaz de conciliar isso tudo?

Às vezes, escrever é como descer um morro, seus dedos tocam o teclado do mesmo modo que suas pernas pisam o chão quando não conseguem lutar contra a gravidade.

Rainbow Rowell escreveu a vida de milhares de leitores e acho que sua própria vida com esse livro. Mesmo que muitos não escrevam fanfics, acabam criando uma em sua cabeça. Eu mesmo estou incluso.

Preciso de um cérebro que possa se libertar, sabe? Preciso pensar. Se não penso, quem sou eu?

Cath é uma menina de dezoito anos, introvertida, que vai à faculdade escrevendo uma fanfic de sucesso. Pena que ela não sai disso. Não evolui nada durante toda história. E tinha potencial para tal. E a maior evolução de sua irmã é o regresso. Depois de tentar ser uma estudante hardcore.

Não se pode desistir às vezes? Não é ok dizer “isso tá me machucando demais, então vou parar de tentar”?

A trama perde muito tempo contando a história da série Simon Snow e acaba só lançando fragmentos da fanfic de Cath, e quase não conta a história da própria protagonista. Não mostra a evolução da escrita de Cath. O livro tinha espaço para isso, mas não o fez. Rainbow Rowell poderia ter focado em três pontos: o primeiro era mostrar a evolução da fanfic de Cath; o segundo era mostrar a evolução da própria Cath para com seu drama familiar; e o terceiro era mostrar seu trabalho escolar. Eu queria muito poder lê-lo, visto que esse drama moldou a personalidade introvertida dela e ganhou um prêmio acadêmico importante. Prêmio esse que gera uma pequena discórdia que todos nós gostamos.

Levou alguns segundos para que as linhas e cores compusessem um rosto que Cath pensou que poderia reconhecer. Nesses segundos, parte de Cath correu até a estranha, envolveu suas coxas com os braços e enfiou o rosto em sua barriga. Parte de Cath gritou. O mais alto que pôde. E parte dela ateou fogo ao planeta só para vê-lo arder.

Mas me pareceu que Rainbow começou o livro com uma ideia totalmente diferente da que termina o livro. Apenas jogando fragmentos de história para conseguir terminá-lo. Um enredo com bastante potencial, com bastante identificação do público que, ao meu ver, foi terminado de qualquer jeito. Mas mesmo isso não me deixou com medo de ler outras histórias da escritora. Enxergo capacidade dela de começar e terminar um livro bom. Por isso da minha nota ter sido duas estrelas.

Escrever é solitário.

Deixe aqui sua opinião se já leu e recomendações dos outros livros da autora. E não se sintam ofendidos de alguma forma pela minha resenha.


Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Fangirl
Ano: 2014
Páginas: 424
Editora: Novo Século
Sinopse (Skoob):
Cath é fã da série de livros Simon Snow. Ok. Todo mundo é fã de Simon Snow, mas para Cath, ser fã é sua vida e ela é realmente boa nisso. Vive lendo e relendo a série, está sempre antenada aos fóruns, escreve uma fanfic de sucesso e até se veste igual aos personagens na estreia de cada filme.
Diferente de sua irmã gêmea, Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath simplesmente não consegue se desapegar. Ela não quer isso. Em sua fanfiction, um verdadeiro refúgio, Cath sempre sabe exatamente o que dizer, e pode escrever um romance muito mais intenso do que qualquer coisa que já experimentou na vida real.
Mas agora que as duas estão indo para a faculdade e Wren diz que não a quer como companheira de quarto, Cath se vê sozinha e completamente fora de sua zona de conforto.
Uma nova realidade pode parecer assustadora para uma garota demasiadamente tímida. Mas ela terá de decidir se finalmente está preparada para abrir seu coração para novas pessoas e novas experiências.
Será que Cath está pronta para começar a viver sua própria vida? Escrever suas próprias histórias?