Olá, quem leu e se apaixonou pela história de O Caderninho de Desafios de Dash & Lily, com certeza, mal via a hora de ler essa história, ainda mais se passando na época mais mágica do ano. Então, agora te conto o que achei da leitura.
Essa história começa depois de quase um ano do namoro de Dash e Lily, então não imagino que seja uma leitura legal para quem não leu o livro anterior e viu toda a dinâmica de como eles se tornaram um casal, começar por esse. Mas, nem pense em desanimar. Comece pelo primeiro e se encante com eles!
Há um tipo confuso de beleza na maneira como todos podemos nos virar do avesso para fazer a vida parecer mágica quando queremos.
Quem roubou o Natal de Lily? Acho que seria um ótimo resumo para o começo da história, afinal ela, que sempre foi a rainha do clima natalino, esse ano simplesmente está como o próprio grinch. A resposta nem é spoiler, a vida adulta à medida que se aproxima pode nos roubar a inocência que nos ajudava a ver o mundo de uma forma mais leve. Viver é notar que a vida é frágil e mesmo as pessoas mais presentes em nossas vidas, podem deixar de existir pela presença inevitável da morte. Então, acho que para aproveitar bem essa história é melhor começar a ler esperando pelo final e não por uma festa natalina desde o primeiro momento.
Esse livro vai mostrar como o relacionamento deles está após o teste mais delicado de todos, o tempo. E, pelo visto, a resposta não é muito boa, porque o romance parece ter esfriado. Para ajudar a piorar ainda mais as coisas, o amado avô de Lily sofreu um infarto, e ela agora precisa conciliar os estudos, o trabalho como passeadora de cães, todo auxílio que o vovô requer e, ufa, o relacionamento com Dash. Em meio a uma rotina tão cansativa, a personalidade vibrante de Lily parece estar se apagando. E aqui a primeira discussão muito relevante é o cuidado para com quem está cuidando. Fica visível nos primeiros capítulos a sobrecarga física e emocional que Lily acaba acumulando e o quanto é fácil deixar isso acontecer, baseado na crença que o amor pelo avô e a juventude darão conta.
Contudo a adolescência e juventude já são desafiadoras por si, pela mudança hormonal e por toda a expectativa para com o futuro e as responsabilidades da vida adulta. Assim, a falta de diálogo e a incapacidade de se comunicar sem ruído para que a outra parte entenda, de forma clara e correta, o que você quer expressar. Assim, como a maioria das pessoas, acaba buscando segurança onde ainda é frágil — seu namoro com Dash — e quando não encontra ressonância do que precisa com o que verbaliza, e o exato contrário acontece, temos o que todo bom jovem adolescente faz por não saber como é ser adulto, volta ao local conhecido — ser criança —, e dificilmente é fácil aguentar esse comportamento, por isso, prepare-se para lidar com uma infantilidade absurda da Lily, que não sabe lidar e nem conversar sobre como se sente — spoiler: ninguém vai adivinhar — trazendo, talvez não da melhor forma, mas de qualquer forma, uma discussão relevante.
Porque no final das contas não importa se a história é verdadeira ou não. O que importa é o cuidado que foi colocado na história. construir uma história para você viver. E construir histórias dá muito trabalho. E, sim, chegará um momento em que você verá que a história não é verdadeira. Por trás disso? Também é verdade.
Acho que já ficou claro que a trama não é original e eu diria que nem mesmo criativa, porém amei como demonstra que nós em geral “estouramos” com quem sabemos que não vai desistir de nós, e algumas vezes, também não vai permitir que desistamos de nós mesmos. E nessa parte que Dash, ao se juntar com Langston, o irmão de Lily, vai levar o livro nas costas. Porque ele mostra que também tem questões muito complicadas e difíceis para suportar com o relacionamento tóxico de seus pais, divorciados, e ainda assim não deixa de buscar, nesses doze dias, formas de dar a Lily o melhor dos presentes de Natal, que é a felicidade de estar em paz consigo e com quem ama, para comemorar a data mais encantada do ano. Com isso quero que entenda que, mesmo Dash sendo um fofo e a Lily tendo seus motivos, ela consegue despertar o pior em que lê, porque o tempo todo ela parece chata e irritante, como adiantei infantil e, muitas vezes, beirou o desagradável. O irmão dela por mais que entre na trama para ser o alívio cômico, não penso que tenha sido bem-sucedido na maior parte do tempo.
E sim pessoas, algumas respostas a questões do livro anterior aparecem, mas, ao que tudo indica, esse é um livro que está mais com uma função de ligar o primeiro ao próximo, do que ter uma história para si. Porque na maior parte do tempo fica claro que a maior parte das questões seriam resolvidas em uma conversa franca e direta, mas se isso ocorresse não teria o livro. E, sinceramente, os pais tóxicos do Dash conseguiram ser mais intragáveis que qualquer infantilidade, o ranço na terra.
— Ela também não tem noção de que esta não é uma última, última chance. Também é um broto. Mas esta é a beleza do seu amor juvenil: vocês podem aprender a ser árvores juntos.
A escrita continua como a do livro anterior e não dá pra deixar de dizer que é fluida e, apesar de ter excesso de descrições e referências locais, não fica arrastada ou cansativa, a sensação é apenas de ser desnecessário, não ao ponto de irritante. O texto em si é leve e facilmente dá para ler em 2 dias ou até menos dependendo do tempo livre.
Dá para dizer que seja uma boa leitura para dezembro, mas não com tantas expectativas se você amou muito o anterior, esse livro é com personagens que estão amadurecendo. E que tem que lidar com a primeira grande crise de casal e lutar, porque estão descobrindo que só amor não é suficiente se não houver empatia, apoio, amor e comunicação. A ansiedade agora é para a Gal trazer o terceiro livro e fechar com chave de ouro essa trilogia. Boa leitura e divirta-se!!!
Informações Técnicas do livro
Os Doze Dias de Dash & Lily
Dash & Lily #2
David Levithan e Rachel Cohn
Título Original: Twelve Days of Dash and Lily
Tradução: Mel Lopes
Ano: 2023
Páginas: 240
Editora: Galera Record
Sinopse:
Não há época mais feliz que o Natal! Bem, dessa vez Lily não está tão animada assim, mas seu namorado, Dash, está prestes a tornar a data inesquecível (para o bem ou para o mal?). Os doze dias de Dash & Lily é a continuação do romance natalino O caderninho de desafios de Dash & Lily, sucesso também na Netflix.
O namoro de Dash e Lily não anda muito bem das pernas. Depois do apaixonante encontro dos dois em O caderninho de desafios de Dash & Lily, o romance parece ter esfriado, mas não sem motivo, afinal de contas, o ano não foi fácil.
O amado avô de Lily sofreu um infarto, e ela agora precisa conciliar os estudos, o trabalho como passeadora de cães, todo auxílio que o vovô requer e, ufa, o relacionamento com Dash. Em meio a uma rotina tão cansativa, a personalidade vibrante de Lily parece estar se apagando. Por isso, seu irmão, Langston, decide deixar de lado a implicância com Dash para que os dois possam planejar juntos uma maneira de animá-la.
Dash parece ter a ideia perfeita! O que ele não sabe é que parte da tristeza de Lily é culpa dele, que nem ao menos respondeu ao “eu te amo” dela. Mas é óbvio que ele a ama (mesmo que não diga com todas as palavras). Faltanto apenas doze dias para o Natal, ele resolve pôr em prática o plano de recuperar o espírito natalino da namorada. Ainda que eventos desagradáveis continuem surgindo e nenhuma de suas surpresas pareça dar muito certo, Dash não vai desistir de tornar a época favorita de Lily em um momento especial.
“Cohn e Levithan escrevem uma comédia com muito entusiasmo e ironia… Personagens intrigantes e uma escrita esplêndida” – Kirkus Reviews
“Temperado com humor afiado e referências a uma Nova York atual… Uma verdadeira comédia romântica” – Publishers Weekly
“Hilário e sincero, [captura] as emoções do amor adolescente, com uma dose da irreverência da vida de um jovem adulto.” – School Library Journal
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