11 março, 2017

Resenha :: Confissões do Crematório (Smoke Gets In Your Eyes)

março 11, 2017 3 Comentários


“Um livro para quem planeja morrer um dia.”

Caitlin Doughty conta alguns acontecimentos marcantes em sua vida e como desenvolveu seu fascínio pela morte. A autora teve seu primeiro contato com a morte na mais tenra idade, em uma experiência traumática em um shopping center no Havaí, desde então seu interesse começou. Ainda jovem, ela conseguiu um emprego em um crematório na Califórnia e aprendeu muito mais, do que jamais poderia imaginar, incinerando cadáveres, isso fez com que ela mudasse de uma maneira irreversível. Caitlin percebeu, portanto, a única certeza da vida: a morte.

A morte é capaz de gerar os mais controversos sentimentos nos seres humanos, sendo alguns deles: desejo, fascinação, pavor, horror, medo, repulsa. Caitlin nos conta de um jeito didático como a morte é celebrada ao redor do mundo, desde os primórdios até a atualidade, incluindo a peculiar tribo indígena Wari’ do Brasil. É muito interessante observar como a autora possui a mente aberta para os mais diversos rituais de passagem, de várias culturas e crenças, por mais que estes sejam considerados bizarros por muitos.

Caitlin também nos mostra que a morte é natural e inevitável, nos fazendo encarar nossa própria mortalidade de uma forma visceral. A autora levanta diversos questionamentos ao longo do livro, de uma forma leve e divertida, o que é incrivelmente envolvente, visto que estamos falando de um tema que é considerado por muitos um enorme tabu!

"Somos animais glorificados que comem, cagam e estão fadados a morrer. Não somos nada mais do que futuros cadáveres." 

Por fim, a edição impecável da DarkSide Books, com páginas amareladas, letra em tamanho confortável para a leitura e excelente diagramação, só tem a agregar a este livro.

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

     

Confissões do Crematório
Ano: 2016
Páginas: 260
 
Sinopse (Skoob):
Ainda jovem, Caitlin conseguiu emprego em um crematório na Califórnia e aprendeu muito mais do que imaginava barbeando cadáveres e preparando corpos para a incineração. A exposição constante à morte mudou completamente sua forma de encarar a vida e a levou a escrever um livro diferente de tudo o que você já leu sobre o assunto.
Confissões do Crematório reúne histórias reais do dia-a-dia de uma casa funerária, inúmeras curiosidades e fatos filosóficos, históricos e mitológicos. Tudo, é claro, com uma boa dose de humor. Enquanto varre as cinzas das máquinas de incineração ou explica com o que um crânio em chamas se parece, ela desmistifica a morte para si e para seus leitores.
O livro de Caitlin – criadora da websérie Ask a Mortician – levanta a cortina preta que nos separa dos bastidores dos funerais e nos faz refletir sobre a vida e a morte de maneira inteligente, honesta e despretensiosa – exatamente como deve ser. Como a autora ressalta na nota que abre o livro, “a ignorância não é uma bênção, é apenas uma forma profunda de terror”.

09 março, 2017

Resenha :: A Rainha Vermelha (Red Queen)

março 09, 2017 2 Comentários

"Este mundo é tão perigoso quanto belo. Quem não é útil, quem comete erros, pode ser descartado."

Torci o nariz pra este livro, não sei exatamente o porquê, talvez porque foi a minha amiga que já me recomendou livros que não curti muito, mas decidi dar uma chance, já que se tratava de uma distopia e um povo com poderes.

"Todo mundo pode trair todo mundo."

A sociedade do livro é dividida em duas classes: prateados e vermelhos. Os vermelhos são as pessoas comuns, geralmente operários ou buchas de canhão em guerras. Os prateados governam o país e respondem a um rei igualmente prateado, são super humanos e geralmente seus poderes são passados de geração em geração, seguindo o DNA do pai.

A História é narrada pela personagem principal Mare Barrow, uma vermelha que vive de bater carteira. A história começa com Mare sendo obrigada a ir com outros vermelhos para uma espécie de coliseu, no caminho ela encontra com seu amigo Kilorn Warren, outro vermelho, aprendiz de pescador (uma das maneiras de se salvar da guerra é arrumar um emprego). O coliseu é usado apenas por lutadores prateados e ele serve para mostrar sua superioridade aos vermelhos, onde eles podem se exibir enquanto destroem seu adversário e são glorificados por isso.

Após o coliseu, Mare volta para casa, onde mora com seu pai Daniel, sua mãe Ruth e sua irmã Gisa (que é aprendiz de costureira). Na mesma noite Kilorn pede ajuda a Mare para fugirem, eles acham uma pessoa que está disposta a ajudar por um preço um tanto alto. Mare acaba sendo pega roubando por uma pessoa que está disposta a ajudar dando-lhe um emprego e assim acaba descobrindo que tem um poder mesmo sendo uma vermelha.

Eu comecei gostando muito do livro, ele consegue passar bem a repressão dos prateados em cima dos vermelhos e até senti uma revolta pela impotência dos vermelhos, mas depois ele vai decaindo, a Mare vai se tornando hipócrita e acabei achando a história bem previsível.

Para quem gosta de distopia é uma boa escolha, para quem gosta de seres super poderosos é uma excelente escolha, mas para quem gosta de uma boa história, com reviravoltas e conflitos políticos, é uma escolha bem fraca.

"Você é a mudança controlada, do tipo em que as pessoas podem confiar. Você é a chama lenta que pode dissipar uma revolução com um punhado de discursos e sorrisos."


Nota :: 

Informações Técnicas do livro

A Rainha Vermelha
A Rainha Vermelha #1
Ano: 2015
Páginas: 422
Editora: Seguinte
 
Sinopse (Skoob):
O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.
Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?
Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

01 março, 2017

Resenha :: Corte de Névoa e Fúria (A court of mist and fury)

março 01, 2017 2 Comentários

“Palavras demais; eu tinha palavras demais em mim.”

Oiiiiii serzinho lindo, como vai?  Corte de Névoa e Fúria é a sequência de Corte de Rosas e Espinhos, então essa resenha tem alguns spoilers do livro anterior, ok? Se você ainda não leu o primeiro livro dessa saga, leia essa resenha por sua conta e risco, porque eu avisei . E você pode conferir a Resenha do primeiro livro, clicando aqui.

“Amor; amor era um bálsamo, tanto quanto um veneno.”

No livro anterior, a Feyre conseguiu quebrar a maldição lançada pela Amarantha sobre Prythian e libertar todos de Sob a Montanha, mas isso teve um preço caro. Após tudo o que aconteceu ela deveria estar feliz por estar perto de se casar com o Tamlin e tudo, deveria se sentir em paz. Mas ela não é mais a mesma Feyre que se sentia bem e protegida ao lado do Grão-Senhor da Corte Primaveril. Ela mudou. Ela se desfez. A garota que precisava de proteção, estabilidade e conforto morreu. A proteção de antes deixou de ser abrigo e parece uma prisão.

“Há dias bons e ruins para mim... mesmo agora. Não deixe que os dias ruins vençam.”

A Feyre não é a mais a mesma fisicamente por ter sido refeita e ser agora uma Grã-Feérica com poderes de todas as cortes (o que pode fazer dela uma arma). E também não é mais a mesma mentalmente e psicologicamente após tudo o que teve que fazer e sofrer em Sob a Montanha. Ela agora tem pesadelos terríveis por causa de todos os horrores que passou e está definhando por isso. E além disso, o Tamlin está cada vez mais possessivo, controlador, virou um cara doente que quer “proteger” a Feyre de tudo, nem percebendo que isso está acabando com ela.

Além disso, ela ainda tem medo do pacto firmado com o Rhysand, Grão-Senhor da Corte Noturna, em um momento que ela precisava dele para sobreviver ante os horrores da corte de Amarantha. Pacto esse em que ela terá de passar uma semana por mês na Corte Noturna. O que ela não sabe é que esse acordo é o que a impede de continuar definhando. Já que enquanto o Tamlin a sufoca e a prende, o Rhys a apoia, acredita que ela pode ser melhor, a ensina, a guia, a faz abrir os olhos para todo o seu poder, o seu potencial e a sua importância perante a guerra contra uma ameaça, pior que a Amarantha, que se aproxima e que colocará tanto feéricos quanto humanos em perigo.

“Há a escuridão que assusta, a escuridão que acalma, a escuridão do descanso. Há a escuridão dos amantes, a escuridão dos assassinos. Ela se torna o que o portador deseja que seja, precisa que seja. Não é completamente ruim ou boa.”

         

Então, caro ser, preciso dizer: Meu bom Ares, que livro é esse? Porque, cara, é maravilhosamente maravilhoso. Você surta, você torce, você quer jogar o livro na parede, você quer entrar nele e matar alguns personagens ou quer entrar no livro e agarrar outros personagens, é uma loucura. O universo criado pela Sarah está ainda mais rico, fascinante, com cenários deslumbrantes. (Por misericórdia, alguém pode, por favor, dar um jeito de me levar para a Corte Noturna e me deixar em Velaris? Esqueça o guarda-roupa, eu vou para lá nem que tenha que caber em uma gaveta, eu só preciso chegar lá de algum jeito e conhecer a Corte dos Sonhos ).

“Amo meu povo e minha família. Não pense que eu não me tornaria um monstro para protegê-los.”

Quase todos os personagens continuam maravilhosos e ainda mais marcantes, alguns mais que outros e, além disso, ainda ganhamos novos que enriquecem ainda mais o livro. No desenvolvimento dos personagens, a autora mostra novos lados que desconhecemos no livro anterior, nos faz mudar de opinião sobre algum deles, mas sem deixar forçado, que era o que eu achei que poderia acontecer quando li algumas resenhas antes de ler o livro, e, misericordiamente, eu estava errada (ainda bem ).

“- Não sei bem onde me encaixo. 
- Estou vivo há quase cinco séculos e meio, e não tenho muita certeza disso também.”

A Feyre inicia o livro submissa à proteção do Tamlin, ela está fraca, frágil e definhando, mas ao longo da trama ela cresce, ela se fortalece, ela se torna uma guerreira, ela deixa de ser mandada e começa a tomar as próprias decisões. Ela passa a ser uma protagonista admirável .

“Eu não era um bicho de estimação, não era uma boneca, não era um animal. Era uma sobrevivente e era forte. Não seria frágil ou indefesa de novo. Não seria, não poderia ser destruída. Domada.”

O Tamlin era o meu amor no livro anterior, não vou negar, mas não continua sendo. Uma das “coisinhas” que me incomodaram no livro anterior foram algumas atitudes do Tamlin, algumas coisas que ele fez e algumas que ele deixou de fazer, porém eu tentei ignorar para gostar dele, o amar e tal. E agora, depois de ler Corte de Névoa e Fúria, não dá para ignorar. Eu percebi que não devia ter ignorado, devia é ter ficado com raiva dele logo, porque todo o amor que eu sentia por ele se foi, e agora só me resta uma raiva absurda. Sabe o cara gentil e justo que eu descrevi na resenha anterior? Esqueça. Agora ele é um ser mandão, controlador e idiota; e eu quero que ele morra lentamente de um jeito agonizante .

O Lucien não tem mais o meu carinho como antes, talvez ainda tenha salvação, mas agora ele parece um cachorrinho do Tamlin, que o segue e obedece ordens quase sem questionar. (Lucien, por favor, melhore ou eu também vou desejar a sua morte ).

“Quando se passa tanto tempo presa na escuridão... se percebe que a escuridão passa a olhar de volta.”

Esses foram os personagens que eu mencionei na resenha passada, só que tinha mais um que eu queria ter mencionado, mas não o fiz por motivos conhecidos como “spoiler”. Esse personagem é o Rhysand, Grão-Senhor da Corte Noturna. Em Corte de Espinhos e Rosas ele era meio misterioso e não era a mais bondosa das criaturas, e ainda assim tinha algo que nos atraía, sabe? Mas eu não cheguei a amá-lo e tal, porque eu era #TeamTamlin e não queria um triângulo amoroso. Já em Corte de Névoa e Fúria, tudo mudou. Quanto mais conhecemos o Rhys mais é impossível não o admirar e o amar imensamente  (a Feyre que o diga). Ele é um personagem complexo, com traumas e com um passado tenebroso marcado por sacrifícios e escolhas que o fizeram esconder o seu “eu” verdadeiro para a maioria. Mas tirando a “máscara” que ele mostra para o mundo e o papel que interpreta, na realidade ele tem um coração enorme, ele é intenso, é uma mistura de emoções que nos arrebata e nos conquista. E depois de certa cena bem depois da metade do livro eu me derreti completamente por ele, mais que manteiga em frigideira quente. Só de pensar nele meu coração já entra em frenesi . (Alguém, por favor, chama um cardiologista. Ou melhor... Alguém chama o SAMU! ).

“Quero que saiba que estou quebrada, e me curando, mas cada pedaço de meu coração pertence a você.”

E além desses personagens, outros aparecem e nos conquistam. Eles são os quatro membros do Círculo Íntimo do Rhys: a Morrigan, a Amren, o Cassian e o Azriel. Não vou falar muito deles para não me alongar mais, mas eles não só servem ao Rhys e à sua corte, eles são sua família . E a Feyre fica próxima de cada um deles também. Com eles e com o Rhys, na Corte Noturna, ela encontra um lar, se sente em casa.

“Aquele era meu lar. Aquele era meu povo. Se eu morresse defendendo-os, defendendo aquele pequeno lugar no mundo onde a arte florescia... Então, que assim fosse. E me tornei escuridão, e sombra, e vento.”

Ahhh! Antes que eu me esqueça. Na resenha de Corte de Espinhos e Rosas, eu disse que tinha me incomodado com algumas "coisinhas" que acontecem no livro, mas que estava ignorando para conseguir amar o livro totalmente, tinha até um mantra, e prometi que diria se funcionou ou não nessa resenha. Pois então, lamento dizer que não funcionou totalmente, porque em Corte de Névoa e Fúria também me incomodei com algumas coisas. Veja bem, não sei exatamente o motivo, talvez eu tenha uma alma velha e recatada, mas não consigo gostar de quando os personagens ficam assanhadinhos e pervertidos, não só nessa saga, mas nos livros em geral, não consigo achar isso necessário, ou pelo menos a "descrição" disso necessária, não estou julgando quem gosta de ler isso, nem nada, não estou dizendo que os livros são ruins por ter algo "pervertido", longe disso. É coisa minha. Não gosto disso. Nunca. Mas nem por isso por isso deixei de amar Corte de Névoa e Fúria, vou continuar ignorando, porque, tirando isso, é tudo tão incrível que é impossível desgostar desse livro. A Sarah J. Maas continua arrasando em enredo, escrita, narração, cenário... TUDO! E eu só consigo pensar em bater palmas para ela .

“Contanto que as pessoas que interessam saibam a verdade, não me importo com o resto.”

Corte de Névoa e Fúria conseguiu ser ainda mais surpreendente que o livro anterior. E nos mostrou que temos máscaras que protegem o que guardamos dentro de nós, seja o que amamos ou os nossos receios e medos. Que a verdadeira face das pessoas pode não ser a que elas mostram para o mundo. Mostrou que cada um tem sua própria força e que não devemos deixar que ninguém nos faça aprisiona-la. E nos mostrou que somos donos das nossas ações, das nossas responsabilidades e dos nossos erros, e que temos o direito de escolher o que queremos, que devemos lutar por isso e que também temos o direito de lutar pelo que acreditamos. Enfim, agora o que me resta é olhar para as estrelas , todos os dias, e desejar, desejar muito, que o terceiro livro seja lançado aqui na nossa terrinha logo, porque estou sofrendo com a espera .

“Uma força especial é necessária para suportar tais provações sombrias e dificuldades... E permanecer benevolente e gentil. Ainda disposta a confiar... e a se aproximar dos outros.”


Nota :: 




Informações Técnicas do livro

Corte de Névoa e Fúria
Corte de Espinhos e Rosas #2
Ano: 2016
Páginas: 658
Editora: Galera Record
 
Sinopse (Skoob): 
O aguardado segundo volume da saga iniciada em Corte de espinhos e rosas, da mesma autora da série Trono de vidro Nessa continuação, a jovem humana que morreu nas garras de Amarantha, Feyre, assume seu lugar como Quebradora da Maldição e dona dos poderes de sete Grão-Feéricos. Seu coração, no entanto, permanece humano. Incapaz de esquecer o que sofreu para libertar o povo de Tamlin e o pacto firmado com Rhys, senhor da Corte Noturna. Mas, mesmo assim, ela se esforça para reconstruir o lar que criou na Corte Primaveril. Então por que é ao lado de Rhys que se sente mais plena? Peça-chave num jogo que desconhece, Feyre deve aprender rapidamente do que é capaz. Pois um antigo mal, muito pior que Amarantha, se agita no horizonte e ameaça o mundo de humanos e feéricos.

23 fevereiro, 2017

Resenha :: Os Filhos de Anansi (Anansi Boys)

fevereiro 23, 2017 22 Comentários

“Histórias são teias conectadas fio a fio. E você deve seguir cada história até o centro, porque o centro é o final. Cada pessoa é um fio da história.”

Conheci as obras do Neil Gaiman primeiramente pelas HQs (mais precisamente "Sandman") e depois decidi ir para os livros. Descobri que Neil Gaiman é um abusador da imaginação quando comecei por Deuses Americanos (quem sabe um dia eu tenho coragem e faço resenha dele), mas acho que a melhor opção para começar é Os Filhos de Anansi, que é algo que já te prepara para os próximos livros dele mostrando a magia, as descrições, a fantasia moderna e o poder da música.

“Essa história começa, assim como a maioria das coisas, com uma música. Afinal de contas, no começo havia as palavras, e elas vinham acompanhadas de uma melodia. Foi assim que o mundo foi feito, que o vazio foi dividido e que a terra, as estrelas, os sonhos, os pequenos deuses e os animais vieram ao mundo. Eles foram cantados.”

Nas primeiras páginas conhecemos Charles Nancy, um homem inseguro, reservado e o mais discreto possível, também conhecido como Fat Charlie ("Charlie gordo" em tradução livre) apelido dado por seu próprio pai; Sr. Nancy um velhinho de chapéu fedora verde e luvas de cor limão, simpático, alegre, mulherengo e sacana que adora pegadinhas; e Rosie a noiva de Fat Charlie.

Notamos, no começo do livro, que Charles tem uma relação conturbada com seu pai, já que o mesmo vivia pregando peças nele quando era criança.

O livro é cheio de misticismo, magia africana e caribenha, mostra o poder das músicas e das palavras. A História se inicia com Charles recebendo a notícia da morte de seu pai e depois desse acontecimento, Charles, é mergulhado forçadamente nesse mundo místico da cultura africana.

A História mostra bem como em certos momentos nossos pais nos envergonham, e todo mundo que já passou vergonha por causa de qualquer parente vai sentir a agonia de Charles em vários momentos do livro.

“Depois de crescer, as dúvidas infantis se solidificaram em uma certeza sólida de que a Vida, do nascimento ao túmulo, era tudo o que havia, e todo o resto era imaginação. Tinha sido uma coisa boa de acreditar, pois lhe permitira lidar com a dor da vida...”

Esse foi um livro um tanto difícil de resenhar, já que para quem pretende ler existem algumas surpresas no começo do livro que eu não gostaria de estragar numerando-as. É uma história bem humorada e bem construída, e uma coisa que o Neil Gaiman faz que é genial nos livros dele é: pegar uma pessoa comum e expor a loucura que é a fantasia.

Os Filhos de Anansi é um excelente livro para quem quer começar a literatura do Neil Gaiman e se acostumar com os abusos que ele faz com a sua imaginação.

"Coisas impossíveis acontecem. E quando acontecem, a maioria das pessoas apenas lida com elas. No dia de hoje, como em todos os dias, cerca de cinco mil pessoas na face da Terra vão experimentar coisas que acontecem uma vez em um milhão, e nenhuma delas vai recusar a acreditar nas provas que seus sentidos lhe oferecem. A maioria vai dizer, em sua própria língua, o equivalente a: Que mundo estranho, não é? E depois vai seguir em frente."

Nota :: 

História do Clube

Conheça a primeira resenha do Vini aqui no Clube!
Clique e leia Guerra do Velho ― John Scalzi

Informações Técnicas do livro

Os Filhos de Anansi
Ano: 2015
Páginas: 328
Editora: Intrínseca
 
Sinopse (Skoob): 
Charlie Nancy tem uma vida pacata e um emprego entediante em Londres. A pedido da noiva, ele concorda em convidar o pai para seu casamento e fazer uma tentativa de reaproximação, já que há vinte anos os dois não se falam. Enquanto isso, no palco de um karaokê na Flórida, o pai de Charlie tem um ataque cardíaco fulminante. A viagem de Charlie até os Estados Unidos para o funeral acaba se tornando a jornada de uma nova vida. Charlie não tinha ideia de que o pai era um deus. Menos ainda de que ele próprio tinha um irmão. Agora sua vida vai ficar mais interessante... e bem mais perigosa. Embrenhando-se no território de lendas e deuses pagãos, a poderosa narrativa de Neil Gaiman leva o leitor a mergulhar nessa história fantástica e bem-humorada sobre relações familiares, profecias terríveis, divindades vingativas e aves muito malignas.