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24 outubro, 2019

Resenha :: Bicha, Para!

outubro 24, 2019 2 Comentários

Amigos leitores, o Clube do Farol recebeu o livro Bicha, Para! de parceria com a editora Meus Ritmos. Não sabia muito bem o que esperar do livro escrito pelo youtuber Guigo Kieras quando comecei a ler.

Bicha, Para! pode ser considerado tanto um livro de autoajuda, quanto uma biografia. Não sei se já comentei, mas não sou muito fã de nenhum desses gêneros. Mesmo assim, amei a leitura!

O livro traz 10 histórias reais relacionadas à sexualidade de Guilherme Kieras. Se assumir perante os pais e amigos, se apaixonar pelo amigo hétero, a sua primeira vez, sofrer homofobia, religião... Guigo passeia por todos esses assuntos de forma leve. Sem rancor, nem drama.

Às vezes ser gay é complicado, mas calma... dá pra descomplicar.

Fiquei arrasado logo no prefácio (A Grande Arrancada), escrito pela mãe de Guilherme, onde ela conta que não conseguiu aceitar seu próprio filho quando ele se assumiu para ela.

Ao negar ao meu filho a chance de viver sua adolescência de forma natural, ao trata-lo como doente, arranquei de Guigo cinco anos de sua vida. Tempo esse que, mesmo ele me perdoando mil vezes, não há como recuperar.

Hoje, Josiane Kieras ama o filho em toda a sua essência e é uma das grandes militantes das causas LGBTQ+.

Entrei no Instagram do Guigo, a convite do próprio autor, e fiquei assustado com a filmagem de um gay sendo arrastado pela Polícia Militar de São Paulo até um beco afastado. Guigo escreveu que estava tudo bem com ele e que não podia falar muito sobre o processo judicial porque ele corre sob segredo de justiça. Disse apenas que o processo caminha bem. Foi quando percebi que o gay que estava sendo arrastado por 3 policiais era ele próprio. Em Sofri Homofobia... E Agora?, Guigo conta esse caso de homofobia que ocorreu no dia 9 de março de 2019, logo após um bloco de pós-carnaval da Claudinha Leitte, em São Paulo. O caso ganhou notoriedade nacional e saiu até no Fantástico.

Apesar de ter citado dois casos mais dramáticos, o livro traz diversos outros causos contados de forma irreverente, mas que trazem questionamentos bem importantes para o mundo atual, onde alguns seres humanos não conseguem mais respeitar quem é diferente. Seja raça, credo ou orientação sexual.

Guilherme Kieras é formado em Publicidade e especialista em Gestão de Marketing Digital. Trabalha como Social Media e é criador do canal Fora da Casinha, do Youtube.

Os seguidores do canal se chamam carinhosamente de “tatuzinhos”, por isso cada capítulo tem o desenho de um tatu no início, além de um espaço para anotações no final. A edição feita pela editora Meus Ritmos está bem bacana (páginas amarelas e boa diagramação) e combina com a vibe do autor. Agora, também sou um tatuzinho!


O trunfo de Bicha, Para! está na sinceridade e no jeito irreverente de Guigo. Um livro curto, de apenas 139 páginas, que pode ajudar muita gente que enfrenta questões parecidas. Um livro necessário não só para os gays, mas também para os héteros que precisam conhecer mais as lutas que todo LGBTQ enfrenta no seu dia a dia. Obrigado, Guigo!
                          
Com amor, André


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Bicha, Para! 
As vezes ser gay é complicado, mas calma... Dá pra descomplicar
Guigo Kieras 
Ano: 2019
Páginas: 139
Editora: Meus Ritmos
Sinopse:
FALA MEU POVO, EU SOU O GUIGO, TUDO BEM? EU ESTOU BEM...
Se você leu essa frase com a minha entonação de voz, é sinal que conhece o meu canal no Youtube, o Fora da Casinha. Mas caso não conheça. Caaaalma, coleguinha. Sem problemas, depois dá um google que tá resolvido. =D Canal babadeiro, super indico!
Se assumir, se apaixonar pelo amigo hétero, sofrer bullying e homofobia, sentir medo de não ser amado pela família religiosa... Todo gay já passou, passa ou ainda irá passar por algumas dessas questões na vida. É tipo um bacharelado em Ciências do Vale do Arco-íris, sabe? Parece que somos predestinados a superar determinadas barreiras sociais para que sejamos plenamente felizes.

Está difícil? Tudo é muito mais complicado do que você gostaria? Alguém não te aceita e isso te deixa triste? Você não se compreende direito e não sente que se encaixa no mundo? Relaaaaaaxa!
Aqui estão 10 histórias que vivi por ser gay .
Acredite: Dá pra resolver tudo, dá tempo de tudo, dá pra ser plenamente feliz sendo gay, hétero, bi, ou qualquer denominação em que se sinta mais representado.
Vem comigo e BICHA, PARA!


Meus Ritmos é nova no mercado editorial, mas é séria e preocupada não em publicar best sellers, mas sim em lançar livros com qualidade, dando oportunidade para novos autores publicarem suas obras.

22 outubro, 2019

Resenha :: A História do Futebol Para Quem Tem Pressa

outubro 22, 2019 0 Comentários

Olá, pessoa do Clube!! Hoje, venho teclar sobre um livro que eu tinha uma grande expectativa sobre essa leitura, porque eu realmente queria conhecer mais da história desse esporte que desperta tantas emoções e que anda lado a lado com a história do mundo e de nosso país. Não é preciso ler as obras anteriores para conferir sobre A História do Futebol, mas acredito de todo coração que você vai se apaixonar tanto por essas 200 páginas de um conteúdo que, além de fazer parte da história de cada brasileiro, vai ser um clássico de primeira grandeza na estante de todo leitor, mesmo (vai saber) que não goste de futebol.


il calcio è la cosa più importante delle cose non importanti". Traduzindo, o futebol é a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes. (Arrigo Sacchi, Técnico vice-campeão mundial pela seleção italiana na Copa de 94)

A narrativa desse livro tem gosto de gritar GOOOOOLLLL no mais alto e bom som, que em momento nenhum tem um tom "professoral", mas sim de alguém querido te contando uma história cheia de emoção e que, mesmo sem querer, você já ouviu uma parte ou outra durante a vida. Para quem não conhece a emoção a que me refiro, basta dizer que: a narrativa é super fluida e tem um tom envolvente e leve, que deixam a leitura informativa e fluida na medida certa. Não é escrita em um tom popularesco, mas sim com uma linguagem a qual o português se orgulharia, sem cair em um eruditismo desnecessário. Então prepare-se para ler um texto escrito em uma qualidade excelente, que beira a narrativa de uma partida em quem ganha é o leitor.

Bola na trave não altera o placar. Bola na área sem ninguém pra cabecear. Bola na rede pra fazer o gol. Quem não sonhou em ser um jogador de futebol? (Skank)

Nos primeiros capítulos vemos que futebol era algo que começava a nascer em vários locais do mundo de modos muito diferentes, porque me trouxe a certeza que era algo predestinado a acontecer. Adorei saber sobre porque é atribuído a Inglaterra a “paternidade” do futebol moderno e como algumas regras foram sendo “criadas” conforme a necessidade do esporte e não por vontade de algum “cartola” (dirigente, diretor ou presidente de time de futebol).

"Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo", "Aguenta coração!", "Torcida brasileira", "Uma Beleeeeza de Gol!", "Um beijo no seu coração" e "Fecham-se as cortinas e termina o jogo". (Frases da Narrativa clássica de Fiori Gigliotti)

Claro que temos números e tabelas. Ah! Quem adora futebol ama tabelas, mesmo que não entenda nada sobre elas, basta ter seu time no topo para o mundo ficar um pouco melhor, risos, e já advirto que você, leitor(a)m vai se ver no mínimo procurando pelo nome BRASIL nelas. Outro ponto alto dessa história para quem tem pressa são os grandes nomes do esporte, dentro e fora de campo. Com certeza você vai abrir um sorriso ao ler os grandes nomes que você conhece e se emocionar com a data do fim de jogo para alguns desses nomes.


O autor coloca de forma precisa e informativa a história do esporte, e também porque ele ultrapassa em muito as linhas do campo e toca a vida de muitos. Com a história vamos vemos os atos de “Rebeldia” em ter negros pobres e operários no time, como as guerras e mudanças no mundo acompanharam as transformações desse esporte em algo mundial e porque uma criança em um campo de refugiados é um grito de esperança. 

As formações do time em campo, nome das funções que cada jogador assume e também as mudanças de nomenclaturas ajudam tanto a quem sempre assiste aos jogos, quanto aquela pessoa que quer entender um pouco mais do jogo que mantém aquela pessoa querida presa à televisão, rádio ou internet por 90 minutos ou mais, e não entende muito a reclamação de um 5-3-3 ou fulano como ala e não centroavante.

Explicar a emoção de ser corintiana, a um corintiano, é totalmente desnecessário. E a quem não é corintiano... É simplesmente impossível! (parafraseando o eterno Joelmir Beting)

Com parte do livro dedicada ao futebol no Brasil, vemos como saiu dos times do eixo Rio-São Paulo para ganhar os "campos" de todo o país. Futebol é algo que para muitos, como para mim, significa amigos, família e muito, muito amor envolvido. E independente do time, no Brasil é constantemente ligado à mudança de vida, do menino que começou no terrão e ganhou o mundo, mudando não só sua história, mas a de toda sua família. Se você parar por um minuto e começar a ver ESSE lado do futebol, vai entender porque nós torcemos tanto pelo jogo, que para alguns é uma ponte para uma vida melhor. E por mais que sejam poucos que alcancem o topo desse sonho, um que consiga e mude a vida de tantos já fez valer a pena a torcida.

E vai Corinthians!!!!!


A única nota que eu lamento que não tenha existido nesse livro é um extra sobre a perda lamentável, repentina e ainda dolorosa do time da Chapecoense no acidente (eu diria assassinato, mas enfim) aéreo que trouxe a maior dor que o futebol e os brasileiros já experimentaram. Ainda me recordo das palavras de Caio Júnior antes do voo: "Se eu morresse hoje, morreria feliz". Lamento que você tenha ido, mas não na lamento que tenha ido feliz.

A edição está linda, com tabelas, ilustrações e fonte e diagramação impecáveis. A encadernação é ótima e a revisão foi perfeita sem erros de ortografia ou digitação. Mesmo em páginas brancas a leitura não sofreu qualquer problema e as orelhas em tamanho maior, trazem mais informação, conteúdo e beleza ao livro.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A História Do Futebol Para Quem Tem Pressa
Do apito inicial ao grito de campeão em 200 páginas!
Márcio Trevisan
Ano: 2019
Páginas: 200
Editora: Valentina
Sinopse:
Uma das mais conhecidas frases do mundo da bola diz que, no futebol, a velocidade é essencial, mas a pressa... totalmente dispensável. De fato: para que o jogo flua a contento de quem o pratica e, principalmente, de quem o assiste, é fundamental que a bola role, que seja plena a dinâmica, mas importantíssimo que ela não se confunda com afobação – se isso se der, a jogada não deu.
Mas como contar de forma resumida uma história cujos primeiros registros datam de cerca de 2.500 anos atrás? Como contextualizar cada fato importante ligado ao surgimento, ao desenvolvimento, enfim, à consolidação do futebol como o esporte mais popular do planeta – com ênfase no futebol nacional –, a importância de cada craque, seja dos campos ou dos bancos, a transformação de um simples jogo na maior paixão não só dos brasileiros, mas de bilhões de torcedores espalhados pelo mundo?
Esse foi o maior desafio, e a única forma de superá-lo seria usar o poder de síntese sem menosprezar detalhes, utilizar uma linguagem direta sem comprometer a compreensão, explicar a presença daquele atleta ou treinador em detrimento da ausência daquele outro jogador ou técnico sem esquecer que a preferência por este ou aquele, seja ele qual for, é uma questão subjetiva, muitas vezes de pura paixão clubista.
Apesar do título, este livro deve ser lido sem pressa. É que somente dessa forma se conhecerão exatamente o poder e o significado de um grito de GOOOOOL!!!


Para a Editora Valentina, leitura é, acima de tudo, entretenimento.
Olho vivo e faro fino.
Esse é, na verdade, o lema de todo grande editor. E a pinscher dessa editora encarna esse lema como ninguém.

13 agosto, 2019

Resenha :: A História da Astrologia Para Quem Tem Pressa

agosto 13, 2019 9 Comentários

Olá, pessoa do Clube!! Hoje, venho teclar sobre um livro que, além de informativo, é muito divertido. A História da Astrologia Para Quem Tem Pressa faz parte de uma coleção que te leva, em poucas páginas, a conhecer vários assuntos. Os títulos anteriores, você pode conferir clicando em: Especial :: Para Quem Tem Pressa.

Claro que não é preciso ler as obras anteriores para conferir sobre A história da Astrologia, mas conforme o autor Waldemar Falcão explica nesse livro, conhecer a Astronomia é fundamental para entender a Astrologia, por isso recomendo a leitura de A História do Universo para Quem Tem Pressa antes ou depois desse, que foi brilhantemente resenhado aqui no Clube pela Jéssica Burgos, afinal, logo no início do livro, vemos como o estudo da astrologia começou junto a astronomia, e somente depois de muito tempo que ambos os estudos foram separados, apesar de sempre caminharem em paralelo.


A astrologia é uma ferramenta, dizem uns: é uma linguagem, dizem outros. Ela é tudo isso e muito mais.

Indo ao que nos interessa agora, a obra A História da Astrologia Para Quem Tem Pressa é um livro ideal para conhecer e entender os principais fundamentos da astrologia, principalmente se você curte o assunto, mesmo que seja apenas em ler o "Horóscopo do Jornal de Domingo". Nesse caso, devo avisar, que antes do capítulo 5 você vai estar fazendo seu "mapa astral" e descobrindo qual o signo do seu "crush". Acreditem, o signo em Vênus do meu mapa é exatamente o do meu lindo amor (risos). 

O verdadeiro horóscopo é o mapa individual de nascença de cada um, adaptado para a cidade (ou seja, latitude e longitude), a hora e a data do acontecimento. A partir deste diagrama bidimensional do céu no momento do nascimento, é possível traçar um panorama nítido e objetivo das características de um indivíduo.

Como mãe, sei do temido dia da lua cheia nos hospitais obstétricos, afinal é nessa lua onde ocorre a maioria dos partos; é nela também que temos a maré cheia dos mares e o maior número de casais a admirarem esse satélite natural (observação romântica e não científica minha). Apesar desse início muito legal, é impossível não ansiar para que chegue logo os capítulos sobre as casas do zodíaco, que tanto fazem parte da nossa cultura mais popular, e as perguntas mais básicas logo são respondidas e o leitor vai percebendo que não se trata de algo religioso e sim de causa, efeito e integração entre o universo e quem o habita.


A estrutura fundamental de um horóscopo (mais popularmente conhecido como "mapa astral") se apoia em três pontos básicos: o signo solar, (...), o signo lunar, (...) e o signo ascendente que é calculado a partir da hora (mais exata possível) do nascimento em questão.

E assim, de maneira leve e explicativa, vamos conhecendo os signos, o Ascendente, a relação com a astronomia, o mapa astral, o horóscopo, a revolução solar, as casas astrológicas, os trânsitos planetários, os grandes astrólogos da história. Obtendo resposta para questões sobre "Como a astrologia lidou com o rebaixamento de Plutão?" ou sobre questões como o 13º signo.

Gostei em especial que, apesar da pressa, tudo é muito bem explicado de maneira de fácil entendimento, sem resvalar numa superficialidade simplista. Pelo contrário, é um texto que faz a todo momento um convite ao aprofundamento, ao conhecimento mais apurado. A uma curiosidade irresistível de se entender, através das luzes que iluminam o céu sobre nós funcionando como um guia prático e de fácil entendimento, que traz tudo o que o leitor procura para dar os primeiros passos nesse universo de planetas e estrelas que tanto fascina a humanidade.


Sobre a edição: Amei o fato da coleção manter um padrão lindo de capa e da diagramação feita pela editora, não encontrei erros na revisão do livro, existem diversas fotos, desenhos e esquemas para auxiliar a imaginação do leitor e exemplificar algumas teorias e pontos dos corpos celestes no céu. Esse é um daqueles livros que a vontade de escrever e fazer anotações enquanto lê é absoluta, as marcações obrigatórias e as consultas a dados, como data e horário de nascimento, obrigatórias. Te desejo uma ótima leitura e o que os astros te sejam favoráveis.

Elis do Signo de Livros
Ascendente em Séries.


Nota :: 

Informações Técnicas do livro

A História da Astrologia Para Quem Tem Pressa
Das tábuas de argila há 4.000 anos aos apps em 200 páginas!
Waldemar Falcão
Ano: 2019
Páginas: 200
Editora: Valentina
Sinopse:
A ASTROLOGIA É UMA FERRAMENTA, DIZEM UNS;
É UMA LINGUAGEM, DIZEM OUTROS.
ELA É TUDO ISSO E MUITO MAIS.
Os signos, o Ascendente, a relação com a astronomia, o mapa astral, o retorno de Saturno, a sinastria, o horóscopo, a revolução solar, as casas astrológicas, os trânsitos planetários, os grandes astrólogos da história...
Astrologia horária, empresarial, mundial, eletiva...
Um guia prático e de fácil entendimento, que traz tudo que o leitor procura para dar os primeiros passos nesse universo de planetas e estrelas que tanto fascina a humanidade.


Para a Editora Valentina, leitura é, acima de tudo, entretenimento.
Olho vivo e faro fino.
Esse é, na verdade, o lema de todo grande editor. E a pinscher dessa editora encarna esse lema como ninguém.

03 agosto, 2019

Resenha :: Lady Killers: Assassinas em Série

agosto 03, 2019 0 Comentários

Olá, leitores! Hoje eu venho falar de um livro com uma capa linda. Porém quem vê capa não vê conteúdo; e gostaria de compartilhar sobre a minha experiência de leitura com você.


Esse livro teve uma inspiração diferente da usual, de uma coluna da escritora e tem um viés de dossiê, mas até pelas datas dos crimes, não chegaria a tanto. Para mim, ficou mais para um documentário sobre assassinas em série e seus crimes, comprovados ou não ao longo dos últimos séculos e uma nova visão sobre os fatos, julgamentos sumários ou não, e até mesmo o que foi alardeado sobre durante a época em que ocorreram.

Outro questionamento é sobre como a mídia ou o senso popular e a "justiça" interpretavam os crimes e os assassinatos em séries cometidos por mulheres, principalmente a forma errônea que os atribuía a hormônios ou ao conceito de não reciprocidade afetiva. Além do mais, mostra de forma clara que elas nada tinham de apenas insanas, e sim com graus variados de inteligência, imprudência e egoísmo, por vezes até um senso de vingança, que as levava a fazerem o que fosse necessário para mudar os rumos de suas vidas para o que elas entendiam como de seu direito ou simplesmente ao seu alcance. E, muitas vezes, de forma tão elaborada que não deixava quase nenhum rastro, com crimes quase perfeitos.


De forma nada "corporativa" a autora convida a tirar a aura de sexo frágil, vovó gentil, mãe carinhosa, perfeita esposa, dona do lar acima de qualquer suspeita para mostrar que, assim como os mais perigosos assassinos, as mulheres são eficientes em mostrarem a imagem que querem que as pessoas vejam e acreditem. Até o limiar da mentira e a verdade exposta sem cerimônia. 

A autora manteve uma escrita que facilitou a leitura, tornou a leitura bem compreensiva mediante as coisas que aconteceram e foram relatados no texto; além de que ela não tortura o leitor com detalhes excessivamente descritivos dos crimes, apesar de que os detalhes são macabros o suficiente para entender o grau de horror dos crimes praticados.

Outro convite irresistível é a busca pela resposta de porque a "primeira serial killer" não foi nem de longe ou perto a primeira, e em uma espécie de amnésia seletiva, se esquecia com grande facilidade dos crimes cometidos por essas mulheres, convertendo tudo em lendas urbanas e histórias de fantasmas ou até mesmo de fadas. E a questão que a mim mais chamou atenção: TODAS as mulheres possuem o chamado "amor materno" inato? Seriam todas dotadas de um irrevogável "amor de mãe", mesmo com a mente tão sombria?


Enfim, eu gostei da parte principal do livro, mas preciso explicar sobre minha nota ao livro e — surpresa — é que a nota é mais relativa à edição, que tanto chama atenção por sua beleza e pelo designer gráfico muito bonito da capa e da edição em si. Aconteceu o seguinte: eu tive muito problema com o cheiro ao retirar o livro da embalagem e afetou a minha experiência de leitura porque esse cheiro foi muito forte, me fazendo adiar a leitura em quase duas semanas para conseguir lidar com o cheiro da tinta. Não sei ao certo se o fato de várias imagens (incluindo fotos) não terem legenda e outras partes terem palavras e frases totalmente em inglês, que deixam a curiosidade, mas também me deixaram chateada porque, desculpa, mas eu estou lendo uma edição traduzida em português, então eu gostaria de poder ler em minha língua aquilo que está escrito no livro.


Mais um detalhe foi o fato de as citações em destaque, no livro, serem reproduções de parte do texto e tornar a leitura cansativa, porque eu ficava lendo duas vezes a mesma coisa em tão pouco tempo. Veja bem, eu não tinha esquecido o que eu tinha acabado de ler e me pareceu ser o que vou chamar de reforço desnecessário daquele trecho. Outra coisa que me incomodou foi a marcação, que apesar de muito bonita, de um "falso marca-texto" fluorescente rosa, me tirou o prazer de eu fazer as minhas marcações com post-it. De eu perceber o que era importante para mim na leitura. Ficou parecendo quase que uma repreensão do tipo: "Leia isso aqui e preste atenção que é importante". Eu sinceramente não gostei, prefiro ser eu quem decide o que é importante ou não para ressaltar em um texto, seja ficção ou não.

Assim um livro já tem uma cor berrante, um contraste muito forte, tem disposições de imagens que, da maneira que foram dispostas, geraram um final da leitura cansativo, por ter um apelo visual muito grande. Por esses motivos, não vou ou posso dizer que foi uma leitura que a edição tornou prazerosa não, porque para mim não foi. Mas calma!!!!!! Nem tudo são coisas negativas, não.


A tradução foi o ponto forte da edição. Pequenos trocadilhos da autora ficaram incríveis, porque eu sei que eles se perderiam se não fossem as notas de rodapé durante a leitura, fatos históricos que me fizeram aprender coisas que eu achei muito relevantes para o contexto de entendimento, fatos que aconteceram e me deram uma perspectiva nova, apesar de partir de coisas que eu li nos textos.

E para concluir, eu quero dizer que não foi uma leitura ruim de modo nenhum; foi uma leitura muito boa, mas que não chegou a ser ótima por causa dos fatores que me fizeram ter problemas na minha experiência literária. E outra coisa que eu quero dizer é que, quem estiver curioso a respeito do livro, leia e tire suas próprias conclusões.


Sugestão da Editora: Lady Killers: Assassinas em Série faz parte da coleção Crime Scene®: histórias reais, de assassinos reais, indicadas para quem tem o espírito investigador. Entre os títulos da coleção estão Casos de Família e Arquivos Serial Killers, de Ilana Casoy, e o best-seller Serial Killers: Anatomia do Mal, de Harold Schechter. O livro de Tori Telfer, ilustrado pela artista salvadorenha Jennifer Dahbura e complementado com uma rica pesquisa de imagens, se junta a estas grandes fontes de estudo para alimentar a mente dos darksiders mais curiosos.

Ah! No fim do livro existem alguns anexos, que para os fãs do tema são uma fonte rica de referências sobre esse universo.


Nota ::  3,5 


Informações Técnicas do livro

Lady Killers: Assassinas em Série
As mulheres mais letais da história em uma edição igualmente matadora.
Ano: 2019
Páginas: 384
Editora: DarkSide Books
Sinopse:
Quando pensamos em assassinos em série, pensamos em homens. Mais precisamente, em homens matando mulheres inocentes, vítimas de um apetite atroz por sangue e uma vontade irrefreável de carnificina. As mulheres podem ser tão letais quanto os homens e deixar um rastro de corpos por onde passam — então o que acontece quando as pessoas são confrontadas com uma assassina em série? Quando as ideias de “sexo frágil” se quebram e fitamos os desconcertantes olhos de uma mulher com sangue seco sob as unhas?
Prepare-se para realizar mais uma investigação criminal ao lado da DarkSide® Books e sua divisão Crime Scene®. Esqueça tudo aquilo que você achava que sabia sobre assassinos letais — perto de Mary Ann Cotton e Elizabeth Báthory, para citar apenas algumas, Jack, o Estripador ainda era um aprendiz. 
Inspirado na coluna homônima da escritora Tori Telfer no site Jezebel.com, Lady Killers: Assassinas em Série é um dossiê de histórias sobre assassinas em série e seus crimes ao longo dos últimos séculos, e o material perfeito para você mergulhar fundo em suas mentes. Com um texto informativo e espirituoso, a autora recapitula a vida de catorze mulheres com apetite para destruição, suas atrocidades e o legado de dor deixado por cada uma delas. 
As histórias são narradas através de um necessário viés feminista. Telfer dispensa explicações preguiçosas e sexistas e disseca a complexidade da violência feminina e suas camadas. A autora também contesta os arquétipos — vovó gentil, mãe carinhosa, dama sensual, feiticeira traiçoeira, entre outros — e busca entender por que as mulheres foram reduzidas a definições tão superficiais. 
Além disso, questiona a “amnésia coletiva” a respeito dos assassinatos cometidos por mulheres. Por que falamos de Ed Kemper e não de Nannie Doss, a Vovó Sorriso, que dominou as páginas dos jornais norte-americanos em 1950 por seu carisma e piadas mórbidas (ela matou quatro maridos)? Por que continuamos lembrando apenas de H.H. Holmes quando Kate Bender recebia viajantes em sua hospedaria (e assassinava todos que ousavam flertar com ela)? A linha que divide o bem e o mal atravessa o coração de todo ser humano.
Lady Killers: Assassinas em Série faz parte da coleção Crime Scene®: histórias reais, de assassinos reais, indicadas para quem tem o espírito investigador. Entre os títulos da coleção estão Casos de Família e Arquivos Serial Killers, de Ilana Casoy, e o best-seller Serial Killers: Anatomia do Mal, de Harold Schechter. O livro de Tori Telfer, ilustrado pela artista salvadorenha Jennifer Dahbura e complementado com uma rica pesquisa de imagens, se junta a estas grandes fontes de estudo para alimentar a mente dos darksiders mais curiosos.
Através das páginas de Lady Killers: Assassinas em Série os leitores vão perceber que estas damas assassinas eram inteligentes, coniventes, imprudentes, egoístas e estavam dispostas a fazer o que fosse necessário para ingressar no que elas viam como uma vida melhor. Foram implacáveis e inflexíveis. Eram psicopatas e estavam prontas para dizimar suas próprias famílias. Mas elas não eram lobos. Não eram vampiros. Não eram homens. Mais uma vez, a ficha mostra: elas eram horrivelmente, essencialmente, inescapavelmente humanas.