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09 dezembro, 2019

Resenha :: A Menina da Neve

dezembro 09, 2019 1 Comentários

Sua cabeça estava cheia de bobagens, uma professora alertou seu pai. Você a deixa ler livros demais.

Antes de tudo preciso dizer que decidi ler esse livro pela capa que é linda (fui superficial, me julgue! 👅), e não sei se me arrependo disso ou não, porque meus sentimentos por esse livro estão indefinidos. Não sei se o considero bom ou ruim, se o amo ou gosto pouco dele. Talvez eu consiga decidir a minha opinião em uma futura releitura. Mas, por enquanto, ele é o que é e pronto, acabou. 

Por que essas histórias infantis têm sempre de ser tão assustadoras, eu não entendo. Acho que, se um dia eu a contar para meus netos, vou mudar o fim e fazer com que todos vivam felizes para sempre. Podemos fazer isso, não, Mabel? Inventar nossos finais e optar pela felicidade em vez da dor?

O livro é baseado em um conto de fadas russo, onde um casal sem filhos faz um boneco de neve, uma menininha de neve na verdade, e ela ganha vida. Esse conto possui várias versões, mas esse livro não é apenas mais uma delas; a autora se inspirou no conto, porém escreveu um livro meio singular e único, que tem um ritmo meio lento, sem momentos eletrizantes e nem nada; sendo mais focado nos sentimentos, por vezes até melancólicos, que o fazem ter um certo drama, mas não do tipo que nos faz gastar várias caixinhas de lenços (pelo menos eu não gastei nenhuma 😂😂).

A história é narrada em terceira pessoa e se passa na década de 1920, no Alasca. Uma época e um lugar sem fogão a gás, sem energia elétrica, sem água encanada, sem aquecedor elétrico e, o que é mais surpreendente, sem micro-ondas 😱. Chocante, né? 

Podemos escolher nossos destinos, a alegria em vez da dor? Ou o mundo cruel só dá e tira, dá e tira, enquanto vagamos pela natureza inóspita?

Uma coisa que eu tenho certeza que gostei (sem indecisão em relação a isso) foi como a autora mostrou o modo de vida no Alasca naquela época, com personagens imperfeitos e simples, mas que não são irreais, tirando uma exceção ou outra, é claro. Mostrou como aquelas pessoas tinham que cultivar, plantar, colher, criar e caçar para sobreviver, não tinham espaço para frescuras; como que por muitas vezes se sacrificavam para suportarem mais um inverno.

E falando em inverno, que bela descrição dele! A descrição do ambiente é apaixonante, desde as cabanas simples, dos campos para plantio, das árvores, florestas, bosques... até cada floquinho de neve. É como se o Alasca fosse um personagem vivo e a neve tivesse personalidade própria, meio louco eu sei, mas foi o que eu senti. Sério, sou do tipo de pessoa que passa frio quando a temperatura está por volta dos 20°C, e eu quis estar no Alasca ao lado dos personagens para poder sentir o vento frio no meu rosto e ver tudo, cada detalhezinho, com meus próprios olhos que os seres de debaixo da terra hão de comer.

Na minha idade, vejo que a vida geralmente é mais incrível e terrível do que as histórias nas quais acreditávamos na infância e que talvez não haja nada de mau em encontrar um pouco de mágica entre as árvores.

Os personagens desse livro são um caso a parte. Em A Menina da Neve temos: Jack e Mabel, que são um casal sofrido, dignos de compaixão, que acabam se afastando por causa dos problemas; a menina de neve, Faina, que traz um certo mistério ao livro; os “vizinhos” George e Esther (que é um belo exemplo de mulher que não se deixa abater), com seus três filhos, com atenção especial para o mais novo deles, o Garret, que evolui muito durante a narrativa e meio que me conquistou 💙.

Não era necessário entender os milagres para acreditar neles (...). Para acreditar talvez você tenha de parar de procurar explicações e segurar a coisinha em sua mão o máximo possível antes que ela escorresse feito água entre seus dedos.

Jack e Mabel se mantêm afastados, com ele trabalhando sozinho nos campos de plantio, sofrendo para garantir o seu sustento e o de sua esposa, e ela passando seus dias sozinha na cabana, pensando até em se matar.

Até que um dia, eles fazem uma menininha de neve detalhando rosto, cabelo... e com luvas e cachecol vermelhos. E na manhã seguinte percebem que a menininha sumiu e avistam uma garotinha que se parece muito com a menininha de neve que esculpiram, com cabelos loiros, pele muito branca, boca vermelha, olhos azuis e usando as luvas e o cachecol vermelhos; que parece ter uma ligação com a neve e com uma certa raposa vermelha, com quem caça lado a lado.

Será que essa garotinha é a menininha de neve que esculpiram e ganhou vida? Ou será apenas coincidência? Será que ela é apenas uma garotinha perdida? Ou é a filha que o casal tanto desejou? Será que uma menininha feita de neve pode magicamente criar vida? Ou será que existe outra explicação? Será essa menina da neve apenas sonho e fantasia? Ou ela é real? Leia esse livro e tente descobrir! 👋😚

Nunca sabemos o que vai acontecer, não é mesmo? A vida sempre nos joga para um lado e para o outro. É uma aventura não saber onde você acabará e como pagará sua passagem. É tudo um mistério e, se dissermos o contrário, estamos mentindo para nós mesmos.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Menina da Neve
Ela é a resposta das suas orações ou um pequeno e mágico sonho?
Ano: 2015
Páginas: 352
Editora: Novo Conceito
Sinopse:
Alasca, 1920: Um lugar especialmente difícil para os recém-chegados Jack e Mabel. Sem filhos, eles estão se afastando um do outro cada vez mais ele, no duro trabalho da fazenda, ela, se perdendo na solidão e no desespero. Em um dos raros momentos juntos durante a primeira nevasca da temporada, eles fazem uma criança de neve. Na manhã seguinte, ela simplesmente desaparece.
Jack e Mabel avistam uma menina loira correndo por entre as árvores, mas a criança não é comum. Ela caça com uma raposa-vermelha ao lado e, de alguma forma, consegue sobreviver sozinha no rigoroso inverno do Alasca.
Enquanto o casal se esforça para entendê-la uma criança que poderia ter saído das páginas de um conto de fadas , eles começam a amá-la como se ela fosse filha deles. No entanto, nesse lugar bonito e sombrio, as coisas raramente são como aparentam ser, e o que aprendem sobre essa misteriosa menina vai transformar a vida de todos eles.


O Grupo Editorial Novo Conceito oferece sempre os best-sellers mais aguardados e comentados do meio literário. Em anos de sucesso editorial, foram vários os autores e títulos reconhecidos na principais listas do PublishNews e Veja. O selo Novo Conceito foi desenvolvido para reunir essas grandes publicações, além das novidades e lançamentos internacionais que ainda virão.

09 abril, 2019

Resenha :: Uma Lição de Amor

abril 09, 2019 0 Comentários

O que é o amor? Um sentimento? Emoção? Uma coisa que nos faz perder metade do cérebro? É possível confundir amor com outra coisa? Paixão? Admiração? Gratidão? Amizade? Respeito? Afeição? Ou será que o amor é uma mistura de tudo isso e muito mais, formando uma coisa única? Eu sei que essas perguntas podem parecer meio sem noção ou, para algumas pessoas, sem quase nada de importância (principalmente para quem fala “eu te amo” mais do que fala “bom dia”), mas sabe, no fim das contas, todos nós precisamos de Uma Lição de Amor.


Vovó dizia que Deus havia plantado uma semente no meu coração e que quando ela germinasse eu seria capaz de fazer algo grandioso.

O livro é narrado em primeira pessoa pela protagonista Ana. Ela é órfã e depois de perder também a avó se muda do interior para o Rio de Janeiro para estudar Serviço Social. Enfrentando as dificuldades e medos da mudança de ares, ela conhece e recebe a ajuda de Otávio, que é praticamente um anjo na vida dela, e graças a sua amizade com ele, conhece também o seu irmão gêmeo, Eduardo.

Os dois não poderiam ser mais diferentes em suas personalidades. O Otávio estuda e se forma em Direito, assumindo a responsabilidade de fazer parte dos negócios da família; é mais responsável, pé no chão, é um pilar, uma rocha, é o cara que sempre está lá quando você precisa. O Eduardo, diferente do irmão, estuda e se forma em Medicina, depois de formado entra para o Médicos Sem Fronteiras e, se pensarmos já por esse lado, podemos perceber que ele é mais destemido, ousado, um espírito livre, mas também é um pouco imaturo e inconsequente. Se os dois fizessem parte do mundo distópico de Divergente, em suas facções, o Otávio seria da Abnegação e o Eduardo da Audácia.

Os dois, dentro de suas diferenças, desenvolvem uma sincera amizade com a Ana, mesmo com as diferenças de classes sociais. Mas uma coisa eles têm em comum: ambos são apaixonados pela Ana.


O Eduardo, graças ao MSF (Médicos Sem Fronteiras), passa um ano afastado da Ana, e quando volta está mais maduro e seguro pelo que sente pela sua Andorinha (apelido que ele deu para a Ana), que também começa a sentir mais do que amizade por ele. Mas nada é fácil para esses dois, e nem para o Otávio. E várias reviravoltas levam os três a caminhos não imaginados que podem afetar a vida deles para sempre.

Às vezes, a vida é injusta, não? Tanta gente boa morre enquanto assassinos, ladrões e estupradores estão vivos.

Uma Lição de Amor é dividido em três partes: a contagem regressiva para a doença; o período que abrange a doença e tratamento; e tempos depois, nos dias atuais. E desde o prólogo a gente já sabe que alguém vai ficar doente, só não sabe que doença é e como a pessoa doente vai terminar, então desde o início já dá para prever certo sofrimento, mas, pelo menos eu, não consegui imaginar que seria tanto.


Nenhuma mulher deveria agradecer a um homem por ser íntegro. Respeito é uma regra, Ana, e não uma exceção.

Eu gostei muito da escrita da Elysanna Louzada, ela é do tipo de autora que sabe mexer com as nossas emoções, sem deixar de nos ensinar algo durante a leitura, mas, algumas vezes, eu a achei muito sem coração, até comentei com a Elis (@efinco) que ela parece uma aprendiz de Nicholas Sparks, porque ohh autora que me fez sofrer (Elysanna, cadê seu coração, mulher? ). São tantas reviravoltas, que quando você para de chorar por alguma coisa, já acontece outra e você chora de novo, e de novo, de novo... É praticamente um looping feito de lágrimas. É sério!  Uma Lição de Amor foi o livro que mais me fez chorar em 2018, e olha que eu li muito ano passado e sou chorona por natureza. Então imagine o quanto de lágrimas saiu de mim! O livro físico deveria vir com uma caixinha de lenços de brinde, talvez até duas caixinhas (ou dez ).

Não se deve chorar quando se tem boas recordações, Andorinha. Guarde o choro para quando quiser lavar a alma.

Mas voltando... Eu achei a história bem construída, bem humana. Apesar de abordar diversos temas, não é um livro longo, e como ele flui bem dá para ler rapidinho, mas se você for meio sensível, eu indicaria que lesse aos poucos, dando pausas, para não sofrer e chorar tudo de uma vez.

Os personagens não são um poço de perfeição, eles têm inúmeras qualidades, porém também possuem defeitos, dúvidas, mas evoluem durante o livro. O Eduardo é um personagem que te faz suspirar, mas que também te faz querer estrangular ele. O Otávio é o meu personagem favorito, muitas vezes eu o achei um pouco inseguro (o que é compreensível), mas mesmo assim ele ganhou um quartinho só para ele no meu coração.

A Ana é uma protagonista bem fácil de identificar, gostei muito da maneira como a fé é importante na vida dela, e as dúvidas dela pareciam ser as minhas dúvidas, principalmente na parte do romance, com a espécie de triângulo amoroso que encontramos no livro. Até determinada parte do livro eu ficava meio em dúvida de qual irmão eu gostaria mais que ficasse com a Ana. Um traz um amor mais sem explicação, que só nasceu da amizade, do tipo “quando eu vi, já era amor”, um amor que é como fogo que já chega com tudo; e o outro traz aquele amor construído, conquistado aos poucos, da base ao topo, com cada atitude generosa, sem cobrança, um amor que conforta, que parece uma brisa suave, um mar de águas calmas. E no meio dessas dúvidas sobre o que sente, a Ana se pergunta se sabe o que é amor, e nós acabamos nos questionando sobre isso também.

Um me transmitia segurança, fé e esperança. Enquanto o outro trazia o calor e a alegria de volta ao meu peito. Com Otávio eu me sentia confiante e guerreira. Com Eduardo sentia-me viva.

Uma coisa que eu gostei muito nesse livro foi de como a autora abordou o Médicos Sem Fronteiras, falando um pouco sobre o sofrimento e descaso encontrado, que muitas vezes não é divulgado; ela abordou esse tema tão bem que em muitas partes chega até a dar um aperto no coração, mas também mostrou que tem pessoas que se importam, que fazem o que podem para ajudar o próximo, apesar das dificuldades.

Pouca gente quer encarar o lado negro do mundo.


Preciso confessar que eu enrolei meses para conseguir resenhar esse livro (até preciso pedir desculpas por isso ), não me entendam mal, não foi por não ter gostado dele, nem nada disso, mas pelo tanto de coisas que ele despertou em mim, o tanto que me fez chorar, por me desmontar e montar em inúmeras vezes. Quem leu sabe que é um livro que te faz chorar (muito), mas nem todo mundo que leu vai se colocar no lugar dos personagens, por ter algumas coisas que acontecem na história acontecendo na sua família, e assim, acabar chorando mais ainda, porque fica um pouquinho complicado separar ficção de realidade. Pode parecer meio confuso, ou sei lá o que, mas, nos primeiros meses depois que li, toda vez que eu pensava em algumas coisas que acontecem no livro, eu tinha vontade de chorar e aí não conseguia escrever nada sobre ele a não ser "é um livro que te faz chorar". E isso não valeria como resenha, né?

Sonhei que o amor era simples, a vida era doce e que o vento me levava para lugares maravilhosos, onde não havia dor.

Uma Lição de Amor é um livro que fala sobre perdas, superação, perdão... Mas, principalmente, é um livro sobre amor, em toda a sua complexidade e em todas as suas formas: amor à Deus; amor ao próximo; amor de amigo; amor de família, de filho, de irmão, de mãe, de pai, amor de homem, amor de mulher; amor a si próprio; amor que acalenta; amor que te transborda, amor que traz sofrimento, mas também alegria; amor que pode aparecer do nada, mas que pode ser a base de tudo.


Enfim, se eu indico a leitura desse livro? É claro que sim! Mas, só para avisar, a leitura deve ser feita com uma caixinha de lenços do lado. Até! 


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Uma Lição de Amor
Ano: 2014
Páginas: 246
Sinopse:
Depois da morte da sua avó, Ana Luísa foi para o Rio de Janeiro cursar Serviço Social, mas não imaginou que seria tão difícil adaptar-se à cidade. Quando Otávio, veterano do curso de Direito, apareceu disposto a ajudá-la, ela o viu como um porto seguro. Ele a apresentou à capital fluminense e também ao seu irmão gêmeo, Eduardo. À medida que Ana adapta-se ao Rio, a relação entre os três consolida-se em uma amizade sincera. Mas Eduardo forma-se em Medicina e entra para o Médicos Sem Fronteiras. Depois de quase um ano fora do Brasil, ele retorna amadurecido e disposto a conquistar Ana dando início a um triângulo amoroso que poderá destruir a relação com seu irmão.

Você já se perguntou o que é o amor? Pois é justamente isso que Ana Luísa se pergunta ao pensar nas reviravoltas que o destino reservou para sua vida. Disposta a viver seu grande amor, ela vai descobrir que nem sempre as coisas acontecem de acordo com o que planejamos.
Dramático, instigante e emocionante, Uma Lição de Amor vai colocá-lo diante do inesperado e do improvável apresentando a vida de uma maneira que, talvez, você nunca tenha notado. 


_____Sobre a Autora_____


Elysanna Louzada


Entreter e educar são os dois principais eixos condutores da carreira literária de Elysanna Louzada. Autora capixaba infanto-juvenil de obras adotadas em escolas e bibliotecas públicas e privadas, já esteve na lista dos 10 mais vendidos da revista Veja (categoria Ebooks) com os romances Uma lição de amor e Herdeiros do Trono, Drama e Fantasia, respectivamente, voltados ao público Jovem/Adulto.
Professora do Ensino Fundamental e Médio por 10 anos, formada em Letras-Inglês-Literatura, Elysanna Louzada iniciou sua carreira como escritora em 2011. Suas obras podem ser encontradas em diversas plataformas, como Amazon e Wattpad, e em lojas físicas.
Em julho de 2014 Elysanna Louzada foi homenageada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo com a Comenda Rubem Braga. Busca parceiros em todo o país para promover o projeto social Biblioteca escolar. 
Além da escrita, Elysanna Louzada dedica-se a realizar palestras gratuitas em escolas públicas e privadas para motivar crianças e adolescentes a lerem e escreverem. Seus livros e carreira já foram cobertos por diversos veículos de imprensa nacional. 

18 março, 2019

Resenha :: Como Se Apaixonar

março 18, 2019 7 Comentários

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Quando se lê apenas o nome desse livro, você pode se perguntar: “Será que é um livro de autoajuda ensinando como se apaixonar por algum doido (ou doida) por aí? Parecido com aqueles de como conquistar um cara em três dias?” Bem, como você deve notar pela sinopse (no final do post), não é. (Breve pausa para agradecimento à Cecelia Ahern por isso.  “Obrigada Cecelia!!!”  Pronto, agradecemos). E antes que alguém pergunte, sim, eu amo esse livro. Na verdade 80% de mim o ama, e os outros 20% tem uma bela paixão platônica por ele.


A vida é uma série de momentos e momentos sempre mudam, assim como pensamentos, negativos ou positivos.

Bom, voltando a história, nada como salvar um estranho de se matar para ter coragem de se comprometer com o desafio quase impossível de fazê-lo amar a vida de novo em duas semanas, né? Hum , talvez tenha, nunca impedi um estranho de se matar para saber como é. Mas a Christine sabe! Já que ela impediu o Adam de pular da ponte e tudo. “Ponte? O cara ia pular de uma ponte?” Sim, ele ia, mas a Chris chegou antes de o mundo perder mais um cara lindo.

Enfim, o cara da ponte (também conhecido como o cara lindo, ou, simplesmente, Adam) nem é o primeiro suicida que ela encontra (Azar? Coincidência?). Antes de conseguir impedir que o Adam pule rumo à morte (ou à água mesmo), ela tenta impedir que um outro suicídio aconteça, mas infelizmente não se pode controlar as ações alheias e Simon (o primeiro suicida) atira na própria cabeça. E isso desperta em Christine a vontade de salvar a própria vida, então ela decide largar o marido para buscar uma vida mais feliz. “Ela larga o marido por que viu alguém atirar em si mesmo? Sério isso?” Em parte sim, mas essa “experiência” meio que abre os olhos dela. Como a própria Cecelia escreveu, às vezes, quando você presencia algo muito real, fica com vontade de se afastar de tudo o que é falso e parar de fingir, fica com vontade de querer ser verdadeiro e honesto com você mesmo... Então a Christine possivelmente pensa: “Por que continuar casada com alguém que não amo, sendo infeliz e fazendo o outro infeliz também? Com alguém que eu nem deveria ter me casado para começo de conversa?”

Infelizmente, as consequências dessa decisão não são nada fáceis já que todos acham que é apenas por causa do trauma e não por seu casamento ser infeliz; e o vingativo (frio, maldoso e amargo) do ex-marido, Barry, resolve tirar tudo que ela tem e infernizar a vida da pobre mulher, quando ela fez quase um favor para ele.

Era quase como se a minha infelicidade não fosse o suficiente. Se ele não me traiu, não me bateu e não foi cruel comigo, ninguém parecia conseguir entender que eu não amá-lo e estar infeliz eram motivos suficientes.

Mas esses problemas não a impediram de certa noite, passeando por uma ponte, encontrar (e salvar) Adam que estava determinado a pular rumo ao desconhecido. Mas como nada na vida é fácil (tirando fazer miojo), o cara da ponte apenas concorda em prolongar sua vida até o dia de seu aniversário e nesse prazo ele permite que Christine tente ajudá-lo a voltar a amar a vida e a resolver os problemas que tem (como se ela já não tivesse os próprios), e se não conseguir, o desejo de morrer dele vai vencer (“uma solução permanente para um problema temporário”).


É um momento, isso é tudo. E momentos passam. Se você aguentar, esse momento vai passar e você não vai querer acabar com a sua vida. (...) Pode parecer que não há opções, mas há... Você pode superar isso. (...) O que quer que esteja acontecendo, você consegue superar.

Quantas pessoas você conhece que colocariam os próprios problemas em segundo plano para tentar salvar a vida de alguém desconhecido até então? Se não conhece, leia esse livro e conheça a Super-Christine, solucionadora de problemas e salvadora de suicidas por acaso (ou talvez nem tão por acaso assim). Para a senhorita conserta-tudo se algo não pode ser consertado pode ser mudado, melhorado, e para isso ela se inspira, e muito, em livros de autoajuda.

E com base nesses livros ela tenta ajudar Adam, que é um dos suicidas mais apaixonantes que eu já tive o prazer de conhecer por meio de um livro. Ele sabe ser gentil e educado, engraçado, romântico... Ah! Romântico!  (Suspiros para esse ser apaixonante!). Adam faça um chocolate para mim também! Em formato de livro! Porque não estou ganhando nem a embalagem de um bombom!


Com cenas que variam da comédia ao drama, em Como se apaixonar conhecemos melhor Christine e Adam (como alguns personagens secundários) que nos mostram que é preciso estar ao lado das pessoas dando apoio sim, mas as deixando viver a própria vida e tomar as próprias decisões; e que nos dão verdadeiras lições de vida, envolvendo depressão, suicídio, superação, generosidade, família, amizade, amor e, principalmente, sobre a arte que é viver e ser apaixonado pela própria vida.

Onde estaríamos sem amanhãs? O que teríamos em vez disso seriam hoje. E, se esse fosse o caso, com você, eu esperaria que hoje fosse o dia mais longo. Eu encheria o hoje de você, fazendo tudo o que sempre amei. Eu riria, falaria, ouviria e aprenderia, eu amaria, amaria, amaria. Faria todos os dias serem hoje e passaria todos com você, e nunca me preocuparia com o amanhã, quando não estaria com você. E, quando aquele temido amanhã chegar para nós, por favor, saiba que eu não quis deixá-lo, ou ser deixada para trás, que cada momento que passei com você foram os melhores momentos da minha vida.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Como Se Apaixonar
Ano: 2015
Páginas: 352
Editora: Novo Conceito
Sinopse:
“Momentos são preciosos; às vezes eles se demoram e, em outras ocasiões, são passageiros, mas, ainda assim, muito pode ser feito durante eles; você pode mudar de ideia, pode salvar uma vida e pode até se apaixonar.”
Depois de não conseguir evitar que um homem acabasse com a própria vida, Christine passa a refletir sobre o quanto é importante ser feliz. Por isso, ela desiste de seu casamento sem amor e aplica as técnicas aprendidas em livros de autoajuda para viver melhor.
Adam não está em um momento muito bom, e a única saída que ele encontra para a solução de seus problemas é acabar com sua vida. Mas, para a sorte de Adam, Christine aparece para transformar sua existência, ou pelo menos tentar ajudá-lo.
Ela tem duas semanas para fazer com que Adam reveja seus conceitos de felicidade. Será que ele vai voltar a se apaixonar pela própria vida?


O Grupo Editorial Novo Conceito oferece sempre os best-sellers mais aguardados e comentados do meio literário. Em anos de sucesso editorial, foram vários os autores e títulos reconhecidos na principais listas do PublishNews e Veja. O selo Novo Conceito foi desenvolvido para reunir essas grandes publicações, além das novidades e lançamentos internacionais que ainda virão.

24 dezembro, 2018

Resenha :: De Repente Esclerosei

dezembro 24, 2018 5 Comentários

Antes de falar sobre o livro, preciso escrever uma carta (é rapidinho, seja paciente! ):

Querido Papai Noel,

Sei que já estamos quase no Natal, mas preciso te pedir um presente. Eu quero um Dimitri da vida real, igualzinho ao do livro De Repente Esclerosei
Eu sei que é um pedido inusitado e que deve ser difícil dar uma pessoa de presente para alguém, principalmente tão em cima da hora, mas você é o Papai Noel! Faça sua magia! Estou sendo uma pessoa boa esse ano (mesmo esse ano não sendo bom para mim). 
Eu sei que não li todos os livros que comprei desde janeiro, e que tentei explodir a cabeça de algumas pessoas com a força da minha mente, mas eu não me droguei, não roubei, não matei, não me prostitui, não coloquei fogo em uma agência dos Correios... E até emprestei um livro! E o senhor sabe que isso é algo muito difícil de acontecer....
Eu até tentei fazer mil tsurus para conseguir esse “presente”, mas você sabe que não passei do primeiro, já que não tenho talento e paciência para essas coisas.
Então, como mísero pedido de uma garota apaixonada por alguém que não existe na realidade, quero apenas um Dimi só para mim. Custa nada me fazer feliz, custa? Cadê o seu coração cheio de bondade e amor? Não despedace meu coração destruindo minhas esperanças. Por favoooooooor, por favorzinho! Me dê um Dimi de presente! 

Obrigada, Papai Noel, você é o cara!

P. S. Caso seja difícil de conseguir, você pode entregar em janeiro, eu não me importo de esperar, já esperei 23 anos, posso esperar mais alguns dias.


Pronto, me perdoe por te fazer esperar, mas era importante . Enfim, hoje cá estou para falar de um livro que me surpreendeu muito e está entre os melhores livros que li em 2018, o livro da Marina Mafra (do blog Resenhando por Marina ), De Repente Esclerosei.

Só que essa não é uma história de superação. Como se supera algo crônico e degenerativo? É a história de como, de repente, eu esclerosei.


Ele é narrado em primeira pessoa pela protagonista Mitali Montez, que durante o decorrer da história descobre que tem Esclerose Múltipla (que não é a mesma esclerose que a Stephen Hawking tinha, a dele era Esclerose Lateral Amiotrófica — ELA — que não é a mesma coisa), que pela definição mais básica e resumida possível “é uma doença neurológica, crônica e autoimune – ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares” (fonte), obviamente engloba sintomas e características próprias, mas não vou me aventurar a falar disso porque não sou médica e nem tenho esclerose, mas agora que estamos mais situados, vamos em frente.

Como viver sem saber quando será a última vez que fecharemos os nossos olhos?

A Mit tem uma vida bem normal, é jovem, tem sua independência, trabalha na cafeteria de uma livraria (algo que gosta), tem e protege a sua amiga melhor amiga, Aurora, e apesar de algumas mágoas antigas, tudo está aparentemente bem com ela, até os primeiros sintomas de alguma doença aparecerem. Mas como uma humana como nós, que sempre achamos que sempre podemos empurrar as coisas com a barriga e temos certo receio de procurar ajuda médica, após os sintomas “sumirem”, ela acha que não é nada e segue a vida.

O tempo passa depressa quando tememos o futuro e nos guia diretamente para o alvo dos nossos pesadelos.

Tempos depois, ainda com a mesma vida de antes, na linda livraria do fofo do Sr. Braga, onde trabalha na cafeteria, ela conhece o novo gerente, o Dimitri (amor meu ) Mifti, e, em termos do Hotel Transilvânia, rola o tchan, praticamente um amor a primeira vista (super entendo a paixão “te vi e já te quis” da Mit), coisa que acontece com almas gêmeas. E esse romance traz a maior parte das cenas amorzinhos e fofas do livro.


Mas nem tudo na vida são flores, nela tem os espinhos, folhas secas e as ervas daninhas também. Os sintomas antigos voltam, ainda piores, e já não dá mais para fugir. E não apenas os sintomas dão as caras, mas o pai da Mit, com quem ela não tem uma relação muito invejável, aparece também, de forma meio misteriosa, trazendo o passado dela junto, e cabe a ela decidir como lidar com ele e com tudo o que acontece em sua vida, inclusive com a descoberta do motivo de seus sintomas, a Esclerose Múltipla.

Somos resistentes à dor, mas precisamos admitir que a danada ensina como ninguém.

Qual vai ser a reação da Mit em relação a presença do pai? Como ela lidará com os sintomas, o tratamento e tudo o que envolve a EM? O seu romance com o Dimi vai sobreviver apesar de tudo? Ou ele vai descobrir que o amor da vida dele se chama Daniela (sonho )? Só lendo para você descobrir.

— Todos temos uma história triste pra contar, Mit. (...) Cada um tem a sua porção de lutas, só que isso não define quem somos. Há uma vida além dos problemas e ela depende de você para acontecer.

Preciso dizer que De Repente Esclerosei foi uma grata surpresa, eu vi sobre o lançamento dele no instagram do blog literário da Marina, @resenhandopormarina, e fiquei bem curiosa depois de ler a sinopse e ver a capa (linda) do livro e resolvi o ler quando a autora fez uma leitura conjunta dele, mas o que era para ser lido aos poucos, foi lido em algumas horas, porque quando a leitura flui devia ser considerado um crime dar uma pausa. E, sério, serzinho, pense em um livro que flui! E quando você percebe já está nos últimos capítulos.

A Marina, apesar de ser uma autora de primeira viagem, te prende e te faz mergulhar na história, é quase como uma areia movediça, mas que em vez de quase te matar, te inspira a viver a cada capítulo.


O livro nos envolve, nos fazendo rir, chorar e aprender sem ter exageros (sem milhares de dramas que, em vez de nos emocionar, nos irritam), nos fisga pela história, pela narração, pelos personagens, pelos diálogos, pelo que ensina... Nos conquista com as referências, tanto as sutis quanto as não tão sutis assim.  E nos conecta com a protagonista. Queremos ser amigos dela. Queremos fazer tsurus. Queremos tomar cappuccino. Queremos ganhar um dálmata (mas isso eu sempre quis mesmo). Queremos roubar/sequestrar o namorado dela. E no final queremos abraçar os personagens e a autora.

O quanto de vergonha alguém pode passar e ainda continuar vivendo?

E em se tratando de personagens, é quase impossível não querer entrar no livro e sair abraçando eles.

A Mit é tão gente como a gente, ela tem medos, dúvidas, defeitos, mágoas... mas aprende, perdoa, luta, cai e levanta, segue em frente, vive! É uma personagem real, não utópica. A gente sente que poderia encontrar uma Mit em algum lugar perto da nossa casa, sabe?

E o que dizer do Dimi? Serzinho mais apaixonante, amorzinho, companheiro, amável, adorável, sequestrável... Dá vontade de entrar no livro para roubar ele, amarrar e nunca mais soltar. Pena que ele não se pode encontrar perto de casa, ele é muito bom para ser de verdade. É muito amor para poucos potinhos.

Havia algo a mais nele. Como a lembrança de um sonho, que eu esqueci e recordei no instante em que o vi. Como um presente que recebi após desejar por muito tempo. Se me perguntassem como seria um homem perfeito, eu o descreveria.

Sobre os outros personagens vou deixar para você tirar as suas próprias conclusões, mas posso dizer que eles também são bem humanos, erram, precisam de perdão, evoluem, ensinam...

Deveríamos viver todos os dias como únicos, sem preguiça para não gerar arrependimentos.

Uma das coisas que mais gostei em DRE foi como a autora conseguiu nos passar as sensações, reações, medos, receios, emoções e sentimentos que ter EM pode causar, até porque a Marina tem Esclerose Múltipla, então com as experiências dela, que ela passou para o livro, toda a questão da doença ficou bem abordada e crível, sem fazer tudo isso parecer um relatório médico, pois ela trouxe a parte humana que lida com a doença e conseguiu escrever um livro não apenas sobre alguém com esclerose, mas sobre a vida. É uma visão de alguém que vive na realidade e não só na teoria.

Dizer que eu te amo poderia ofender o meu sentimento, já que parece tão pouco para a dimensão do que sinto.

E algo meio inacreditável para mim, é que nesse livro eu gostei do amor à primeira vista, o que é raro, porque normalmente fico meio com um pé atrás com aqueles amores que parecem leite em pó e miojo, instantâneos, sabe? Mas até eu me apaixonei à primeira “leitura” pelo Dimi, então ponto para a Marina.

— Então, para o meu próprio bem, aprendi a me desligar do que me faz mal.
— Parece um pouco de egoísmo?
— Não permitir que as pessoas nos machuquem? (...)
— Tem mais a ver com amor próprio, Mit.

Sobre a edição, preciso dizer que amei mais que coxinha a capa desse livro de tão linda que é; a diagramação do e-book está perfeita, e não lembro de ver nem um erro de português. E sobre a edição física, ela é a coisa mais linda! Em capa dura, com fitinha e tudo, com fonte ótima para quem for meio ceguinha como eu ler e páginas amareladas. E nem preciso falar da diagramação da versão física também, né? Perfeita! Os tsurus, a aquarela... Tudo tão, mas tão lindo. Com certeza um dos livros mais lindos da minha estante. E eu já falei que ele é em capa dura? 

— Nunca parou para pensar no quanto possa existir além do que vemos ao olhar para o céu?

O que mais dizer sobre De Repente Esclerosei? Difícil resumir tudo em uma resenha (e olha que eu já escrevi muito ). Ele me fez emocionou e me conquistou na medida certa. Tem doença? Sim. Tem drama? Sim. Chorei lendo ele? Sim. Mas eu terminei ele sorrindo e grata por ter o lido.

Ele passa bem e lindamente a mensagem de que a sua vida continua mesmo se você descobrir que tem uma doença. Que a doença não é você, é só algo que faz parte do seu crescimento. Que você é mais que um diagnóstico. Que temos que viver cada dia como se fosse único. E isso não vale apenas para quem tem esclerose, mas para todo e qualquer ser humano ou extraterrestre.


Para simplificar, se eu fosse resumir o que senti lendo o livro em uma palavra, ela seria "gratidão" (Obrigada, Marina! ).

Algumas pessoas têm o dom de tornar o mundo melhor, não por conseguir mudar o que está ruim, mas apenas por existirem.

E você, serzinho, quer saber mais sobre Esclerose Múltipla de um jeito “leve”? Leia DRE. Já sabe o que é EM? Leia DRE também. Quer um livro que te ensine lições que você levará para a vida inteira? Leia DRE. Quer ler um livro que envolva família, amigos, perdão, recomeço, aprendizado e tudo mais? Leia DRE. Está em dúvida sobre qual vai ser a sua próxima leitura? Não tem mais dúvida nenhuma, leia DRE. Na verdade, o que você está fazendo aqui ainda? Faça um favor a si mesmo e vá comprar o e-book ou o livro físico, leia DRE, e se torne um esclerosado você também .

Hoje eu consigo entender que não existe situação que não possa ser contornada quando temos o presente de viver. Viva, se não por você, por quem não possa mais escolher.



Nota :: 


Informações Técnicas do livro

De Repente Esclerosei
Um faz de conta de verdade
Ano: 2018
Páginas: 269
Editora: Independente
Mitali Montez possui um arquivo pessoal de mágoas. Protege e ama incondicionalmente Aurora, sua melhor amiga e única família. É surpreendida pelo destino ao conhecer Dimitri Mifti, um moço com habilidades para derreter o seu coração gelado. O retorno misterioso do pai muda a perspectiva do seu passado, mas é através da adaptação com o diagnóstico de Esclerose Múltipla que ela percebe a necessidade do perdão para encontrar a paz que não sabia que precisava.

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