Resenha :: A Mulher de Branco
Elis Finco
outubro 28, 2019
3 Comentários
Olá,
pessoa do Clube!! Quero dividir com
você sobre a leitura que fiz do livro A Mulher de Branco. Desde que li a
sinopse fiquei intrigada com esse livro e, como prometia ser mais que romance,
combinou bem com o mês de outubro. Vamos à história!
A narrativa
é feita em primeira pessoa, porém além do narrador principal — Walter
Hartright —, temos diversos outros personagens dando depoimento de
momentos e relatos da história, porque essa começa em um tribunal de Londres,
onde um inquérito sobre uma suposta morte está em andamento.
À
medida que os vários personagens relatam o que sabem, o arrepiante conto de
amor, ganância e insanidade ganha vida até o segredo ser revelado. Outro fator
que amei, que como esse foi o primeiro e mais influente livro do gênero vitoriano
que combinou horror gótico e realismo psicológico, foi o que deu origem
aos Thrillers que temos hoje. Então mesmo um leitor que não goste de romance,
com certeza vai ser encantar com essa história por ter emoção, suspense,
romance e um enredo que nos tira o fôlego em todas as páginas.
Em um momento, cada gota de sangue do meu corpo foi interrompida. Ali, no meio da estrada, como se naquele momento tivesse saído das profundezas da Terra ou caído do Céu, estava a figura de uma mulher solitária, vestida de branco da cabeça aos pés.
A
personagem da Mulher de Branco entremeia-se na vida de todos os personagens
centrais dessa trama, deixando a história com um ritmo de acontecimentos que
não permite que o livro caia em um marasmo em momento algum e, já nas primeiras
20 páginas, imprime o ritmo que vai acompanhar toda trama. Mais um ponto alto são
as cenas que acontecem ao anoitecer ou já na penumbra da noite, deixando o
livro com o tom sombrio, mesmo contratando com a beleza da
narrativa.
Somos
apresentados ao jovem professor Hartright, que aceita uma indicação de trabalho
e assim parte para Cumberland para dar aulas de desenho às irmãs Laura e Marian
como mestre desenhista, que choca-se com o fato de sua pupila, a bela herdeira
Laura Fairlie, ser tão parecida com a mulher que ele encontrou na
estrada. Mesmo com essa coincidência, os dias correm de maneira
satisfatória e seu trabalho naquela casa faz dos dias do professor memoráveis.
Porém, os agradáveis dias em Limmeridge House terminam com a chegada do noivo
de Laura e a reaparição da misteriosa mulher de branco com as suas
perturbadoras advertências.
Vale
ressaltar que a trama toda é muito bem amarrada até o final, e nenhum
personagem fica sem um "final"
ou pontas soltas nos diversos mistérios que se apresentam ao longo da trama. As
descrições de locais, personagens e cenários são na medida certa para aguçar a
curiosidade e a imaginação do leitor. Outro ponto que ajudou muito na fluidez
da leitura foram as notas de rodapé que esclarecem referências históricas.
Os
personagens têm cada um uma beleza própria, mesmo aqueles que aparecem em
breves momentos, por serem bem diferenciados entre si e deixarem uma
contribuição relevante na trama, e não somente dando volume ao texto e
narrativa. Eu não me apeguei aos personagens centrais, mas amei odiar os vilões
e ao inútil tio das irmãs Fairlie. Que mesmo sendo filhas da mesma
mãe, são de pais diferentes criando um aspecto diferenciado entre elas não
somente de temperamento, mas também de fisionomia, algo que achei peculiar a
trama.
A
questão da xenofobia fica determinante para várias questões e mostra que
não é algo atual, ao contrário apesar das viagens constantes, entre os europeus
na época, o estrangeiro não é bem quisto, explicando porque as extravagancias
citadas de personagens como o Conde Fosco, que gosta de ratos
brancos, bombons de baunilha e veneno e o italiano Pesca que tenta, a todo
custo, se "inglesar" tragam elementos importantes à trama. Deixando
claro a todo momento ao leitor, que nada é aleatório e cada detalhe
compõe mais uma peça para desvendar os mistérios. Sendo muito interessante
notar detalhes que ganham uma importância ainda maior depois que chegamos ao
fim do mistério.
Sobre a edição: O
papel é de excelente qualidade e a tradução foi impecável, merecendo um
destaque digno de nota e parabenização. Outro ponto de excelência foi a revisão,
em um livro com mais de 400 páginas não encontrei NENHUM (merece caixa alta) erro de digitação ou ortografia, a capa ficou
perfeita para a trama e a época em que se passa. De negativo, quero
dizer que não gostei da fonte e do espaçamento, para mim um livro com mais
páginas, fonte e espaçamento maior deixariam a leitura mais confortável.
Espero
que você se presentei com a leitura dessa história, mesmo que para isso, como
eu, pegue o livro emprestado com uma alma de bom coração. Obrigada Jaqueline,
por sua amizade e confiança. Deixo a Pedrazul
meu agradecimento por ter publicado essa história para nós os mortais que leem
apenas na língua materna. Boa leitura, divirta-se!
Nota ::
Informações Técnicas do livro
A
Mulher de Branco
Ano: 2019
Páginas: 460
Editora: Pedrazul
Sinopse:
Um dos
romances mais populares do século XIX!
“Em um momento, cada gota de sangue do meu
corpo foi interrompida. Ali, no meio da estrada, como se naquele momento
tivesse saído das profundezas da Terra ou caído do Céu, estava a figura de uma
mulher solitária, vestida de branco da cabeça aos pés”. Foi na estrada ao luar,
que um jovem professor de desenho encontrou a misteriosa mulher de branco,
apenas para ser atingido por sua estranha semelhança com sua pupila, a bela
herdeira Laura Fairlie. Quem é essa mulher fantasmagórica de branco? E que
segredo ela tem sobre Sir Percival Glyde, o sinistro noivo de Laura? O
emocionante romance de suspense começa em um tribunal de Londres, onde um
inquérito sobre uma suposta morte está em andamento. À medida que vários
personagens relatam o que sabem, o arrepiante conto de amor, ganância e
insanidade ganha vida e o segredo é revelado!