29 outubro, 2020

# @efinco # Aventura

Resenha :: O Hobbit


Olá, pessoa!! Talvez você não saiba, mas “O Hobbit” foi nossa primeira leitura em conjunto aqui no Clube. E por isso, três anos depois, não foi surpresa alguma as pessoas quererem fazer novamente essa jornada pela Terra Média, pela região do Condado. 

De certa forma, essa é uma obra que abre o mundo da Terra Média para quem não conhece nada da obra de Tolkien, e recomendo fortemente o começo por ela. Afinal os acontecimentos aqui marcam vários acontecimentos que irão culminar no primeiro livro da saga do Anel, A Sociedade do Anel.



Além de todo o encantamento que a própria história já traz, por ser uma história que Tolkien criava e contava a seus filhos, tem todo um fascínio de ser uma história capaz de agradar de crianças de todas as idades e, ainda sim, fascinar o adulto mais durão. Porque além de fantasia e mistério, temos o personagem mais encantador do universo fantástico, o Hobbit. Quem já leu livros de fantasia com anões, magos, elfos e tantos outros seres fantásticos, pode cair no engano e achar que Tolkien é “mais do mesmo”, mas não se engane. Aqui é o começo de tudo que foi escrito depois nesse universo. Não há quem leia, escreva ou jogue fantasia que não tenha bebido nas águas que separam o Condado das outras terras.


Até o fim de seus dias, Bilbo nunca conseguiu recordar como foi parar lá fora, sem um chapéu, um bastão de caminhada, nem dinheiro algum, nem nada do que costumava levar quando saía.


Outro fator, que marca essa obra como um clássico, é o fato da trama ser tão bem construída e amarrada, que anos e anos de pesquisa, inclusive em meio acadêmico, não apontaram inconsistências ou como tudo poderia ser de um modo diferente. A grandiosidade de “O Hobbit” fica em ser algo que de uma primeira impressão tão simples e em poucas páginas essa mesma visão passar para o deslumbramento do fantástico.

 

O narrador é quase um personagem da história, com uma narrativa em terceira pessoa, pequenos spoilers do que ainda vai acontecer aguçam a curiosidade e, ao mesmo tempo, nos prepara para grandes emoções. Em certos momentos somos colocados quase no ponto de vista do personagem em primeiro plano na narrativa, mas saber de outros acontecimentos que completam o quadro da história é fundamental para o envolvimento pleno na trama.


Assim, sentou-se com as costas tocando uma árvore e, não pela última vez, pôs-se a pensar em sua longínqua toca de hobbit, com suas belas despensas.



Mesmo com uma linguagem “quase” simples, a história consegue ser perfeitamente entendida por crianças, sem deixar de deleitar qualquer outra faixa etária com a mesma história. Em alguns momentos, a depender do leitor, alguma breve explicação pode ser necessária, mas nada que implique em uma ida ao dicionário, apenas uma contextualização para os dias atuais.

 

Os diálogos são, ao mesmo tempo, críveis e com a medida certa para fixar a atenção ao texto. Em nenhum momento eu me senti insatisfeita ou fadigada, e a precisão das falas ao cenário é tão maravilhosa, quanto é um deleite ao mais ávido leitor.

 

Está me desejando um bom dia, ou quer dizer que é um bom dia quer eu queira ou não; ou que você se sente bem neste dia; ou que é um bom dia para ser bom?


Ah!! Como eu amo os personagens dessa história, mesmo aqueles que passamos a odiar... rs. A descrição de cada um revela bem o caráter interessante e peculiar de cada um enquanto indivíduo e dentro de sua raça. Essas bem distintas e determinadas dentro da história, a ponto de não necessitar de repetição ou de distinção durante a trama. Nem mesmo o mais vil Warg pode ser tido como chato, ao contrário, a repulsa e mesmo a vontade de exterminar a todos são provas da imersão na história.



E, ao se deparar com Samug, é impossível não entrar em êxtase com os diálogos de Bilbo com esse ser fantástico. Preciso ressaltar também que até os anãos têm suas características tão bem diferenciadas que, mesmo se você não guardar os nomes, vai ser impossível confundi-los.


“Você tem boas maneiras para um ladrão e um mentiroso”, disse o dragão. “Parece estar familiarizado com meu nome, mas não pareço me lembrar de ter farejado você antes. Quem é e de onde vem, se é que posso perguntar?”

“Pode, de fato! Eu venho debaixo da colina, e sob as colinas e acima das colinas minhas trilhas me levaram. E através do ar. Eu sou aquele que caminha sem ser visto.”


A narrativa é o grande ponto de discórdia entre quem ama ou não essa história. Digo isso porque alguns, em uma primeira leitura ou até mesmo em uma primeira experiência na literatura fantástica, alegam ser descritivo demais. Bem, para mim, isso é algo mais da inexperiência ou gosto literário da pessoa do que da obra.

 

Afinal, como entender e se ver dentro de uma história, em um local onde nunca fomos ou iremos, a não ser pelas páginas desse livro? Como saber como era uma toca Hobbit sem cair no erro de achar que era como um buraco de coelho? Como entender a magia e poder que existe em Valfenda? Desculpe, mas, para mim, isso é culpa exclusivamente do leitor, porque, mesmo em uma releitura em conjunto, e uma terceira experiência minha com a obra, só posso dizer que é um texto extremamente fluido, instigante, bem estruturado e descritivo na exata medida da necessidade.


— Pensou em chamá-las de “Lá e de Volta Outra Vez, as Férias de um Hobbit”.



A edição que li, dessa vez, foi a brochura publicada pela HarperCollins, onde um lindo Samug brilha com o ouro anão na capa. Uma excelente encadernação e papel amarelo, com fonte e diagramação excelentes para leitura. A tradução é perfeita dentro da nova proposta trazida pela editora e mesmo os pontos que divergem da edição anterior não causaram nenhuma estranheza ou dificuldade a leitura. As notas de rodapé e a transcrição das canções em inglês são um presente para os mais conservadores e um deleite para quem, como eu, gosta de sempre saber um pouco mais. Sem erros de digitação ou ortografia que eu tenha observado, fica meu elogio a revisão.

 

Boa leitura e divirta-se!



Nota ::  


Informações Técnicas do livro

O Hobbit

J. R. R. Tolkien

Tradução: Reinaldo José Lopes

Ano: 2019

Páginas: 320

Editora: HarperCollins Brasil

Sinopse:

“O Hobbit conquistou fãs de todas as idades no mundo inteiro. Ao narrar os acontecimentos anteriores de O Senhor dos Anéis, o livro passou a ser admirado e estudado pos todos os amantes da mitologia tolkeniana.

Contudo, vale lembrar que, desde sua origem, O Hobbit sempre foi um livro para o público infantojuvenil. Concebido e escrito como uma história de ninar para os filhos do autor.

Essa edição, em brochura, procura se manter fiel ao público-alvo da jornada de Bilbo: as crianças. Para isso, o livro contém, na íntegra, a mesma tradução da narrativa que compõe a versão em capa dura, além das ilustrações originais de Tolkien. Mas, com o objetivo de manter o livro mais acessível aos jovens, elimina os textos acessórios, cujo caráter é mais acadêmico.

Bilbo Bolseiro era um dos mais respeitáveis hobbits de todo o Condado até que, um dia, o mago Gandalf bate à sua porta. A partir de então, toda sua vida pacata e campestre soprando anéis de fumaça com seu belo cachimbo começa a mudar. Ele é convocado a participar de uma aventura por ninguém menos do que Thorin Escudo-de-Carvalho, um príncipe do poderoso povo dos Anãos. Essa jornada fará Bilbo, Gandalf e 13 anãos atravessarem a Terra-média, passando por inúmeros perigos, sejam eles, os imensos trols, as Montanhas Nevoentas infestadas de gobelins ou a muito antiga e misteriosa Trevamata, até chegarem (se conseguirem) na Montanha Solitária. Lá está um incalculável tesouro, mas há um porém. Deitado em cima dele está Smaug, o Dourado, um dragão malicioso que… bem, você terá que ler e descobrir.

Lançado em 1937, O Hobbit é um divisor de águas na literatura fantástica mundial. Mais de 80 anos após a sua publicação, continua arrebatando fãs de todas as idades, talvez pelo seu tom brincalhão com uma pitada de magia élfica, ou talvez porque J.R.R. Tolkien tenha escrito o melhor livro infantojuvenil de todos os tempos.”


2 comentários:

  1. La e de volta outra vez! O livro é lindo, marcou minha adolescência.
    Adorei o marcador!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Participar dessa comitiva é sempre uma aventura emocionante. Eu amei reler e ousei escrever algumas palavras. Fico imensamente feliz em saber que foi tão importante para você.

      Excluir

Obrigado por seu comentário!! Bem-vindo(a) ao Clube do Farol!