06 novembro, 2018

Tag Literária :: Chá Quentinho para Outono

novembro 06, 2018 0 Comentários



Olá Faroleiros, tudo bom?

Navegando pelo Instagram encontrei a TAG Chá Quentinho para Outono, a criadora dela é a Lily Nunes do Um Chá de Leitura (@umchadeleitura), caso queira conferir as respostas dela, basta clicar aqui.



 Chá de Camomila — Um livro que acalmou você em situações agitadas: 
O Hobbit foi uma leitura leve e divertidíssima que já me ajudou algumas vezes durante minha vida, um livro que mora no meu coração!


 Chá de maçã e canela combinação perfeita — Um personagem do livro que você se identificou:
Cláudia da série Crônicas Vampirescas de Anne Rice, não consigo nem explicar tudo o que sinto por ela em palavras, não é a toa que tenho ela tatuada.


 Chá mate forte, mas viciante — Um livro que trate de um assunto forte ou delicado, mas você ficou envolvente com a história:
A Bibliotecária de Auschwitz de Antonio G. Iturbe, um livro que me fez derramar lágrimas diversas vezes durante sua leitura, mas trouxe uma mensagem poderosa. Caso queira conferir minha resenha, clique aqui.


 Chá de Hortelã cheirinho refrescante me ajuda a respirar — Um livro com uma história de amor que te faz suspirar: 
Serei meio que obrigada a citar o casal David e Marie, da série Damas Perfeitas da autora Nahra Mestre. Eles me conquistaram de vez!
Caso queira conferir as resenhas da série, clique nos links a seguir:


 Chá de morango, sei que existe, mas nunca tomei — Um livro antigo que muita gente leu menos você: 
Frankenstein de Mary Shelley! Apesar de amar o gênero até hoje não me aventurei na leitura desse clássico, será que consigo o ler ainda este ano?


Abraços e até a próxima!

02 novembro, 2018

Resenha :: Diário do Amor Desenfreado

novembro 02, 2018 1 Comentários

Eu esperei o livro me chamar para ler, não abri, não folheei. Aguardei o momento e deixei que fosse especial. Estou aqui sentada no computador, tentando colocar meu coração em palavras, em frases que consigam explicar o que foi ler esse livro. Tammy Luciano, se eu nunca tivesse lido nada seu, teria me apaixonado por sua escrita nessa obra. Um livro de uma alma absurdamente feminina: livre, presa, guerreira, viva!!


Sem minha mente, todos vão descobrir que meu corpo não tem valor.

Os textos, poemas e sentimentos são de um empoderamento único, do ser e do sentir das palavras às ilustrações. Talvez eu ainda esteja escrevendo a flor da pele, mas a leitura fez bem para a alma, para o ego. Foi como olhar em um espelho e me ver, ver tantas outras: uma amiga, uma irmã, uma mãe e uma filha. E assim, de página a página, fui lendo sobre o amor, mas senti que o amor ali, é o amor próprio, que vem antes de amar outro alguém. Afinal a medida do nosso afeto é aquele que sentimos por nós mesmos. E que quando outros amores vêm, tem mais verdade.


Porque quando estou só, as mentiras gritam comigo. Reclamam seus direitos, minha verdade me trata melhor.

Lendo sobre aquela força de vontade de levantar a cada dia e garantir o lugar ao sol, de tentar, de ser, buscar, se permitir ser triste, mesmo sendo mais vezes feliz. De não ter vergonha de falhar enquanto continua tentando o acerto, de viver cada dia intensamente até que a lua chegue para mostrar tudo igual de um jeito diferente.


Diário do Amor Desenfreado é um mergulho sem igual nos maiores segredos de quem ler. De se redescobrir nas palavras, nas imagens, nas partes em branco. Esse livro é um presente que cada leitor pode se dar, mas não é um livro para ser lido e sim vivido, apreciado, relido. Guardado e revisitado várias vezes, para cada vez poder se perder nas páginas e no final se encontrar melhor, diferente.


Além dos textos primorosos, as imagens, edição, cada detalhe foi pensando pra uma experiência única de leitura. A capa foi feita de maneira impecável reproduzindo a imagem dentro da imagem, com detalhes que a própria autora só reconheceu depois da ilustração pronta, tão ela.  A diagramação e as ilustrações são perfeitas e de uma beleza impar. A editora fez um trabalho lindo com esse livro.


E termino por aqui, afinal "sou dessas".

Sou dessas pessoas diferentes. Odeio ser igual.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

Diário do Amor Desenfreado
Ano: 2016
Páginas: 92
Editora: Qualis Editora
Sinopse:
Um livro com palavras em estrofes que falam de amor, ilustrações mágicas e um diário interativo para guardar suas emoções mais secretas!
Diário do Amor Desenfreado poderia ser considerado um livro de poesia. Poderia, se o trabalho da escritora Tammy Luciano não fosse repleto de novidades e reinvenções, tentando sempre fugir de rótulos e explicações óbvias. Os textos contidos no livro mais parecem letras de música, com um mergulho íntimo sobre sentimentos que deixam na dúvida ficção e realidade. Assim como também se misturam o presente e o passado, as rimas e as desconexões, a dor de amor e a paixão intensa. Nessa mescla está você, leitor, que poderá escrever nesse diário interativo, como se ele fosse mais seu do que nunca. Entre as palavras da Tammy estarão as suas declarações, formando então um conjunto de sentimentos, com um conteúdo sem freio, cheio de potencialidades e energia como os batimentos de um coração quando se apaixona.


 _____Sobre a Autora_____

Tammy Luciano


Tammy Luciano é atriz, jornalista e escritora, autora de poesias, mais de 30 peças de teatro (entre elas: Krikilin Rima com Ziripin, A rua Daqueles Homens, O Menino que Escreveu o Mundo, Casados e Surtados...), crônicas e dos livros "Fernanda Vogel na Passarela da Vida", "Novela de Poemas", "Sou Toda Errada", "Garota Replay", que a fez se tornar a primeira escritora brasileira do Selo Novo Conceito Jovem, da Editora Novo Conceito, "Claro Que Te Amo!" que esgotou a primeira edição em apenas um mês e meio de lançado, Sonhei Que Amava Você, Escândalo!!! (lançados pela Editora Valentina) e Diário do Amor Desenfreado (Qualis Editora).
Formada em Artes Cênicas e Jornalismo, fez especialização em roteiro em Washington DC, EUA. Atua tanto quanto escreve, teve por mais de dez anos um grupo de teatro no Retiro dos Artistas, Rio de Janeiro, foi colunista do JB Online e do site Baguete Diário, apresentou o quadro Tá no Papo do Hipermídia do Globo.com, participou como atriz de diversos espetáculos teatrais, em novelas como Uga-Uga, Laços de Família, Caminhos do Coração, episódios do Linha Direta, A Grande Família, foi repórter do Programa TV Fama, da Rede TV! e esteve em uma divertida entrevista no Programa do Jô, da Rede Globo. Hoje, além de escrever seus livros, viaja o Brasil encontrando seus leitores e grava vídeos para o seu Canal no Youtube.

31 outubro, 2018

Resenha :: A Intrusa

outubro 31, 2018 5 Comentários

Não sei você, mas quando eu estava no ensino médio, ao estudar literatura, a minha professora pedia para que lêssemos, a cada dois ou três meses (ou até menos), livros clássicos nacionais (ou até portugueses) do período literário que estivéssemos estudando no bimestre. E por isso conheci obras clássicas de diversos autores nacionais, como Machado de Assis, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo, Aluísio Azevedo, Raul Pompeia, Álvares de Azevedo, Gonçalves Dias, Eça de Queirós... entre muitos outros.

Mas entre tantos livros e autores, foram pouquíssimas autoras. Se a minha memória não estiver me enganando, as únicas autoras nacionais que li algo, quando estudava literatura no ensino médio, foram Rachel de Queiroz, Cecília Meirelles e Clarice Lispector. E todas elas nasceram já no século XX. E as autoras do século XIX? Cadê? Pode não parecer, pensando só em autores “famosos”, mas elas existiam e mereciam mais destaque e não serem esquecidas. Uma das autoras nascidas no século XIX é a Julia Lopes de Almeida, autora do livro da resenha de hoje.
A romancista (contista, cronista e teatróloga) Julia Lopes de Almeida nasceu em 1862, no Rio de Janeiro, e desde muito nova tomou gosto pela escrita, porém, por causa das possibilidades limitadas da época, resolveu escrever escondido, mas o segredo não durou muito, e contrariando as expectativas, foi incentivada pelo pai que a inseriu no meio literário, começando a escrever em revistas e jornais, contando até com resenha de livro (só eu que acho que ela poderia ser uma bela blogueira?). Tempos depois disso, publicou contos, crônicas, peças de teatro e romances, ainda no século XIX e também no XX.

No final do século XIX, em 1897, a Julia, junto com o seu marido, Filinto de Almeida (com quem havia se casado aos 25 anos), fez parte das discussões iniciais que deram origem a Academia Brasileira de Letras. Sim! Ela fez parte do grupo que fundou a ABL! E, devido à sua contribuição e ao seu “peso literário” na época, o seu nome até constava na lista feita por Lúcio de Mendonça em “O Estado de S. Paulo”, seis meses antes da fundação da Academia, em que contava com os quarenta nomes que pareciam merecer serem reconhecidos como fundadores da ABL. Maaaaaas, mesmo sendo conhecida como a maior escritora do seu tempo, foi excluída simplesmente por ser mulher, com a sua “vaga” ficando para o seu marido, Filinpo.

E assim seu nome foi apagado da história de algo tão marcante, junto com outras escritoras importantes, pois só admitiram mulheres, em 1977, quando a Rachel de Queiroz foi eleita para uma cadeira. É meio triste e decepcionante, né?! Alguém ser “excluído” de algo em que colaborou desde o princípio, simplesmente por causa do sexo.

Júlia é uma autora magnífica. Não é nenhum favor resgatá-la. Ela é um caso absurdo de escritora que não está no cânone literário por puro machismo. Ela é muito superior à grande maioria dos autores de sua época. Os únicos que se equipararam naquele momento são Aluísio Azevedo e Lima Barreto. (Escritor Luiz Ruffato)

Bom, agora temos que parar de falar dessa autora fascinante (vou deixar algumas dicas de artigos e publicações sobre ela no final da resenha, porque sim), e vamos, finalmente, à resenha de um de seus romances, A Intrusa, publicado em 2016 pela Pedrazul.


As asas do tempo têm forte envergadura; não cansam de voar, mas levam às vezes consigo penas que se não mudam, embora fiquem disfarçadas entre outras que vão nascendo...

Narrado em terceira pessoa, A Intrusa se passa no fim do século XIX, no Rio de Janeiro, em plena Belle Époque. Nele conhecemos o advogado Argemiro, que é viúvo há nove anos, e está querendo melhorar a ordem na sua casa, ou melhor dizendo, diminuir a desordem, e conseguir que a visita de sua filha de onze anos, Glória, que vive com os avós (por quem é mimada), seja possível, e pensando nessas questões decide contratar uma governanta, para colocar ordem na casa e educar e cuidar da sua filha.

Com a ajuda do seu amigo, Padre Assunção, escreve um anúncio em um jornal, mas só uma candidata se apresenta à vaga, a Alice Galba, que na “entrevista” aparece toda coberta e parece não ter boa aparência, mas nada disso é um problema, já que uma condição estranha do Argemiro para contratar a governanta é a de que ele nunca deve vê-la, pois no leito de morte, a sua esposa o fez prometer que nunca se casaria novamente, então prefere evitar a “tentação”.


A Alice aceita e melhora a vida dele 200%. Sua casa se tornou impecável, limpa, com tudo em ordem, com flores, perfumada... A sua filha Glória? Cada dia mais educada e bondosa. E ele realmente nunca vê a sua governanta, apenas sente a sua presença, e se encanta por ela cada vez mais.

E o que me delicia é sentir a alma dessa criatura, que aqui tenho debaixo do meu teto, sem que nunca os meus olhos a vejam nem de relance... Ela se esconde, ao mesmo tempo em que se espalha pela casa toda. É a mulher-violeta, positivamente, não há outra comparação!

Mas quase ninguém acredita que ele nunca a vê, pensam até que ela é sua amante! A sua sogra, uma baronesa, principalmente, no auge de seu ciúme, fica tão convicta que o Argemiro está quase quebrando a promessa que fez a sua filha, que começa a considerar a Alice uma grande inimiga, fazendo de tudo para tentar tirar a governanta da vida de seu genro e de sua neta.

Sujeita-se a exercer um lugar suspeito, aceitando todas as condições que lhe impõem e revela uma sensibilidade rara em todos os atos em que podemos a apreciar... Será ela na verdade a mulher perigosa, não pelo que calcula e inventa, mas pelo que merece?

Enquanto isso, a curiosidade e a admiração de Argemiro pela sua governanta aumenta cada dia mais, e aos pouquinhos um novo sentimento vai de desenvolvendo bem sutilmente. Conseguirá a sogra ciumenta o que tanto deseja? No que resultará esse novo sentimento e a admiração de Argemiro?


É extraordinário. Desde que esta mulher entrou em minha casa eu sou outro homem, muito mais tranquilo e muito mais feliz. Nunca a vejo, mas a sinto; sua alma de moça enche estas salas vazias de juventude e de alegria.

Se você ler esse livro esperando um “romance” que acontece do jeito que estamos acostumados, vai cair do cavalo, porque ele é bem sutil. A autora descreveu muito bem a sociedade em que viveu, com pequenas críticas ao mostrar como agiam algumas pessoas daquela época através de seus personagens.

— Glória casará bem, com um homem que a ame e a respeite. Não faltava mais nada! Minha neta mal casada! Pobre... desprezada... precisando trabalhar para viver... que coisa horrível! 
— O que é horrível, mamãe, não é trabalhar; é não saber trabalhar!

Personagens esses que eu achei bem construídos, com qualidades, defeitos e mistérios. Mistérios que envolvem principalmente a Alice, porque não sabemos praticamente nada dela, só que os outros personagens vão descobrindo. O Argemiro não é do tipo de mocinho que a ficamos suspirando, mas é admirável.

Outros personagens que merecem destaque são a sogra do Argemiro, a baronesa, e o Padre Assunção. A baronesa é do tipo de personagem que pegamos ranço, porque que mulherzinha irritante! Ela é doente de tão apegada à memória da filha, que mesmo morta, ela age como se estivesse presente. O Padre Assunção acho que foi o personagem mais bem construído do livro, também com seus defeitos, qualidades e mistérios.

[...] Ela para mim não é uma mulher, mas uma alma. Não a vejo, não lhe toco, a sua imagem material é para mim tão indiferente como um pedaço de pau ou uma pedra. Para mim, basta-me a sua representação, neste aroma, peculiar dela e que paira sutilmente por toda a minha casa; nesta ordem, que me facilita a vida, e no gosto com que ela embeleza tudo em que toca e em que pousa a vista. É uma educada. Parece-me que ela deve ter estudado à sombra de castanheiros ingleses, entre campos de tulipas e jacintos tão diversa ela me parece ser das outras mulheres.

A escrita da Julia Lopes é muito boa, mas como é um clássico não dá para dizer que flui facilmente como um romance da atualidade, mas a leitura fluiu bem para mim.


O único ponto que não foi totalmente positivo, na minha opinião, foi o final, achei ele meio “corrido”, com a resolução de muitas coisas em pouco tempo e com algumas coisas que eu terminei de ler querendo saber mais. Mas nada que tire o brilho da obra em si.

Como é um clássico nacional, o e-book A Intrusa pode ser adquirido gratuitamente no Domínio Público e na Biblioteca Nacional, mas eu sinceramente indico que a leitura seja feita pela edição da Pedrazul, porque eles adaptaram algumas palavras (sem prejudicar o livro), tornando a leitura mais fácil e prazerosa. Além disso, realmente acho que se todo clássico nacional tivesse capas e edições assim, muitas pessoas parariam de ler clássicos “obrigadas”.


A Intrusa é um livro que veio mostrar a força de uma autora que sofreu certo preconceito no seu tempo e também mostrar que o amor surge das mais inesperadas formas, que nem sempre precisamos de mil palavras ou conhecer a aparência para alguém nos fazer bem, às vezes apenas sentir a presença e zelo é o suficiente.

Nunca a vi, mas a conheço, adivinhei-a; abstraí da personalidade. Ela é o meu conforto; a minha segurança, a minha felicidade.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

A Intrusa
Ano: 2016
Páginas: 232
Editora: Pedrazul
Sinopse:
Um clássico nacional à moda europeia! A história de uma jovem governanta chamada Alice Galba.
Julia Lopes nos transporta para o fim do século XIX. O Rio de Janeiro vivia o auge da cultura cosmopolita, a Belle Époque, marcada por profundas transformações culturais que se traduziam em novos modos de pensar e de viver o cotidiano. Em meio à aristocracia carioca, um rico advogado – viúvo, mas ainda jovem e atraente – era perseguido por mães casamenteiras que desejavam ter um genro abastado e influente. Porém, ele se esquivava resoluto, pois prometera à esposa, no leito de morte, manter sua viuvez. O casamento com a filha de um barão resultou em um fruto: uma garotinha mimada e sem modos, criada pelos avós maternos, cuja avó baronesa fazia-lhe todas as vontades. Infeliz pela má educação da menina, ludibriado por um escravo que usava as suas roupas, fumava os seus charutos, bebia fartamente da adega e ainda inflacionava as contas da casa, ele decide contratar uma governanta. Desconsiderando todas as críticas feitas pelos amigos e pela sogra ciumenta, ele pede ajuda ao padre Assunção, seu amigo de infância, e publica um anúncio num jornal à procura de uma governanta. Atendendo ao anúncio, aparece Alice Galba, que aceita a estranha condição: que o patrão jamais a visse. Quando ele entrava pelo portão, ela se escondia. Dela ele apenas sentia o perfume e sua boa influência no lar e na educação da filha. Suas roupas agora estavam impecáveis, a mesa sempre bem posta e arranjada com esmero, a comida saborosa, os móveis reformados, de forma que começou a desejar ardentemente voltar para sua (agora agradável) moradia. Vez ou outra encontrava um livro aberto, esquecido sobre uma poltrona e, com o passar dos meses, passou a notar a doce presença da alma da moça pelos cômodos do casarão. Alma cujo rosto ele já ansiava ver!

Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.


29 outubro, 2018

Resenha :: Em Nossa Próxima Vida (The Next Together)

outubro 29, 2018 7 Comentários

Quantas vezes você pode perder a pessoa que mais ama?

Olá, faroleiros! Tudo bem com vocês? Fiz uma leitura recentemente e quero compartilhar com vocês um pouco dela. O livro é Em Nossa Próxima Vida, da Lauren James. Esse livro foi publicado no Brasil pela editora HarperCollins e marca a estreia da autora.

Um casal na Inglaterra em 1745, em 1854, em 2019 e 2039. Além do fato deles terem os mesmos nomes, o que mais poderiam ter em comum? Katherine e Matthew nascem, se apaixonam e morrem de maneira trágica, salvando o mundo de acontecimentos catastróficos. Em cada uma dessas vidas, eles têm que lidar com fatos peculiares que ameaçam o romance dos dois.

Em 1745, Katherine é uma jovem de família rica e Mathew um simples cocheiro. Nessa época a Inglaterra está em guerra com a Escócia. Quando os dois se conhecem, o comportamento de Matthew leva Katherine de 1745 a suspeitar que ele é um informante escocês infiltrado na sociedade inglesa.

O cocheiro desceu e contornou a carruagem para ajuda-la a sair. Deu um sorriso gentil enquanto Katherine segurou firme na mão que ele oferecera para ela se equilibrar. Sentiu que relaxava em resposta ao toque dele, e sua expressão se suavizou, embora não tenha conseguido sorrir. Não sorria de verdade fazia algumas semanas.

Em 1854, Katherine vivia sob o nome de Christopher Russel (isso mesmo ela se disfarçava de garoto!) enquanto Matthew é um jornalista prestes a ir à guerra, necessitando de um assistente para acompanha-lo nessa perigosa empreitada.

— Enfim. O homem colocou um anúncio no jornal. Está em busca de um assistente. Um jovem criado que saiba ler e escrever. Eu gostaria que você se candidatasse para tal posição para se certificar de que ele não se meta em nenhuma confusão ou que revele qualquer segredo militar para ser publicado em uma porcaria de jornal de circulação nacional.

Em 2019, já conhecemos os dois como um casal e funcionários do laboratório Central Science. Porém essa parte da história só é contada através de artigos de jornal, bilhetes entre o casal, e-mails e mensagens de celular.

K, Vou dar uma saída para comprar o almoço. Se você tocar nas minhas culturas de bactérias novamente, não vai comer mais nenhuma panqueca por pelo menos um mês e desta vez estou falando sério. Não teve graça na primeira vez e não está ficando nenhum pouco mais engraçado, apesar do que você possa pensar. Chega de esconder meus experimentos. Amo você, Matt

E, no tempo atual do livro, 2039, Kate e Matt são estudantes de Biologia e tem uma ligação parental com a Katherine e Matthew de 2019. Descobrem isso no instante que se veem, pois são idênticos ao casal de 2019 e começam a fuçar a trágica história deles.

Quando sua mão tocara na de Matthew mais cedo naquele dia, podia jurar que alguma coisa... Que acontecera alguma coisa. Piscou tentando se lembrar exatamente o que tinha acontecido. Sentira-se estranha, como se tivesse acabado de se lembrar do sonho da noite anterior do qual tinha se esquecido completamente.


Vamos por partes. O livro tem uma proposta muito interessante. A história é narrada por capítulos intercalados das vidas repetidas. Cada uma com sua peculiaridade. Menos a do ano de 2019 que é interligada, diretamente, com a história de 2039. Os personagens têm personalidades distintas, mas quem ganha destaque em todas as épocas é a Katherine. Ela é destemida, determinada e muito sagaz em qualquer dos cenários.

Conforme as histórias vão caminhando, a autora Lauren James utilizou recursos visuais como fotos, notas e matérias de jornais para que nós mergulhássemos na trama e nos conectássemos a Inglaterra de 1745 e 1854. E ainda pôde utilizar a internet e o celular para contar as histórias de 2019 e 2039.

Até então a leitura foi muito empolgante. Lemos as primeiras páginas ávidas por conhecer mais dos personagens e da época em que eles vivem. Porém, no decorrer da trama, o desenvolvimento se tornou lento e cansativo. Este fato pode ser porque a autora teve que desenvolver, simultaneamente, a história de todas as épocas já que elas são interligadas. Existem tramas envolvidas em todos os cenários e os personagens estão diretamente ligados a elas.

Há também um personagem oculto nas cenas, um observador. Ele acompanha Katherine e Matthew ao longo dos anos e tenta interferir no destino, caso perceba que algum problema coloca em risco o relacionamento dos dois (como realmente acontece e vocês verão). Isso para mim ficou vago no livro, a autora poderia ter explorado um pouco mais no final quem é o tal observador. Além de nos frustrar todas as vezes que esse observador solicita intervenção e ela é negada.

Possa ser que eu não tenha capitado a essência da história, que é aquilo que o autora quer transmitir com o livro. Mas eu terminei Em Nossa Próxima Vida com a sensação de que perdi alguma cena importante. Como se o livro não estivesse completo no final. Após o término da leitura, pesquisei na internet pela continuação e descobri que a Lauren escreveu The Last Beginning (ainda não lançado no Brasil). Esse livro contará a razão de tudo o que aconteceu com Matthey e Katherine.

Portanto, para elucidar todas as minhas dúvidas, aguardarei ansiosa pela continuação. No mais, como eu disse anteriormente, a proposta do livro é interessante e inovadora. Vale a pena a leitura, pois as experiências são diferentes para cada leitor. Espero ouvir de outros leitores suas impressões sobre a história. Até a próxima, pessoal!

Eu amo você. Em todas as vidas. Eu amo você. Eu amo muito você.


Nota ::  3,5 

Informações Técnicas do livro

Em Nossa Próxima Vida
Ano: 2016
Páginas: 288
Sinopse:
Katherine e Matthew não são um casal comum. Por trás do amor dos dois estão muitas e muitas vidas, repetidas século após século. A cada vez que renascem, a presença deles muda a história para melhor, e embora a paixão entre os dois seja sempre avassaladora, a tragédia também os segue, não importa a época.
Em linhas temporais que vão do século XVIII a um futuro próximo, não tão diferente do nosso presente, Katherine e Matthew sempre se veem sacrificando suas vidas para salvar o mundo. Mas por que eles continuam voltando? Em uma jornada contra o tempo e o destino, Katherine e Matthew precisam desvendar os mistérios que envolvem seu amor antes que seja tarde demais. O que mais eles devem fazer para conseguir viver e amar em paz?
Uma estreia inesquecível, poderosa e épica, Em nossa próxima vida é um romance único, que explora a atemporalidade do primeiro amor utilizando elementos como cartas, diários, recortes de jornal e artigos de internet. A trama, ao mesmo tempo apaixonante e misteriosa, vai cativar os mais diferentes leitores, desde os de romance até os de ficção científica e história.