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26 maio, 2018

Resenha :: Os Livros de Esteros — As Crônicas de Fedors

maio 26, 2018 0 Comentários

Olá! Começo dizendo que ficou uma resenha em duas etapas, então leia minhas primeiras impressões, e depois essa resenha. Porque aqui me atenho às crônicas desse primeiro tomo da série.

Você pode começar simplesmente pela narrativa de Fedors, e ainda sim ser envolvido pela história de uma forma única. Como toda a criação do universo foi recontada e recriada, o autor contou com toda liberdade para criar a trama e os personagens como pretendeu, sem precisar se preocupar com realismos desnecessários, deixando tudo único e irretocável. Preciso deixar claro que Esteros não é a reinvenção da fantasia, mas no meu modo de ver foi feito algo inédito a partir do universo comum ao gênero fantástico. Toda a trama é bem amarrada e deixa aquela curiosidade no ponto certo para as respostas que virão neste nos próximos livros da série e também para as próximas perguntas. Dito isso, vamos às Crônicas de Fedors.

As Crônicas de Fedors  — como o título já revela — é uma narrativa histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica, o que preciso dizer foi perfeito para essa história. Porque simplifica para o leitor menos experiente e deixa uma leitura prazerosa para os acostumados com fantasia medieval.

Com a história contada por Fedors em seu encontro com Salazar, os fatos são propositalmente narrados a alguém que nada sabe da história, o que deixa tudo de tal forma que não existe a preocupação em conhecer os personagens, a medida que são apresentados o leitor vai identificando cada um. Tudo feito de forma tranquila e detalhada o suficiente para colocar o leitor na história sem deixa-la em nenhum momento superficial ou cansativa. Muito pelo contrário, deixa aquela sensação de só mais uma página... risos (sim essa mesma, não tem como largar...), afinal esse é "só" o primeiro livro, então prepara-se para já querer o próximo.

Devo dizer, que você esquece de que a história está sendo contada e isso é mágico, logo é você que está visitando os castelos, a academia e acompanhando o crescimento e treinamento dos filhos do rei. Achei interessante o fato de a história conter elfos, orcs e outros seres conhecidos, porque facilitou a imaginação dos personagens, porém de uma maneira diferente daquela encontrada em outros livros. Explico: mesmo imaginando um elfo como "Legolas" eu não poderia em momento nenhum dizer que a Rainha Elfa aqui seria Arwen, ela assim como todos os personagens tem características muito distintas e únicas.

Com a história contando a partir da infância dos filhos do rei, podemos ver como cada um já eram diferentes entre si, como cada personalidade já demonstrava muito sobre o caráter de cada criança. O treinamento dos jovens príncipes na academia de Petrus e a vida no castelo é uma introdução ao mundo medieval das conquistas e das guerras. Já que em um temos o ambiente do Poder e do acolhimento na família e em outro o treinamento das habilidades que formam o guerreiro e o líder, deixando claro como as escolhas moldam o futuro e revela quem cada um realmente é.

Fiquei impressionada com a capacidade de demonstrar como o mal se alastra na mente e no coração de qualquer ser que deixe uma pequena semente desse mal brotar dentro de si. Toda a sutileza dos mais simples erros até às verdadeiras intenções por trás de falsos elogios são bem apresentados. O papel de "Aurélio Destrus" ou Destructor, o eracicto que viu no aviso do Mago Panderios ao Rei Mustafar a chance pela qual vinha ansiando e no erro do “errei em não ouvir tal aviso sua grande oportunidade”.

O garoto que me segue demonstra interesse pela batalha, sonha com o poder e admira sua espécie.

E assim, momentos depois, em um batismo de luta e sangue, nascia Vamcast, o impiedoso. E morria a inocência do menino. Abrindo as portas para a guerra e a morte, o destino de todo o Reino começava a ser selado e o mistério por trás da figura apodrecida de Fedors fica cada vez maior.

— O maior inimigo da  verdade não é a mentira deliberada, planejada, desonesta, mas sim o mito persistente, intolerante e irreal. O mal sempre existiu, sempre esteve ali.

À medida que o mal cresce o ritmo da história fica intenso e não dá vontade nenhuma de largar até descobrir tudo que ainda tem para acontecer, afinal Andor, príncipe de Naires não era mais nenhum menino e contava com a companhia de Angel, Bardor e Mandorados já não via o mundo da mesma maneira. Porém esse conhecimento do mundo não seria suficiente para parar os fatos que iriam acontecer a seguir, e devo avisar que nem de longe o final desse livro pode ser imaginado, até porque ele é o primeiro e não realmente termina quando acaba.

— Morte a morte! Guerra à guerra! Vida à vida! Ódio ao ódio. Esse será apenas o começo de uma era obscura. Que a sua morte se torne o início.

Toda a narrativa do texto flui muito bem, deixando a leitura instigante e num ritmo perfeito, quase cinematográfico mesmo, porque é fácil imaginar os cenários e os personagens vivendo neles. Todo o texto é bem estruturado com as pontas bem amarradas, seja para aumentarem a curiosidade ou encerrar alguma parte da trama. Eu gostei bastante dos diálogos, porque não são do tipo que me deixaram confusa durante a leitura, mesmo seguindo a linha medieval e as formalidades da realeza ou da hierarquia militar.

Sobre livro em si, preciso dizer que a encadernação é maravilhosa, a impressão e o papel são perfeitos e a diagramação ficou linda, sério gente. O livro está todo com um acabamento perfeito, com ilustrações lindíssimas entre os capítulos.


Nota ::  4,5 


Informações Técnicas do livro

Os livros de Esteros
As crônicas de Fedors #1
Ano: 2016
Páginas: 305
Editora: Selo Jovem
Sinopse (Skoob):
“A minha consciência é atormentada por milhares de vozes e cada uma traz-me milhares de histórias, e em todas elas eu sou o vilão condenado. Voltarei no tempo para consertar meus erros. Eu quero me redimir, ofertarei o meu reino, todo o meu ouro, e se necessário, a minha própria alma.” 

Esteros nos leva para um mundo medieval, onde reis se tornam homens individualistas, crianças são incentivadas a fazer o bem acima de qualquer coisa, e até mesmo o mal deixa de ser temido. Entretanto, a inocência é algo inevitável para um povo que só preza a paz. 

Vamcast, o menino que desejou dominar o mundo aos 13 anos não tinha amigos e buscava constantemente o afeto do pai que era um homem frio e descuidado. Por ser assim errou na criação do seu filho. O governante descuidado traz o caos ao seu povo, mas um homem sensato precisa corrigir seus próprios erros. 

Compre o Livro Físico no site da editora, clicando aqui!


_____Sobre o Autor_____

Aldemir Alves

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Aldemir Alves nasceu em 1981 em Uberlândia /MG – Brasil. Atualmente trabalha como Design gráfico e co-editor na Editora Selo Jovem. É um autor brasileiro contemporâneo, logo com o seu primeiro livro publicado  em 2011 começou a se destacar no cenário de fantasia, tendo novas oportunidades para publicar seus livros em algumas editoras. Escreveu histórias de fantasia épica, sobrenatural, e contos baseados no mundo de Esteros. Um de seus livros de mais sucesso é "As crônicas de Fedors". Aldemir é fã das criações de Stan – Lee, do mestre Tolkien  e do brasileiro Maurício de Souza. Os seus livros prediletos sempre foram ficção científica e Fantasia.

16 abril, 2018

Primeiras Impressões :: Os livros de Esteros - As Crônicas de Fedors

abril 16, 2018 0 Comentários

Olá amigos, vou trazer as primeiras impressões de: "As crônicas de Fedors", Livro 1 de "Os Livros de Esteros". Este livro é o primeiro best seller da editora Selo Jovem, e o meu exemplar é da 4ª edição - revista e atualizada (ponto pra o autor e editora, pelo cuidado) e que veio lindamente ilustrada.

Vale ressaltar que apesar de na sinopse constar que Vamcast é um menino que desejou dominar ao mundo aos 13 anos, ele é um deus – um ser com diversos poderes e que esses 13 anos não são em uma medida humana. E assim, começa a desconstrução da própria história que criamos ao ler a sinopse para a que vamos ler neste livro complexo, rico em mitologia, magia e histórias.

O mapa indica os principais locais do Continente Naires e o prefácio trás um belo texto de apoio para leitura desse livro, esclareço que: o prefácio não explica o livro, se propõe a falar sobre a história da publicação e suas continuações que virão. Nas notas do autor, encontramos dicas de maneiras de ler essa primeira obra introdutória, para quem, como eu, não é assídua leitora de fantasia medieval poder aproveitar ainda mais da história e da leitura.

Apesar de estar indo para um novo universo, literalmente, o estranhamento dos nomes e das informações não causa nenhum desconforto e logo a localização do leitor em cada parte fica fácil e tranquila.

Eu segui a dica de começar a ler primeiro "A mitologia esteriana" e tem sido até o momento uma aventura bastante emocionante. Pois essa, se constrói ainda na infância da humanidade, sendo baseada em fatos fictícios e científicos relacionados ao universo e seres vivos em geral. E narra os primeiros confrontos entre os deuses dominadores dos mundos habitáveis e as primeiras discórdias entre Nazebur e seus irmãos. Os deuses da mitologia esteriana são 30 e foram espalhados por todo universo, cada qual com o seu legado: cuidar das vidas que foram designadas. 

Nazebur tem como meta destruir a vida nos mundos existentes no universo, a sua missão é corromper almas mortais e dizimar a vida nos planetas, transformando a todos em espectros. Esses, por sua vez, possuem passe livre e podem caminhar sobre os mundos paralelos, se fortificar e evoluir nos corpos mortais, como larvas em um hospedeiro.

Nesse primeiro livro, o foco fica na família Destrus, da qual nosso narrador Fedors fez parte, até seus sofrimentos e acontecimentos que o levaram a ser um morto-vivo. Em sua narrativa a Salazar (que são os fatos que serão contados nesse livro), ele irá explicar como essa família, com a linhagem de reis mais antigas e conceituadas de Naires, assume o poder do local onde os fatos desse livro acontecem.

Com esse breve relato, já deixo claro que nenhum juízo do valor desse livro deve ser feito antes de sua leitura e de ter si inteirado de todo o vasto universo de histórias e personagens. Então fico por aqui por hora e logo volto para contar como foi a leitura total desse livro.

Até breve, Elis



Informações Técnicas do livro

Os livros de Esteros
As crônicas de Fedors #1
Ano: 2016
Páginas: 305
Editora: Selo Jovem
Sinopse (Skoob):
“A minha consciência é atormentada por milhares de vozes e cada uma traz-me milhares de histórias, e em todas elas eu sou o vilão condenado. Voltarei no tempo para consertar meus erros. Eu quero me redimir, ofertarei o meu reino, todo o meu ouro, e se necessário, a minha própria alma.” 

Esteros nos leva para um mundo medieval, onde reis se tornam homens individualistas, crianças são incentivadas a fazer o bem acima de qualquer coisa, e até mesmo o mal deixa de ser temido. Entretanto, a inocência é algo inevitável para um povo que só preza a paz. 

Vamcast, o menino que desejou dominar o mundo aos 13 anos não tinha amigos e buscava constantemente o afeto do pai que era um homem frio e descuidado. Por ser assim errou na criação do seu filho. O governante descuidado traz o caos ao seu povo, mas um homem sensato precisa corrigir seus próprios erros. 

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26 janeiro, 2018

Resenha :: Entre 4 Paredes

janeiro 26, 2018 1 Comentários

Olá, faroleiros do Clube. Hoje vou escrever sobre minha leitura do livro Entre 4 Paredes, a história é original e bem criativa, tudo acontece enquanto uma partida de futebol ocorre, mas não é qualquer partida de futebol. É uma quarta-feira dia da final da Copa do Brasil, onde o rubro negro irá enfrentar o alvinegro - time do interior que surpreendeu ao chegar na disputa pela taça.

"As quartas-feiras, criava-se uma interessante harmonia entre os ruídos do prédio de número 931. Uma sequência mágica que se repetia sem esforço."

O local da trama é um prédio de um bloco de apartamentos, onde todos os vizinhos seguem a vida tendo que se adequar a rotina que a vida em um prédio estabelece. Latidos de cachorro, pratos quebrados, comemorações de gol, choros de bebês e até gemidos de sexo. Quem nunca se incomodou com os barulhos dos vizinhos? No edifício 931 não é diferente.

A história é narrada em terceira pessoa, e algumas vezes pelo personagem do próprio investigador Renan. Eu li o mesmo texto de dois modos e ambos funcionam, você pode pular as partes da narrativa do jogo, mas vai precisar de um pouco mais de atenção para entender os diálogos e atitudes relacionados ao que acontece durante a partida. Ou ler a história com o jogo, se sentir fazendo parte de uma "citcom", do estilo "Sai de Baixo".

A leitura é muito rápida porque além da boa narrativa a diagramação do texto facilita demais, além dos capítulos o livro é dividido em partes, te preparando para mudanças de narrativa e de personagens, com o passar do tempo o livro fica com um mistério a desvendar e você acaba sendo cativo pelos personagens Renan e Zeca.

Outra coisa que adorei foi que a autora não fez o uso excessivo de jargões policiais ou situações forçadas. E deu a cada morador uma personalidade super reconhecível a quem tem vizinhos, sem a estereotipação de nenhum deles. Mas no fim os principais acabam sendo a dupla de investigadores que vão ao prédio investigar o que aparentemente se trata de uma briga de casal.

"Renan estava eufórico. Ele sabia, no fundo ele sempre soube. Ambos riam. Eles tinham conseguido. Juntos eles foram capazes de desvendar o segredo de Lorena. Agora era tudo uma questão de formalidade."

Renan, apesar de suas esquisitices, tinha um tino investigativo bastante afiado, gostava de trabalhar e tudo era melhor do que ficar em casa na mais completa solidão. Quando criança apanhava do pai por ter apanhado ou sofrido abuso por parte de seus colegas de escola, tinha uma mente brilhante e se mantinha ocupado nas aulas com alguma coisa que despertasse sua mente. Porém tinha em seu parceiro o exato contra ponto a si mesmo. José Carlos vivia cada dia ao seu tempo, sofrendo para cumprir o mínimo que se espera de um policial, que depois de alegar dependência química e ter provado ter ficado em tratamento, voltará ao serviço na corporação em um período probatório de reciclagem em sua antiga função.

"Era isso que o certinho do Renan nunca entenderia. O transtorno que se causa quando se trabalha direito. Principalmente com descobertas formidáveis."

E a somatória de tudo que eu falei acima resulta numa leitura, leve, divertida que te deixa curioso para entender o que realmente aconteceu, porque nada pode ser tão simples quanto parece e até mesmo quem ganha o bendito jogo no final das contas, afinal o jogo só está ganho depois que o juiz apita o final do jogo. Confesso que a última parte do livro eu li aos risos, quase sem conseguir me controlar, o jeito que a autora levou tudo para o desfecho foi tão simples e tão brilhante que me conquistou.

Sobre a edição, caramba, a Selo Jovem não me decepcionou mais uma vez. Diagramação, fonte, letras e páginas amarelas, folhas divisórias entre as partes do livro, capa e sinopse impecáveis.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Entre 4 Paredes
Marta Arêas Campos
Ano: 2017
Páginas: 128
Editora: Selo Jovem
Sinopse (Skoob):
Latidos de cachorro, pratos quebrados, comemorações de gol, choros de bebês e até gemidos de sexo. Quem nunca se incomodou com os barulhos dos vizinhos? No edifício 931 não é diferente. Até que, no dia da final da Copa do Brasil, uma investigação policial terá que desvendar um possível crime por meio dos ruídos corriqueiros ouvidos pelos residentes. 
As obsessões do esquisito investigador Renan e os fetiches de seu depravado parceiro, José Carlos, conduzirão uma das investigações mais bizarras e inusitadas do décimo sétimo batalhão.



_____Sobre a Autora_____

Marta Arêas Campos é brasileira nascida em 1981, na cidade de Nottingham, Inglaterra. Viveu a maior parte de sua vida na cidade de São Paulo. Desde de 2010, mora em Montréal, Canadá, onde escreve e trabalha como Terapeuta Ocupacional.
Publicou o livro de contos Família Não Se Escolhe pela Bookess além de contos nas antologias Post Mortem e Ponto G, ambas pela editora Multifoco (2016) e Sabor da Paixão, pela editora Andross (2016). Entre 4 Paredes é seu romance de estreia.

Acompanhe a página no Facebook da autora: @macescritora

19 janeiro, 2018

Resenha :: Não Quero Nascer

janeiro 19, 2018 0 Comentários

Olá, faroleiros! Poucos são os livros que tratam de uma vertente religiosa diferente da Cristã. E esse livro aborda, a religiosidade afro. "Ah, mas é um livro de religião?". Não, de forma alguma. É uma fantasia que você pode - ou não - acreditar na parte religiosa. Contudo, já te aviso que ao começar o livro será impossível largar.  A escrita da autora é fluída e a trama da história te prende demais. Já nos primeiros capítulos você é apresentado a toda a trama que envolve o título e esse mistério é prontamente respondido. Porém, e é este o brilhantismo da obra, outros mistérios são apresentados e os personagens que vão surgindo durante a história trazem mais respostas e também mais perguntas. 
"A menina sentia que sua hora de retornar se aproximava e desejava retardar o encontro mais uma vez, com aqueles que insistiam em tirá-la da floresta."

A história se passa entre dois planos: O espiritual Orun e o plano terreno, Aiyê.  Abeni, reencarna como Julia; uma menina muito desejada por seus pais, que providenciaram tudo para que sua filha tivesse uma vida confortável e cheia de amor. Porém, para que sua mãe conseguisse levar a gravidez até o fim, os pais haviam recorrido à ajuda do senhor Lumumba, um velho africano, que entendia o Orun e tudo o que circundava o espírito da criança.

As crianças de Orun não se conformam com a não volta de Abeni; seu par espiritual Abasi sofre com isso, mas confia em seu acordo com Abeni. E eu sinceramente me senti todo tempo com medo do Eze, líder desse grupo, as atitudes dele - mesmo sendo o líder - me deixaram muito aflita quanto ao que ele poderia fazer para trazer a Abeni de volta.

" - Estamos aqui para protegê-la, mas irei perturbá-la, caso você se esqueça o acordo que fez com Abasi. Ele será encarregado de nos avisar como você está caminhando junto a essa família."

No início, levei um pouco de tempo para entender o Orun e me adaptar aos nomes que cada personagem recebe em cada plano. Mas isso não atrasa a leitura, de certo modo te prende mais. Após o nascimento de sua filha, os pais, em especial Maurício confortado por ter a filha nos braços esqueceu o que o Lumumba havia lhe dito e acabou por ignorar os avisos. Porém a atitude de Julia, em relação aos colegas começou a chamar a atenção na escola, e também a causar incômodo e estranheza.  E a situação começa a ficar cada vez mais grave,  com a interferência de Eze e a busca de Sara e Maurício por descobrir o que estava errado com Júlia e nada fazendo sentido, deixando Sara cada vez mais aflita com o bem estar de sua filha.

Nos preparativos para o sétimo aniversário de Julia, Maurício reencontra Lumumba na rua, durante as compras, porém resolve mais uma vez ignorar os conselhos e palavras do velho sábio. Contudo os acontecimentos, durante a festa, o fariam repensar essa atitude. Dando mais crédito à profecia que fez sua filha ficar mais uma vez diante da morte. Nessa busca por ajudar sua filha, Maurício conhece Odara, a neta de Lumumba, que se compromete em continuar a ajuda oferecida por seu avô.

"- O espírito de sua filha pertence a um grupo de crianças do Orun, que vêm a terra para ficar pouco tempo entre os encarnados. São espíritos infantis mais conhecidos por meus antepassados como Nascidos para Morrer."

Nessa parte do livro mesmo, tentando não emitir nenhum juízo de valor, fiquei pensando se não foi "culpa" dos pais toda essa situação, porque, em buscar de realizar seu desejo de serem pais, forçaram uma situação, que, segundo conta a história não deveria acontecer. E que lutar para que o destino não aconteça é de certa forma desafiar o destino de cada um. Mas também pensei, bom agora a história acabou.. Ledo engano, parece que começa uma história ainda mais intrigante nesse momento.

Temos uma passagem de tempo, que nos leva 7 anos a frente, onde Júlia com 14 anos, onde sua facilidade com música preenche seus dias com a escola, seus pais também alcançam novos níveis na carreira profissional; aos 16, com a conclusão com louvor de seu ensino médio, Júlia vai para a faculdade e aqui uma grande mudança é percebida. A menina, então sozinha e isolada, passa a ter um grupo seleto, porém unido de amigos. E assim passamos a conhecer Décio, um rapaz gentil e alegre completamente apaixonado por Júlia; Leandro, o brincalhão, que com seu jeito leve e descontraído, consegue deixar ser o cima leve; Sofia a amiga invejosa e eu achei até meio peçonhenta da Julia; e Rodrigo namorado de Sofia.

"Não se esqueça de nossa floresta, porque do contrário todos sofrerão com seu ato."

O relacionamento de Sara e Júlia é cada vez mais destrutivo para ambas, algo não permite que elas consigam ser mãe e filha. E Maurício, mesmo tentando mediar a situação por ser mais próximo da filha, com o tempo e aparente calmaria começa a relaxar quanto as questões espirituais, enquanto Odara acaba seguindo seu destino profissional acabando por não perceber o que acontece nos plano de Orun. Com uma nova passagem de dois anos muitas coisas acontecem mostrando que podemos simplesmente seguir em frente, mas não lidar com as consequências de agir assim.

A partir daqui eu não posso contar mais sobre a história, mas posso dizer que a autora deixou tudo bem amarrado e resolvido, nenhum personagem ficou "abandonado" pelo caminho e sim a autora consegue surpreender com vários acontecimentos no final. Para mim o que mais marcou do livro são os trechos que falam de respeitar sua origem, suas raízes, evoluir, crescer sem deixar de aprender algo com isso, de ser e tornar o mundo um lugar melhor. 

"Quando nós amamos alguém ou temos gratidão por alguém, não devemos esperar nada em troca, apenas temos que agir de acordo com nossa consciência, amar sem exigir do outro a mesma intensidade de nosso sentimento."

Termino aqui falando sobre outra edição linda da Selo Jovem, com uma capa que diz muito da história, folhas amarelas e fonte para uma leitura super confortável.


Nota :: 


Informações Técnicas do Livro

Não Quero Nascer
Um Pacto Que Transcende A Vida
Ano: 2017
Páginas: 188
Editora: Selo Jovem
Sinopse (Skoob):
Júlia tem tudo o que muitos gostariam de possuir: um apartamento grande, um ensino de alta qualidade e, sobretudo, o carinho e a proteção de seus pais. Porém, Júlia carrega consigo uma profecia desde o seu nascimento, o que a faz constantemente ficar diante da morte. Lumumba, um velho africano, é o único capaz de quebrar essa profecia. Entretanto, por descuido dos pais de Júlia, essa profecia transformará a vida de todos ao redor da garota em um verdadeiro pesadelo. Que mistério é esse que faz de Júlia uma pessoa tão diferente das outras? Por que a morte a atrai tanto? E por que o amor de seus pais não é o suficiente para ela? Esses e outros enigmas serão encontrados durante toda a história em “Não Quero Nascer – Um pacto que transcende a vida”.


_____Sobre a Autora_____

Alegra Te Vittone


Alegra Te Vittone, pseudônimo de Alessandra da Silva dos Santos, é natural da cidade do Rio de Janeiro. Graduada Bacharél em Produção Cultural, atriz, compositora e escritora. Publicou onze poemas de sua autoria em uma coletânea de poesias de diversos autores, no ano de 2016, porém não se considera uma poetisa em potencial.
“Não Quero Nascer – Um Pacto Que Transcende A Vida” é o seu primeiro romance sólido, nascido de uma experiência espiritual vivenciada pela autora, que passou a sentir o desejo em escrever um livro, tendo, antes deste, criado outros dois romances inacabados, mas que serviram como treino para sua escrita. É admiradora de romances espiritualistas e de fantasias.

06 dezembro, 2017

Resenha :: Alice Carter e o Theatro de Vampiros

dezembro 06, 2017 2 Comentários

Olá faroleiros queridos, hoje eu venho falar de um livro de aventura e fantasia. Esse é o primeiro da série e que já aviso ter me surpreendido por ter conseguido usar vários elementos do universo da fantasia em uma história bem escrita, veja bem eu ia ler 50 páginas e terminei de ler o livro inteiro. 

Essa é uma história de fantasia com uma adolescente que vai iniciar uma nova fase em sua vida. Primeiro quero alertar para ficar atento aos detalhes porque durante a leitura eles vão se mostrando cada vez mais importante para a trama no futuro. Apesar de estar aprisionada por um longo período e todas as tentativas de fuga terem falhado, Alice consegue criar uma "vida" para si mesma, nomeando seus carcereiros sem rosto e aproveitando cada pequena regalia para criar uma rotina e uma falsa normalidade em seus dias. Porém 10 anos cobram seu preço e o de Alice foi o das memórias anteriores a sua condição de prisioneira.

Parece clichê? Pois não é. Não temos nenhuma mocinha num triangulo amoroso, nem a autora copiou a base de nenhuma saga famosa. Como estamos no primeiro livro é um pouco mais explicativo, Alice apesar de estar presa não está indefesa, ela só espera a oportunidade para fugir, ela conserva aquela fé de que irá conquistar sua liberdade de alguma maneira.

Eu gostei bastante, dos "vampiros" serem um título e não os seres chupadores de sangue e da maneira como a autora foi colocando os elementos que fazem parte da trama. A história vai sendo contada pela visão de Alice, mas várias vezes temos o ponto de vista do "ranzinza".
Benjamin, foi acolhido pelo Clã dos vampiros ainda pequeno com seu irmão Sebastian após a tragédia que os tornaram os únicos sobreviventes da família Scott. Ben é um feiticeiro vindo da dimensão da Terra com seu poder ligado a Égide* do fogo. Que desde a fuga de Alice de sua prisão mostra que está ligado a ela de várias formas e isso vai fazendo você "shipar" o casal.

Curiosidade: O que é Égide? Égide significa proteção, amparo, defesa. Se um ato foi praticado sob a égide de alguém, quer dizer que ele foi realizado sob a proteção e com total apoio. (Fonte: www.significados.com.br)
Não foi inventar a roda, mas ter os elementos como fonte de poder é sempre um tiro certo, a parte inovadora vem dos clãs terem seu poder ligados as derivações dos elementos, como o clã que vive na neve.  Durante essas descobertas dentre tantas outras Alice como o leitor tem aquele estranhamento das informações e ela faz as perguntas que gostaríamos de fazer e também tem aquela aceitação que algumas perguntas serão respondidas no tempo certo. Preciso deixar claro a narrativa tem uma velocidade legal e a autora não fica inventando assunto para arrastar a história. Descreve tudo de modo deixar a história bem situada, a imaginação te "colocar" dentro da história e principalmente pontos que são importantes para o decorrer da trama.

Os personagens têm suas personalidades ligados a seu elemento, mas também tem características próprias fazendo com que você logo simpatize com alguns e antagonize com outros o que é fundamental numa boa aventura. Gostei do jeito que autora narra não deixando nada muito raso nem tão complexo a ponto de dificultar a leitura. Outra coisa que amei foi que a ação acontece minha gente! Não fica enrolando tudo para o próximo livro. De tudo que posso dizer a favor da leitura desse livro nada é mais contundente do que amei o fato de não ser mais do mesmo.

Essa história, não foi feita usando uma "receita de bolo". É uma ótima leitura por tudo que é e também pelo que não é. O Teatro dos vampiros é quase um centro de treinamento do poder, mas não é a escola do professor Charles Xavier, também tem uma sala comunal é não é Hogwarts, entendem meu ponto?? Ela usa a magia sem remeter a uma referência direta. A autora pegou na fonte e criou sua própria história. Não posso falar muito sem dar spoilers, mas também não posso deixar que o medo do "mais do mesmo" te impeça de aproveitar uma leitura leve, bem escrita e divertida que te prende do início ao fim. 

Alice, termina esse primeiro livro ciente que ainda a muito a ser descoberto e com minha simpatia por não ficar se restringindo a usar todo poder que possui, seja o elemento mágico ou sua intuição do que deve ser feito. Ela não espera ser salva quando sabe que cabe a ela salvar e nem se nega a receber ajuda e apoio quando preciso. Cada personagem paralelo ganha uma importância maior no momento certo da trama não deixando tudo centrado em uma única personagem. 

Sobre a publicação, outro elogio que precisa ficar registrado é a Editora Selo Jovem, este é nosso segundo ano como amigos da editora e acompanhar a evolução da editora é algo fantástico!! Eles mantiveram a parte que era maravilhosa, como as folhas amarelas de uma qualidade imensa, letras num tamanho confortável para a leitura, mas as capas... Gente, como não elogiar as capas que só ficam cada vez mais lindas. A capa dessa história já é um convite a leitura! A única crítica seria a sinopse, sério... elas ainda são um ponto a melhorar, mas conhecendo a Selo Jovem eu sei que vão.

Tem uma tarde livre? Encante-se com esse universo criado pela Lisa Lopes e depois venha conversar comigo... gente que tristeza não poder comentar um monte de coisas... Boa leitura!!
Nota: 


Informações Técnicas do Livro

Alice Carter e o Teatro de Vampiros
Série: Alice Carter # 1
Autora: Lisa Lopes
Ano: 2017
Páginas: 212
Gênero: Aventura / Fantasia / Jovem adulto
Editora: Selo Jovem SLJ

Alice, uma jovem aprisionada em um castelo sombrio. Sem conhecer as verdadeiras razões do seu confinamento, já havia aceito o duro destino, pois todas as suas tentativas de fuga foram em vão. Quando aconteceu ou como aconteceu, foram perguntas que ela fez a si mesma diariamente, durante muito tempo. Nunca conseguiu lembrar da sua vida anterior ao castelo.
Apesar de tudo, ainda acreditava em sua liberdade, que seus sonhos se realizariam e seus dias de solidão chegariam ao fim. Carregava consigo, a pequena, mas ainda acesa, chama de esperança.
Seus únicos contatos ‘humanos’, eram os encapuzados, que a vigiavam dia e noite, cuidando de sua prisão.
Nos dias atuais, passou a sonhar seguidamente com o mesmo rapaz misterioso. Ele estava disposto a ajudá-la fugir, enfrentaria perigos e obstáculos, sem pensar nas consequências, só para vê-la livre.  Mas, Alice estaria disposta a se arriscar? Confiaria em um desconhecido?
Além das muralhas, um novo mundo será revelado, ela desafiará o inexplorado e sua odisseia terá início. Na busca por uma lenda, embarcaremos com ela nessa aventura. Uma jornada repleta de magias e mistérios. Alice descobrirá o valor da amizade, do amor e da confiança e enfrentará, talvez, o seu maior desafio: acreditar em si mesma!