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28 outubro, 2019

Resenha :: A Mulher de Branco

outubro 28, 2019 3 Comentários

Olá, pessoa do Clube!! Quero dividir com você sobre a leitura que fiz do livro A Mulher de Branco. Desde que li a sinopse fiquei intrigada com esse livro e, como prometia ser mais que romance, combinou bem com o mês de outubro. Vamos à história!


A narrativa é feita em primeira pessoa, porém além do narrador principal — Walter Hartright —, temos diversos outros personagens dando depoimento de momentos e relatos da história, porque essa começa em um tribunal de Londres, onde um inquérito sobre uma suposta morte está em andamento. 

À medida que os vários personagens relatam o que sabem, o arrepiante conto de amor, ganância e insanidade ganha vida até o segredo ser revelado. Outro fator que amei, que como esse foi o primeiro e mais influente livro do gênero vitoriano que combinou horror gótico e realismo psicológico, foi o que deu origem aos Thrillers que temos hoje. Então mesmo um leitor que não goste de romance, com certeza vai ser encantar com essa história por ter emoção, suspense, romance e um enredo que nos tira o fôlego em todas as páginas.

Em um momento, cada gota de sangue do meu corpo foi interrompida. Ali, no meio da estrada, como se naquele momento tivesse saído das profundezas da Terra ou caído do Céu, estava a figura de uma mulher solitária, vestida de branco da cabeça aos pés.

A personagem da Mulher de Branco entremeia-se na vida de todos os personagens centrais dessa trama, deixando a história com um ritmo de acontecimentos que não permite que o livro caia em um marasmo em momento algum e, já nas primeiras 20 páginas, imprime o ritmo que vai acompanhar toda trama. Mais um ponto alto são as cenas que acontecem ao anoitecer ou já na penumbra da noite, deixando o livro com o tom sombrio, mesmo contratando com a beleza da narrativa. 


Somos apresentados ao jovem professor Hartright, que aceita uma indicação de trabalho e assim parte para Cumberland para dar aulas de desenho às irmãs Laura e Marian como mestre desenhista, que choca-se com o fato de sua pupila, a bela herdeira Laura Fairlie, ser tão parecida com a mulher que ele encontrou na estrada. Mesmo com essa coincidência, os dias correm de maneira satisfatória e seu trabalho naquela casa faz dos dias do professor memoráveis. Porém, os agradáveis dias em Limmeridge House terminam com a chegada do noivo de Laura e a reaparição da misteriosa mulher de branco com as suas perturbadoras advertências.

Vale ressaltar que a trama toda é muito bem amarrada até o final, e nenhum personagem fica sem um "final" ou pontas soltas nos diversos mistérios que se apresentam ao longo da trama. As descrições de locais, personagens e cenários são na medida certa para aguçar a curiosidade e a imaginação do leitor. Outro ponto que ajudou muito na fluidez da leitura foram as notas de rodapé que esclarecem referências históricas.


Os personagens têm cada um uma beleza própria, mesmo aqueles que aparecem em breves momentos, por serem bem diferenciados entre si e deixarem uma contribuição relevante na trama, e não somente dando volume ao texto e narrativa. Eu não me apeguei aos personagens centrais, mas amei odiar os vilões e ao inútil tio das irmãs Fairlie. Que mesmo sendo filhas da mesma mãe, são de pais diferentes criando um aspecto diferenciado entre elas não somente de temperamento, mas também de fisionomia, algo que achei peculiar a trama. 

A questão da xenofobia fica determinante para várias questões e mostra que não é algo atual, ao contrário apesar das viagens constantes, entre os europeus na época, o estrangeiro não é bem quisto, explicando porque as extravagancias citadas de personagens como o Conde Fosco, que gosta de ratos brancos, bombons de baunilha e veneno e o italiano Pesca que tenta, a todo custo, se "inglesar" tragam elementos importantes à trama. Deixando claro a todo momento ao leitor, que nada é aleatório e cada detalhe compõe mais uma peça para desvendar os mistérios. Sendo muito interessante notar detalhes que ganham uma importância ainda maior depois que chegamos ao fim do mistério.


Sobre a edição: O papel é de excelente qualidade e a tradução foi impecável, merecendo um destaque digno de nota e parabenização. Outro ponto de excelência foi a revisão, em um livro com mais de 400 páginas não encontrei NENHUM (merece caixa alta) erro de digitação ou ortografia, a capa ficou perfeita para a trama e a época em que se passa. De negativo, quero dizer que não gostei da fonte e do espaçamento, para mim um livro com mais páginas, fonte e espaçamento maior deixariam a leitura mais confortável.

Espero que você se presentei com a leitura dessa história, mesmo que para isso, como eu, pegue o livro emprestado com uma alma de bom coração. Obrigada Jaqueline, por sua amizade e confiança. Deixo a Pedrazul meu agradecimento por ter publicado essa história para nós os mortais que leem apenas na língua materna. Boa leitura, divirta-se!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Mulher de Branco
Ano: 2019
Páginas: 460
Editora: Pedrazul
Sinopse:
Um dos romances mais populares do século XIX!
“Em um momento, cada gota de sangue do meu corpo foi interrompida. Ali, no meio da estrada, como se naquele momento tivesse saído das profundezas da Terra ou caído do Céu, estava a figura de uma mulher solitária, vestida de branco da cabeça aos pés”. Foi na estrada ao luar, que um jovem professor de desenho encontrou a misteriosa mulher de branco, apenas para ser atingido por sua estranha semelhança com sua pupila, a bela herdeira Laura Fairlie. Quem é essa mulher fantasmagórica de branco? E que segredo ela tem sobre Sir Percival Glyde, o sinistro noivo de Laura? O emocionante romance de suspense começa em um tribunal de Londres, onde um inquérito sobre uma suposta morte está em andamento. À medida que vários personagens relatam o que sabem, o arrepiante conto de amor, ganância e insanidade ganha vida e o segredo é revelado!

27 maio, 2019

Resenha :: Um Cocheiro em Paris e Comprada por um Lorde

maio 27, 2019 0 Comentários

 Primeira História: Um Cocheiro em Paris (O Quarteto do Norte #3)

Belvoir é um Duque, marcado pelo passado de seus pais e suas próprias “aventuras”, tachado de “lorde bastardo”deixou a Inglaterra indo morar em Paris para deixar os comentários nada discretos sobre os erros de sua mãe — uma cortesã francesa casada com  um poderoso duque inglês. Mas o que antes eram boatos velados, tornaram-se públicos e vexatórios com a morte de seus pais.

Mas Oliver Ashlie Stanhope, o duque de Belvoir, era filho daquela que fora considerada a mais bela do mundo em seu tempo, e o duque, seu pai, também fora um homem de excepcional beleza. Portanto, sua aparência era impactante.


Porém, ele conquista mais com suas “trapalhadas”, como ter que  sair às pressas da casa de Juliette Drouet, a amante de Victor Hugo, para não ser pego em flagrante pelo próprio escritor, e sua única alternativa é a de dirigir a própria carruagem pelas vielas de Paris. Ou sua beleza aliada a seu porte de homem com quase 2 metros de altura, mas por sua bondade demonstrada ao socorrer uma dama que acabara de chegar à cidade. E para seu ato de benfeitoria passar em anonimato, tratou de dizer que era um humilde cocheiro.

A despeito de dormir com as amantes de outros homens, ele era honrado.

Claro que nada sairia como ele esperava, afinal a dama socorrida era Harriet Neville, que se apaixonara de verdade por ele, mesmo achando que fosse um humilde cocheiro. Colocando Oliver Belvoir num dilema moral contra os desejos de seu corpo, afinal Lady Neville era noiva de seu amigo. Beirando a infantilidade, ele bola um plano para por em prática seu plano de ficar próximo a Lady que tomava seus pensamentos, mesmo lutando contra sua consciência em relação ao amigo.

E assim, ele foi se tornando meu personagem favorito, com seu jeito de menino e atitudes de homem. Ao ter aprendido muito cedo que a beleza física pode ser uma maldição e uma máscara para encobrir as piores coisas, se prometeu aprender a olhar além das aparências e principalmente da beleza que esconde o que há de pior dentro das pessoas.

— Ela merece ser feliz. Sempre foi tão desprezada aqui em Londres e ela tem uma beleza tão dela... — Beleza? — Arthur Pearl disse. — Sim, Pearl. Belvoir a enxergou.


Harriet Neville tinha plena consciência da ausência de beleza e atrativos físicos de sua pessoa, afinal seu primo e pretendente havia de forma não intencional deixando isso muito claro. E consciente disso, abriu seu coração a viver o amor independente do que rege a sociedade para uma mulher em sua posição. Ao ser resgatada por um cocheiro, após o acidente que envolveu a carruagem do hotel onde estava hospedada com a tia, teve certeza que mais valia ser amada por um homem humilde, que ser casada por um homem que a desprezava como mulher e já corria por toda a Londres que estava apaixonado por uma estrangeira. 

E assim, essa história vai contar que o que importa não é como a pessoa é fisicamente, o amor vai encontrar seu caminho para curar dois corações e mostrar que a beleza é aquela que a felicidade cria. E que mesmo o passado cobrando os pecados nos tempos presentes, o perdão e o amor são a cura e o pagamento a qualquer pecado.



 Segunda história: Comprada por um Lorde

Na edição impressa temos essa segunda história, que está ligada a história de Quando os céus conspiram no livro anterior. 

O que fazer quando uma decisão impulsiva te coloca em uma situação delicada e complicada? Afinal o conde de Ponthieu não necessariamente pensou no que faria, apenas se concentrou em evitar que Meg Hayes fosse vendida pelo próprio pai para uma casa de prostituição, evitando assim que ela tivesse o mesmo destino de sua irmã mais velha; então ao compra-la de seu pai, não pensou no que faria com ela. E nem o que essa atitude causaria em sua reputação de Lorde Inglês.

... vivia um dia após o outro tirando dele tudo que ele pudesse oferecer. Não esperava nada e recebia muito.

Não apenas as pessoas da vila de Arundel em Sussex começaram a especular o que seria da jovem. Ela própria se indagava o que seria de seu destino, agora que era propriedade do Lorde, que havia pagado por sua vida. Assim, aquela jovem se apaixona por seu herói e  começamos a ver a luta de princípios e valores de um nobre que não se permite se apaixonar por uma dama bem mais jovem e de classe social inferior, pela qual pagou para lhe dar a liberdade e não encerra-la em outra prisão.

O infortúnio o transformara num homem duro, se tivesse o tornado flexível em vez de endurecê-lo, teria sido melhor, pois uma substância dura partia-se facilmente, ao contrário da maleável que aparentemente frágil, dobrava-se ao vento, mas voltava ao centro.


Então, à medida que esse livro começa a responder as histórias anteriores, ganha um ritmo ainda mais frenético e delicioso, porque o desenrolar dos fatos mostra porque o quarteto do norte é um grupo tão destacado nos nobres britânicos e feitos de algo mais que a nobreza herdada de berço e que a fraqueza pelos prazeres da carne apenas existe até o encontro do amor.

— Meg, querida. Ouça-me: não há conquista sem dor, não há vitória sem luta, um dia você me dará razão.

Preciso avisar que o conde de Ponthieu chega a ser bastante irritante por sua cabeça dura; e a inocência e adolescência de Meg deixam a história com toques de leveza.  O que contribui e muito para a trama ser deliciosa e fácil de ler. Temos também um casal secundário que irá agitar as coisas e em especial a vida desse casal, garantindo que o Conde não dê margem para perder seu grande prêmio, o amor.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Um Cocheiro em Paris
Um Livro, dois Romances: Um Cocheiro em Paris e Comprada por um Lorde
O Quarteto do Norte #3
Ano: 2018
Páginas: 256
Editora: Pedrazul
Sinopse:
UM LIVRO, DOIS ROMANCES, POIS "COMPRADA POR UM LORDE" ESTÁ COMO ANEXO!

O terceiro livro da série O Quarteto do Norte

Quando o duque de Belvoir teve que sair às pressas da casa de Juliette Drouet, a amante de Victor Hugo, para não ser pego em flagrante pelo próprio escritor, sua única alternativa foi dirigir a própria carruagem pelas vielas de Paris. O que ele não esperava era ter que socorrer uma dama que acabara de chegar à cidade. Fruto da relação de um poderoso duque inglês com uma cortesã francesa, Belvoir — assumido pelo pai — vivia uma vida desregrada em Paris. Por ter sofrido muita rejeição da aristocracia britânica, chamado de ‘lorde bastardo’, ele tinha convicção absoluta de que nunca se casaria com a filha de nenhum deles. Belvoir só não contava que Harriet Neville, a lady que socorrera, se apaixonaria de verdade por ele, mesmo achando que fosse um humilde cocheiro.


Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.


 _____Sobre a Autora_____

Chirlei Wandekoken


Jornalista e pedagoga capixaba, filha de cafeicultores, mudou-se para Vitória aos 15 anos de idade, e desde então começou a construir sua vida. Casada, tem dois filhos (21 e de 18 anos de idade). Isto é o que se percebe em seu primeiro livro, "O Vento de Piedade", publicado pela Editora Saraiva, que conta a história de uma família de um vilarejo no interior de São Paulo. Uma história que começa em 1956 e se estende até 2000, citando vários fatos reais, especialmente os relacionados ao período da ditadura militar brasileira.
O talento profissional nas três áreas (jornalismo, pedagogia e literatura) e sua clara demonstração de que sabe aproveitá-lo muito bem comprovam que Chirley Wandekoken é uma mulher que, mais do que "a diferença", faz a soma.
Estudou na Universidade Federal do Espírito Santo. Atualmente mora em Vitória, Espirito Santo.

13 abril, 2019

Resenha :: Anne e a Casa dos Sonhos (Anne de Green Gables #5)

abril 13, 2019 5 Comentários

  Pode conter spoiler dos livros anteriores.

Confira as resenhas dos primeiros livros da série!


Oi, faroleiros. Esta resenha é sobre o livro Anne e a Casa dos Sonhos, o quinto da série e uma das leituras mais aguardadas pela minha pessoa depois do terceiro. Nunca quis tanto ler sobre o finalmente de um casal como o da Anne e do Gilbert, e é o finalmente mesmo, pois este livro começa narrando o casamento dos dois e creio que o maior sonho da Anne se tornando realidade, ter o seu próprio lar, a sua casa dos sonhos e formar sua família. Não que ela não considerasse Green Gables como sua casa, mas é realmente um sentimento diferente.


— Nunca gostei muito dos diamantes, ainda mais depois que descobri que não eram da cor de violeta que eu imaginava. Um anel de diamantes sempre iria me fazer recordar desse velho desapontamento.
— Mas o antigo adágio diz que as pérolas trazem lágrimas – Gilbert havia objetivado.
— Não tenho medo disso. E as lágrimas podem ser tanto de alegria como de tristeza. Os momentos mais felizes da minha vida têm sido com lágrimas nos olhos (...) Então, dê-me um anel de noivado com pérolas, Gilbert, e estarei disposta a aceitar as tristezas da vida, bem como as alegrias.

Ao invés de falar da história, o que poderia vir a estragar as surpresas da leitura, vou escrever minha opinião. Está sendo fantástico ler esta série, que é histórica para nós, mas totalmente contemporânea para a época em que foi escrita. Ver a mudança da moda, o desenvolvimento da tecnologia, a religião, política e economia canadense, descritas de maneira cotidiana no desenvolver da vida dos personagens, bem como o próprio crescimento dos personagens foi maravilhoso.

Temos logo no início um lembrete das pessoas que passaram pela vida da Anne, e o aparecimento de novos personagens que não são secundários, são fundamentais para o brilhantismo de toda a escrita da autora e enredo da história. No decorrer da leitura, vamos vendo o dia-a-dia dos dois, justamente através dos diálogos entre os novos amigos da Anne e até a visita de seus familiares, do que propriamente entre eles. Porém os diálogos dos dois são momentos bem especiais.

— (...) Oh, veja Gilbert, lá está o nosso lar! Estou contente por temos deixado a luz acesa. Detesto voltar para uma casa escura. A luz de nossa casa, Gilbert! Não é adorável?
— Apenas uma das muitas milhares de casas na terra, minha Anne, mas a nossa, o nosso farol brilha num mundo perverso. Quando um homem tem um lar e uma querida esposa ruivinha, o que mais pode pedir da vida?
— Bem, ele poderia pedir uma única coisa a mais — sussurrou Anne, contente.

A Marilla ensinou a Anne a viver com humildade e simplicidade, ela nunca se vangloria em nada do que faz ou fez, sempre tira por menos em relação aos outros. Não vejo isso como se ela se menosprezasse, penso que para a época e devido a tudo o que ela viveu, ela tomasse isso como um meio de viver para estar sempre feliz e satisfeita, pois expectativas, quando não alcançadas, geram grandes decepções, enquanto que quando não esperado, algo de muito bom acontece, a satisfação é imensa.


Já li várias resenhas sobre este livro depois da minha leitura, e percebi que as pessoas ficaram muito chateadas com determinado ponto da história e eu penso totalmente diferente; não vejo que a autora regrediu a personalidade da Anne quando a mesma declara não ter talento para escrever um livro de memórias, ela simplesmente destacou que apesar de escrever fantasias infantis, não a qualificava como escritora para todos os tipos de assunto. Ela até poderia escrever se quisesse, mas este não é e nunca foi o foco na vida da Anne, além de que é um ponto importante que a autora deixou para outro personagem na história.

Não podemos ler um livro escrito no início do século vinte com o pensamento da vida que levamos no século vinte e um. Apesar de todas as conquistas estudantis e profissionais que a Anne teve, ela abriu mão de tudo para ser dona de casa, casada com um homem pobre, no início de carreira. O seu sonho era ser além de amiga, era ser esposa e mãe, e é o que ela busca na nova fase da sua vida. Hoje em dia, muitas mulheres considerariam isso um crime, falta de feminismo ou identidade própria. Cada pessoa é feliz vivendo da maneira que quer, contanto que esteja realizando seus sonhos.


Esta série é uma leitura profunda com várias reflexões para nossa vida, mesmo nos dias atuais serem tão diferentes da época descrita. Algumas coisas, como a busca dos seus sonhos e o tratamento para com o próximo devem ser imutáveis, mesmo com o passar dos anos. Eu dou nota máxima, 5/5, para este livro como também um coração, pois ele se tornou um dos meus favoritos.

Boa leitura,

Carol Finco


Nota ::  



Informações Técnicas do livro

Anne e a Casa dos Sonhos
Anne de Green Gables #5
Ano: 2019
Páginas: 240
Editora: Pedrazul
Sinopse:
O amor verdadeiro de Anne e Gilbert chega ao apogeu com os raios do sol iluminando o velho jardim de Green Gables. Ao lado dos seus amigos mais queridos, eles estão prestes a proferir os votos de casamento. Logo o casal, imerso em felicidade, está a caminho de uma nova vida, no que Anne chama de sua “casa dos sonhos”, na costa nebulosa do porto de Four Winds.


Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.

08 março, 2019

Resenha : Kurt Seyit & Shura

março 08, 2019 1 Comentários

— Nós sempre pertencemos um ao outro, Shura, e sempre pertenceremos, não importa o que aconteça. Nós estamos no sangue um do outro, nas lembranças do outro. Isso nunca vai mudar, não importam as condições.

Olá faroleiros, 

Arrumem-me lenços de papel porque estou aos prantos! A resenha de hoje é da obra que foi digna de uma série e me encantou pela segunda vez: Kurt Seyit & Shura, de Nermin Bezmen, publicado pela Pedrazul Editora. Ela é linda, ela é triste, ela é alegre e ela é emocionante como toda boa história deve ser. O livro conta a história de Alexsandra Verzhensky, Shura como era carinhosamente chamada, e Kurt Seyit Eminof e seu amor em tempos de guerra.

O brilho que viu nos olhos de Seyit não era diferente do que havia nos seus próprios. Talvez nunca voltasse a se encontrar, mas ela havia se tornado sua prisioneira, uma prisioneira para toda a vida, e tudo por cauda de um simples olhar.


Rússia, 1916. Shura chega a Moscou juntamente com sua irmã Valentina para acompanhar uma cirurgia do seu pai. Lá, elas ficam hospedadas na casa de seu tio Andrei Borinsky. Entre bailes requintados da sociedade, Shura conhece o primeiro tenente da guarda do Czar Nicolau, Kurt Seyit. O amor entre eles é instantâneo. Shura tem apenas 15 anos nessa época, mas cada momento com seu amado, mesmo que fosse inocente a ponto de congelar com um beijo, deixava os dois mais apaixonados.

Intoxicada pelo calor daqueles lábios impetuosos e sem saber o que fazer, Shura fechou os olhos por um instante e, de repente, estava nos seus braços. Para não assustá-la, ele apenas a abraçou por um tempo.  Shura apoiou  a cabeça no peito de Seyit, sentindo o coração acelerar.

Kurt Seyit está prestes a partir, com 24 anos ele não promete nada a moça. Mas Shura queria tudo que Seyit pudesse oferecer. Então, ela toma a decisão de viver cada minuto que tenham e se entrega pela primeira vez a um homem. É o momento mais sublime da vida deles.

A guerra castiga os jovens soldados. Kurt Seyit perde seu amigo Vladimir na guerra e ele próprio é ferido. Ele volta do front, mas encontra uma revolução civil em andamento, onde Petro Borinsky, amigo de Kurt Seyit e primo de Shura, se mostra um traidor do czar.

— O pior aconteceu, Kurt Seyit. O czar enviou um telegrama para o general Khabalv de seu quartel general no front. Recebemos ordens para suprimir os protestos. Os manifestantes estão se dirigindo ao centro da cidade, carregando tochas e armados. Mischa acabou de deixar sua unidade e foi para o confronto. Eu ficarei nas imediações do palácio. Não são boas notícias Seyit, não são boas notícias mesmo. Vai ser horrível!

Cecil, oficial da guarda, e Tatiana, diretora do balé Bolshoi, amigos de Kurt Seyit e Shura, também sofrem com a violência dos revolucionários. Todos os ricos e de alta classe da sociedade são perseguidos e obrigados a entregar suas riquezas. Os oficiais são presos e executados. Nesse meio tempo, Kurt perde mais um amigo, Mischa. Isso o leva a tomar a decisão de fugir de Moscou de volta para a região da sua família na Crimeria.

As coisas melhoravam à medida que se aproximavam do sul. Aldeias e campos saqueados e queimados pareciam dar lugar a um novo mundo. A temperatura também tinha aumentado. Uma brisa agradável com perfume dos campos, entrava pela janela. Os passageiros sentiam-se um pouco melhor.

Shura está de volta a sua casa Kilosvodsk. Seu coração nunca esqueceu seu amado Primeiro-Tenente. Ela tentou corresponder-se com ele elo longo período da batalha, mas não tinha notícias dele.

Onde estaria... Seyit? Ela ficava deprimida só de pensar no amado. Aquela altura deveria tê-lo perdido para sempre. Não fazia ideia se ele tinha recebido suas cartas, pois nunca recebeu uma resposta.

Quis o destino que, em meio à fuga, Shura e Kurt se reencontrassem. Ele não havia esquecido um só dia do seu amor. Mesmo que outras mulheres deitassem em sua cama, era em Shura que ele pensava. A doçura e a inocência dela o acompanharam por todos os meses que passaram separados. E daí os dois não se separaram mais.

— Você não me quer?
Seyit abraçou-a.
— É claro que sim minha pombinha. Eu só não quero que você se arrependa de alguma coisa quando chegarmos a Alushta.
Shura beijou a mão dele que repousava em seu ombro e murmurou:
— Eu nunca me arrependi de nada que fiz com você, Seyit, nada mesmo.

Acompanhados do casal, Cecil e Tatiana Shura e Kurt Seyit empreitaram uma fuga alucinante. Perseguidos pelos revolucionários e, principalmente de Petro Borinsky, que parecia nutrir um ódio incomum por Kurt Seyit, eles chegam a Crimeria e, de lá partem para a Turquia. Mas muitos problemas acontecem nessa fuga, problemas que trazem o conto de fadas do casal para a vida real.


Posso dizer, sem sombra de dúvidas que eu jamais irei esquecer a história dos protagonistas desta obra. Para viver esse amor, Kurt Seyit e Shura enfrentaram barreiras morais, tradicionais e civis intensas. Fora que a Shura, sem sombra de dúvidas, foi uma mulher a frente da sua época. Ela abandonou a família e tudo que conhecia para estar ao lado do amado. Ela se expôs ao perigo e ao julgamento de todos ao redor, destemidamente. Ela não mediu esforços para viver um grande amor.

Incapaz de resistir por muito tempo, Shura fechou os olhos, um sinal de submissão que encorajou Seyit a cobrir os lábios dela com os seus. O sabor daquele lábio sem maquiagem — frescos e carnudos, prontos para serem beijados, mas muito tímidos para corresponder o beijo — aumentou seu desejo.

Primeiro, a experiência de ler uma história que de fato aconteceu é incrível. As cenas são ambientadas numa época difícil, um período em que a Rússia estava em guerra com a Alemanha, mas que, ao mesmo tempo, sofria com a revolução civil. E a situação só piorava ao longo do tempo.

Fora que a Rússia possui uma paisagem magnífica e a autora Nesmen Bezman soube capturá-las com maestria. A narrativa dela é muito bonita. Outro ponto que foi retratado pela autora é a tradição turca. Kurt Seyit Eminof é tradicionalmente de família turca. Foi criado dentro das tradições que são mostradas ao decorrer da história com riqueza de detalhes. Tanto que um dos pontos tristes da história foi a rejeição do pai de Seyit à Shura. O homem nunca aceitou o relacionamento dos dois.


Alguns pontos incomodaram, mas no epílogo do livro a autora Nesmen Bezman, como neta de Kurt Seyit, explica a dificuldade de colher dados precisos sobre a vida de Alexsandra Verzhensky. Por isso não sabemos muito acerca da família dela, detalhes de como ela foi criada antes de conhecer o grande amor da sua vida.

— Você ainda o ama, não é?
— Amo? Eu não sei... Há muito não me lembro quais os limites do amor. Ele representa tudo e todos que um dia eu amei. Quando olho para Seyit, eu vejo Kislovodsky e pinheiros nevados, ouço os cascos dos cavalosdas troikas e os sinos da igreja. Isso é muito mais do que amor.

O destino do casal é consequência das decisões tomadas na vida deles. Em meio à guerra, dificuldades financeiras e crises nem tudo são flores o tempo todo. Lembremos que foram vidas reais, de pessoas comuns como você e eu. Como eu já havia assistido a série (atualmente exibida na NETFLIX, com o mesmo nome), já sabia o que iria acontecer. Mesmo assim não deixou de ser menos impactante seu desfecho.

A vida tem dessas coisas e eu garanto ao leitor que, mesmo se surpreendendo com o fim, vocês irão viver uma história linda e apaixonante!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Kurt Seyit & Shura
Ano: 2017
Páginas: 360
Editora: Pedrazul
Sinopse:
O livro que inspirou uma fascinante série de TV, agora exibida pela Netflix, e que continua a encantar milhões de telespectadores no mundo todo.

Um best-seller instantâneo desde o seu lançamento em 1992, o romance Kurt Seyit & Shura, de Nermin Bezmen, é um clássico da literatura turca contemporânea, um drama romântico que tem como cenário a decadência do Império Russo e a Primeira Guerra Mundial. Bezmen nos conta a história de um casal que vive um amor proibido à medida que foge da onda de devastação causada pela Revolução Bolchevique. Neta de Kurt Seyit, O Lobo, que procurou refúgio no já enfraquecido Império Otomano, a autora relata a história real até então traduzida para doze idiomas.
Kurt Seyit é o filho de um nobre abastado da Crimeia e um elegante primeiro tenente da Guarda Imperial. Ferido no front dos Cárpatos e, mais tarde, procurado pelos bolcheviques, ele faz uma fuga ousada através do Mar Negro. Orgulhoso para aceitar o pagamento por um carregamento de armas que ele entrega aos nacionalistas, Seyit enfrenta anos de luta para começar uma nova vida na República Turca que surge das cinzas do Império Otomano decadente. Tudo o que ele tem é a sua dignidade e o seu amor.
Shura é a linda e inocente menina, encantada pela música de Tchaikovsky e pelas luzes brilhantes de Moscou, que se apaixona por Seyit quando tem apenas quinze anos. Uma vítima em potencial na mira dos bolcheviques devido à riqueza e à posição social de sua família, ela está determinada a seguir seu coração e acompanhar Seyit na sua perigosa fuga pelo Mar Negro.


Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.