03 abril, 2018

Resenha :: 3096 Dias (Natascha Kampusch)

abril 03, 2018 14 Comentários

Natascha Kampusch era apenas uma criança de dez anos de idade, e assim como qualquer outra desejava um pouco de liberdade, um dia enquanto estava a caminho da escola sua vida mudou da água para o vinho, ela foi sequestrada.

Wolfgang Priklopil, um engenheiro de telecomunicações, manteve Natascha como prisioneira em um pequeno cativeiro construído no porão de sua casa. O quartinho, com cerca de 5m², foi o lar dela por cerca de oito anos até que – finalmente – alcançou sua tão sonhada liberdade.

“Ele me olhava como um dono observa orgulhosamente seu novo gato, ou pior: como uma criança olha para um brinquedo novo, antecipando e, ao mesmo tempo, incerta sobre tudo o que pode fazer com ele.”
                            
O caso foi amplamente divulgado pela mídia, além disso, também ficou marcado como um dos mais dramáticos da história criminal da Áustria. Natascha Kampusch tornou-se uma celebridade nacional e internacional, sua história rendeu documentários, um filme, diversas entrevistas e um posterior talk-show, além de sua autobiografia (3096 Dias) que foi publicada no Brasil em 2011 pela Editora Verus.

Em 3096 Dias, Natascha relata, desde sua tenra infância, seu relacionamento com os pais, familiares e colegas de escola, sua vida no bairro em que morava, seu relacionamento com a avó, seus desejos e inseguranças, neste início o tom da narrativa é um tanto quanto nostálgico e a autora exprime todo seu carinho por cada uma dessas lembranças e o quanto elas a marcaram.

Após o sequestro, o tom da narrativa torna-se mais profundo e melancólico, Natascha passa a relatar todos os horrores e privações que vivenciou durante seu período de cativeiro, analisando cada uma de suas atitudes e também de seu algoz, além de contar o que a ajudou a manter a sanidade mesmo quando estava a ponto de enlouquecer.

“Eu era tão dependente dele quanto os bebês são de seus pais – cada gesto de afeição, cada porção de alimento, a luz, o ar, minha sobrevivência física e mental, tudo dependida do homem que me trancara em um cativeiro no porão.”

Esta é uma leitura intensa e impactante, em diversos pontos chega a dar um nó na garganta, entretanto, a força de Natascha e o seu desejo pela liberdade (mesmo ela, por vezes, parecer um sonho inalcançável) nos motivam a ir até o fim. Confesso que ao finalizar a leitura fiquei alguns dias sem conseguir tocar em outro livro, mas creio que os bons livros tenham justamente esse efeito sobre nós!

“O rádio foi meu companheiro mais importante nesses anos. Ele me dava a certeza de que, além do martírio do porão, havia um mundo que continuava a girar – um mundo ao qual valia a pena voltar um dia.”

Natascha KampuschFoto retirada do site oficial da autora
(http://natascha-kampusch.at/presse/)


Espero que gostem da indicação e até a próxima!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

3096 Dias
Natascha Kampusch
Ano: 2011
Páginas: 225
Editora: Verus
Sinopse (Skoob):
Natascha Kampusch sofreu o destino mais terrível que poderia ocorrer a uma criança: em 2 de março de 1998, aos 10 anos, foi sequestrada a caminho da escola. O sequestrador - o engenheiro de telecomunicações Wolfgang Priklopil, a manteve prisioneira em um cativeiro no porão durante 3.096 dias. Nesse período, ela foi submetida a todo tipo de abuso físico e psicológico e precisou encontrar forças dentro de si para não se entregar ao desespero.

31 março, 2018

Resenha :: Amor e Orgulho (Le Maitre de Forges)

março 31, 2018 1 Comentários

Esse livro teve um gosto de primeira vez, porque eu nunca havia lido sobre a nobreza Francesa, então estava muito acostumada com a maneira de ser a inglesa. A história, já promete muito pela sinopse e já nos primeiros capítulos você tem a certeza que vai amar ainda mais.

A trama é rica desde o início e te prende de uma forma que você nem começa a notar quando não consegue mais parar de ler. É narrada em terceira pessoa, com um narrador que fala com o leitor durante a leitura, fazendo alguns comentários pontuais, que eu simplesmente adorei! 

Já de cara a família Beaulieu te deixa com várias sensações diferentes. A mãe forte, amorosa, que mesmo viúva tenta de todas as formas evitar o desfecho trágico, que infelizmente acontece: eles perdem um processo judicial na Inglaterra e ficam com as finanças arruinadas.

O momento histórico no livro é a de uma transição entre a aristrocracia e os burgueses como novos ricos, do “futuro” retratado por uma siderúrgica e o passado representando pela vizinha, a casa de campo da nobre família Beaulieu em Pont Avesnes. E assim somos apresentados a nobreza e a da  industria na figura do Derblay, que com ares de cavalheiro, construiu sua riqueza com suor e trabalho e tem seu valor no caráter e não no título herdado. Ao mesmo tempo, em que esses fatos acontecem, temos o destino tramando suas teias na capital Francesa, onde o pai de Athenais, uma jovem burguesa, começa a desenhar o futuro de sua filha dando a ela sua vingança tão esperada sobre a nobre Claire de Beaulieu.

Assim, os dois núcleos são apresentados, te fazendo começar a torcer para o final de uns e de outros nem tanto. Nesse ponto já pode se preparar para os “crushs” e dar aquelas “reviradas” de olhos para alguns personagens... que vamos amar detestar.Logo no início o autor mostra a profundidade ou não de cada um e isso traz muita riqueza para a narrativa. O encontro desses personagens traz uma segunda fase para a história que é simplesmente apaixonante e ainda melhor que a primeira.

A partir das consequências desse encontro com o intuito de manter seu orgulho intacto, a orgulhosa Claire aceitou se casar com o rico industrial Philippe Derblay. Filha de um marquês, a jovem seria agora a esposa de um burguês em ascensão.  Philippe mal podia acreditar em sua sorte ao tomar a amada Claire por esposa. Mesmo desconfiando dos motivos que a levaram tal decisão aceitou fazer parte do jogo, confiante que seu amor seria o suficiente para ambos.  Sua alegria durou até o momento em que se dirigiu à suíte nupcial, onde foi cruelmente rejeitado.  Claire fica gravemente enferma e, quando finalmente volta a si, passa a ver o marido com outros olhos, mas o estrago estava feito: Philippe não a perdoaria com a facilidade esperada. Agora, Claire tenta reparar os estragos que suas ações causaram. Sem contar que o duque irá retornar e o casal terá que enfrentar provações ainda mais difíceis, antes que uma reconciliação seja possível.

Existe um toque de humor em alguns personagens que ganha de cara o coração dos leitores e de certo modo trazem uma leveza bem-vinda ao drama da história. Não posso mais contar sobre a história sobre o risco de estragar a surpresa, mas a trama é tão bem construída com o autor oferecendo a descrição física e também do coração dos personagens que te prendem na trama de uma forma apaixonante como a melhor das novelas escritas na página de um maravilhoso livro. Não tem como não ficar terrivelmente apaixonada pelo Philippe e ficar a seu lado nas reviravoltas dessa trama apaixonante. Com uma história rica e um enredo perfeito, esse livro, do começo ao fim, tem um apelo inegável aos corações dos leitores de qualquer época. 

Eu de todo coração espero que a Pedrazul publique esse livro, porque é um romance que merece ser lido por todos os leitores fãs de uma ótima história de personagens que se tornam tão reais durante a leitura, que nos fazem viver com eles cada emoção descrita nessas linhas.


Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Amor & Orgulho
ou, O grande Industrial
The Ironmaster, or Love and Pride
Georges Ohnet
Tradução de Silvia Caldiron
 
Sinopse (Pedrazul)
Um embate entre o amor, orgulho e dinheiro que emerge com consequências inesperadas.
Claire de Beaulieu é uma bela aristocrata francesa. Quando seu pai morreu, a mãe descobriu que a família Beaulieu estava arruinada. A única esperança era um processo judicial na Inglaterra, o qual a família perdeu e escondeu o trágico resultado da orgulhosa moça. Apaixonada pelo primo, o duque de Bligny, ela está prometida a ele, mas Bligny é superficial, um jogador, não cumpre sua palavra e ainda fica noivo de Athenais, a inimiga número um de Claire. Athenais, contudo, é uma jovem burguesa, com uma imensa fortuna, que permitirá ao duque resgatar todas as suas dívidas de jogo. A orgulhosa Claire, por despeito, ao saber que Philippe Derblay, um engenheiro e dono de uma usina siderúrgica em Pont Avesnes vizinha do castelo de sua família, está muito interessado nela, oferece a sua mão em casamento por vingança.
Amor e Orgulho, ambientado na sociedade francesa do final do século XIX (1882), conta a história de Claire e Philippe Derblay, uma complexa teia de paixão, interesses, ciúmes e vingança. 


Disponibilidade: Sob encomenda  (envie um e-mail para contato@pedrazuleditora.com.br comunicando a sua intenção em adquirir o livro na pré-venda. Terá cerca de 240 páginas, tamanho 16X23cm, papel no padrão Pedrazul).


A Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.

30 março, 2018

Resenha :: Um Caso Perdido (Too Late)

março 30, 2018 1 Comentários

 Pode conter spoiler.

Sky é uma adolescente que vive sem interação com nenhum tipo de tecnologia. Nem mesmo ia à escola. Em seu primeiro ano na escola, último ano escolar, Sky conhece Dean Holder. Um jovem com uma reputação um tanto controvérsia, capaz de em seu primeiro encontro, meio que uma perseguição em um supermercado, amedrontá-la e cativa-la.

Com a vivência na escola e corridas aleatoriamente juntos, eles vão se apaixonando aos poucos e essa paixão será capaz de libertar fantasmas tão antigos que Sky não é capaz de se quer lembrar. Sky não sabe o quanto Holder está ligado à sua vida e quando esses segredos são revelados, a vida de Sky muda para sempre.

“Por alguma razão, durante sessenta segundos, este garoto conseguiu me deixar encantada e, depois, completamente apavorada.”

Durante metade dessa leitura eu estava ficando um pouco decepcionado com a Colleen Hoover por achar o livro demasiado repetitivo. Sabendo da capacidade da autora de surpreender, graças a outros livros, continuei a leitura e acabei tombado no melhor sentido possível. Ela não decepciona!

“Minha falta de acesso ao mundo real foi totalmente substituída por livros, e não deve ser muito saudável viver na terra dos finais felizes.”

Conforme a leitura vai fluindo e os acontecimentos revelados, você é só ansiedade e caco. Uma porrada atrás da outra sem pausa de um capítulo. E isso é o que faz a Colleen ser uma bela de uma autora competente, ela tem o controle da história do início ao fim. Não fica enchendo linguiça para ser um livro de 500 páginas. Ela vai te preparando para as revelações com todo cuidado.
                      
As coisas que nos derrubam na vida são testes, e esses testes nos forçam a escolher entre desistir, ficar caída no chão ou sacudir a poeira e se levantar com ainda mais firmeza que antes. Estou escolhendo me levantar com firmeza. Provavelmente vou ser derrubada mais algumas vezes antes da vida se cansar de mim, mas garanto que nunca vou ficar caída no chão.”

Em um momento tão importante que estamos vivendo com todos esses debates e acusações e condenações por assédio e pedofilia, esse livro serve de alerta para todos. Como não podemos acreditar em alguém por ela ser criança ou adolescente? Ou só pelo motivo do adulto ter um cargo importante ou ser da família como um avô, um tio, um pai, um primo ou um irmão? Não podemos fechar os olhos para um assunto como esse. E deixo aqui a dica para que quem ainda não leu Um Caso Perdido, leia e reflita um pouco em como uma pessoa pode mudar a vida de muitas outras.

“Você não pode ficar com raiva de um final realista. Alguns são horrorosos mesmo. São os finais felizes supérfluos que deveriam irritar você.”


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Um Caso Perdido
Hopeless #1
Ano: 2014
Páginas: 384
Editora: Galera Record
Sinopse (Skoob):
Às vezes, descobrir a verdade pode te deixar com menos esperança do que acreditar em mentiras...
Em seu último ano de escola, Sky conhece Dean Holder, um rapaz com uma reputação capaz de rivalizar com a dela. Em um único encontro, ele conseguiu amedrontá-la e cativá-la. E algo nele faz com que memórias de seu passado conturbado comecem a voltar, mesmo depois de todo o trabalho que teve para enterrá-las. Mas o misterioso Holder também tem sua parcela de segredos e quando eles são revelados, a vida de Sky muda drasticamente.

28 março, 2018

Resenha :: Esposas e filhas (Wives and daughters)

março 28, 2018 1 Comentários

Olá meus queridos Faroleiros! Como estão? Hoje vamos conversar sobre um clássico da literatura romântica. Vamos lá?

Uma das coisas que me chamou atenção antes mesmo de ler a sinopse do livro, foi o fato da Editora Pedrazul usar as belíssimas ilustrações feitas por George Du Marrier. Ilustrações que foram utilizadas nas publicações seriadas e na primeira edição do livro.

Ah, já estava me esquecendo, antes de entrar na história de Esposas e Filhas, precisamos esclarecer alguma coisas sobre a autora.
               
A autora faleceu em 12 de novembro de 1865, aos 55 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Sendo seu último livro Esposas e Filhas, a obra estava sendo publicada de forma seriada desde o mês de agosto de 1864 pela revista Revista The Cornhill, ficando o final da obra inacabado.

“A história é interrompida aqui, e nunca será terminada. O que prometia ser a obra-prima de uma vida é um memorial da morte. (…) Mas, se a obra não foi terminada, pouco resta para ser adicionado e este pouco se reflete claramente em nossa imaginação.” (p. 533)

Confesso que nunca tinha lido nada de Elizabeth Gaskell – me julguem! E foi uma grata surpresa me deparar com a obra e gostar. Chega de blá, blá, blá e vamos à história!

Em Esposas e Filhas, somos levados a um pequeno condado ou vila chamada Hollingford, situada no interior da Inglaterra. Grande parte da trama se passa na casa do jovem viúvo e médico Mr. Gibson. Sendo um homem muito respeitado por todos, porém tem uma coisa que abala seu trabalho- sua única filha Mary, a quem ele carinhosamente chama de Molly.

“Não ensine muitas coisas a Molly. Ela deve saber costurar, ler, escrever e fazer cálculos, mas quero que continue sendo uma criança, e, se eu descobrir que ela precisa aprender mais do que o desejável, eu mesmo providenciarei. Afinal, não tenho certeza se ler e escrever sejam necessários. Muitas mulheres de boas condições casam-se usando um ‘X’ ao invés do nome. Isto é mais para uma dissolução do juízo materno. Contudo, devemos nos render aos danos da sociedade, Miss Eyre, então, você pode ensinar a menina a ler.” (ps. 30 e 31)

Quando ainda era uma criança, Molly foi a uma festa oferecida pelos Lord e Lady Cumnor. Porém, Molly acaba se sentindo mal e fica aos cuidados de Clare, governanta da família. O que elas não esperavam era o no futuro elas iriam se encontrar novamente.

O tempo passa e Molly entra na adolescência. Sendo seu pai um médico respeitado, ele recebia em sua casa jovens aprendizes. Um de seus alunos percebe que está apaixonado por Molly, quando o Mr. Gibson percebe o que esta começando a acontecer, mais do que de pressa ele envia sua bela filha para passar um tempo na casa de uma querida paciente.

Com tal acontecimento, o doutor sentiu na pele que lidar com as novidades da adolescência de uma filha não seria nada fácil.

Outra decisão que o Mr. Gibson precisou tomar foi: se casar novamente. Lembra que lá no começo eu falei que o destino iria fazer Molly e Clare se encontrarem no futuro? Pois bem, a escolhida para a vaga de madrasta foi a Clare, também viúva e mãe de uma jovem da idade de Molly. Muitas coisas mudaram na vida de Molly. O casamento trouxe não só uma madrasta, mas uma rotina nova, e uma “irmã” – Cynthia.

É muito bonito de viver com elas a amizade crescendo e de fato viando uma relação de irmãs. Até mesmo quando elas compartilham de um amor, as jovens são capazes de separar as coisas e não deixar nada atrapalhar a relação que foi construída.


Esposas e Filhas é um livro com uma história sobre o dia-a-dia. A Autora vai narrando os acontecimentos de uma maneira até mesmo despretensiosa, quando o leitor se dá por si, já está absolutamente envolvido na trama.

Os personagens? Esses são um caso a parte. Muito bem construídos, mesmo que a autora não tenha ficado presa a descrições,  são muito bem construídos, mas a autora não se perde em descrições detalhadas, ela apenas mostra magnificamente bem os atributos de cada personagem dentro do enredo.

Adorei acompanhar o crescimento das meninas, o envelhecimentos de outros personagens, os casamentos e até as mortes. Em todo o momento, tive a sensação de morar e viver tudo isso em Hollingford.

A Editora Pedrazul está de parabéns com a edição do livro. As ilustrações são lindas, pessoalmente, elas ajudaram muito a minha imaginação. A linguagem, mesmo que de séculos atrás, não é complicada de ser compreendida, de maneira que até podemos conhecer melhor fatos e costumes da sociedade da época.

Como falei no começo da resenha,  no início da resenha, Elizabeth Gaskell faleceu antes de concluir o livro. Porém, ela havia falado para o editor da revista das suas intenções para cada personagem, tal maneira que, com o falecimento da autora o editor escreveu uma coluna na revista informando aos leitores os desfechos escolhidos pela autora para seus personagens.


Tais considerações estão presentes no final do livro, sendo assim, Esposas e Filhas não fica sem um “final”. Confesso a vocês que depois de mais de 500 páginas não pude deixar de ficar triste. Pois queria muito saber pela escrita da autora o que iria acontecer com esses personagens que aprendi a gostar. 


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Esposas e Filhas
Uma História Cotidiana
Ano: 2016
Páginas: 540
Editora: Pedrazul
Sinopse (Skoob):
É o último romance escrito por Elizabeth Gaskell, em 1865, considerado sua obra-prima, narra o destino de duas famílias do século XIX na Inglaterra rural. Trata das relações familiares de pai, filha, madrasta, filhos, enteada e de seus envolvimentos românticos. A história gira em torno de Molly Gibson, filha única de um médico viúvo vivendo em uma cidade provincial inglesa em 1830. Tem início com Molly ainda criança em visita à casa do pai e a negligência da ex-governanta, Miss Clare, em relação a ela.
Sete anos depois, Molly é uma atraente jovem bastante irreal que desperta o interesse de um dos aprendizes de seu pai, o Sr. Coxe. O afeto é descoberto pelo senhor Gibson que envia a jovemMolly para ficar com as Hamleys, de Hamley Hall, uma família da pequena nobreza. Lá, ela encontra uma substituta da mãe na senhora Hamley, que a trata como filha. Molly também se torna amiga do seu filho mais novo, Roger. O filho mais velho da família Hamleys, Osborne Hamley, um jovem bonito, inteligente e mais elegante do que seu irmão, é esperado para fazer um casamento brilhante após uma excelente carreira na Universidade de Cambridge. Porém, um grande segredo envolve Osborne. Intrigas, fofocas, preconceito, traições, tragédias e amor marcam este formidável romance.
Personagens como Molly, Roger e Osborne; a empregada doméstica Aimeé; o senhor Gibson; a madrasta de Molly: a senhora Jacinto Kirkpatrick (ex-Miss Clare, a antiga governanta), uma ambiciosa e egoísta mulher; a meia-irmã mais nova de Molly, a egoísta, rebelde, Cynthia, educada na França um contraste com a ingênua Molly. Segredos do passado envolvendo mãe e filha e um empregado nas terras do senhor Gibson, o senhor Preston, fazem desse livro uma obra-prima. Foi publicado na revista Cornhill como uma série de agosto de 1864 a janeiro de 1866. Quando Gaskellmorreu subitamente, em 1865, a última parte foi escrita por Frederick Greenwood.


A Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.

26 março, 2018

Resenha :: Supernova - A Estrela dos Mortos (Supernova #2)

março 26, 2018 10 Comentários

  Pode conter spoiler do livro anterior.

Confira a resenha de Supernova - O Encantador de Flechas, clicando aqui.


Sabe quando você pega a continuação de uma saga/trilogia que amou muito o primeiro livro, mas fica com um pé atrás sobre como será desenvolvido a história nos próximos livros? 

Posso confessar aqui que estava bem preocupada sobre essa continuação, ainda mais depois daquele final surpreendente de SuperNova - O encantador de Flechas.

SuperNova - A Estrela dos Mortos é uma continuação completamente fascinante! Sabe a sensação de ler algo pela primeira vez? Em vários momentos em me desliguei que era um segundo livro de tão envolvida que fiquei com que os personagens estavam vivendo no momento, e também com os outros personagens que surgiram. 

Apesar do primeiro estranhamento por começar a narração por uma personagem completamente nova (Travi Hur) e ter que se ambientar novamente nesse universo de SuperNova, que se expande de uma maneira absurda nesse livro, acredito que isso ajudou muito no desapego da bolha que era Acigam

“Nada me alegrava mais do que um jardim bem cuidado. Quando transmitia meu carinho e atenção para as mudas, elas cresciam mais belas e isso me deixava feliz. Para mim, as pessoas são iguais às plantas. Se você as rega com carinho, olhe felicidade. E eu sempre tive certeza de que, para ser feliz, era necessário ter pessoas felizes ao meu redor.”

Diferentemente do que se passou no livro 1, A Estrela dos Mortos amplifica nossa visão do universo passando por várias cidades e nos mostrando como tudo é bem diferente de Acigam. Começando com o conhecimento de todos sobre os elementos, magia e o fato de não ser uma proibição. 

Nesse livro entendemos muito mais sobre o poder das pessoas ditas Estrelas, os diferentes tipos de poder e elementos.

"As estrelas, além de possuírem uma fonte quase inesgotável de energia dentro de si, são consideradas mais inteligentes, mais ágeis e até mais afortunadas do que seres humanos comuns. Pelo menos, é isso o que apontam muitos estudiosos. No fundo, porém, somos vítimas dos mesmos males que afetam a mente humana: prepotência, ganância, medo."

Leran continua sendo meu personagem favorito, e aprendi a lidar com o fato de ele ser o personagem principal, mas não o protagonista da série, não sendo "o grande escolhido", ele cresce bastante nesse livro sim, mas não de forma tão notável como a Luana, por exemplo, que tem um destaque muito maior agora, mesmo eu ficando com raiva dela por suas ações em alguns acontecimentos, é notável como ela está com um desenvolvimento muito melhor nesse segundo livro.

O destaque aqui também vai para Gueth e Travi Hur, que dão um novo rumo para a história e amei os personagens. Apesar de ter esperado algo bem diferente no desenvolvimento deles, principalmente no de Travi, que esperei uma maior interação com os principais (Leran e Luana), entendi depois que esse não era o papel dessa personagem no livro (mas espero muito que tenha isso no livro 3).

“A verdade é que tudo é relativo, Leran. Assim como a fonte que te impulsiona e te motiva. Não podemos julgar aqueles que tiram forças de lugares que não conhecemos. O controle é uma dádiva deste mundo. Alguns acham que ele vem da ciência, outros acreditam que ele vem da fé. [...]”

Eu tenho que destacar em como o autor nos surpreende a cada momento de forma INCRÍVEL! Os acontecimentos passados aqui, nem na minha imaginação mais fantasiosa eu poderia prever. Eu realmente estou muito ansiosa para o livro 3, O Satélite de Ferro,  mas não tenho mais ideia do que me espera.

Supernova continua sendo a minha série nacional de fantasia favorita no momento e indico demais a leitura.

"Loucura é um estado relativo. Os maiores revolucionários de nosso mundo também foram considerados loucos em algum momento."


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Supernova - A Estrela dos Mortos
Supernova #2
Renan Carvalho
Ano: 2015
Páginas: 480
Editora: Novas Páginas
Sinopse (Skoob):
Após deixar sua cidade natal, Leran está perdido em busca de uma pessoa que possa ajudar sua irmã Luana a controlar seus poderes. Enquanto foge de caçadores colocados em seu encalço, o arqueiro conhecerá novos lugares e aliados para sua jornada. Ao mesmo tempo, Tlavi, a jovem Estrela da Cura, tenta desvendar os mistérios de um criminoso capaz de erguer as forças das trevas no território pacificado do Reino Central. O caminho desses personagens está ligado pelo destino. Será que poderão lutar juntos para descobrir como vencer os novos inimigos? Conseguirá Luana despertar sua verdadeira força? Como Leran agirá diante da evolução dos poderes da irmã? É o que você vai descobrir em Supernova: A Estrela dos Mortos.

24 março, 2018

Resenha :: Ross Poldark (Poldark #01)

março 24, 2018 2 Comentários

No livro a história é dividida em três partes o que facilita muito o entendimento da história, porque cada parte vai focando em um momento e não te deixa perdido no meio dos acontecimentos. Tudo é feito de uma maneira tão brilhante que a medida que as coisas acontecem não tem como parar de ler e de amar a história. Agora vamos à história.

Ross Poldark retorna a Cornualha como Capitão Poldark, depois de passar três anos no exército, tendo lutado na guerra da independência estadunidense. E é nesse retorno que a história começa com um Ross, cansado e ferido nessa guerra cruel na América. Mas o alegre retorno que ele esperava se torna amargo, pois seu pai havia morrido, sua propriedade estava abandonada e a garota que ele amava estava noiva de seu primo. 

Apesar do clima desolador, a escrita do livro te coloca no ambiente daquela época, e mostra que uma pessoa era forjada pela vida e pela natureza e com uma esperança de que as coisas podem e vão melhorar. Porque a narrativa te mostra o ambiente da história sem pressão nenhuma e logo você se imagina em uma terra sem asfalto, onde as pessoas lutam para sobreviver e encontrar momentos de felicidade na dura rotina do dia-a-dia. Onde uma palavra vale um contrato e a honra pode ser decidida nos punhos ou na bala. Mas também onde o amor é puro e o romance é feito a luz da lua e das velas. E todos os contrastes constroem a história de maneira cativante.

Em poucos capítulos você começa a se apaixonar por Ross, ele vai mostrando sua humanidade em cada atitude e mostra que, mesmo em condições precárias, é possível uma pessoa mostrar seus valores e fazer diferença na vida das pessoas. Sua compaixão pelos mineradores e rendeiros desamparados do distrito o leva a resgatar uma faminta menina de rua, que estava brigando em uma feira, um ato que altera todo o curso de sua vida.

Nesse momento você fica irremediavelmente preso à história, a pequena menina, vestida com as roupas dos irmãos, lutando para proteger seu cachorro da crueldade de outros meninos, te conquista mais rápido que o pulguento cãozinho sem rabo. E assim somos apresentados a Desmelza. E assim, a medida que a história continua, os acontecimentos te mantem preso ao livro e a leitura, porque além de lidar com os conflitos na família pela atitude de Elizabeth em assumir compromisso de casar com seu primo, Ross precisa reconstruir a propriedade tanto para morar quanto para sobreviver e, mais uma vez, demonstra toda a sua boa índole para com os moradores em sua terra.

Na segunda parte vemos a luta pela reabertura da mina de estanho, retomando assim a sua fonte de lucro e trazendo empregos e prosperidade para região. Mesmo visando lucro, Poldark não deixa de mostrar um senso de comunidade, o diferenciando dos outros nobres da região. Além de todo o caminho de Poldark, vamos acompanhando o crescimento de Desmelza tanto em idade como personagem, à medida que os anos vão passando vemos uma menina-mulher inteligente, encantadora e assim sim tão impulsiva quando a garota que Ross, encontrou naquela feira, com os pulsos erguidos para defender seu cãozinho.

Pelo medo que tenho de estragar a história não tenho como usar as palavras para explicar porque terminei esse livro tão encantada e já na expectativa pelo próximo volume da série. Como me vi a cada página já ansiosa pelo desfecho dos acontecimentos e como o livro foi conseguindo me prender na história. O autor tem uma escrita leve e brilhante, as divisões da história fazem o coração disparar a cada final e continuar batendo rápido na continuação. É um livro que vai agradar a qualquer leitor de uma história bem escrita e deixa o coração dos românticos assim como o meu, com aquela sensação de ter se dado o melhor dos presentes ao ler essa história. Então, deixo meu pedido. Presenteie-se e leia essa história o quanto antes!!

Como um bônus, vou te contar que essa história virou uma série produzida pela BBC de Londres, e hoje se encontra na 3ª temporada. Esta é a terceira adaptação da obra de Graham para a TV. A primeira, também produzida pela BBC, foi uma série com duas temporadas exibidas entre 1975 e 1977. A segunda é um telefilme que foi ao ar em 1996. Na versão da década de 1970, Ellis interpretou Ross. Agora ele será o Reverendo Halse em dois episódios.



E se faltou algo na resenha para te convencer a entrar nesse mundo, após o teaser tenho certeza que não vai faltar mais. A história desse livro vai até o final do 4° episódio da 1ª temporada da série.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Ross Poldark
Poldark #01
Páginas: 312
Ano: 2017
Tradução: Bianca Costa Sales
Editora: Pedrazul editora
Cansado de uma guerra cruel na América, Ross Poldark retorna para sua terra e sua família. Mas o alegre retorno que ele esperava torna-se amargo, pois seu pai havia morrido, sua propriedade estava abandonada, e a garota que ele amava estava noiva de seu primo. Porém, sua compaixão pelos mineradores e rendeiros desamparados do distrito o leva a resgatar uma faminta mocinha de rua que estava brigando em uma feira, um ato que altera todo o curso de sua vida. Ross Poldark é o primeiro romance da incrível saga de Winston Graham sobre a vida na Cornualha do século dezoito. Publicado pela primeira vez em 1945, a série Poldark tem cativado leitores por mais de setenta anos. Agora, é uma série atual, transmitida em horário nobre, pela BBC de Londres.

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Disponível em formato físico e digital


A Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.