11 janeiro, 2018

Resenha :: Amigas

janeiro 11, 2018 12 Comentários

Oi Faroleiros, não tinha lido nenhum romance lésbico até o momento. Estou mais acostumado a ler romances gays por me identificar com os personagens e suas experiências. A pedido da Bete, li Amigas, escrito pela paulistana Diana Rocco

Me surpreendi pela empatia que senti por Brigite, uma menina tímida durante a faculdade, que se revela, vinte e seis anos depois, que sempre foi apaixonada por uma de suas melhores amigas.

Eu me sentia trancada dentro de mim, não sei se dá pra entender.

Amanda estava indo de carona com Brigite para a chácara de Cibele em Ibiúna, onde resolveram se reencontrar após tanto tempo separadas. Durante a faculdade, Amanda, Brigite e Cibele eram inseparáveis, mas as escolhas da vida fizeram com que cada uma seguisse o seu caminho. Amanda e Cibele são casadas e Brigite é a única com uma carreira. A morena deixou a timidez para trás e hoje é uma mulher decidida e independente. Quando o carro enguiça durante uma tempestade, Brigite se revela lésbica e a amiga fica transtornada.

É estranho pensar que uma pessoa que você julgava sua amiga íntima, não é a pessoa que você julgava ser.

A autora consegue discutir sobre sexualidade e envelhecimento de forma muito bacana. Não tem como o leitor não refletir também, independente da orientação sexual, afinal a sexualidade não define quem somos. Somos apenas seres humanos em busca de felicidade.

Diana Rocco insere músicas durante toda a história. As letras se encaixam perfeitamente no que os personagens estão sentindo. Temos Elis ReginaSinéad O’ConnorAdriana Calcanhoto, entre outros. Apenas quando ela insere Only You, tema romântico do filme A Jovem Rainha Victoria, é que se excede um pouco. Em outro momento, entretanto, Amanda está refletindo como as músicas de sua juventude soam para os filhos como as músicas de seus pais soavam para ela.

A autora usa algumas artimanhas para manter o par romântico, juntos em alguns momentos decisivos. Apesar de ser um pouco clichê e forçado, isso não me incomodou. Fiquei focado nas reflexões que existem durante toda a narrativa e tornam Amigas, uma história que merece ser conhecida.

Beijos,
André

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícia me dão de você?
Sei que nada será como está,
Amanhã ou depois de amanhã...



Nota :: 



Informações Técnicas do livro

Amigas
Diana Rocco
Ano: 2017
Páginas: 111
Capa: Fotografia e Arte - Fabi Mendonça
Editora: Kindle Direct Publishing
Sinopse (Skoob):
Aurora, Brigite e Cibele se reencontram após vinte e seis anos. A autora parte desse mote para nos trazer um enredo de reflexões sutis sobre a meia-idade, as transformações do corpo e do desejo. Ao longo da história muitos se identificarão com as situações vividas pelas personagens, e esta é uma das características de Diana Rocco: trazer o prosaico da vida para as histórias que escreve, e nos mostrar como o banal pode ser cheio de surpresas e profundas transformações.
Um amor maduro, um conto de fadas moderno.

[+18 anos] Contém descrições eróticas


_____Sobre a Autora_____


Ðiana Řocco nasceu em São Paulo em 1965, pouco após o golpe militar de 1964. Cresceu durante a ditadura e aprendeu que o silêncio e a prudência podem salvar vidas. 
Em seu processo de desenvolvimento identificou-se progressivamente como bissexual, lésbica, andrógina até compreender-se como uma pessoa sem gênero definido. Sua vivência despertou o interesse em estudos de gênero e sexualidade humana, campos nos quais possui formação sólida. É autora de contos que abordam o amor entre mulheres e a transgressão de gêneros.

09 janeiro, 2018

Resenha :: Amityville

janeiro 09, 2018 6 Comentários

“Gostaria de dar uma sugestão a vocês. Na maioria das vezes, as pessoas que descobrem como os espíritos são acabam gostando de conviver com eles. Elas não querem que eles se percam ou que partam. Mas neste caso acredito que a casa deva ser purificada ou exorcizada.”

Creio que muitos de você já ouviram falar sobre a famosa casa mal-assombrada de Amityville e, talvez, tenham visto uma de suas várias adaptações cinematográficas (confira a lista ao final da postagem). Já havia procurado este livro para comprar anteriormente, mas não o encontrava por nada, então quando a Darkside Books anunciou a publicação eu fiquei muito feliz.

George e Kathleen Lutz eram um casal feliz, tinham três filhos e desejavam uma casa maior, enquanto procuravam a casa dos sonhos, um anúncio chamou a atenção: uma casa enorme com um preço bem abaixo do valor de mercado. Os Lutz entraram em contato com a corretora e agendaram a visita. A casa localizada no número 112 da Ocean Avenue em Amityville, satisfazia todos os desejos do casal, George quis saber o motivo da casa possuir um valor tão baixo, e a corretora o informou que ela havia sido o palco de um assassinato, o casal conversou e não sendo superticiosos, fecharam a compra da casa dos sonhos.

Na noite de 13 de novembro de 1974, por volta das 03:00h, Ronald DeFeo Jr. assassina seu pai, mãe e quatro irmãos com tiros de carabina, todas as vítimas estavam curiosamente dormindo de bruços e os disparos não foram ouvidos pelos vizinhos. Ronald foi preso e condenado e, segundo registros, ainda está cumprindo a pena nos Estados Unidos.

“A história trágica do número 112 da Ocean Avenue não fazia diferença para George, Kathy ou para os três filhos do casal: aquela continuava sendo a casa de seus sonhos.”

No dia 18 de dezembro de 1975 os Lutz fazem a mudança para sua nova casa e, para evitar quaisquer tipo de problemas espirituais, chamam o Padre Frank Mancuso, que era de sua confiança, para realizar uma benção em seu lar. Assim que chegou à casa, o Padre sentiu uma “sensação ruim”, assim que aspergiu as primeiras gotas de água benta e iniciou os gestos para o ritual  pode ouvir uma voz masculina dizer com terrível clareza “Saia daqui!”.

Desde então, a vida do casal passa a ser marcada por acontecimentos um tanto quanto bizarros como: George sentia muito frio, mesmo o termostato marcando sempre 26ºC; eles ouviam vozes e passos; por vezes sentiam cheiro de perfume ou odores muito intensos; os membros da família sofriam alterações bruscas de humor, entre outros fenômenos.

“Quando observou a imagem, seus olhos se arregalaram de terror. Estava sentindo ânsia de vômito por causa do cheiro podre, mas não conseguia desgrudar os olhos do crucifixo – agora pendurado de cabeça para baixo!”

Narrado de forma linear e objetiva, Jay Anson descreve com riqueza de detalhes o que aconteceu com o casal Lutz e seus filhos durante os 28 dias que eles passaram na casa número 112 na Ocean Avenue, além disso também há relatos do Padre Mancuso e as provações que ele sofreu durante o período. A família Lutz abandonou a casa após os 28 dias, deixando para trás todos os seus pertences pessoais, móveis, eletrodomésticos e utensílios e não retornou para buscá-los.

“Aquela trilha não tinha sido deixada nem por um homem, nem por mulher. As pegadas foram feitas por cascos fendidos – como os de um porco enorme.”

Acreditar ou não na história de Amityville pode alterar drasticamente sua experiência de leitura, por se tratar de uma história envolvendo o sobrenatural existe muito ceticismo sobre o que é real ou não, além de todas as teorias conspiratórias que surgiram ao longo dos anos.

Aos fãs de terror regados a elementos sobrenaturais, eis aqui um clássico. Devorei o livro rapidamente e gostei muito, real ou não a história é instigante e intrigante, a narrativa de Jay Anson é bem objetiva, sem rodeios e sensacionalismos, o que me agradou muito. Este é um livro classificado como Horror/Terror e faz jus a categoria, possui uma aura obscura e em alguns pontos é angustiante (e talvez até pavoroso) imaginar-se no lugar dos membros da família Lutz.

Como dito anteriormente, a obra serviu de inspiração para diversos filmes, caso alguém se interesse, estes são os títulos em inglês e o ano de lançamento de cada um: The Amityville Horror (1979); Amityville II: The Possession (1982); Amityville 3-D (1983); Amityville: The Evil Escapes (1989); The Amityville Curse (1990); Amityville: It’s About Time (1992); Amityville: A New Generation (1993); Amityville Dollhouse: Evil Never Dies (1996); The Amityville Horror (2005 – remake do clássico de 1979); Amityville: The Awakening (previsto para junho de 2017).

DarkSide Books trouxe o livro em uma belíssima edição em capa dura, fita em cetim vermelho para marcar as páginas, as plantas da casa maldita estão no livro que possui páginas amareladas e uma excelente diagramação.

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Amityville
Ano: 2016
Páginas: 240
Editora: DarkSide Books
Sinopse (Skoob):
Depois de passar algumas décadas fechada, a propriedade no número 112 da Ocean Avenue no subúrbio de Nova York finalmente abre as portas para os leitores da DarkSide® Books. Cercada pela natureza, com janelas amplas e uma sacada espaçosa, ela poderia ser uma casa de bairro tranquila como todas as outras, não fosse seu passado devastador e sangrento. Em 1975, George e Kathleen Lutz resolveram recomeçar a vida em uma nova residência que compraram por uma pechincha. Vinte e oito dias depois, os cinco membros da família fugiram aterrorizados, deixando a maior parte de seus pertences para trás. Estranhos eventos começaram a acontecer, afetando a vida dos Lutz e indicando que uma presença maligna habitava a casa. Embora tenha sido amplamente divulgada pela mídia, em especial nos jornais e nas revistas da época, muitas vezes de maneira sensacionalista, a história da casa nunca havia sido contada com riqueza de detalhes — até Jay Anson decidir reconstruí-la e transformar seu livro de não-ficção em um dos relatos paranormais mais importantes e conhecidos de todos os tempos.
Baseado nas experiências sobrenaturais reportadas pelos Lutz durante o mês de dezembro de 1975 e o começo de janeiro de 1976, Amityville é um dos livros mais aguardados pelos leitores da Caveirinha. Por isso mesmo, muito mais do que dar apenas aquela demão de tinta, a DarkSide® Books vai fazer uma reforma completa na casa, apresentando a sombria construção em detalhes, do quarto secreto no porão às verdadeiras manchas nas portas e nas paredes escondidas pelas tintas do tempo — tudo exatamente como aconteceu, com todos as entidades e vozes que habitaram o sótão, o porão e demais cômodos da casa —, em uma edição assustadora e com o cuidado quase sobrenatural da editora mais dark do Brasil. Adaptada várias vezes para o cinema e contando também com diversos spin-offs, a história de Amityville hoje é amplamente conhecida e é considerada um dos mais importantes relatos sobre casas mal-assombradas da cultura popular.

05 janeiro, 2018

Resenha :: A Herdeira do Sheol (Trilogia Tenebris #02)

janeiro 05, 2018 3 Comentários


Trilogia Tenebris - Livro #02

Olá faroleiros, hoje vou compartilhar com vocês sobre a leitura do segundo livro da trilogia Tenebris. A resenha do primeiro livro você encontra aqui! Tenebris #1: O Fim é Apenas o Começo. Eu gostei bastante do primeiro livro, pelos motivos que você leu na resenha anterior e esperava uma ótima história na continuação, e novamente a Erika entregou algo melhor do que o esperado.

Depois dos eventos Naiara tinha sua família em segurança, enfim o que seu pai Helyel tanto havia desejado estava acontecendo, mesmo pensando não ser merecedor, mas ainda assim estava completo, inteiro novamente. O domínio dos três reinos estava em suas mãos e nada poderia destruir sua posição ou família. Porém nem tudo poderia ser flores ou não teríamos um segundo livro não é mesmo? 
Mas Heylel se esqueceu que acima dele existia uma soberania, a guarda daquele que é o Criador de todas as coisas, o último feito de sua filha chamou a atenção celestial, não iriam permitir que ela se levantasse como Herdeira do Sheol. Nesse ínterim temos que lidar com a adolescência de Naiara, que como toda boa adolescente simplesmente é capaz de tirar a paz de qualquer santo. (Desculpa, não resisti).

Enquanto ela lida com as questões do coração, anjos se armam contra demônios e a guerra esperada se aproxima, o fim estava sendo anunciado e os preparativos para festa de 18 anos e plenitude dos poderes da herdeira também. Nesse ambiente de "aparente" normalidade alianças precisam ser formadas, crenças precisam ser restabelecidas, em meio ao caos máscaras caem e revelam que nem todos que deveriam ser luz, escolheram iluminar e aqueles que carregam as trevas decidiram mudar por amor. 

"O coração é um terreno difícil, como areia movediça, ele te enlaça, prendendo sua razão e quanto mais tenta se mexer, quanto mais tentar entender, mais afunda."

O primeiro grande passo de Naiara é a auto aceitação enquanto herdeira do poder e do trono e seu primeiro grande ato é aceitar o seu povo, enquanto reino. Nada de disfarces ou ilusões, apenas a verdade no meio do inferno. Mesmo que o fato de todas as descobertas a seu respeito e o de sua família, sejam ainda mais difíceis de lidar com a perda de seu grande amigo Gabriel.

A cada 20 páginas prepare-se para ter um mine infarto ou um ataque cardíaco semi-grave. Por ser um livro intermediário o "normal" seria um livro com eventos arrastados e claro algumas definições de destinos empurradas para o terceiro livro, mas estamos falando de Tenebris, caros faroleiros. Não só existe várias batalhas antes da guerra, como definições estabelecimento de fronteiras e lados, existe também a entrega do coração e da alma ao destino.

"Você abala todo o equilíbrio entre os mundos Naiara, por isso, sua existência é uma ofensa para os celestes e uma arma para os daqui." 

Nesse livro, vamos descobrir o que aconteceu a Gabriel, após seu desaparecimento e que assim como para Naiara ele também precisa lidar com descobertas sobre si mesmo e decidir de que lado vai estar na guerra. Eu sinceramente lamentei muito pelo Gabriel e suas escolhas, tentei ao máximo dar um desconto porque afinal ele é um adolescente assim como a Naiara, mas não deu. Somos sempre responsáveis pelas escolhas que fazemos.

Sabe aquele casal que vou shipou no livro anterior, então.. boa sorte. Aquele crush, bom você pode não continuar com ele; enfim, nada escapa ao teclado da justiça de nossa autora. Ela coloca surpreendentemente um anjo totalmente diferente do "convencional" pendendo para o lado errado das forças e te leva a indagar várias atitudes durante o livro, o que torna a leitura ainda mais maravilhosa. 

"Naquele momento, quando pela primeira vez ele conseguiu de sua amada um sorriso sincero, sem maldade e sem troca de farpas, ele entendeu Heylel, sentiu o calor do próprio sol o invadindo e derretendo o gelo de sua existência, ela era tudo o que ele precisava."

Antigos vilões e novos inimigos dão a trama aquele tom de dinamismo e agilidade. Novos personagens que entram na trama, trazem novos caminhos e talvez um rumo que não te agrade, mas te mostre que o seu sofrimento de leitor será apenas esperar pelo próximo livro para encerrar a trama. Onde tudo, tudo pode acontecer. Afinal a Erika surpreende até Heylel!!!
Nota :: 4,5

Meu agradecimento a autora por me aceitar como parceira pelo Clube do Farol, com todo carinho e a total liberdade de dizer o que eu achei da obra. 

Informações Técnicas do livro

Tenebris: A herdeira do Sheol
Trilogia Tenebris #02
Ano: 2017
Páginas: 268
Editora: Indie

Sinopse (Skoob):
Sua família estava segura, enfim o que ele tanto havia desejado estava acontecendo, sabia que não era merecedor, mas ainda assim estava completo, inteiro novamente. O domínio dos três reinos estava em suas mãos e nada poderia destruir sua posição ou família.
Mas Heylel se esqueceu que acima dele existia uma soberania, a guarda daquele que é o Criador de todas as coisas, o último feito de Naiara chamou a atenção celestial, não iriam permitir que ela se levantasse como Herdeira do Sheol.
Anjos contra demônios, a guerra se aproxima, o fim estava sendo anunciado. Alianças precisam ser formadas, crenças precisam ser restabelecidas, em meio ao caos máscaras caem e revelam que nem todos que deveriam ser luz, escolheram iluminar e aqueles que carregam as trevas decidiram mudar por amor.
Seria possível a compaixão do Criador alcançar as profundezas?
Seria possível em meio a destruição, existir esperança ?
Até onde pode-se ir por amor ?
Até onde o pecado pode ser perdoado?
Prepare-se para o começo do apocalipse e surpreenda-se com cada revelação. Tenebris A herdeira do Sheol, vai impactar você.

Sobre a Autora



Erika Gomes

Mãe, esposa, profissional, dona de casa, e, antes de tudo, autora.
Mãe de três filhos, casou cedo e aos 22 anos já era mãe. Uma daquelas mães que se faz mãe até daqueles que nem mesmo idade para serem seus filhos tem.
Sempre foi apaixonada por outras vidas, outros mundos, coisas sobrenaturais sempre lhe despertaram a atenção. Qual outro universo lhe permite ir além de você mesmo se não os livros?! Infelizmente, quando mais nova, a situação financeira não lhe permitia dar asas as suas vontades e compulsão por livros, mas a independência financeira enfim chegou e com ela o começo da sua coleção literária.
Aos poucos notou que uma nova Erika nascia em si. As ideias passaram a respirar e se mover, como uma criança sendo gerada. Sentia os movimentos de uma nova ideia, o crescer de um novo sonho. Em menos de um ano, assim como uma gestação, nasceu Tenebris.

03 janeiro, 2018

Filme :: Death Note - O Caderno da Morte

janeiro 03, 2018 1 Comentários

Light Yagami é um estudante do ensino médio que acha um caderno misterioso em seu colégio. Descobre-se que esse caderno é sobrenatural e que seu dono pode matar qualquer pessoa apenas escrevendo seu nome e visualizando seu rosto mentalmente. Depois de descobrir o poder desse caderno, chamado Death Note, Light começa eliminar o quanto pode de criminosos com o pensamento de criar uma nova ordem mundial, onde não existe o crime. Mas seu plano começa a dar errado quando um jovem detetive, chamado L, começa buscar respostas para essas mortes e caçar quem está causando-as.

Uma história e tanto não é? Pena que os americanos estragaram produzindo um filme.

Foi lançado semana passada o filme de mesmo nome pela Netflix. Todos esperavam ansiosamente por essa adaptação graças ao enorme sucesso da série de anime. O anime compõe 37 episódios curtinhos de 23 minutos cada e é uma verdadeira obra de arte. Já o filme tem lá suas 1 hora e 40 minutos de pura baboseira.

Começaram a estragar a adaptação quando não fizeram a história se passar no Japão, com atores japoneses, cidades japonesas, visto que a obra é de origem japonesa.

Vejo que o sucesso do anime se deu mais por trazer esse desejo do Light de salvar o mundo do mal. E por mais que você pense que ninguém tem esse poder, eu também penso assim, a história vai te mostrando um pouco de como isso poderia dar certo. E cheguei a pensar que seria uma ótima ideia, visto como o mundo está hoje em dia.

Mas no filme a história começa com uma vingança. Em minha opinião isso foi colocado de forma erradíssima. Dar o poder a uma pessoa de matar qualquer um já tem lá suas controvérsias. Agora dar o pode a uma pessoa para ajudar em sua vingança é o cumulo.

O filme começa errado com a vingança do Light Turner, nome americano dele, e continua errado em sua continuidade quando o brilhante detetive parece ir resolvendo o caso com uma bola de cristal. A produção do filme deixou muito a desejar nesse ponto. E as atuações também não ajudaram muito. Eles colocaram o L vingativo. Isso nunca aconteceu  em lugar nenhum.

Como eu disse antes, o anime só tem uma temporada com 37 episódios e tudo se encaixa muito bem. Os personagens são muito bem criados. O jeito peculiar de cada um e digo aqui dos personagens coadjuvantes também. E o filme não conseguiu trabalhar nisso. Faltou muita coisa. Mas não faltou o romance. Eles tinham que colocar um romance na história. Quem já assistiu o anime e viu esse romance besta ficou com muita raiva. Da mesma forma que nunca aconteceu de o L ficar vingativo, esse romance lindinho nunca poderia ter acontecido. Tem toda uma história por trás desse romance no anime bem sádica e aqui eles me colocam isso.

Único ponto para o filme é que retrataram as mortes com bastante sangue e crueldade igual à história original.

Se você ficou interessado na história eu te digo para assistir ao anime. São só 37 episódios que te prendem na história, te faz querer assistir tudo de uma vez e que com certeza vai te fazer ficar muito louco com a disputa entre o L e o Light. Esses dois são geniais.

Confira o Trailer:


Informações Técnicas do Filme

Death Note
O Caderno da Morte
Original NETFLIX
Ano: 2017
Duração: 1h 40min
Gêneros: Suspense, Suspenses sobrenaturais, Filmes de terror, Terror sobrenatural, Terror adolescente
Direção: Adam Wingard
Estrelando: Willem Dafoe, Nat Wolff, Lakeith Stanfield

Sinopse (NETFLIX):
Um jovem usa os poderes de um caderno sobrenatural para matar bandidos, mas acaba atraindo a atenção de um detetive, um demônio e uma colega.

01 janeiro, 2018

Resenha :: Fragmentados (Unwind)

janeiro 01, 2018 2 Comentários

Imaginem uma sociedade onde o aborto é proibido, mas apenas até aos 13 anos, depois disso, dos 13 aos 17 anos, os pais podem decidir se o filho deu certo, eles podem mandar os fragmentar, que além de se livrar dos adolescentes indesejados tem como principal objetivo o transplante de seus órgãos, o que segundo o Estado, não é matar, mas viver de forma dividida, em outras pessoas, outra chance de uma vida melhor, essa é a “Lei da Vida”.

- Eu nunca seria grande coisa mesmo – continua Samson -, mas agora, falando estatisticamente, há uma chance maior que alguma parte minha alcance a grandeza em algum lugar do mundo. Eu prefiro ser parcialmente grande a ser completamente imprestável.

Um livro simples e completamente genial! Uma distopia que faz você pensar em questões como o aborto, a doação de órgãos e a adoção. Os três personagens principais são adolescentes com ordens para ser fragmentados. Connor por ser um jovem problemático, Risa  por ser uma tutelada pelo Estado, uma órfã que não adquiriu potencial suficiente para se manter inteira,  e o mais interessante para mim, Lev, o mais novo, que cresceu sabendo que aos 13 anos seria levado para o Campo de Colheita (onde acontece a fragmentação), ele é um dízimo, um tributo, uma obrigação religiosa que os pais oferecem a Deus, ele cresceu achando que tudo isso era uma honra, acredito que ele tem a melhor evolução entre os personagens, comete bastante erros, mas é difícil desconstruir uma vida inteira de lavagem cerebral.

Sobre a existência da alma, quer fragmentada ou nascitura, as pessoas podem debater por horas a fio, mas ninguém questiona se uma instituição de fragmentação possui alma.

Esse livro acaba nos chamando atenção, nos cutucando para assuntos da atualidade, e não se trata só de mais uma distopia em que o mundo que conhecemos acabou, por falta de algo, briga por recursos, se trata de uma guerra que começou com ideias do que é certo ou errado, onde cada um não aceitava a opinião do outro. A Lei da vida só é criada para dar um fim a essa guerra civil que tinha de um lado Pró-Vida (contra o aborto) e do outro é o Pró-Escolha (a favor do aborto). Então esse “meio termo”, que é a fragmentação, é aceito.

Houve dias sombrios que levaram à guerra. Tudo que achamos que define o certo e o errado estava sendo virado de cabeça para baixo. De um lado, as pessoas estavam assassinando médicos abortistas para proteger o direito à vida, enquanto do outro as pessoas estavam engravidando apenas para vender o tecido fetal. E todos estavam escolhendo seus líderes não pela capacidade de liderança, mas pela opinião que tinham sobre essa questão. A loucura era descomunal! Então o exército entrou em colapso, ambos os lados tomaram armas para a guerra e duas opiniões se tornaram dois exércitos determinados destruir um ao outro. E então veio a Lei da Vida.

A narrativa é muito boa, é em terceira pessoa e acompanhamos os pontos de vistas desses três personagens.  Gostei muito de alguns personagens secundários, algumas coisas talvez tenham se passado rápido demais, mas o autor consegue passar todos os detalhes dessa nova sociedade de uma forma satisfatória. Se tem algo que não se entende no começo, ele é apresentado no decorrer do livro a explicado sem deixar a narrativa cansativa.

Esse livro é o primeiro de uma série composta por quatro livros, o final é bem amarrado, eu inicialmente não sabia que teria uma continuação, mas fiquei feliz em saber!

Então é isso... Leiam!!!

(...) É claro que, se mais pessoas tivessem doado seus órgãos, a fragmentação nunca teria acontecido... mas as pessoas gostam de guarda o que é delas, mesmo depois de morrer. Não levou muito tempo para que a ética fosse esmagada pela ganância. A fragmentação tornou-se um grande negócio, e as pessoas deixaram que acontecesse.

Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Fragmentados 
Só porque a lei diz, não significa que é verdade
Fragmentados #1
Ano: 2015
Páginas: 320
Editora: Novo Conceito
 
Sinopse (Skoob):
Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria. Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido,18 anos parece muito, muito longe. 
O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo. 

- Não sei o que acontece com nossa consciência quando somos fragmentados. Nem sei quando é que começa a consciência. Mas de uma coisa eu sei. Nós temos direito à vida!

28 dezembro, 2017

Resenha :: Uma Canção de Ninar (This Lullaby)

dezembro 28, 2017 3 Comentários


“Esta canção de ninar
Tem poucas palavras
Apenas alguns acordes
Neste quarto vazio
Mas você pode ouvir e ouvir
Aonde quer que vá
Vou te decepcionar
Mas esta canção vai continuar a tocar...”

Decepcionou mesmo. Acho que o nome desse livro é Uma Canção de Ninar porque é feito para a gente dormir. Sabe aquele tipo de livro que é tão bom que você não consegue parar de ler até acabar? Aquele tipo que te faz deixar de dormir e ficar como um zumbi depois? Então, pelo menos para mim, esse livro não é desse tipo. Não que ele seja ruim, apenas não é tão bom quanto imaginei que seria. Ah! As malditas expectativas! Difícil se livrar delas, né? 

Uma Canção de Ninar é o segundo livro da Sarah Dessen publicado pela Editora Seguinte aqui no Brasil (outros livros dessa autora foram publicados aqui na nossa terra tupiniquim por outras editoras, como a Editora iD e a Farol Literário, cujo nome combina com o blog), e é o quinto livro dela que leio, então posso afirmar que de todos os que li, esse é o que menos gostei até hoje. Talvez isso se deva ao fato de que estou ficando velha (cada vez mais próxima da aposentadoria) e que nem todo Jovem Adulto me conquiste nessa altura da vida; então se você amou essa obra da Sra. Dessen me perdoe por não conseguir concordar contigo. 


“Qual seria a sensação, me perguntei, de amar alguém tanto assim? A ponto de não conseguir se controlar quando a pessoa chegava perto, como se pudesse simplesmente se livrar de qualquer coisa que a estivesse segurando e se jogar sobre o outro com força suficiente para tomar conta dos dois?”

O livro é narrado em primeira pessoa pela protagonista Remy, que é uma garota com mania de controle, meio sarcástica e que não acredita no amor por causa de todos os casamentos frustrados da mãe, que é uma autora de livros e vai se casar pela quinta vez; e por nunca ter conhecido o pai, um músico que deixou para ela uma canção que compôs após o nascimento da filha, “Canção de ninar” (o nome do livro vem dessa canção, obviamente, e cujo trecho abriu alas para essa resenha), que se tornou um grande sucesso... Ela tem muitos namorados (um por vez, ela não namora vários ao mesmo tempo, ok?), mas não deixa ninguém se aproximar, e quando parecem que vão atravessar essa barreira, ela termina com eles, simples assim, sem remorso nenhum. 


“Sim, era um saco ser dispensado. Mas não era melhor quando alguém era sincero? Quando admitia que seus sentimentos pela outra pessoa nunca seriam fortes o bastante para justificar o tempo dos dois? Era um favor a ele, na verdade. Eu ia deixá-lo disponível para algo melhor. Eu era praticamente uma santa, pensando bem.”

Não consegui gostar muito dessa guria, eu tentei, mas eu achei ela meio seca por causa do seu ceticismo. A Remy melhorou no decorrer do livro, mas na maior parte dele ela não passou empatia, entende? Imagine um livro sendo narrado por uma personagem que você não gosta muito. Imaginou? Então, isso acaba tornando a narrativa mais arrastada, melhorando um pouco quando o Dexter estava em cena. E quem é o Dexter? É o cara que faz a Remy repensar as suas convicções sobre o amor.

O Dexter é um fofo, o oposto da Remy, ele é desorganizado e não é descrente com relação ao amor, e é bastante persistente também, do tipo “de água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, sabe? Ah! Ele também é músico, faz parte de uma banda que ama escrever músicas sobre batatas. Você leu certo, é sobre batatas mesmo, na verdade a banda tem uma “ópera da batata”, sem brincadeira. 

“Eu a vi na seção de vegetais, sábado passado, no fim da tarde. Não fazia nem sete dias que ela tinha ido embora sem alarde... Antes ela amava minha picanha, minhas tendências carnívoras tinham admiração, mas agora era uma princesa vegana, que subsistia de feijão. Ela abriu mão do queijo e do bacon, abandonou a comilança, e quando eu não quis fazer o mesmo devolveu a aliança. Eu estava perto da alface romana, sentindo a angústia no peito... Ter de volta a bela vegana seria uma vitória, um grande feito. Ela se virou e foi para o caixa, quinze itens e pronto. Eu sabia que era minha última chance, então disse meio tonto… Não me venha com abóbora barata, pois eu sempre quis sua doce batata... Amassada, cremosa, em pedaços, em cubos ou frita com sal, do jeito que você fizer, amor, com certeza vai ficar legal.”

Preciso falar o quanto ri toda vez que algum trecho de uma música sobre batatas aparecia? O que são essas letras, cara? Estou rindo agora enquanto escrevo essa resenha só de pensar nelas. Na verdade, não só as músicas, mas os guris da banda trazem certa leveza para o livro. O Dexter traz não apenas leveza, mas traz vida para o livro. Deu para notar que ele me conquistou, né? E por mais que tenha me conquistado, senti que ele podia ser melhor abordado, porque muitas vezes parecia que ele era só doidinho, mas ele não é apenas isso, ele tem potencial e é um amorzinho . 

“Sabe, quando dá certo, o amor é realmente incrível. Não é superestimado. Há um motivo para existirem tantas músicas sobre ele.”

Por mais que eu ame o Dexter, no livro o romance não é tãoooo presente, o que é não surpreende já que a Sarah Dessen é conhecida por abordar temas familiares em suas obras, e nesse livro não foi diferente, abordando a relação da Remy com a mãe e com o irmão, por exemplo. Mas acho que faltou um aprofundamento em algumas coisas, certos temas foram tratados de um modo raso, superficialmente (opinião minha, se você discordar parabéns, porque você não se decepcionou como eu). E terminei o livro querendo saber mais sobre diversos personagens, o que talvez ocorreu, porque como a narração é feita pela Remy, que é uma guria cética e prática, não cabia tanto aprofundamento na “voz narrativa” dela . 

“Afastar as pessoas e negar o amor não te torna mais forte. Na verdade, te deixa mais fraca. Porque você está agindo por medo.”

Enfim, por mais que eu não morra de amores por Uma Canção de Ninar, ele não é um livro ruim, só que para ser bom precisava de algo a mais e isso ele não teve. É um livro sobre incertezas e sobre se arriscar, então se quiser tentar a sorte e lê-lo, o risco pode valer a pena ou não, como no meu caso. Até! 

 “Tudo, no final, tinha a ver com o momento certo. Um segundo, um minuto, uma hora podem fazer toda a diferença. Tanta coisa dependendo só daquilo, pequenos instantes que juntos construíam uma vida. Assim como palavras construíam uma história... Uma palavra podia mudar o mundo.” 


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Uma Canção de Ninar
Ano: 2016
Páginas: 352
Editora: Seguinte
 
Sinopse (Skoob):
Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.