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23 junho, 2017

Resenha :: Grey ( Fifty Shades of Grey)

junho 23, 2017 1 Comentários

"Eu quero muito dela: sua confiança, sua obediência, sua submissão. Eu quero que ela seja minha, mas agora… Eu sou dela."

Primeira coisa que gostaria de avisar: Grey não é Cinquenta tons de cinza. É, mas temos que separar os dois livros. Como todos nós já conhecemos, nessa história temos Anastasia Steele indo entrevistar o bem sucedido empresário Christian Grey para o jornal de sua faculdade. Assim que chega a seu escritório, Christian fica encantado com o jeito tímido e obediente de Anastasia e enxerga nela uma ótima submissa e inicia seu desejo de conquista.

“Quero ela. Toda ela. Seu corpo e sua alma. Quero que seja minha.”

Bom, em Grey temos a história narrada completamente pelo Christian e já digo aqui que é bem mais intenso e pervertido que no livro que é contado pela Anastasia. Eu digo que é bem mais interessante.

“Eu nunca senti esse desejo, essa… fome antes. É um sentimento novo, novo e luminoso.”

Sem papas na língua ele vai mostrando o seu estilo de vida, denominado assim por ele, e vai deixando, nós leitores, a cada termo, a cada diálogo, mais chocado com o linguajar usado. Chega a ser muito vulgar. O livro é adulto, tem essa indicação no próprio livro, mas com a internet e seus diversos sites de download é fácil uma criança curiosa ter acesso e se deparar com tamanha loucura. Cuidado.

“Ela não conhece a profundidade da minha depravação, a escuridão da minha alma, o monstro dentro de mim… talvez eu devesse deixá-la em paz.”

Confesso que aqui o livro é bem mais construído, acho que por isso é mais arrastado e isso me incomodou. A narração é muito detalhada e muita das vezes sem necessidade, o que torna os capítulos mais longos, os diálogos mais longos e muita das vezes repetitivos.

“Ana oscila um pouco enquanto bebe a água, e a estabilizo colocando uma das mãos no seu ombro. Gosto do contato dela, de tocar nela. Ela é um bálsamo para meu espírito tumultuado. Hum… que poético, Grey.”

O ponto alto da leitura é quando somos colocados de frente com os pesadelos que tanto gostaríamos de ter lido primeiro livro. Uma crueldade sem limites o que o padrasto dele o fez passar, chegando ser difícil de ler certos sonhos.

“Desde que a conheci, meus sonhos sofreram uma agradável mudança do pesadelo ocasional.”

Comparando o primeiro livro e essa versão contada pelo Christian, eu fico com essa versão. E acho que não só eu, mas todos os fãs querem esse estilo nos outros dois livros.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Grey
Cinquenta Tons de Cinza Pelos Olhos de Christian
Ano: 2015
Páginas: 528
Editora: Intrínseca
Sinopse (Skoob):
Na voz de Christian, e através de seus pensamentos, reflexões e sonhos, E L James oferece uma nova perspectiva da história de amor que dominou milhares de leitores ao redor do mundo.
Christian Grey controla tudo e todos a seu redor: seu mundo é organizado, disciplinado e terrivelmente vazio – até o dia em que Anastasia Steele surge em seu escritório, uma armadilha de pernas torneadas e longos cabelos castanhos. Christian tenta esquecê-la, mas em vez disso acaba envolvido num turbilhão de emoções que não compreende e às quais não consegue resistir. Diferentemente de qualquer mulher que ele já conheceu, a tímida e quieta Ana parece enxergar através de Christian – além do empresário extremamente bem-sucedido, de estilo de vida sofisticado, até o homem de coração frio e ferido.
Será que, com Ana, Christian conseguirá dissipar os horrores de sua infância que o assombram todas as noites? Ou seus desejos sexuais obscuros, sua compulsão por controle e a profunda aversão que sente por si mesmo vão afastar a garota e destruir a frágil esperança que ela lhe oferece?

18 abril, 2017

Resenha :: Nós (Us)

abril 18, 2017 0 Comentários

Ganhei este livro em um sorteio promovido pela Livraria e Sebo Simonetti no final do ano passado e até então não havia o lido. Um título tão curto e a capa vermelha me chamaram a atenção, resolvi arriscar e dar uma chance, até porque nunca tinha lido nada deste autor.

Douglas Petersen é um bioquímico de 54 anos, é metódico, organizado, objetivo e, talvez, um pouco antiquado. Casado a 25 anos com Coonie Moore, uma artista de espírito livre, eles viviam uma vida feliz com seu filho adolescente Albie, um jovem rebelde e também artista.

Até que uma noite, Douglas é surpreendido por sua esposa, que diz querer se separar. E ele se vê sem chão, não entende, e aquilo martela na sua cabeça... Mas, como? Eles não eram tão felizes, não estavam bem?

"A conversa continuou por algum tempo, Connie, exultante com toda aquela sinceridade, eu, inseguro, incoerente, esforçando-me para assimilar o que ouvia. Há quanto tempo ela se sentia assim? Será que estava realmente tão infeliz, tão cansada? Eu entendia sua necessidade de ‘redescobrir a si mesma’, mas por que ela não poderia se redescobrir comigo por perto? Porque, como ela dissera, nosso trabalho estava concluído."

A separação não seria iminente, uma vez que eles já haviam programado as férias familiares “O Grand Tour dos Petersen!”, uma viagem pela Europa e seus principais pontos turísticos, seria essa a chance de Douglas reconquistar sua esposa ou deixar tudo ir por água a baixo?

Douglas, como todo bom metódico, havia planejado cuidadosamente e organizado o roteiro da viagem, mas Connie e Albie queriam que ele vivesse o momento, que se deixasse levar... A viagem continua seguindo relativamente bem, até que em um café da manhã, Albie se mete em uma confusão e tem uma discussão com Douglas, e foi a gota d’água. O caos estava instaurado.

Em meio a memórias do passado e o presente, David Nicholls constrói uma história que se mostra envolvente, complexa e sensível como todas as relações familiares são. Eu, particularmente, gostei muito do personagem Douglas e suas manias, seu jeito “certinho”, mas não posso dizer o mesmo de Connie e Albie. Será que vocês adivinham o motivo?

Gostei deste livro porque ele é REAL, mostra como as relações familiares são e traz reflexões e diversos aprendizados ao longo da narrativa. O autor soube descrever cada lugar por onde a família Petersen passou ao longo do Grand Tour, nos transportando para dentro do livro e fazendo com que pudéssemos nos sentir na Europa, além disso, no final do livro há um “esquema” dos locais visitados e as obras citadas, para ajudar os leitores.




O livro é dividido em partes, sendo cada uma delas uma parada da família Petersen ao longo do Grand Tour e marcada por uma frase, as páginas são amareladas e os capítulos são bem curtinhos (cerca de três páginas cada um). 

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Nós
Ano: 2015
Páginas: 384
Editora: Intrínseca
 
Sinopse (Skoob):
Certa noite, Douglas Petersen, um bioquímico de 54 anos apaixonado pela profissão, por organização e limpeza, é acordado por Connie, sua esposa há 25 anos, e ela lhe diz que quer o divórcio.
O momento não poderia ser pior. Com o objetivo de estimular os talentos artísticos do filho, Albie, que acabou de entrar para a faculdade de fotografia, Connie planejou uma viagem de um mês pela Europa, uma chance de conhecerem em família as grandes obras de arte do continente. Ela imagina se não seria o caso de desistirem da viagem. Douglas, porém, está secretamente convencido de que as férias vão reacender o romance no casamento e, quem sabe, também fortalecer os laços entre ele e o filho.
Com uma narrativa que intercala a odisseia da família pela Europa — das ruas de Amsterdã aos famosos museus de Paris, dos cafés de Veneza às praias da Barcelona — com flashbacks que revelam como Douglas e Connie se conheceram, se apaixonaram, superaram as dificuldades e, enfim, iniciaram a queda rumo ao fim do casamento, Nós é, acima de tudo, uma irresistível reflexão sobre a meia-idade, a criação dos filhos e sobre como sanar os danos que o tempo provoca nos relacionamentos. Sensível e divertido, com a sagacidade e a inteligência dos outros livros do autor, o romance analisa a intrincada relação entre razão e emoção.

23 março, 2017

Resenha :: Lugar Nenhum (Neverwhere)

março 23, 2017 0 Comentários


“Mas não se pode nunca assumir... que só porque algo é engraçado, não vá ser perigoso também.”


Esse era um livro que eu estava querendo ler a muito tempo, por ser do Neil Gaiman e ter uma premissa que eu nunca tinha imaginado, que é uma pessoa comum, distraída e cheia de problemas. Acaba se encontrando em uma situação em que ela não existe mais, mas sempre apareceu alguma promoção e acabei deixando de lado, até que minha linda amiga devoradora de livros me deu de presente .

Quando falamos de fantasia nós sempre pensamos nos escolhidos e em personagens que no começo da história são fracos e de coração grande, no final fica extremamente fortes ,treinam com um ancião renegado ou o melhor mestre que já existiu e o protagonista acaba o superando e derrotando alguma entidade cósmica que trás o fim do tempos ou algum outro aprendiz rebelde. Mas isso não é algo que espero dos livros do Neil Gaiman, ele sempre coloca pessoas normais em situações extraordinárias ou malucas dependendo do ponto de vista.

“Mas talvez exista uma resposta para nossas questões, uma chave para nossos problemas.”

Richard Mayhew é um irlandês que está pra ir para Londres a trabalho e seus amigos estão dando uma festa de despedida, quando ele acaba encontrando uma senhora misteriosa que após ler sua mão faz uma profecia (aprendi nos meus pequenos estudos sobre mitologia que profecia nunca é coisa boa, sempre é o filho que vai matar o pai e só traz sofrimento e desgaste), ele não se importa muito e a vida segue. Em Londres ele conhece uma moça chamada Jessica, uma mulher de classe, refinada e MUITO exigente, que acaba virando sua noiva. 

Certa noite, Richard acaba ajudando uma moça que estava gravemente ferida que diz estar sendo perseguida por assassinos. A pedido dessa moça ele procura o maravilho golpista De Carábas, o vigarista mais carismático que existe, o que De Carábas não sabe ele pode descobrir com alguns favorzinhos e se precisar de sua ajuda dele, não de um favor como pagamento (ele vai cobrar). 

Depois que De Carábas vai embora com ela se desculpando ("desculpa qualquer coisa" é porque a pessoa aprontou um monte na sua casa, OPEN YOUR EYES).

Richard acaba deixando de existir para todas as pessoas ao seu redor transformando sua vida em uma loucura sem fim, onde ele descobre que existe uma cidade em baixo da cidade, escuridão sólida, vagões de trem gigantescos por dentro, uma feira onde se vende de tudo, ratos reis e muitas, MAS MUITAS, portas ou talvez nem tantas?

“Os problemas são covardes: nunca acontecem sozinhos, sempre andam em bandos e se jogam todos ao mesmo tempo em cima da vítima.”

O livro mostra um pouco da história de Londres e como sempre somos obrigados a escolher; escolher acreditar ou não; escolher aceitar ou recusar; escolher ficar ou escolher ir. Ele fala sobre a monotonia da vida, que nem tudo o que queremos é o que queremos de verdade e como a realidade é relativa para cada pessoa. Um livro excelente para quem AMA fantasia, gosta de algumas reflexões sobre a vida ou para quem gosta de Neil Gaiman é indispensável.

Quem aí tá a fim de ir comigo até o mercado flutuante pra comprar uns perdidos?


“Sempre fui da opinião de que a violência é o último recurso dos incompetentes e de que ameaças vazias são o santuário final dos ineptos.”

Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Lugar Nenhum
Ano: 2016
Páginas: 336
Editora: Intrínseca
Sinopse (Skoob)
Primeiro romance de Neil Gaiman é relançado no Brasil com conteúdo extra, em Edição Preferida do Autor.
Publicado pela primeira vez em 1997, a partir do roteiro para uma série de TV, o sombrio e hipnótico Lugar Nenhum, primeiro romance de Neil Gaiman, anunciou a chegada de um grande nome da literatura contemporânea e se tornou um marco da fantasia urbana. Ao longo dos anos, diferentes versões foram publicadas nos Estados Unidos e na Inglaterra, e Neil Gaiman elaborou, a partir desse material, um texto que viesse a ser definitivo: esta edição preferida do autor.
Em Lugar Nenhum, Richard Mayhew é um homem simples de coração bom que tem a vida transformada quando ajuda uma jovem que encontra ferida numa calçada. De um dia para o outro, Richard se torna invisível na Londres que sempre conheceu: não tem mais trabalho, não tem mais noiva, não tem mais casa. Para recuperar sua vida, ele se embrenha em um mundo que nunca sonhou existir, uma cidade que se abre nos esgotos e nos túneis subterrâneos: a chamada Londres de Baixo, em que personagens únicos e cenários mirabolantes fazem a Londres de Cima parecer uma mera paisagem cinza.
Com muita ação, um bom humor peculiar e evocações sombrias de um mundo fantástico, Lugar Nenhum é leitura indispensável para os fãs de Neil Gaiman e um rico prazer para os que ainda não conhecem o autor.

23 fevereiro, 2017

Resenha :: Os Filhos de Anansi (Anansi Boys)

fevereiro 23, 2017 22 Comentários

“Histórias são teias conectadas fio a fio. E você deve seguir cada história até o centro, porque o centro é o final. Cada pessoa é um fio da história.”

Conheci as obras do Neil Gaiman primeiramente pelas HQs (mais precisamente "Sandman") e depois decidi ir para os livros. Descobri que Neil Gaiman é um abusador da imaginação quando comecei por Deuses Americanos (quem sabe um dia eu tenho coragem e faço resenha dele), mas acho que a melhor opção para começar é Os Filhos de Anansi, que é algo que já te prepara para os próximos livros dele mostrando a magia, as descrições, a fantasia moderna e o poder da música.

“Essa história começa, assim como a maioria das coisas, com uma música. Afinal de contas, no começo havia as palavras, e elas vinham acompanhadas de uma melodia. Foi assim que o mundo foi feito, que o vazio foi dividido e que a terra, as estrelas, os sonhos, os pequenos deuses e os animais vieram ao mundo. Eles foram cantados.”

Nas primeiras páginas conhecemos Charles Nancy, um homem inseguro, reservado e o mais discreto possível, também conhecido como Fat Charlie ("Charlie gordo" em tradução livre) apelido dado por seu próprio pai; Sr. Nancy um velhinho de chapéu fedora verde e luvas de cor limão, simpático, alegre, mulherengo e sacana que adora pegadinhas; e Rosie a noiva de Fat Charlie.

Notamos, no começo do livro, que Charles tem uma relação conturbada com seu pai, já que o mesmo vivia pregando peças nele quando era criança.

O livro é cheio de misticismo, magia africana e caribenha, mostra o poder das músicas e das palavras. A História se inicia com Charles recebendo a notícia da morte de seu pai e depois desse acontecimento, Charles, é mergulhado forçadamente nesse mundo místico da cultura africana.

A História mostra bem como em certos momentos nossos pais nos envergonham, e todo mundo que já passou vergonha por causa de qualquer parente vai sentir a agonia de Charles em vários momentos do livro.

“Depois de crescer, as dúvidas infantis se solidificaram em uma certeza sólida de que a Vida, do nascimento ao túmulo, era tudo o que havia, e todo o resto era imaginação. Tinha sido uma coisa boa de acreditar, pois lhe permitira lidar com a dor da vida...”

Esse foi um livro um tanto difícil de resenhar, já que para quem pretende ler existem algumas surpresas no começo do livro que eu não gostaria de estragar numerando-as. É uma história bem humorada e bem construída, e uma coisa que o Neil Gaiman faz que é genial nos livros dele é: pegar uma pessoa comum e expor a loucura que é a fantasia.

Os Filhos de Anansi é um excelente livro para quem quer começar a literatura do Neil Gaiman e se acostumar com os abusos que ele faz com a sua imaginação.

"Coisas impossíveis acontecem. E quando acontecem, a maioria das pessoas apenas lida com elas. No dia de hoje, como em todos os dias, cerca de cinco mil pessoas na face da Terra vão experimentar coisas que acontecem uma vez em um milhão, e nenhuma delas vai recusar a acreditar nas provas que seus sentidos lhe oferecem. A maioria vai dizer, em sua própria língua, o equivalente a: Que mundo estranho, não é? E depois vai seguir em frente."

Nota :: 

História do Clube

Conheça a primeira resenha do Vini aqui no Clube!
Clique e leia Guerra do Velho ― John Scalzi

Informações Técnicas do livro

Os Filhos de Anansi
Ano: 2015
Páginas: 328
Editora: Intrínseca
 
Sinopse (Skoob): 
Charlie Nancy tem uma vida pacata e um emprego entediante em Londres. A pedido da noiva, ele concorda em convidar o pai para seu casamento e fazer uma tentativa de reaproximação, já que há vinte anos os dois não se falam. Enquanto isso, no palco de um karaokê na Flórida, o pai de Charlie tem um ataque cardíaco fulminante. A viagem de Charlie até os Estados Unidos para o funeral acaba se tornando a jornada de uma nova vida. Charlie não tinha ideia de que o pai era um deus. Menos ainda de que ele próprio tinha um irmão. Agora sua vida vai ficar mais interessante... e bem mais perigosa. Embrenhando-se no território de lendas e deuses pagãos, a poderosa narrativa de Neil Gaiman leva o leitor a mergulhar nessa história fantástica e bem-humorada sobre relações familiares, profecias terríveis, divindades vingativas e aves muito malignas.