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24 outubro, 2019

Resenha :: Bicha, Para!

outubro 24, 2019 2 Comentários

Amigos leitores, o Clube do Farol recebeu o livro Bicha, Para! de parceria com a editora Meus Ritmos. Não sabia muito bem o que esperar do livro escrito pelo youtuber Guigo Kieras quando comecei a ler.

Bicha, Para! pode ser considerado tanto um livro de autoajuda, quanto uma biografia. Não sei se já comentei, mas não sou muito fã de nenhum desses gêneros. Mesmo assim, amei a leitura!

O livro traz 10 histórias reais relacionadas à sexualidade de Guilherme Kieras. Se assumir perante os pais e amigos, se apaixonar pelo amigo hétero, a sua primeira vez, sofrer homofobia, religião... Guigo passeia por todos esses assuntos de forma leve. Sem rancor, nem drama.

Às vezes ser gay é complicado, mas calma... dá pra descomplicar.

Fiquei arrasado logo no prefácio (A Grande Arrancada), escrito pela mãe de Guilherme, onde ela conta que não conseguiu aceitar seu próprio filho quando ele se assumiu para ela.

Ao negar ao meu filho a chance de viver sua adolescência de forma natural, ao trata-lo como doente, arranquei de Guigo cinco anos de sua vida. Tempo esse que, mesmo ele me perdoando mil vezes, não há como recuperar.

Hoje, Josiane Kieras ama o filho em toda a sua essência e é uma das grandes militantes das causas LGBTQ+.

Entrei no Instagram do Guigo, a convite do próprio autor, e fiquei assustado com a filmagem de um gay sendo arrastado pela Polícia Militar de São Paulo até um beco afastado. Guigo escreveu que estava tudo bem com ele e que não podia falar muito sobre o processo judicial porque ele corre sob segredo de justiça. Disse apenas que o processo caminha bem. Foi quando percebi que o gay que estava sendo arrastado por 3 policiais era ele próprio. Em Sofri Homofobia... E Agora?, Guigo conta esse caso de homofobia que ocorreu no dia 9 de março de 2019, logo após um bloco de pós-carnaval da Claudinha Leitte, em São Paulo. O caso ganhou notoriedade nacional e saiu até no Fantástico.

Apesar de ter citado dois casos mais dramáticos, o livro traz diversos outros causos contados de forma irreverente, mas que trazem questionamentos bem importantes para o mundo atual, onde alguns seres humanos não conseguem mais respeitar quem é diferente. Seja raça, credo ou orientação sexual.

Guilherme Kieras é formado em Publicidade e especialista em Gestão de Marketing Digital. Trabalha como Social Media e é criador do canal Fora da Casinha, do Youtube.

Os seguidores do canal se chamam carinhosamente de “tatuzinhos”, por isso cada capítulo tem o desenho de um tatu no início, além de um espaço para anotações no final. A edição feita pela editora Meus Ritmos está bem bacana (páginas amarelas e boa diagramação) e combina com a vibe do autor. Agora, também sou um tatuzinho!


O trunfo de Bicha, Para! está na sinceridade e no jeito irreverente de Guigo. Um livro curto, de apenas 139 páginas, que pode ajudar muita gente que enfrenta questões parecidas. Um livro necessário não só para os gays, mas também para os héteros que precisam conhecer mais as lutas que todo LGBTQ enfrenta no seu dia a dia. Obrigado, Guigo!
                          
Com amor, André


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Bicha, Para! 
As vezes ser gay é complicado, mas calma... Dá pra descomplicar
Guigo Kieras 
Ano: 2019
Páginas: 139
Editora: Meus Ritmos
Sinopse:
FALA MEU POVO, EU SOU O GUIGO, TUDO BEM? EU ESTOU BEM...
Se você leu essa frase com a minha entonação de voz, é sinal que conhece o meu canal no Youtube, o Fora da Casinha. Mas caso não conheça. Caaaalma, coleguinha. Sem problemas, depois dá um google que tá resolvido. =D Canal babadeiro, super indico!
Se assumir, se apaixonar pelo amigo hétero, sofrer bullying e homofobia, sentir medo de não ser amado pela família religiosa... Todo gay já passou, passa ou ainda irá passar por algumas dessas questões na vida. É tipo um bacharelado em Ciências do Vale do Arco-íris, sabe? Parece que somos predestinados a superar determinadas barreiras sociais para que sejamos plenamente felizes.

Está difícil? Tudo é muito mais complicado do que você gostaria? Alguém não te aceita e isso te deixa triste? Você não se compreende direito e não sente que se encaixa no mundo? Relaaaaaaxa!
Aqui estão 10 histórias que vivi por ser gay .
Acredite: Dá pra resolver tudo, dá tempo de tudo, dá pra ser plenamente feliz sendo gay, hétero, bi, ou qualquer denominação em que se sinta mais representado.
Vem comigo e BICHA, PARA!


Meus Ritmos é nova no mercado editorial, mas é séria e preocupada não em publicar best sellers, mas sim em lançar livros com qualidade, dando oportunidade para novos autores publicarem suas obras.

03 agosto, 2019

Resenha :: Lady Killers: Assassinas em Série

agosto 03, 2019 0 Comentários

Olá, leitores! Hoje eu venho falar de um livro com uma capa linda. Porém quem vê capa não vê conteúdo; e gostaria de compartilhar sobre a minha experiência de leitura com você.


Esse livro teve uma inspiração diferente da usual, de uma coluna da escritora e tem um viés de dossiê, mas até pelas datas dos crimes, não chegaria a tanto. Para mim, ficou mais para um documentário sobre assassinas em série e seus crimes, comprovados ou não ao longo dos últimos séculos e uma nova visão sobre os fatos, julgamentos sumários ou não, e até mesmo o que foi alardeado sobre durante a época em que ocorreram.

Outro questionamento é sobre como a mídia ou o senso popular e a "justiça" interpretavam os crimes e os assassinatos em séries cometidos por mulheres, principalmente a forma errônea que os atribuía a hormônios ou ao conceito de não reciprocidade afetiva. Além do mais, mostra de forma clara que elas nada tinham de apenas insanas, e sim com graus variados de inteligência, imprudência e egoísmo, por vezes até um senso de vingança, que as levava a fazerem o que fosse necessário para mudar os rumos de suas vidas para o que elas entendiam como de seu direito ou simplesmente ao seu alcance. E, muitas vezes, de forma tão elaborada que não deixava quase nenhum rastro, com crimes quase perfeitos.


De forma nada "corporativa" a autora convida a tirar a aura de sexo frágil, vovó gentil, mãe carinhosa, perfeita esposa, dona do lar acima de qualquer suspeita para mostrar que, assim como os mais perigosos assassinos, as mulheres são eficientes em mostrarem a imagem que querem que as pessoas vejam e acreditem. Até o limiar da mentira e a verdade exposta sem cerimônia. 

A autora manteve uma escrita que facilitou a leitura, tornou a leitura bem compreensiva mediante as coisas que aconteceram e foram relatados no texto; além de que ela não tortura o leitor com detalhes excessivamente descritivos dos crimes, apesar de que os detalhes são macabros o suficiente para entender o grau de horror dos crimes praticados.

Outro convite irresistível é a busca pela resposta de porque a "primeira serial killer" não foi nem de longe ou perto a primeira, e em uma espécie de amnésia seletiva, se esquecia com grande facilidade dos crimes cometidos por essas mulheres, convertendo tudo em lendas urbanas e histórias de fantasmas ou até mesmo de fadas. E a questão que a mim mais chamou atenção: TODAS as mulheres possuem o chamado "amor materno" inato? Seriam todas dotadas de um irrevogável "amor de mãe", mesmo com a mente tão sombria?


Enfim, eu gostei da parte principal do livro, mas preciso explicar sobre minha nota ao livro e — surpresa — é que a nota é mais relativa à edição, que tanto chama atenção por sua beleza e pelo designer gráfico muito bonito da capa e da edição em si. Aconteceu o seguinte: eu tive muito problema com o cheiro ao retirar o livro da embalagem e afetou a minha experiência de leitura porque esse cheiro foi muito forte, me fazendo adiar a leitura em quase duas semanas para conseguir lidar com o cheiro da tinta. Não sei ao certo se o fato de várias imagens (incluindo fotos) não terem legenda e outras partes terem palavras e frases totalmente em inglês, que deixam a curiosidade, mas também me deixaram chateada porque, desculpa, mas eu estou lendo uma edição traduzida em português, então eu gostaria de poder ler em minha língua aquilo que está escrito no livro.


Mais um detalhe foi o fato de as citações em destaque, no livro, serem reproduções de parte do texto e tornar a leitura cansativa, porque eu ficava lendo duas vezes a mesma coisa em tão pouco tempo. Veja bem, eu não tinha esquecido o que eu tinha acabado de ler e me pareceu ser o que vou chamar de reforço desnecessário daquele trecho. Outra coisa que me incomodou foi a marcação, que apesar de muito bonita, de um "falso marca-texto" fluorescente rosa, me tirou o prazer de eu fazer as minhas marcações com post-it. De eu perceber o que era importante para mim na leitura. Ficou parecendo quase que uma repreensão do tipo: "Leia isso aqui e preste atenção que é importante". Eu sinceramente não gostei, prefiro ser eu quem decide o que é importante ou não para ressaltar em um texto, seja ficção ou não.

Assim um livro já tem uma cor berrante, um contraste muito forte, tem disposições de imagens que, da maneira que foram dispostas, geraram um final da leitura cansativo, por ter um apelo visual muito grande. Por esses motivos, não vou ou posso dizer que foi uma leitura que a edição tornou prazerosa não, porque para mim não foi. Mas calma!!!!!! Nem tudo são coisas negativas, não.


A tradução foi o ponto forte da edição. Pequenos trocadilhos da autora ficaram incríveis, porque eu sei que eles se perderiam se não fossem as notas de rodapé durante a leitura, fatos históricos que me fizeram aprender coisas que eu achei muito relevantes para o contexto de entendimento, fatos que aconteceram e me deram uma perspectiva nova, apesar de partir de coisas que eu li nos textos.

E para concluir, eu quero dizer que não foi uma leitura ruim de modo nenhum; foi uma leitura muito boa, mas que não chegou a ser ótima por causa dos fatores que me fizeram ter problemas na minha experiência literária. E outra coisa que eu quero dizer é que, quem estiver curioso a respeito do livro, leia e tire suas próprias conclusões.


Sugestão da Editora: Lady Killers: Assassinas em Série faz parte da coleção Crime Scene®: histórias reais, de assassinos reais, indicadas para quem tem o espírito investigador. Entre os títulos da coleção estão Casos de Família e Arquivos Serial Killers, de Ilana Casoy, e o best-seller Serial Killers: Anatomia do Mal, de Harold Schechter. O livro de Tori Telfer, ilustrado pela artista salvadorenha Jennifer Dahbura e complementado com uma rica pesquisa de imagens, se junta a estas grandes fontes de estudo para alimentar a mente dos darksiders mais curiosos.

Ah! No fim do livro existem alguns anexos, que para os fãs do tema são uma fonte rica de referências sobre esse universo.


Nota ::  3,5 


Informações Técnicas do livro

Lady Killers: Assassinas em Série
As mulheres mais letais da história em uma edição igualmente matadora.
Ano: 2019
Páginas: 384
Editora: DarkSide Books
Sinopse:
Quando pensamos em assassinos em série, pensamos em homens. Mais precisamente, em homens matando mulheres inocentes, vítimas de um apetite atroz por sangue e uma vontade irrefreável de carnificina. As mulheres podem ser tão letais quanto os homens e deixar um rastro de corpos por onde passam — então o que acontece quando as pessoas são confrontadas com uma assassina em série? Quando as ideias de “sexo frágil” se quebram e fitamos os desconcertantes olhos de uma mulher com sangue seco sob as unhas?
Prepare-se para realizar mais uma investigação criminal ao lado da DarkSide® Books e sua divisão Crime Scene®. Esqueça tudo aquilo que você achava que sabia sobre assassinos letais — perto de Mary Ann Cotton e Elizabeth Báthory, para citar apenas algumas, Jack, o Estripador ainda era um aprendiz. 
Inspirado na coluna homônima da escritora Tori Telfer no site Jezebel.com, Lady Killers: Assassinas em Série é um dossiê de histórias sobre assassinas em série e seus crimes ao longo dos últimos séculos, e o material perfeito para você mergulhar fundo em suas mentes. Com um texto informativo e espirituoso, a autora recapitula a vida de catorze mulheres com apetite para destruição, suas atrocidades e o legado de dor deixado por cada uma delas. 
As histórias são narradas através de um necessário viés feminista. Telfer dispensa explicações preguiçosas e sexistas e disseca a complexidade da violência feminina e suas camadas. A autora também contesta os arquétipos — vovó gentil, mãe carinhosa, dama sensual, feiticeira traiçoeira, entre outros — e busca entender por que as mulheres foram reduzidas a definições tão superficiais. 
Além disso, questiona a “amnésia coletiva” a respeito dos assassinatos cometidos por mulheres. Por que falamos de Ed Kemper e não de Nannie Doss, a Vovó Sorriso, que dominou as páginas dos jornais norte-americanos em 1950 por seu carisma e piadas mórbidas (ela matou quatro maridos)? Por que continuamos lembrando apenas de H.H. Holmes quando Kate Bender recebia viajantes em sua hospedaria (e assassinava todos que ousavam flertar com ela)? A linha que divide o bem e o mal atravessa o coração de todo ser humano.
Lady Killers: Assassinas em Série faz parte da coleção Crime Scene®: histórias reais, de assassinos reais, indicadas para quem tem o espírito investigador. Entre os títulos da coleção estão Casos de Família e Arquivos Serial Killers, de Ilana Casoy, e o best-seller Serial Killers: Anatomia do Mal, de Harold Schechter. O livro de Tori Telfer, ilustrado pela artista salvadorenha Jennifer Dahbura e complementado com uma rica pesquisa de imagens, se junta a estas grandes fontes de estudo para alimentar a mente dos darksiders mais curiosos.
Através das páginas de Lady Killers: Assassinas em Série os leitores vão perceber que estas damas assassinas eram inteligentes, coniventes, imprudentes, egoístas e estavam dispostas a fazer o que fosse necessário para ingressar no que elas viam como uma vida melhor. Foram implacáveis e inflexíveis. Eram psicopatas e estavam prontas para dizimar suas próprias famílias. Mas elas não eram lobos. Não eram vampiros. Não eram homens. Mais uma vez, a ficha mostra: elas eram horrivelmente, essencialmente, inescapavelmente humanas.

03 abril, 2018

Resenha :: 3096 Dias (Natascha Kampusch)

abril 03, 2018 14 Comentários

Natascha Kampusch era apenas uma criança de dez anos de idade, e assim como qualquer outra desejava um pouco de liberdade, um dia enquanto estava a caminho da escola sua vida mudou da água para o vinho, ela foi sequestrada.

Wolfgang Priklopil, um engenheiro de telecomunicações, manteve Natascha como prisioneira em um pequeno cativeiro construído no porão de sua casa. O quartinho, com cerca de 5m², foi o lar dela por cerca de oito anos até que – finalmente – alcançou sua tão sonhada liberdade.

“Ele me olhava como um dono observa orgulhosamente seu novo gato, ou pior: como uma criança olha para um brinquedo novo, antecipando e, ao mesmo tempo, incerta sobre tudo o que pode fazer com ele.”
                            
O caso foi amplamente divulgado pela mídia, além disso, também ficou marcado como um dos mais dramáticos da história criminal da Áustria. Natascha Kampusch tornou-se uma celebridade nacional e internacional, sua história rendeu documentários, um filme, diversas entrevistas e um posterior talk-show, além de sua autobiografia (3096 Dias) que foi publicada no Brasil em 2011 pela Editora Verus.

Em 3096 Dias, Natascha relata, desde sua tenra infância, seu relacionamento com os pais, familiares e colegas de escola, sua vida no bairro em que morava, seu relacionamento com a avó, seus desejos e inseguranças, neste início o tom da narrativa é um tanto quanto nostálgico e a autora exprime todo seu carinho por cada uma dessas lembranças e o quanto elas a marcaram.

Após o sequestro, o tom da narrativa torna-se mais profundo e melancólico, Natascha passa a relatar todos os horrores e privações que vivenciou durante seu período de cativeiro, analisando cada uma de suas atitudes e também de seu algoz, além de contar o que a ajudou a manter a sanidade mesmo quando estava a ponto de enlouquecer.

“Eu era tão dependente dele quanto os bebês são de seus pais – cada gesto de afeição, cada porção de alimento, a luz, o ar, minha sobrevivência física e mental, tudo dependida do homem que me trancara em um cativeiro no porão.”

Esta é uma leitura intensa e impactante, em diversos pontos chega a dar um nó na garganta, entretanto, a força de Natascha e o seu desejo pela liberdade (mesmo ela, por vezes, parecer um sonho inalcançável) nos motivam a ir até o fim. Confesso que ao finalizar a leitura fiquei alguns dias sem conseguir tocar em outro livro, mas creio que os bons livros tenham justamente esse efeito sobre nós!

“O rádio foi meu companheiro mais importante nesses anos. Ele me dava a certeza de que, além do martírio do porão, havia um mundo que continuava a girar – um mundo ao qual valia a pena voltar um dia.”

Natascha KampuschFoto retirada do site oficial da autora
(http://natascha-kampusch.at/presse/)


Espero que gostem da indicação e até a próxima!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

3096 Dias
Natascha Kampusch
Ano: 2011
Páginas: 225
Editora: Verus
Sinopse (Skoob):
Natascha Kampusch sofreu o destino mais terrível que poderia ocorrer a uma criança: em 2 de março de 1998, aos 10 anos, foi sequestrada a caminho da escola. O sequestrador - o engenheiro de telecomunicações Wolfgang Priklopil, a manteve prisioneira em um cativeiro no porão durante 3.096 dias. Nesse período, ela foi submetida a todo tipo de abuso físico e psicológico e precisou encontrar forças dentro de si para não se entregar ao desespero.

27 outubro, 2017

Filme :: Lion – Uma Jornada para Casa

outubro 27, 2017 2 Comentários

Saroo é um jovem indiano de cinco anos, membro de uma família muito pobre. Mostrando-se forte desde o início, ele ajuda seu irmão mais velho em diversos trabalhos para levar alimento para casa. Em um desses trabalhos, eles vão parar na cidade de Calcutá. Como o trabalho era noturno, seu irmão pede para que ele fique esperando na estação e não saia de lá até que ele volte de sua busca por serviço. Saroo acaba ficando com sono e adormecendo dentro de um trem nessa mesma estação, e o que ele não imagina é que logo cedo esse trem dará partida.

Depois de enfrentar grandes desafios para sobreviver sozinho na rua, Saroo é descoberto por um rapaz em frente uma lanchonete e é levado à polícia local para tentar ajudá-lo a encontrar sua família. A polícia não tendo sucesso nessa busca, acaba deixando o menino em um abrigo e lá uma família de australianos acaba por adotá-lo.

Mesmo 25 anos depois de seu desaparecimento, 25 anos longe de sua família biológica, e sem saber ao certo onde morou, em qual estação se perdeu, Saroo nunca perdeu a esperança de que um dia tornaria a encontrar sua família.

Eu particularmente já gosto de filmes com essa temática. Posso nunca ter assistido ao filme, mas já vou achando excelente.

Lion foi indicado ao Oscar em seis categorias diferentes. Incluindo na de melhor filme. Quando você tem essas informações acaba que esperando muito do filme. Agora imagina no meu caso: o enredo do filme já me conquista logo de cara e esse mesmo filme é indicado ao Oscar como melhor filme... Pensa na expectativa que foi criada sobre o filme. Quebrei a cara? Não sei. Não consigo afirmar se gostei ou não.

O início do filme é bem promissor com o jovem Sunny Pawar (Saroo quando criança) dando um show de atuação. Se você é uma pessoa sensível já começa chorar com 5 minutos de filme. E o meu problema com o filme é bem aqui. A história é construída em duas partes: Saroo na fase de criança e na fase adulta. Eu amei o filme na parte que o Sarro é uma criança. Na primeira parte do filme. Depois que acontece a virada de tempo, as únicas coisas boas, na minha humildíssima opinião, são as atuações de: Dev Patel e Nicole Kidman, que estão sensacionais. E inclusive foram indicados como melhor ator coadjuvante e melhor atriz coadjuvante, respectivamente.

Temas como exploração infantil, tráfico de crianças e fome são mostrados na primeira parte do filme e são mostrados com maestria. Eu duvido você passar por essas cenas sem ficar tocado. Estou lamentando até agora de não terem mais espaço no filme a partir da segunda parte.

Uma única cena que gostei na segunda parte do filme é quando o Saroo está discutindo com a mãe adotiva e ela diz: “Eu poderia ter um filho com o seu pai. Foi uma escolha nossa não tê-lo. Para que colocar mais uma pessoa no mundo se tem milhares precisando de uma oportunidade e ninguém faz nada. Foi por isso que adotei você e seu irmão.” O que é uma pena uma obra como essa ter em sua segunda parte uma única cena que me agradasse.

Não vale a pena mencionar como ele conseguiu encontrar o povoado onde morava porque isso é uma opinião que você precisa formar vendo o filme. Eu me senti profundamente frustrado, pois tinha todo um método, toda uma criação que acabou ficando em vão.

Desculpe-me se não posso dizer se o filme é realmente bom. Mas peço que deem uma chance. E vale mencionar que é uma história real. Um bom filme à todos.

Confira o Trailer:


Informações Técnicas do Filme

Lion – Uma Jornada para Casa
Gêneros: Biografia, Drama, Aventura
Duração: 1h 58min
Distribuidor: Diamond Films
Elenco: Dev Patel, Rooney Mara, David Wenham, Nicole Kidman, Sunny Pawar...
Roteiro: Luke Davies
Baseado no livro autobiográfico do autor Saroo Brierley: Uma Longa Jornada Para Casa
Direção: Garth Davis

Sinopse (Adorocinema):
Quando tinha apenas cinco anos, o indiano Saroo (Dev Patel) se perdeu do irmão numa estação de trem de Calcutá e enfretou grandes desafios para sobreviver sozinho até de ser adotado por uma família australiana. Incapaz de superar o que aconteceu, aos 25 anos ele decide buscar uma forma de reencontrar sua família biológica.

Não recomendado para menores de 12 anos

11 março, 2017

Resenha :: Confissões do Crematório (Smoke Gets In Your Eyes)

março 11, 2017 3 Comentários


“Um livro para quem planeja morrer um dia.”

Caitlin Doughty conta alguns acontecimentos marcantes em sua vida e como desenvolveu seu fascínio pela morte. A autora teve seu primeiro contato com a morte na mais tenra idade, em uma experiência traumática em um shopping center no Havaí, desde então seu interesse começou. Ainda jovem, ela conseguiu um emprego em um crematório na Califórnia e aprendeu muito mais, do que jamais poderia imaginar, incinerando cadáveres, isso fez com que ela mudasse de uma maneira irreversível. Caitlin percebeu, portanto, a única certeza da vida: a morte.

A morte é capaz de gerar os mais controversos sentimentos nos seres humanos, sendo alguns deles: desejo, fascinação, pavor, horror, medo, repulsa. Caitlin nos conta de um jeito didático como a morte é celebrada ao redor do mundo, desde os primórdios até a atualidade, incluindo a peculiar tribo indígena Wari’ do Brasil. É muito interessante observar como a autora possui a mente aberta para os mais diversos rituais de passagem, de várias culturas e crenças, por mais que estes sejam considerados bizarros por muitos.

Caitlin também nos mostra que a morte é natural e inevitável, nos fazendo encarar nossa própria mortalidade de uma forma visceral. A autora levanta diversos questionamentos ao longo do livro, de uma forma leve e divertida, o que é incrivelmente envolvente, visto que estamos falando de um tema que é considerado por muitos um enorme tabu!

"Somos animais glorificados que comem, cagam e estão fadados a morrer. Não somos nada mais do que futuros cadáveres." 

Por fim, a edição impecável da DarkSide Books, com páginas amareladas, letra em tamanho confortável para a leitura e excelente diagramação, só tem a agregar a este livro.

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

     

Confissões do Crematório
Ano: 2016
Páginas: 260
 
Sinopse (Skoob):
Ainda jovem, Caitlin conseguiu emprego em um crematório na Califórnia e aprendeu muito mais do que imaginava barbeando cadáveres e preparando corpos para a incineração. A exposição constante à morte mudou completamente sua forma de encarar a vida e a levou a escrever um livro diferente de tudo o que você já leu sobre o assunto.
Confissões do Crematório reúne histórias reais do dia-a-dia de uma casa funerária, inúmeras curiosidades e fatos filosóficos, históricos e mitológicos. Tudo, é claro, com uma boa dose de humor. Enquanto varre as cinzas das máquinas de incineração ou explica com o que um crânio em chamas se parece, ela desmistifica a morte para si e para seus leitores.
O livro de Caitlin – criadora da websérie Ask a Mortician – levanta a cortina preta que nos separa dos bastidores dos funerais e nos faz refletir sobre a vida e a morte de maneira inteligente, honesta e despretensiosa – exatamente como deve ser. Como a autora ressalta na nota que abre o livro, “a ignorância não é uma bênção, é apenas uma forma profunda de terror”.