03 março, 2020

Resenha :: 1808

março 03, 2020 0 Comentários
*recebido em parceria com 0 Sebo Pacobello

Olá, tudo bem? Hoje quero trazer um livro que além de uma leitura quase obrigatória para todo nascido no Brasil, também trouxe surpresas e a certeza de que para se entender o presente é preciso revisitar o passado em uma versão mais próxima do que realmente aconteceu, com pouca ou nenhuma interferência das convicções do historiador e muito do desejo de contar a verdade dos fatos.


Mas isso não precisa ser de uma forma acadêmica, maçante e pouco atrativa, pelo contrário. Com o talento do autor e jornalista Laurentino Gomes, ganhou uma narrativa cativante, de fácil compreensão e muito fluida, cujos sentimentos se alternam entre os fatos e relatados em capítulos curtos, que evitam um possível tédio durante a leitura caso fossem muito extensas.

O começo é tratado da forma mais honesta possível, todo um reino e seu séquito fugiram da guerra e do poderio de Napoleão, que abandonou seu povo a própria sorte, e vieram para as terras do Brasil, sem fazer nenhuma questão pelos que aqui estavam. Já nesse início, aquela história que ouvi na escola, nos tempos de "primário", contada de forma tão bonita pelos livros de "estudos sociais", ficou caricata perto do que realmente foi, de como foi. Afinal, não apenas os motivos, mas as mazelas da viagem (não era rápido e nem bonito) são contadas de forma verdadeira e até cômica do que se passou em alto mar na vinda da corte para cá. 

Traz de maneira clara as mudanças que toda essa gente trouxe com sua mudança repentina a então colônia, desalojamentos (cuja história rendeu boas risadas) e também a estrutura de "grande cidade", que foi sendo construída para replicar, ao máximo, a vida que se tinha em Portugal, mas o Brasil sendo Brasil (desde sempre) mostrou que isso não seria bem assim.


Outro sentimento durante a leitura foi de tristeza, de ver que mazelas como corrupção, a lei do "sabe com quem você está falando?", dentre outras estão atreladas ao modo de viver do brasileiro, chegando-se ao ponto de ser vergonhoso ser honesto. Dentre tantas outras facetas do começo do que seria hoje o Estado Brasileiro.

Ao terminar a leitura desse livro, vi muito do Brasil de hoje ali. Desde o jeito de rir das tristezas, tentar encobrir a verdade com meias mentiras e a valentia do povo que construiu os primeiros anos da nossa história para serem, finalmente (para mim), retratados de uma forma digna ao meu modo de ver. Leia e redescubra você também o Brasil.


Minha edição é a da Editora Planeta, com uma capa linda em detalhes dourados em alto relevo e foto do D. João VI, páginas amarelas com linha do tempo e ilustrações em um tipo de papel diferente, mostrando ainda melhor os detalhes e preservando as gravuras de forma mais eficiente, fonte e diagramação excelentes e não encontrei erros de grafia ou digitação.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

1808
Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil
Ano: 2012
Páginas: 408
Editora: Planeta
Sinopse:
A fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro ocorreu num dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil, de Portugal e do mundo. Guerras napoleônicas, revoluções republicanas, escravidão formaram o caldo no qual se deu a mudança da corte portuguesa e sua instalação no Brasil.
O propósito deste maravilhoso livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar de forma acessível a história da corte lusitana no Brasil e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. Escrita por um dos mais influentes jornalistas da atualidade, 1808 é o relato real e definitivo sobre um dos principais momentos da história brasileira.


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28 fevereiro, 2020

Resenha :: O Despertar do Lírio (Flores da Temporada #2)

fevereiro 28, 2020 0 Comentários

Este livro é simplesmente apaixonante. A Babi tem uma escrita envolvente que é impossível de largar. Isso traz um orgulho imenso, principalmente por se tratar de uma autora nacional e com uma qualidade impecável. E sem contar com o carinho que ela dedica aos seus leitores e parceiros.


Neste segundo livro da série Flores da Temporada, conhecemos um pouco mais sobre Lilian Radcliffe, irmã de Kathelyn do livro A Promessa da Rosa, e apesar de serem irmãs são bem diferentes.

Depois do que aconteceu com Kathelyn, Lilian fica praticamente perdida perante a sociedade, e quando seu primo, o visconde Rafael Radcliffe, lhe propõe casamento, mesmo sem ama-lo, ela aceita. Rafael era um perfeito canalha que tentou se redimir de seus feitos com este casamento (quem leu o livro anterior sabe as coisas terríveis que fez).

Lilian tinha apenas dezesseis anos quando se casou, foi mãe aos dezessete e ficou viúva aos vinte.

Ela sempre se julgou imune a essa classe de sentimento tão espontâneo, tão irracional, tão fora dos planos. Como isso foi acontecer justo com ela?

Então ela foi completamente privada das temporadas e dos bailes como as mocinhas de sua idade. Agora, aos vinte e um anos e mãe de Paul de apenas quatro, ela é considerada uma das damas mais recatadas e bem conceituadas da sociedade. Apesar do período de luto já ter passado, Lilian se recusa a se casar novamente ou ter qualquer tipo de relacionamento amoroso com quem quer que seja.

Nunca ouviu que os libertinos, quando se apaixonam, são os melhores e mais devotados maridos do mundo?!

Lorde Owen Simon, também conhecido como Barão assassino, é um libertino de primeira e, apesar de ser suspeito de matar sua esposa, nunca foi condenado e nem fez questão de provar o contrário. Pois a única coisa que ele deseja é vingança. E como Rafael Radcliffe já é falecido, a vingança recairá sobre sua insossa e recatada viúva. Ele pretende tirar dela o que Lilian mais preza, sua honra e prestígio.

— Lorde Owen — ela disse de olhos fechados , existe alguma coisa em sua pessoa que me leva a perder toda a noção de boa educação e de compostura.

Lilian é requisitada para ajudar uma jovem que está sendo indevidamente seduzida, sendo assim ela parte para uma temporada de festa, onde ela jamais iria em qualquer outra ocasião. E Simon vê nesta festa a oportunidade de colocar seu plano em prática, o que ele não contava era que a sem graça da Viscondessa Radcliffe fosse uma pessoa tão encantadora, divertida e agradável. Por outro lado, Lilian não imaginava que o libertino Barão assassino fosse tão irresistível e galanteador. A atração entre os dois é inevitável. E a paixão entre eles é tão avassaladora, que mudará a vida desses dois para sempre.

Simon não era um aristocrata comum. Não como ela entendia que deviam ser os nobres comuns. Ele não se importava com nada. Sua reputação já não valia coisa alguma e seu senso de honra e de justiça talvez o levassem a resolver as coisas assim, ente socos, grunhidos e gritos.

Este livro não tem a carga emocional dramática do livro anterior, pois apesar de ter amado A Promessa da Rosa, eu chorei muito e morri de pena do sofrimento de Kathelyn, até ela, enfim, encontrar o seu “felizes para sempre”

Este tem um toque a mais. Cheio de romantismo e sensualidade. Babi caprichou nas cenas calientes.  Claro que me emocionei bastante neste livro, pois, com sua escrita, Babi é mestre em abalar nossos corações. Mas este livro fala, principalmente, de amor, superação, perdão e aceitação. 

E para quem curte um romance de época perfeito, este é simplesmente imperdível.


Obs.: Esta série pode ser lida separadamente, mas se não gosta de pegar spoiler, recomendo que leia na ordem.

A Promessa da RosaFlores da Temporada, livro 1 (resenha aqui)
O Despertar do LírioFlores da Temporada, livro 2
Não Me EsqueçasFlores da Temporada, livro 3



Nota ::  


Informações Técnicas do livro

O Despertar do Lírio
Flores da temporada #2
Ano: 2016
Páginas: 382
Editora: Novo Século
Sinopse:
Lilian Radcliffe é uma jovem viúva e está feliz com sua vida isenta de emoções. Culpa do luto que não larga? Lilian jurou fidelidade ao marido no leito de sua morte.
Paralelo a isso, conhecemos Simon Thorn, homem frio e libertino, dono da maior casa de jogos de Londres. Ele está a um passo de realizar seu plano de vingança contra o culpado pelo título de assassino que recebera anos atrás. O problema é que o canalha está morto e ele terá de usar a sua viúva recatada a fim de atingir seus objetivos.
De um lado, ela precisa manter sua honra intacta; de outro, ele quer seduzi-la e desmoralizá-la. No entanto, Lilian nunca se sentiu tão vulnerável e atraída por um homem. E Simon, por sua vez, demonstra reações ao lado dela das quais nunca imaginara ter. A vingança e a honra se abalam quando nasce entre ambos uma paixão incontrolável. Mas, para ficarem juntos, terão de enfrentar segredos e mágoas profundas, um castelo trancado há seis anos, palco de uma morte misteriosa e, sobretudo, encarar os fantasmas do passado que assombram suas consciências.

26 fevereiro, 2020

Resenha :: Somente Em Teus Braços (Libertinos #2)

fevereiro 26, 2020 2 Comentários

Lindo e surpreendente!

Meu primeiro contato com Robert Andersen Barker, marquês de Brighton ou simplesmente Rob, não foi muito legal. Conheci esse marquês bonitão em Por Vocêresenha aqui. Rob queria roubar o amor de outro bonitão aí. Mas, vamos logo deixando isso de lado, afinal de contas, em seu livro ele é O CARA. Tá bom, tá bom... Já no livro 1 ele me ganhou (quem leu sabe do que estou falando).

Depois de viver de forma dissoluta e cheio de hábitos nada corretos, Rob resolve se casar. Só que isso ainda é um segredo, afinal ele não deseja nada ser caçado por “mães casamenteiras”. Ah! Já estava esquecendo, Rob, além de ser um bom partido (leia-se rico), é muito e bonito (muuuuuuuuuuito bonito mesmo).

Em contrapartida, temos Suzanne Cunningham, uma jovem dama linda, inteligente e sincera. Suzanne está tentando fugir de um segredo, por isso, foi viver com os tios em Londres. É bem fácil se apaixonar por ela. Logo Suzanne conquistou uma grande amiga e o amor de nosso protagonista. Porém, seu segredo a enche de medo e faz com que a jovem dama tente resistir, de todas as formas, a conquista de Rob. Durante o passar dos capítulos a autora Silvana Barbosa vai revelando aos poucos pistas do que pode ser o tal segredo que permeia a vida de Suzanne. Confesso que fui criando “teorias” para o segredo.

Outra coisa que gostei muito foi o fato de o protagonista estar em busca de uma mudança de vida antes mesmo de se apaixonar. Ver o jeito que Rob mudou, as causas que lutou, é de deixar qualquer um maravilhado. Preciso dizer que, mesmo com todos os seus defeitos, Rob é lindo. Não digo uma beleza estética, mas sim uma beleza de caráter. Ele não mudou por causa de um amor (ele já estava mudando antes). Rob busca ser digno de um amor verdadeiro. Adoro a maneira com a autora escreve e leva sua escrita. Somente Em Teus Braços é um dos melhores livros da autora, na minha opinião.

Parabéns, Silvana! Adoro você!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

 Somente Em Teus Braços
Libertinos #2
Ano: 2017
Páginas: 270
Editora: Portal
Sinopse:
Robert Andersen Barker tinha a forma e o carisma de um deus, e a malícia e a eloquência de um demônio.
Mas esse homem que estava reescrevendo sua história escondia uma verdade: era um romântico, ansioso por encontrar uma mulher que o completasse - e aplacasse sua incômoda fome por algo mais - aquela a quem amaria e seria fiel para sempre. Quando deparou-se com Suzanne Lucilla Cunninghan, viu que sua busca chegara ao fim. Porém a jovem que estarrece os salões londrinos com sua impressionante beleza, também carrega o fardo de um passado complexo, com um terrível segredo, e por mais apaixonada que esteja pelo sensual marquês, acredita que há entre eles uma barreira intransponível, e a verdade sobre ela a impede de casar-se com o homem de seus sonhos.
Agora, seu amor precisa transpor as barreiras do preconceito que rege a sociedade da época, e as barreiras de proteção que eles mesmos ergueram a sua volta, para enfim triunfar, com todo o brilho e esplendor que só um amor verdadeiramente redentor pode assegurar.


Para comprar:

Livro Físico
E-book

24 fevereiro, 2020

Resenha :: Estarei Aqui

fevereiro 24, 2020 0 Comentários
*recebido em parceria com o Grupo Editorial The Books

Oi, leitor ou leitora do Clube! Hoje trago para vocês a resenha do primeiro livro da duologia da linda autora Daya Alves, a qual tive a alegria de conhecer na Bienal do RJ, no ano passado. Daí veio a vontade de conhecer os livros dela e já esperava que fossem assim como ela, uma linda história.


Por ser o primeiro livro, não precisei me preocupar e cai de cabeça na história de Paloma, uma moça que, apesar da idade, ainda era muito ingênua sobre o amor e já calejada pela vida com perdas. Afinal, ela já havia perdido a mãe para a doença e o pai para a dor e o segundo casamento. Com esse abandono emocional, ela viu no seu relacionamento com Cadu uma chance de construir a família que sempre sonhou fazer parte. E, enquanto ela não realizava seu sonho, ajudava outras mulheres a terem os seus dias perfeitos.

Gente, eu sei que vocês devem estar me achando uma covarde, mas era meu pobre coração machucado que estava em jogo e percebia que estava correndo o sério risco de perder mais essa.


Em uma narrativa em primeira pessoa, chegando a dialogar com o (a) leitor(a), e alguns capítulos narrados por Enrico, vamos conhecendo a história de Paloma e como, por obra do destino, acabou envolvida em uma confusão e descobriu algo que iria abalar seu relacionamento. E o que era uma enorme dor, acabou se mostrando um grande livramento. Afinal, ela havia esperado por quatorze anos para realizar o sonho de se casar com o homem que acreditava ser o amor de sua vida, para, no meio da dor e da traição, encontrar com o olhar de um médico socorrista do SAMU — moreno, latino, dono de olhos verdes e um sotaque que a deixava tonta —, que trouxe ao turbilhão de emoções ruins que estava sentindo, um sentimento diferente que não conseguia assimilar nesse momento.

— Senhorita, às vezes não reconhecemos quando a vida nos dá uma nova oportunidade para recomeçar; o motivo pelo qual você chora hoje pode ser sua salvação amanhã.

Com uma narrativa leve e todas as confusões que a mocinha se envolve por ser levemente desastrada e contar com dois pés esquerdos sem ser canhota, ela dá muito trabalho ao seu anjo da guarda e a um certo médico socorrista. Porque sim ela é dessas de acabar indo parar várias vezes no pronto atendimento. A história de perdão e recomeços vai acontecendo em meio a muitas gargalhadas e algumas lágrimas. Afinal, só precisamos de uma segunda chance quando não conseguimos acertar na primeira.

Vagarosa e suavemente ele beijou meus lábios, meu rosto, minhas pálpebras fechadas, meu pescoço e, quando percebeu que estava entregue, tomou minha boca em um beijo sedutor, aumentando o ritmo, tomando posse, me fazendo amolecer em seus braços e com o coração saltando dentro do peito.

Gostei da fluidez do texto que, nos momentos certos, ganhou a visão de Ricky para enriquecer a história com detalhes que a Paloma não teria como saber. Os amigos e parentes deixaram o texto rico e divertido. As noivas histéricas ou com sonhos mirabolantes foram dando a visão necessária a "Loma" que, muitas vezes, o mais importante não é a cerimônia e sim com quem se está prestando os votos nela. E gostei muito desse crescimento dela ao longo da trama, dela ter pessoas que a amavam e apoiariam incondicionalmente, mas que também estavam ali para dizer as verdades que ela precisava ouvir e não só as que ela gostaria. Assim como também estariam para dar um bom empurrão (mas com cuidado, porque se tratando dela quem sabe o que poderia acontecer) e para dar colo e carinho nos momentos de tristeza ou dificuldade.

— Bonito nome, Paloma! Então, se aceita o Conselho de um velho homem, as fases ruins são necessárias para darmos valor quando as boas acontecem! Aprender a valorizar as pequenas coisas boas da vida!

A questão das várias formas de perdão e de recomeço também foi muito bem tratada, deixando claro que toda história sempre tem dois lados, e é preciso uma dose de coragem e de coração aberto para ouvir o outro lado e, assim, conseguir tomar a melhor decisão sobre o que fazer ou não. E que, às vezes, apenas deixar os acontecimentos seguirem o caminho natural pode não ser o bastante para a felicidade. É preciso ir à luta de peito aberto e coração entregue, para conquistar o tão sonhando “felizes para sempre (ou até a próxima confusão)”.


A edição que li foi a física, com uma ótima encadernação e impressão. Papel amarelo confortável para leitura e uma linda diagramação. Gostei da revisão e não encontrei erros de ortografia ou digitação.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

Estarei Aqui
Ano: 2016
Páginas: 251
Editora: The Books
Sinopse:
Seu maior sonho era casar.
Paloma esperou por quatorze anos para realizar seu sonho. Enquanto aguardava ansiosa que seu noivo marcasse a tão esperada data, satisfazia-se em trabalhar como wedding planner, assessorando muitas noivas histéricas. Até que um dia, por obra do destino, acaba envolvida em mais uma confusão e descobre algo que abalará seu relacionamento. Desiludida com o amor, blinda seu coração para não sofrer novamente, porém, mais uma vez, não consegue ficar longe de uma grande confusão e seu caminho cruza com o de um médico socorrista do SAMU, moreno, latino, dono de olhos verdes e um sotaque que a deixava tonta. Seria Rico capaz de abalar sua determinação?
Paloma, nossa protagonista, é uma moça dona de um coração gigante, fiel à família e aos amigos, trabalhadora, mas um tanto atrapalhada. Acredita até ter nascido com dois pés esquerdo.
Rico, um médico vindo da Venezuela, consegue por meio de seu fiel amigo, Sr. Ângelo, uma colocação no SAMU e com isso se torna eternamente grato àquele que o ajudou quando mais precisava.
Comédia romântica estilo chick-lit, com uma leitura leve, que faz com que seja difícil segurar o sorriso ao virar as páginas dessa história divertida.


Para comprar:

Livro Físico
E-book

22 fevereiro, 2020

Resenha :: Enquanto Eu Respirar

fevereiro 22, 2020 2 Comentários

Olá, pessoal! Até hoje, eu não entendo o que me levou a querer este livro. Confesso que o título e a sinopse me chamaram muito a atenção, mas ao começar a lê-lo e desde o início começar a chorar, me questionei: o que deu em mim para querer ler um livro tão fora da minha zona de conforto literária?? Respondo que ainda não sei, mas foi a melhor escolha que fiz.

Esta história não é sobre câncer, nem sobre um lista de desejos, muito menos sobre um perfil do Instagram. É sobre viver, sobre sobrevivência, sobre dançar com o tempo. É sobre amizade, sobre não ter medo de sentir, sobre querer o milagre da boa morte e sobre querer chegar ao final com a certeza de que foi uma experiência extraordinária.


Eu estou com uma saúde muito boa, faço acompanhamento médico periódico, e busco viver a vida sendo feliz, não conquistei tudo o que sonhei, mas já conquistei muitas coisas que não imaginava e por isso sou muito grata a Deus, eu sou uma pessoa que tem fé. Apesar disso, vivi e convivo com o câncer de muito perto, perdi uma das pessoas que mais amava, a minha vó em um período de 4 meses do início de sua descoberta, mas não foi o câncer que me abalou, foi o descaso médico em investigar os sintomas que ela vinha sentindo até que não havia mais nada a ser feito. Mas Deus foi maravilhoso, ela só foi sentir dor realmente na véspera de seu falecimento e morreu no dia que teve que ir para o hospital. Deus realizou o seu desejo, viveu até o último momento em casa ao lado da família.

Os relatos da autora sobre a conduta médica foi um dos pontos que mais me chamaram a atenção. A cura ainda não existe, mas a compaixão, independente se a pessoa vai conseguir a cura ou não, deve ser dada, o respeito ao paciente, afinal, ele pode estar morrendo, mas só Deus sabe quando isso realmente irá acontecer. Tenho uma amiga que está em tratamento paliativo há muitos anos e sua maior alegria é que ela provou aos médicos que quem determinará o dia de sua morte será Deus e não eles, lhe deram seis meses de vida e ela já vai para mais de 10 anos vivendo e realizando os seus sonhos.

E nessa de viver nosso último dia todo dia, percebemos o quanto tudo tem um sabor especial. Acreditem, entender que a vida acaba é a ferramenta de empoderamento e autoconhecimento mais incrível de todas (e ninguém precisa de câncer pra isso). Não há tempo a perder. Não há sentimento a ser desperdiçado. Viver é prioridade.

A autora, Ana Michelle, ou AnaMi como gosta de ser chamada, escreveu este livro cumprindo um desejo de sua amiga-irmã que juntamente com ela criou o blog PaliAtivas. É um relato da sua vida, mas principalmente da grande amizade que surgiu após as duas terem descoberto que o câncer havia retornado, que o tratamento seria paliativo, ou seja, em algum momento elas estariam morrendo. Mas a forma que elas escolheram viver enquanto a morte não chega é que o faz toda a diferença e é justamente isto que este livro nos ensina, a viver da melhor forma e não sobreviver nos matando, mesmo quando não temos nada.

É um livro para te emocionar e te ensinar a viver positivamente, mesmo quando você se abate. Os relatos dos acontecimentos na vida das duas são especiais. Eu particularmente amei saber que ela aprendeu o que é ter amor próprio, a reconhecer o amor recebido da família, mesmo quando não era da forma desejada, e a valorizar este amor. Chorei com a carta escrita para a mãe, bem como em vários outros momentos. Confesso ter lido uma parte, ter dado um tempo e depois ter retornado a leitura de tanto que mexeu comigo. Mas que narrativa maravilhosa, a leitura fluiu super bem e, se não fosse o fato de querer ficar sem chorar um pouco, em dois dias eu teria lido o livro todo.

Hoje eu acompanho a AnaMi no Instagram e continuo a me emocionar com suas postagens. É de uma grandeza e força surpreendente colocar a sua vida e seu coração no papel como você fez. Saiba que você e a Renata ficaram eternizadas através das palavras deste livro. Obrigada por compartilhar conosco suas tristezas e alegrias, suas derrotas e conquistas e por nos inspirar a sempre buscar viver enquanto estamos respirando.


Super indico esta leitura e não se preocupe com o choro, pois chorar faz bem quando é por bons motivos e este livro é maravilhoso. Ele está com uma capa linda, uma diagramação maravilhosa, como disse a narrativa está super gostosa e o conteúdo é uma história real espetacular. Nota 5/5 com um coração sem sombra de dúvida.

A vontade que tive foi de destacar o livro quase todo, mas encerro com o seguinte destaque:

Quem é você quando ninguém está olhando? Lide com isso. Busque ser o que diz ser quando a luz está acesa.

Boa leitura,

Carolina Finco


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Enquanto eu respirar
Ana Michelle Soares
Ano: 2019
Páginas: 240
Editora: Sextante
Sinopse:
DANÇANDO COM O TEMPO E COM TODAS AS POSSIBILIDADES DE ESTAR VIVA ATÉ O ÚLTIMO SUSPIRO.
ANA MICHELLE SOARES, ou AnaMi, como gosta de ser chamada, é criadora do perfil @paliativas no Instagram, onde compartilha sua rotina como protagonista do próprio tratamento, desmistificando o conceito de “cuidados paliativos” e transformando a finitude na mais importante ferramenta de autoconhecimento que existe.
“Quando se jogar dentro desta narrativa, você verá a AnaMi sorrindo. E você vai respirar fundo e não hesitará em se jogar para dentro da própria vida. — DRA. ANA CLAUDIA QUINTANA ARANTES, autora de A morte é um dia que vale a pena viver

“Esta não é uma história sobre o câncer. É sobre viver, sobre vivência, sobre dançar com o tempo.
É sobre amizade, sobre não ter medo de sentir, sobre querer o milagre da boa morte e sobre querer chegar ao final com a certeza de que a jornada foi uma experiência extraordinária.”

Aos 32 anos, não foi fácil para a jornalista Ana Michelle Soares receber o diagnóstico de que seu câncer de mama tinha voltado e atingira outros órgãos. Não havia mais possibilidade de cura. O tratamento seria focado em controlar a doença e seus sintomas – e em lhe proporcionar a melhor vida até o fim.
Num relato visceral, marcado pelo humor ácido e por toda a coragem e urgência de quem não tem tempo a perder, AnaMi conta como o contato com a morte transformou para sempre sua maneira de enxergar as coisas.
Em busca da cura da alma, encontrou uma grande companheira de jornada – a Renata, que enfrentava algo muito parecido – e, nesse processo, descobriu a si mesma. Dessa parceria nasceu a conta @paliativas no Instagram, para provar que tratamento paliativo não é sobre morrer: é sobre viver.
É sobre ir à luta e viver apesar da doença. Inundar-se de gratidão a cada momento. Ressignificar a existência. Pois, para quem gosta de viver, nunca será tempo suficiente.


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