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21 novembro, 2019

Resenha :: Gata Branca (Mestres da Maldição #1)

novembro 21, 2019 0 Comentários

Essa é uma trilogia que li pela primeira vez há alguns anos, mas só depois de uma releitura recente que decidi compartilhar mais sobre ela com vocês, pelo melhor motivo possível: Conseguiu me prender novamente como se fosse a primeira vez! 

Minta até que você mesmo acredite, esse é o verdadeiro segredo sobre mentir. É o único meio de não ter nada que entregue você.

Nesse universo, criado pela autora Holly Black, existe uma parcela bem pequena da população chamada de mestres, pessoas que tem poder de mudar emoções, sorte, memórias e até matar com apenas um toque de suas mãos. A existência de mestres nessa sociedade é permitida, mas usar os dons é considerado crime. Como mãos são como armas (até mais perigosas), todos usam luvas sendo mestres ou não e, dificilmente, as tiram na frente de outras pessoas por ser algo de extrema intimidade. 

Nosso professor dizia que, se alguém viesse em nossa direção com as suas mãos nuas, deveríamos considerar aquelas mãos potencialmente tão mortais quanto facas...

Nesse universo temos um protagonista tão interessante quando o próprio mundo criado pela autora. Cassel não nos é apresentado como um personagem ingênuo ou simplesmente bom, não vem como um herói de princípios, mas um anti-herói que segue caminhos tortos mesmo para tomar decisões boas; é um golpista profissional, vindo de uma família também de golpistas profissionais e sendo o único não mestre da família. 

Sabe o que costumavam dizer sobre garotos como você? São inteligentes como o diabo e duas vezes mais bonito do que ele.

Apesar de uma família completamente louca e desestruturada, Cassel tenta ao máximo passar uma imagem de um garoto normal na escola, para compensar um passado terrível: a lembrança de ter matado a melhor amiga quando criança e de não lembrar o motivo por ter feito isso. E está tentando seguir em frente apesar da culpa, o que  vai por água abaixo quando começa a sonhar uma Gata Branca e ter um ataque de sonambulismo na escola.

A memória é fugidia. Ela se ajusta à nossa compreensão do mundo, se deforma para acomodar nossos preconceitos. Não é confiável.

O livro vai se desenvolvendo a partir desse acontecimento, de Cassel percebendo falhas em sua memória, da desconfiança de que esconderam algo dele a vida toda e que a gata branca, dos seus sonhos, é a única que pode lhe dar as respostas que precisa.

O melhor do livro, além de um principal bastante carismático, até por vezes engraçado, é que os personagens secundários também são bastantes interessantes. A família de Cassel é extremamente diferente e, mesmo a narração sendo em primeira pessoa, conseguimos pegar bastante das personalidades dos outros, assim como os colegas da escola dele, apesar de sempre achar que alguns poderiam se desenvolver um pouco mais.

Holly Black tem uma escrita bastante leve, bem direta, ela é uma ótima pedida para quem curte literatura infantojuvenil.

Os alvos esquecem que, quando uma coisa é boa demais para ser verdade, significa que é golpe.

Um ponto negativo são as capas dos livros. Eu não curto tanto capas com modelos, até por nós acabarmos ligando a aparência do protagonista com o modelo da capa, mas fazendo uma releitura, depois de anos da primeira vez que li, prestei mais atenção na descrição do personagem que em várias ocasiões se descreve como alguém “não branco”, inclusive em alguns momentos ele pondera se tem ascendência indiana e em outros fala da pele naturalmente bronzeada dele e dos irmãos; e o modelo da capa o representando é um homem bem branco segurando uma Gata Branca (sem críticas à gata, rs). Bom, fiz o possível para desconectar as aparências e imaginar por conta própria, mas capas com modelos vejo sempre como tendenciosas demais.

Em geral, eu indico muito a trilogia Mestres da Maldição. Holly Black está crescendo muito sua escrita e é uma autora do gênero que vale a pena acompanhar mais. 

Para mim, a maldição é um muleta, mas o golpe é tudo.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Gata Branca
Mestres da Maldição #1
Ano: 2012
Páginas: 360
Sinopse:
Cassel vem de uma família de Mestres da Maldição – pessoas que têm o poder de mudar emoções, memórias e destinos com o mais leve toque das mãos. Mas fazer isso é ilegal, o que significa que todos eles são criminosos. Exceto Cassel. Ele não tem o toque mágico, está de fora: é o único filho normal em uma família paranormal. Apesar de ser o único sem poderes entre os irmãos, Cassel está longe de ser um santo. Aos 14 anos, ele matou uma jovem, Lila, sua melhor amiga e por quem era apaixonado, carregando desde então a culpa do crime e a vergonha da lembrança mais forte que tem daquele fatídico dia: a euforia de escapar impune.
Tentando fugir de seu terrível passado, Cassel faz de tudo para ser como os outros garotos. Uma noite, porém, tudo vai por água abaixo: depois de sonhar repetidas vezes com uma estranha gata branca. As imagens do animal provocam uma crise de sonambulismo que levam o garoto a andar pelos telhados da Escola Preparatória Wallingford, o exclusivo colégio onde ele estuda e, nas horas vagas, trabalha como bookmaker, agenciando apostas dos outros alunos. Assustada, a direção da escola suspende o rapaz por alguns dias, e ele é forçado a voltar à antiga casa dos Sharpe. Em um ambiente cheio de recordações da infância, Cassel começa a questionar seu passado quando a gata branca de seus sonhos aparece na propriedade. Será que suas lembranças são reais? Será que o assassinato de Lila realmente aconteceu da forma que lhe contaram?
Desconfiado de que não passa de uma pequena peça de um grande golpe, Cassel começa então a fazer uma busca em seu passado e em suas memórias, que parecem lhe fugir. Para desvendar os mistérios de sua vida, ele vai precisar armar um verdadeiro golpe de mestre.
Gata Branca é o primeiro volume da série Mestres da Maldição, de Holly Black, autora, junto com Tony DiTerlizzi, da série As crônicas de Spiderwick. Black foi finalista dos prêmios Mythopoeic e Eisner e vencedora dos prêmios Andre Norton e Newbery Honor.

20 fevereiro, 2019

Resenha :: A Luz entre Oceanos

fevereiro 20, 2019 1 Comentários

Olá, faroleiros!!!

Em comemoração ao aniversário do Clube do Farol, o livro da resenha de hoje se passa grande parte em uma ilha com um farol e seu faroleiro. Bora lá?!

Nós sempre temos uma escolha. Todos nós.

Conheci a história do livro A Luz entre Oceanos antes mesmo de saber que era um livro. Como assim, Renara? Vou explicar: O trailer do filme do mesmo nome me chamou muito a atenção, e quando me falaram que era um livro fui atrás de ler.

Falando em filme, a adaptação cinematográfica da história, nada deixa a desejar do enredo original — livro. Mas vamos falar do livro, ok?!

A Luz entre Oceanos conta a história de Isabel e Tom Sherbourne — o Faroleiro. Em busca de paz, Tom aceita o cargo de faroleiro em uma isolada ilha na costa oeste Australiana. Tom viveu muitos momentos traumáticos durante a 1ª Guerra. Ficar só junto à natureza era tudo que ele mais desejava. Entretanto, antes mesmo de se mudar para o farol — Ilha de Janus Rock —, o nosso protagonista conhece e se apaixona por Isabel.

Isabel é uma jovem linda, encantadora e cheia de vida. Tom não resiste a toda "vida" existente em Isabel. Após se casarem, Isabel passa a viver no isolado farol com Tom.

Tudo estava indo "muito bem, obrigada", até que Isabel sofre um aborto espontâneo. Tal acontecimento a deixa muito abalada. O tempo passa e mais uma vez Isabel engravida, e mais uma vez, seu bebê vira um anjo.

Após algum tempo do último aborto, chega ao farol um pequeno barco com um homem morto e um bebê vivo. Isabel convence Tom de que o bebê é na verdade uma dádiva de Deus.

Neste ponto da história, a autora aborda temas éticos e dilemas reais. Em muitos momentos da história, me questionei o que faria no lugar de Isabel, até questionei algumas coisas levantadas no livro ao meu esposo.

O enredo mexeu muito comigo. Em maio/2018, meu esposo e eu passamos também por um aborto espontâneo como os personagens do livro. E ver um sofrimento que foi tão real, me trouxe a memória do que passamos. O medo de Isabel na segunda gestação é real. Entendo e compartilho desses medos. Hoje estamos esperando nosso pequeno arco-íris chamado Donatelo. Cada semana, cada dia é vivido e comemorado por nós. Em junho teremos  nosso arco-íris em nossos braços.

Por que contei isso?! As atitudes tomadas por Isabel e Tom não são corretas, porém, são aceitáveis no meu ver. Veja bem, não estou defendendo possíveis erros dos personagens. Estou dizendo que entendo os motivos.

Enfim, espero que A Luz entre Oceanos possa ganhar o coração de vocês como ganhou o meu. Super recomendo o filme e o livro.

Vou me despedindo por aqui, afinal estou segurando a minha língua —meu marido está falando "Cuidado para não dar Spoiler". Melhor parar por aqui. Até mais!!!


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

A Luz Entre Oceanos
Ano: 2013
Páginas: 368
Editora: Rocco
Sinopse:
“Um livro extraordinário e emocionante sobre pessoas boas, decisões trágicas e a beleza encontrada em cada uma delas”. – Markus Zusak, autor de A menina que roubava livros.
Romance de estreia da australiana M. L. Stedman, A luz entre oceanos surpreendeu o mercado editorial pela rapidez com que alcançou os mais cobiçados rankings de venda do mundo. Nos Estados Unidos, o título ganhou nove reimpressões sucessivas desde que chegou às prateleiras, em julho de 2012, e manteve-se por mais de quatro meses na lista dos mais vendidos do The New York Times. Na Austrália, o livro bateu todos os recordes de venda em 2012. Escrito por uma advogada que aborda os limites da ética e os dilemas morais sob diferentes pontos de vista, A luz entre oceanos é um livro sobre perdas trágicas e escolhas difíceis, sobre a maternidade e os limites do amor. 
O protagonista da trama é Tom Sherbourne, um homem traumatizado pela sangrenta Primeira Guerra Mundial. O ex-combatente volta à terra natal, a Austrália, para tentar reconstruir sua vida. Sua busca por paz e conforto o leva a ser o mais novo faroleiro de Janus Rock, uma ilha isolada ao oeste da costa australiana. Ele e sua mulher, Isabel, vivem bem, até ela descobrir que não pode ser mãe. Mas um barco naufragado, carregando um homem sem vida e um bebê chorando, reacende a esperança de Isabel, fazendo o casal tomar uma decisão que marcará suas vidas para sempre.

19 janeiro, 2019

Resenha :: Sob a Luz dos Seus Olhos

janeiro 19, 2019 7 Comentários

Olá, faroleiros!!! Hoje escrevo sobre o livro Sob a Luz dos Seus Olhos da autora Chris Melo, da Fábrica231. Estou tendo dificuldades para ler devido à falta de tempo, mas investi nesta leitura, pois além de ter ganhado em parceria, o mesmo me foi bem recomendado por minha mãe que já o havia lido em e-book. Comecei a lê-lo sem pretensões, mas depois do segundo capítulo, confesso que já estava presa a leitura e sem querer parar.

Esta é a nossa vida, a parte que vale a pena ser contada. Toda a transformação que um ser humano sofreu porque disse sim, toda a magia que só existiu porque, em um dia qualquer, nossos olhos se cruzaram.

Elisa é uma jovem brasileira que aos 23 anos foi morar em Londres na Inglaterra, através de um intercâmbio que duraria um ano, pela editora na qual trabalhava. Para aproveitar esta oportunidade, ela viajou antes do prazo para poder ir a York, conhecer um pouco do lugar de tantas histórias que lera. Lá ela acaba trocando olhares, certa noite, com um rapaz lindo, mas não chegam a se conhecerem. Por estranha coincidência ou coisa do destino, Lisa foi morar justamente na casa dos pais de Paul, o estranho rapaz com a qual ela havia trocado olhares em York. Imagine então a surpresa dos dois.

Sentir falta é notar a ausência de alguma coisa. Saudade é quando o peito aperta, quando falta o ar, é quando parece difícil continuar vivendo.

Paul Hendesen é o filho mais velho dos Hendesen, uma tradicional e abastada família inglesa que resolveu alugar um quarto para jovens que viessem à Inglaterra por intercâmbio. Ele é um jovem boêmio, que tem como única certeza seu amor pelas artes cênicas. Atualmente ele está encenando uma peça de teatro, mas espera ser chamado para fazer cinema, quando, ao retornar para casa em um dos intervalor de apresentações, descobre que a jovem a quem ele ficou admirando em York, está morando em sua casa.

Decido viver tudo aquilo sem pensar demais, como ele sugere. Não adianta evitar a felicidade por medo dela. Assim como a tristeza encontra cantos para morar dentro da gente, a felicidade sabe se instalar ali, entre um nascer do sol, mãos quentes e esperanças juvenis.

Os dois percebem que a ligação entre eles é mais que especial e, mesmo contrariando os Hendesen, decidem dar uma chance ao amor que estão sentindo. Mas será que eles vão conseguir ir em frente?


O desenrolar da história então é um verdadeiro drama, confesso que fiquei preocupada com o final, mas a autora soube desenvolver a história muito bem. Ficou um romance muito lindo, mas confesso que não aceitei muito bem o tempo que a autora usou para resolver determinado ponto da história, sou uma romântica total e sofri demais... rsrsrs...

Outro ponto é que, se tratando dos Estados Unidos, achei a atitude da polícia muito falha para ser verdadeira, se fosse aqui no Brasil teria sido bem mais fácil de aceitar. Porém isto não prejudicou a história e não pense que não curti o livro, achei emocionante a leitura e o final foi super satisfatório para mim, pois a autora conseguiu transmitir o sentimento da história de maneira muito linda e fechou todos os pontos.

O livro está numa publicação excelente, fonte, espaçamento, papel. Uma coisa super bacana é que o título de cada capítulo é o nome de uma música, sendo assim a história tem sua playlist, se você curte, pode escutar enquanto lê. Dou nota 4/5.

Boa leitura,

Carolina Finco


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Sob a Luz dos Seus Olhos
Ano: 2016
Páginas: 320
Editora: Fábrica231
Sinopse:
"Essa é a nossa vida, a parte que vale a pena ser contada. Toda a transformação que um ser humano sofreu porque disse sim, toda a magia que só existiu porque, um dia qualquer, nossos olhos se cruzaram."
Elisa embarca para a Inglaterra decidida a começar sua vida adulta. Leva na bagagem todos os seus planos para o futuro, sua sede por conhecimento e o desejo de trilhar os primeiros passos de sua almejada carreira como editora.
Paul vive intensamente cada hora de sua vida. Ele gosta de pegar a estrada, conhecer pessoas e segue tentando provar o seu valor como ator. Seus amigos são sua única companhia para não desistir de sua carreira e futuro.
Poderia ser apenas um encontro casual entre dois jovens tentando achar o seu lugar no mundo, mas Paul e Elisa embarcam em uma profunda jornada rumo ao desconhecido. Eles se descobrem no sublime encontro de duas almas. Percorrem um longo caminho de autoconhecimento, superação, dor, perdão e recomeços. Esta é uma história para corações fortes, e para os que acreditam intensamente no poder do amor.
"Toda a história de Sob a luz dos seus olhos entrou no meu coração para sempre. Nunca mais eu seria a mesma pessoa." - Tammy Luciano, autora de Sonhei que amava você e Escândalo!
"Impossível terminar este livro sem lágrimas nos olhos e um desejo incontido de 'quero mais'. Um dos maiores talentos da nova literatura nacional." - Maurício Gomyde, autor de  A máquina de contar histórias e Surpreendente!


 _____Sobre a Autora_____

Chris Melo


YouTube |  Site

Chris Melo nasceu em São Paulo. Iniciou a vida acadêmica na área administrativa, na qual permaneceu por quase dez anos. Abandonou sua promissora e confortável carreira para se enveredar pelos caminhos das Letras. É especia­lista em Língua Portuguesa e apaixonada por livros desde que descobriu a existência de diver­sos mundos na estante de sua mãe. É autora de quatro romances, entre eles Sob a luz dos seus olhos, e de um livro de crônicas. E também par­ticipou da coletânea O livro delas, uma seleção das jovens autoras mais importantes do país.

01 janeiro, 2019

Resenha :: O Conto da Deusa

janeiro 01, 2019 0 Comentários

Olá, tudo bom?

Por gostar de assistir animes e ler mangás, acabei desenvolvendo uma certa curiosidade em relação ao Japão, tenho muita vontade de conhecer o país, principalmente ir ao “Hanami Festival” onde são apreciadas as flores de cerejeira, também conhecidas como Sakura. Você pode conhecer um pouquinho mais sobre esse Festival, clicando aqui.

Natsuo Kirino é uma autora japonesa de romances policiais, ela já ganhou diversos prêmios, resolvendo aventurar-se em outro gênero ela decide fazer uma releitura de um antigo conto da mitologia japonesa, o mito de Izanagi e Izanami.

Em O Conto da Deusa, somos transportados à ilha Umihebi onde vivem as irmãs Namina e Kamikuu, que tem uma relação bem próxima. Nesta ilha, a escassez de alimentos é grande e os costumes são muito rígidos, sendo que cada família tinha uma função específica na ilha. Quando Kamikuu atinge os seis anos de idade ela é escolhida para suceder o Oráculo da ilha, e, portanto parte para receber o seu treinamento com sua avó. Namina passa a ser considerada como “impura” e a partir desse momento, sem maiores explicações, passa a não poder ter nenhum tipo de contato com sua irmã, o que devastou seu coração.

Nesta história, conhecemos toda a trajetória de vida de Namina, como ela lidou com a rejeição, a perda, a dúvida e seus conflitos internos, também acompanhamos seu primeiro amor, suas transgressões e seus desejos.

Após alguns acontecimentos trágicos, Namina acaba indo parar no submundo e conhece a Deusa Izanami, a deusa do mundo dos mortos é implacável e guarda muito rancor do Deus Izanaki. Viajando entre o mundo dos vivos e dos mortos, Namina irá tentar desvendar os motivos de todo esse ódio e amargor, assim como saciar a curiosidade de seu coração.

Mas, uma vez que a fagulha da amargura é acessa, torna-se difícil extingui-la.

Natsuo Kirino recontou esse conto ancestral em uma linguagem fluida e leve, trazendo uma leitura com um ótimo ritmo e que nos instiga a cada página a querer saber mais e mais sobre os personagens, seu passado e suas motivações. Este foi meu primeiro contato com a escrita da autora e fui surpreendida positivamente, pretendo ler outros livros dela assim que tiver uma oportunidade.

Nós humanos não podemos escapar de nosso destino. Mas isso torna a vida algo ainda mais precioso.

Sobre a edição: livro em brochura, páginas amareladas, boa diagramação e fonte em tamanho confortável para leitura prolongada.

Até a próxima!


Nota ::  3,5 


Informações Técnicas do livro

O Conto da Deusa
Ano: 2014
Páginas: 288
Editora: Rocco
Sinopse:
Numa misteriosa e lendária ilha com o formato de uma lágrima, duas irmãs nascem no seio de uma família de oráculos. Kamiku é admirada por sua beleza incomum, e por isso Namina passa a viver sob a sombra da irmã. Em O conto da deusa, a aclamada escritora japonesa Natsuo Kirino, autora de romances policiais premiados como Do outro lado, reimagina a criação do Japão em uma trágica história de amor e vingança. 
Kamiku é escolhida para se tornar o próximo oráculo e servir o reino da luz, enquanto Namina é obrigada a servir o reino das sombras e guiar eternamente os espíritos ao mundo subterrâneo, onde encontra a deusa Izanami. Namina, cujo nome siginifica “mulher em meio às ondas”, viaja entre o mundo dos vivos e dos mortos, buscando vingança. No cerne desta sombria história, Kirino reinventa o antigo mito da criação de Izanami e Izanaki, personagens da mitologia japonesa.
Como a deusa, Namina é consumida pela raiva e, incapaz de esquecer sua antiga vida, quer entender por que foi banida do mundo dos vivos. O ódio amargurado dessas duas mulheres impregna a narrativa, numa estrutura que remete às obras mais recentes da romancista, onde a mulher é sempre alvo de traições. Namina age contrariamente ao que sua família e comunidade esperam dela. O seu próposito post mortem passa a ser a busca por justiça, não contra o assassino que lhe tirou a vida, mas contra o mundo que a subjugava.
A mitologia japonesa tem uma densidade que impressiona. Por séculos, a vida de muitos deuses e deusas fora intimamente ligada à vida do povo japonês, controlando cada fase de seu destino. Nessa crônica atemporal, as tensões e conflitos são construídos para evidenciar uma realidade em que o abismo entre o homem e a mulher é muito maior do que aquele que separa humanos e deuses.
Natsuo Kirino é mestre em criar um ambiente de mal-estar e desconfiança entre seus personagens. E aqui ela mostra como a mulher é vista como um ser desprezível, não só perante os deuses, mas também pelos homens, para quem a mulher existe apenas para reproduzir e morrer, depois de viver uma vida de servidão.


12 junho, 2018

Resenha :: Melodia Mortal

junho 12, 2018 5 Comentários

Pedro Bandeira é um escritor que minha irmã, Jordana , admira e sempre me indicou a leitura de suas obras, mas por a maioria delas ser voltada ao público infanto-juvenil acabei sempre postergando...

Entretanto, para minha surpresa e felicidade, esse ano Pedro Bandeira na companhia de seu amigo Guido Carlos Levi, faz sua estreia na ficção adulta e escolheu uma famosa dupla inglesa como protagonista.

“Tornei-me conhecido em todo o mundo escrevendo histórias dos outros. Na realidade, de um outro, o meu amigo Sherlock Holmes.  Como testemunha, sempre estive presente em suas aventuras, mas é provável que minha figura não tenha sido marcante para os leitores, ofuscado que sempre fui pela imagem do meu biografado. No entanto, se alguém encontrar estes manuscritos, talvez não se importe de conhecer um pouco da vida de quem popularizou o morador que fez famosa a então desconhecida Baker Street, 221B.”

Em “Melodia Mortal” acompanhamos a famosa dupla inglesa, o detetive Sherlock Holmes e seu amigo o Doutor John H. Watson, na solução de crimes que consequentemente os instigam na elaboração de teorias e hipóteses para elucidar as mortes dos grandes gênios da música, como, por exemplo, Chopin, Mozard e Tchaikovsky.

Em seguida, nos tempos atuais, a “Confraria dos Médicos Sherlockianos” se reune para discutir sobre os manuscritos de Watson, que foram encontrados no porão da Universidade de Londres cem anos depois,  a respeito das mortes dos gênios da música a luz dos modernos desenvolvimentos da ciência, e assim, corroborar (ou não) com as hipóteses de nosso amado Holmes. Esse time de doze especialistas das mais diversas áreas da medicina se reune a cada vez em um restaurante diferente, com um menu de dar água na boca e que rende uma ótima discussão, um complementando o ponto de vista do outro.

“- Meu processo ao investigar um caso, parte da suposição de que, quando eliminamos tudo que é impossível, aquilo que permanece, ainda que improvável, deve ser a verdade.”

Sherlock Holmes é um dos detetives mais famosos da literatura policial, ao lado de Hercule Poirot, Miss Marple, Comissário Júlio Magron, August Dupin e tantos outros. Este livro, escrito a quatro mãos por Pedro Bandeira e Guido Levi, preserva toda a sagacidade, inteligência e brilhantismo de Holmes assim como o metodismo, o caráter e a dedicação de Watson, o que é sublime!

Sou grande fã de Sherlock Holmes e ao saber do lançamento deste livro, fiquei em estado de extâse e assim que a primeira oportunidade surgiu, não pensei duas vezes, o adquiri e D-E-V-O-R-E-I! 
O livro tem uma narrativa leve e fluida no maior estilo de Arthur Conan Doyle (criador de Sherlock Holmes), além disso conta com algumas notas dos autores durante a narrativa e um pequeno glossário ao final, diversas referências a literatura (incluindo uma a Oscar Wilde) e à música, e ao final de cada capítulo um breve resumo da vida e obra de cada gênio da música abordado (além de algumas sugestões de músicas a serem ouvidas, o que foi uma ideia sensacional). A edição é linda, em brochura, com orelhas, folhas amareladas e uma bela diagramação!

Se você não conhece Sherlock e Watson, ou se já conhece e quer matar a saudade, recomendo (e muito) este livro!

Nota ::  


Que tal ler um conto desse autor? Clique para ler Os Cachos da Situação


Informações Técnicas do livrofic

Melodia Mortal
Sherlock Holmes investiga as mortes de gênios da música
Ano: 2017
Páginas: 240
Editora: Fábrica 231
Sinopse (Skoob):
Será que Mozart foi assassinado por Salieri? Tchaikovsky morreu de cólera ou envenenamento? Chopin morreu mesmo tuberculoso? E Beethoven, foi vítima do alcoolismo? A resposta, ou, pelo menos, algumas hipóteses plausíveis para essas perguntas estão em Melodia mortal, estreia na ficção adulta de um dos maiores autores para o público juvenil do país. Escrito a quatro mãos por Pedro Bandeira com o médico Guido Carlos Levi, o livro examina, à luz dos conhecimentos da medicina contemporânea, os indícios possíveis sobre as mortes polêmicas de alguns grandes compositores da música clássica. E quem conduz a investigação é ninguém menos que Sherlock Holmes, auxiliado pelo seu fiel escudeiro, o doutor John H. Watson, que narra as aventuras do detetive na empreitada. Talvez não seja possível, tanto tempo depois, elucidar a causa dessas mortes que a medicina da época não foi capaz de precisar, mas a diversão é garantida neste romance cheio de teorias científicas e enigmas que formam um intricado quebra-cabeça, na tradição da melhor literatura policial.