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01 julho, 2020

Resenha :: Ó, o Globo!

julho 01, 2020 0 Comentários

Com uma narrativa ora intimista e ora em terceira pessoa, a autora conta a história de um símbolo Carioca. Como capixaba, a analogia que posso fazer é com a fábrica de chocolates Garoto, localizada no coração da cidade de Vila Velha.

Confesso que eu fiquei ainda mais curiosa sobre ambos, biscoito e livro, em minha ida a Bienal no RJ em 2019, porém só esse ano consegui finalmente saciar minha curiosidade. Degustei o biscoito enquanto lia o livro e, posso adiantar, recomendo ambos. Agora vamos ao livro.


Recomendo a todo não carioca ler esse livro, quase como um bom manual para entender um pouco de que é feito o carioca da gema, e para o   carioca que vá ler um jeito de se entender nessa trindade que parece fazer parte do DNA de todos eles: sol, mar, mate de barril e biscoito.

As conversas, as risadas e as lembranças que surgem entre todos são uma evidência de que a mesma medida que o biscoito leva de polvilho em sua receita leva também de paz, amor e união.

A autora começou a história como toda boa história deve começar: pelo início, de forma sucinta e explicativa, com o surgimento da cidade do Rio de Janeiro e os eventos que propiciaram o aparecimento do homem que deu origem a empresa de biscoitos Globo.

Uma das características que admiro em biografias é sempre fazer o trajeto oposto. Do sucesso ao início da ideia. E conhecer assim o caminho que trouxe ao ponto presente e desmitificar a ilusória sensação que o sucesso veio fácil.

Algo que achei marcante, durante toda a história, são os laços de amizade que duram, perduram anos e décadas. Como a empresa de embalagens que é a mesma desde sempre, funcionário que começou e se aposentou na empresa. Para mim esse é um dos segredos desse biscoito. Mas a exceção à regra foram os primeiros casamentos que não resistiram à dura jornada de trabalho, aliviadas “pela esticada” para encerrar a jornada com um copo de cerveja.


Administrar, para eles, além de gerir pessoas e desenrolar toda a burocracia da empresa, incluía também conhecer e executar todas as etapas da produção e da comercialização.

Conforme a leitura prossegue, fica claro que a  história da empresa está intimamente ligada a da cidade do Rio e isso adiciona, além da tradição, pertencimento. Adicionando a isso o fato de que nenhum dos donos se manteve ao escritório. O conhecimento de cada etapa é algo que ainda nos dias de hoje acontece.

A receita preza pela simplicidade e o segredo é o ingrediente humano. Porque ao ler a explicação fica clara a diferença entre o biscoito globo e qualquer outro de polvilho de outra marca. Não tem concorrência, porque, após provar e comprar ambos, a diferença é absurdamente grande. O Globo é de longe mais saboroso.

O Biscoito globo tem sua própria vitrine circulando pela areia, no ombro de cada um dos 350 a 5000 ambulantes que carregam sacos transparentes de 70x90 cm exibindo sua marca bem na altura dos olhos de qualquer banhista. E, como se isso não bastasse, sua vitrine é ainda sonora "Ó, o Globo!", " Salgado e doce, olha aí!

O cuidado com que os vendedores ambulantes e autônomos são tratados é de uma delicadeza e humanidade louvável na edição. Fiquei impressionada e comovida de como, apesar de muitos, não são invisíveis aos donos e nem a autora.

Depoimentos de clientes selam de vez a união das histórias entre produto e consumidor. Afinal ninguém come biscoito, come Globo, seja salgado ou doce. É muito divertido ler os relatos de quem come os biscoitos. E assim, como deve ser, os personagens dessa história da vida real ganharam cada um o seu “desfecho”, sanando a curiosidade do leitor.


O trabalho gráfico da Editora Valentina para esse livro foi maravilhoso, a capa do livro é linda e o detalhe do recorte dá um charme ainda mais especial. Além disso, juntando as 2 orelhas, forma a embalagem do biscoito. A diagramação do livro está muito organizada e a revisão impecável. Com imagens e fotos que valorizam ainda mais o conteúdo. 

Se não bastasse tudo isso, o livro foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Capa. Que quando lançado saiu com duas opções de capa disponível (doce e salgado em tiragem idêntica a de fabricação do biscoito 30% doce e 70% salgado). Esse ousado projeto foi pensado pelo designer Elmo Rosa.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

Ó, o Globo!
A História de um Biscoito
Ano: 2017
Páginas: 192
Editora: Valentina
Sinopse:
Sou um ícone da carioquice, um amigo de infância, dizem até que já sou membro da família. Memória gustativa de 99,9% dos que no Rio de Janeiro vivem, viveram ou viverão. Sou repleto de curiosidades. Estreei por aqui no Aterro do Flamengo, fiz fama em Botafogo. Sou sessentão, mas nem pareço. Sou redondo e farelento, com muito orgulho. Sempre fresquinho, só ando de verde ou vermelho. Tem quem goste de mim bem bronzeado. A maioria me prefere salgado. O mate é meu melhor amigo, somos quase inseparáveis. Adoro praia, estou sempre no Maracanã, não importa qual time esteja em campo. É verdade o que dizem por aí, não circulo por rua pouco movimentada. Embora meus pais tenham raízes espanholas e portuguesas, sem mandioca eu nada seria. Detesto publicidade, “Pra quê?”, pergunto, “Se já sou tão querido!” Metido a iguaria, frequento festas descoladas, mas não perco as infantis, não mesmo. Tenho um parente que vive tentando me imitar, nem ligo. Sou saudável e nutritivo, pode me traçar sem culpa. Uns gostam, outros me adoram. Há até os que me idolatram, é sério (afinal, sou global). Bem, há um ianque que me detesta, lá em Nova York, tá out ele. Minha receita de sucesso? Sou feito com muito amor e carinho.


Para comprar:

 Livro Físico

 E-book


Para a Editora Valentina, leitura é, acima de tudo, entretenimento.
Olho vivo e faro fino.
Esse é, na verdade, o lema de todo grande editor. E a pinscher dessa editora encarna esse lema como ninguém.


Conheça mais sobre a Editora Valentina
em seu site e redes sociais:
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22 fevereiro, 2020

Resenha :: Enquanto Eu Respirar

fevereiro 22, 2020 2 Comentários

Olá, pessoal! Até hoje, eu não entendo o que me levou a querer este livro. Confesso que o título e a sinopse me chamaram muito a atenção, mas ao começar a lê-lo e desde o início começar a chorar, me questionei: o que deu em mim para querer ler um livro tão fora da minha zona de conforto literária?? Respondo que ainda não sei, mas foi a melhor escolha que fiz.

Esta história não é sobre câncer, nem sobre um lista de desejos, muito menos sobre um perfil do Instagram. É sobre viver, sobre sobrevivência, sobre dançar com o tempo. É sobre amizade, sobre não ter medo de sentir, sobre querer o milagre da boa morte e sobre querer chegar ao final com a certeza de que foi uma experiência extraordinária.


Eu estou com uma saúde muito boa, faço acompanhamento médico periódico, e busco viver a vida sendo feliz, não conquistei tudo o que sonhei, mas já conquistei muitas coisas que não imaginava e por isso sou muito grata a Deus, eu sou uma pessoa que tem fé. Apesar disso, vivi e convivo com o câncer de muito perto, perdi uma das pessoas que mais amava, a minha vó em um período de 4 meses do início de sua descoberta, mas não foi o câncer que me abalou, foi o descaso médico em investigar os sintomas que ela vinha sentindo até que não havia mais nada a ser feito. Mas Deus foi maravilhoso, ela só foi sentir dor realmente na véspera de seu falecimento e morreu no dia que teve que ir para o hospital. Deus realizou o seu desejo, viveu até o último momento em casa ao lado da família.

Os relatos da autora sobre a conduta médica foi um dos pontos que mais me chamaram a atenção. A cura ainda não existe, mas a compaixão, independente se a pessoa vai conseguir a cura ou não, deve ser dada, o respeito ao paciente, afinal, ele pode estar morrendo, mas só Deus sabe quando isso realmente irá acontecer. Tenho uma amiga que está em tratamento paliativo há muitos anos e sua maior alegria é que ela provou aos médicos que quem determinará o dia de sua morte será Deus e não eles, lhe deram seis meses de vida e ela já vai para mais de 10 anos vivendo e realizando os seus sonhos.

E nessa de viver nosso último dia todo dia, percebemos o quanto tudo tem um sabor especial. Acreditem, entender que a vida acaba é a ferramenta de empoderamento e autoconhecimento mais incrível de todas (e ninguém precisa de câncer pra isso). Não há tempo a perder. Não há sentimento a ser desperdiçado. Viver é prioridade.

A autora, Ana Michelle, ou AnaMi como gosta de ser chamada, escreveu este livro cumprindo um desejo de sua amiga-irmã que juntamente com ela criou o blog PaliAtivas. É um relato da sua vida, mas principalmente da grande amizade que surgiu após as duas terem descoberto que o câncer havia retornado, que o tratamento seria paliativo, ou seja, em algum momento elas estariam morrendo. Mas a forma que elas escolheram viver enquanto a morte não chega é que o faz toda a diferença e é justamente isto que este livro nos ensina, a viver da melhor forma e não sobreviver nos matando, mesmo quando não temos nada.

É um livro para te emocionar e te ensinar a viver positivamente, mesmo quando você se abate. Os relatos dos acontecimentos na vida das duas são especiais. Eu particularmente amei saber que ela aprendeu o que é ter amor próprio, a reconhecer o amor recebido da família, mesmo quando não era da forma desejada, e a valorizar este amor. Chorei com a carta escrita para a mãe, bem como em vários outros momentos. Confesso ter lido uma parte, ter dado um tempo e depois ter retornado a leitura de tanto que mexeu comigo. Mas que narrativa maravilhosa, a leitura fluiu super bem e, se não fosse o fato de querer ficar sem chorar um pouco, em dois dias eu teria lido o livro todo.

Hoje eu acompanho a AnaMi no Instagram e continuo a me emocionar com suas postagens. É de uma grandeza e força surpreendente colocar a sua vida e seu coração no papel como você fez. Saiba que você e a Renata ficaram eternizadas através das palavras deste livro. Obrigada por compartilhar conosco suas tristezas e alegrias, suas derrotas e conquistas e por nos inspirar a sempre buscar viver enquanto estamos respirando.


Super indico esta leitura e não se preocupe com o choro, pois chorar faz bem quando é por bons motivos e este livro é maravilhoso. Ele está com uma capa linda, uma diagramação maravilhosa, como disse a narrativa está super gostosa e o conteúdo é uma história real espetacular. Nota 5/5 com um coração sem sombra de dúvida.

A vontade que tive foi de destacar o livro quase todo, mas encerro com o seguinte destaque:

Quem é você quando ninguém está olhando? Lide com isso. Busque ser o que diz ser quando a luz está acesa.

Boa leitura,

Carolina Finco


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Enquanto eu respirar
Ana Michelle Soares
Ano: 2019
Páginas: 240
Editora: Sextante
Sinopse:
DANÇANDO COM O TEMPO E COM TODAS AS POSSIBILIDADES DE ESTAR VIVA ATÉ O ÚLTIMO SUSPIRO.
ANA MICHELLE SOARES, ou AnaMi, como gosta de ser chamada, é criadora do perfil @paliativas no Instagram, onde compartilha sua rotina como protagonista do próprio tratamento, desmistificando o conceito de “cuidados paliativos” e transformando a finitude na mais importante ferramenta de autoconhecimento que existe.
“Quando se jogar dentro desta narrativa, você verá a AnaMi sorrindo. E você vai respirar fundo e não hesitará em se jogar para dentro da própria vida. — DRA. ANA CLAUDIA QUINTANA ARANTES, autora de A morte é um dia que vale a pena viver

“Esta não é uma história sobre o câncer. É sobre viver, sobre vivência, sobre dançar com o tempo.
É sobre amizade, sobre não ter medo de sentir, sobre querer o milagre da boa morte e sobre querer chegar ao final com a certeza de que a jornada foi uma experiência extraordinária.”

Aos 32 anos, não foi fácil para a jornalista Ana Michelle Soares receber o diagnóstico de que seu câncer de mama tinha voltado e atingira outros órgãos. Não havia mais possibilidade de cura. O tratamento seria focado em controlar a doença e seus sintomas – e em lhe proporcionar a melhor vida até o fim.
Num relato visceral, marcado pelo humor ácido e por toda a coragem e urgência de quem não tem tempo a perder, AnaMi conta como o contato com a morte transformou para sempre sua maneira de enxergar as coisas.
Em busca da cura da alma, encontrou uma grande companheira de jornada – a Renata, que enfrentava algo muito parecido – e, nesse processo, descobriu a si mesma. Dessa parceria nasceu a conta @paliativas no Instagram, para provar que tratamento paliativo não é sobre morrer: é sobre viver.
É sobre ir à luta e viver apesar da doença. Inundar-se de gratidão a cada momento. Ressignificar a existência. Pois, para quem gosta de viver, nunca será tempo suficiente.


Para comprar:

Livro Físico

E-book

25 novembro, 2019

Resenha :: Um Gato de Rua Chamado Bob

novembro 25, 2019 0 Comentários

Peguei esse livro porque queria algo leve, tinha me prometido ler antes do filme e sinceramente, enfim, li o livro em 3 horas. Vamos ao livro? Foi escrito em primeira pessoa. James Bowen conta a história de sua vida a partir do momento que ele encontra Bob. 

Antes de tudo, quero dizer que James foi super feliz em sua maneira de contar a história de sua vida com o Bob. Quando ele encontrou Bob, ambos estavam em um mau momento. Eu particularmente penso que o gato o encontrou, mas enfim. A questão é que ele (James) podia ter escrito sobre sua heroica luta contra as drogas e toda sua triste situação. Não, ele não fez isso, o que foi maravilhoso.

Todo mundo precisa de um tempo, todo mundo merece uma segunda chance. Bob e eu agarramos a nossa...

Você passa a leitura com o ponto de vista de quem viveu nas ruas, seja por uma fuga ou outro motivo. Seja humano ou animal. Contudo ele se apega sobre a luta por sobreviver, mas de maneira digna, bem. De se fazer pequenas grandes escolhas, como por exemplo: “Então adotar ou não aquele gato?”. Sobre o amor incondicional que alguém é capaz de sentir. De dar e receber. O amor é o único sentimento que quanto mais se dá, mais se recebe. Porque o simples fato de dar amor já enche ao doador de amor. E que, infelizmente, o egoísmo torna tudo ainda mais difícil.

A história da amizade entre um homem e seu gato.

O processo de recuperação da saúde de Bob se alia ao de processo de recuperação de James. E a decisão de seguirem juntos, faz pensar quem estava cuidando de quem. A narrativa dos piores momentos vividos nas ruas em busca do sustento de James e Bob são narradas de forma emocionante, mas não emocional. E isso deixa o texto emocionante, e te leva a simplesmente caminhar ao lado de ambos revivendo aqueles momentos.

Ver-me com meu gato suavizou-me aos olhos das pessoas. Ele me humanizou. Especialmente depois de eu ter sido tão desumanizado. De certa forma, ele estava devolvendo minha identidade. Eu tinha sido uma não pessoa; e estava me tornando uma pessoa novamente.

Diversas vezes me peguei extremamente feliz por saber que aquele texto é verdade. Que ambos, James e Bob, são reais, são amigos e continuam ambos ajudando um ao outro. Quero muito ver Bob no cinema por ele estar no papel dele mesmo. Ora essas, ele é um astro!!! Gostaria que as pessoas se mostrassem tão receptivas com James assim como são com Bob. É meio o que acontece quando se tem um bebê, sabe? As pessoas simplesmente se esquecem da mãe... Mas tudo bem, você também só pensa no bebê, enfim... Leia!! Qualquer que seja o momento de sua vida. Esse livro se encaixa em todos esses momentos!! Como foi bom ter escolhido esse livro no dia de hoje.

Boa Leitura.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Um Gato de Rua Chamado Bob
A história da amizade entre um homem e seu gato
Gato Bob # 1
Páginas: 208
Editora: Novo Conceito
Sinopse:
Quando James Bowen encontrou um gato ferido, enrolado no corredor de seu alojamento, ele não tinha ideia do quanto sua vida estava prestes a mudar. Bowen vivia nas ruas de Londres, lutando contra a dependência química de heroína, e a última coisa de que ele precisava era de um animal de estimação. No entanto, ele ajudou aquele inteligente gato de rua, a quem batizou de Bob (porque tinha acabado de assistir a TwinPeaks).
Depois de cuidar do gatinho e trazer-lhe a saúde de volta, James Bowen mandou-o embora imaginando que nunca mais o veria. Mas Bob tinha outras ideias. Logo os dois tornaram-se inseparáveis, e suas aventuras divertidas — e, algumas vezes, perigosas — iriam transformar suas vidas e curar, lentamente, as cicatrizes que cada um dos dois trazia de seus passados conturbados.
Um Gato de Rua Chamado Bob é uma história comovente e edificante que toca o coração de quem a lê.


O Grupo Editorial Novo Conceito oferece sempre os best-sellers mais aguardados e comentados do meio literário. Em anos de sucesso editorial, foram vários os autores e títulos reconhecidos na principais listas do PublishNews e Veja. O selo Novo Conceito foi desenvolvido para reunir essas grandes publicações, além das novidades e lançamentos internacionais que ainda virão.

24 outubro, 2019

Resenha :: Bicha, Para!

outubro 24, 2019 2 Comentários

Amigos leitores, o Clube do Farol recebeu o livro Bicha, Para! de parceria com a editora Meus Ritmos. Não sabia muito bem o que esperar do livro escrito pelo youtuber Guigo Kieras quando comecei a ler.

Bicha, Para! pode ser considerado tanto um livro de autoajuda, quanto uma biografia. Não sei se já comentei, mas não sou muito fã de nenhum desses gêneros. Mesmo assim, amei a leitura!

O livro traz 10 histórias reais relacionadas à sexualidade de Guilherme Kieras. Se assumir perante os pais e amigos, se apaixonar pelo amigo hétero, a sua primeira vez, sofrer homofobia, religião... Guigo passeia por todos esses assuntos de forma leve. Sem rancor, nem drama.

Às vezes ser gay é complicado, mas calma... dá pra descomplicar.

Fiquei arrasado logo no prefácio (A Grande Arrancada), escrito pela mãe de Guilherme, onde ela conta que não conseguiu aceitar seu próprio filho quando ele se assumiu para ela.

Ao negar ao meu filho a chance de viver sua adolescência de forma natural, ao trata-lo como doente, arranquei de Guigo cinco anos de sua vida. Tempo esse que, mesmo ele me perdoando mil vezes, não há como recuperar.

Hoje, Josiane Kieras ama o filho em toda a sua essência e é uma das grandes militantes das causas LGBTQ+.

Entrei no Instagram do Guigo, a convite do próprio autor, e fiquei assustado com a filmagem de um gay sendo arrastado pela Polícia Militar de São Paulo até um beco afastado. Guigo escreveu que estava tudo bem com ele e que não podia falar muito sobre o processo judicial porque ele corre sob segredo de justiça. Disse apenas que o processo caminha bem. Foi quando percebi que o gay que estava sendo arrastado por 3 policiais era ele próprio. Em Sofri Homofobia... E Agora?, Guigo conta esse caso de homofobia que ocorreu no dia 9 de março de 2019, logo após um bloco de pós-carnaval da Claudinha Leitte, em São Paulo. O caso ganhou notoriedade nacional e saiu até no Fantástico.

Apesar de ter citado dois casos mais dramáticos, o livro traz diversos outros causos contados de forma irreverente, mas que trazem questionamentos bem importantes para o mundo atual, onde alguns seres humanos não conseguem mais respeitar quem é diferente. Seja raça, credo ou orientação sexual.

Guilherme Kieras é formado em Publicidade e especialista em Gestão de Marketing Digital. Trabalha como Social Media e é criador do canal Fora da Casinha, do Youtube.

Os seguidores do canal se chamam carinhosamente de “tatuzinhos”, por isso cada capítulo tem o desenho de um tatu no início, além de um espaço para anotações no final. A edição feita pela editora Meus Ritmos está bem bacana (páginas amarelas e boa diagramação) e combina com a vibe do autor. Agora, também sou um tatuzinho!


O trunfo de Bicha, Para! está na sinceridade e no jeito irreverente de Guigo. Um livro curto, de apenas 139 páginas, que pode ajudar muita gente que enfrenta questões parecidas. Um livro necessário não só para os gays, mas também para os héteros que precisam conhecer mais as lutas que todo LGBTQ enfrenta no seu dia a dia. Obrigado, Guigo!
                          
Com amor, André


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Bicha, Para! 
As vezes ser gay é complicado, mas calma... Dá pra descomplicar
Guigo Kieras 
Ano: 2019
Páginas: 139
Editora: Meus Ritmos
Sinopse:
FALA MEU POVO, EU SOU O GUIGO, TUDO BEM? EU ESTOU BEM...
Se você leu essa frase com a minha entonação de voz, é sinal que conhece o meu canal no Youtube, o Fora da Casinha. Mas caso não conheça. Caaaalma, coleguinha. Sem problemas, depois dá um google que tá resolvido. =D Canal babadeiro, super indico!
Se assumir, se apaixonar pelo amigo hétero, sofrer bullying e homofobia, sentir medo de não ser amado pela família religiosa... Todo gay já passou, passa ou ainda irá passar por algumas dessas questões na vida. É tipo um bacharelado em Ciências do Vale do Arco-íris, sabe? Parece que somos predestinados a superar determinadas barreiras sociais para que sejamos plenamente felizes.

Está difícil? Tudo é muito mais complicado do que você gostaria? Alguém não te aceita e isso te deixa triste? Você não se compreende direito e não sente que se encaixa no mundo? Relaaaaaaxa!
Aqui estão 10 histórias que vivi por ser gay .
Acredite: Dá pra resolver tudo, dá tempo de tudo, dá pra ser plenamente feliz sendo gay, hétero, bi, ou qualquer denominação em que se sinta mais representado.
Vem comigo e BICHA, PARA!


Meus Ritmos é nova no mercado editorial, mas é séria e preocupada não em publicar best sellers, mas sim em lançar livros com qualidade, dando oportunidade para novos autores publicarem suas obras.