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29 novembro, 2019

Resenha :: Um Reino de Sonhos

novembro 29, 2019 1 Comentários

Oi, pessoal. Hoje vou falar do primeiro livro da Trilogia WestmorelandUm Reino de Sonhos, da autora Judith MacNaught, lançado pela Bertrand Brasil. Confesso que sou fã desta autora há muitos anos e que fiquei muito feliz com o lançamento desta trilogia para poder adquiri-la, pois eu já havia lido e simplesmente amo as histórias e o jeito de escrever da Judith; tanto seus romances de época, como os contemporâneos.

Com esta releitura, percebi que o nosso ânimo influencia bastante no gostar ou não tanto de um personagem, como da história em si. Logo no início da leitura estava tomando certo ranço da mocinha, mas fui em frente porque eu já sabia se tratar de uma história fantástica. As personalidades dos personagens vão sendo descritas ao longo da narrativa, assim você tem a oportunidade de ir reavaliando sua opinião sobre os mesmos. Este é um romance medieval, e autora utiliza os conflitos entre a Inglaterra e Escócia para inserir o enredo de sua história de maneira muito verdadeira para o que acontecia de verdade na época.

Jennifer Merrick é uma jovem podemos dizer que única. Ela é condessa por herança da sua mãe, já que na Escócia as mulheres podiam herdar títulos de nobreza. Seu clã é apoiador do Rei Tiago da Escócia e tem verdadeiro horror para com os ingleses. Sua personalidade forte e a inveja de seu meio irmão para com ela, a levou a ser mandada para um convento pelo seu pai, juntamente com sua meia irmã mais nova. Ela é uma jovem menosprezada por seu pai, que a utiliza apenas como um pião, afinal ela não passa de uma mulher, também é menosprezada pelo seu clã, mas apesar de tudo isto, tudo o que ela sonha é reconquistar o amor e respeito de todos. Já havia se passado dois anos que tinha ido para o convento, quando recebe a notícia que irá finalmente retornar para casa, porém, ela não contava ser raptada, juntamente com sua irmã, pelo maior inimigo de todos os clãs escoceses, o Lobo Negro.

— Eu realmente não sou orgulhosa — disse ela com um sorriso encantador, bem ciente de que ele estava, sem dúvida, referindo-se à sua aceitação tardia e nem um pouco amável da trégua que lhe oferecia. — Sou apenas decidida, acho. Teimosa também. E voluntariosa. Mas não orgulhosa.
— Os rumores e minha própria experiência com você me levariam a pensar o contrário.

Royce Westmoreland é um cavaleiro do rei da Inglaterra, temido por todos em batalha por ser considerado invencível, e quando seu irmão lhe entrega de bandeja as filhas do inimigo do seu Rei, ele planeja então usá-las. Ele só não contava com todos os transtornos que a filha mais velha lhe traria, porém é justamente o desafio e falta de medo dela para com ele que desperta os seus desejos, afinal existe diversos tipos de batalha, e nada melhor do que domar um potro selvagem em forma de mulher. Mas isto lhe traz mais problemas do que ele desejava para com o seu soberano.

Royce se perguntava, com o cenho fechado, como era possível que intimidasse cavaleiros, nobres, escudeiros e soldados endurecidos pela batalha a fazerem o que ordenava com um único olhar, mas não conseguia forçar uma jovem escocesa teimosa e desafiadora a se comportar. Ela era tão imprevisível que tornava impossível antecipar sua reação a qualquer coisa. Era impulsiva e obstinada, e lhe faltava completamente com o respeito que cabia a uma esposa.

O desenrolar de toda a história é impressionante, com personagens secundários maravilhosos e uma narrativa extremamente detalhista. Esta não é uma história fofa, pelo contrário, é extremante forte, com umas partes cômicas para dar aquela leveza. O final para mim foi espetacular e por isso recomendo que você persista na leitura até o fim.

Esta nova edição da Bertrand está maravilhosa em todos os sentidos, papel, diagramação, tradução e capa. Esta é uma história 4,5/5.

Boa leitura,

Carol Finco


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

Um Reino de Sonhos
Um romance da Dinastia Westmoreland
Dinastia Westmoreland #1
Ano: 2018
Páginas: 378
Editora: Bertrand Brasil
Sinopse:
Royce Westmoreland, o “Lobo Negro”, é enviado pelo rei da Inglaterra para invadir a Escócia. Quando seu irmão, Stefan, sequestra Jennifer e Brenna Merrick, filhas de um lorde escocês, do convento onde vivem, as vidas de Royce e Jennifer se entrelaçam. Ele, um poderoso guerreiro que já ganhou muitas batalhas, não vê a hora de encontrar uma mulher que o amará pelo homem que é, não pelo medo inspirado por sua lenda. Ela, uma jovem rebelde em busca do amor e da aceitação de seu clã, mesmo na condição de prisioneira, não se deixa abalar pela fama de seu arrogante captor.
Conforme os conflitos entre os dois se tornam mais frequentes, a urgência de se entregarem um ao outro só aumenta. Certa noite, quando ele a toma apaixonadamente nos braços, desperta nela um desejo irresistível. Mas, se Jennifer seguir seu coração, perderá tudo aquilo pelo que vem lutando e jurou honrar.

13 novembro, 2019

Resenha :: As Cavernas que Compartilhamos

novembro 13, 2019 3 Comentários

Sim, ela era o caos, e sempre fui atraído por ele.

Olá, Faroleiros!

A resenha de hoje é de um livro de época que eu amei conhecer. O lançamento da obra foi a introdução da Juliana Barbosa no mundo literário. Já trouxe outra resenha  da escritora por aqui, Oráculo (resenha aqui), que é uma fantasia, e favoritei como uma das melhores do gênero que já li no Brasil. Ao contrário dessa, As Cavernas que Compartilhamos é um romance ambientado, de início, no Brasil do século XIX e tem seu cenário transferido para a glamorosa Londres.


Isabela Gonçalves é uma jovem de espírito livre. Caçula de uma família de boas condições na Ilha de Santa Catarina de 1884, a jovem é detentora de pensamentos modernos demais para o seu tempo. Tachada de bruxa pelos moradores do local por ser ruiva, uma característica física raríssimo no Brasil daquela época, ela sabe que está longe de conseguir um bom casamento. Os homens temem que sua suposta maldição passe para os seus futuros filhos. Melhor assim, já que casamento não está em seus planos de maneira alguma.

Coragem não tem a ver com o fato de não sentir medo e, sim, com o que faz diante do medo. E apesar do que aconteceu, a senhorita veio aqui sozinha e comandou o Veloz em meio à tormenta. Conheço muitos homens que se trancariam em suas cabines para rezar.

O único problema é que seu pai não pensa assim. Ele quer casá-la com quem quer que aceite por um belo dote. Para garantir que possa fugir e ser independente, Isabela caça animais de pequeno e médio porte para depois vender aos homens da cidade. Ela também pinta. Suas obras são de uma beleza única e encantam a todos.

Seu pai não aprova seu comportamento. Ele não sabe exatamente o que a filha faz, nem que ela pretende fugir, mas, no fundo ele desconfia que suas saídas matinais não sejam tão inocentes assim.

— Também quero seu livro: "A tormenta" — falei ainda com a voz firme, encarando-o nos olhos.
— Mas esse livro não é para uma dama ler.
— Caçar javali também não é coisa de dama, Sr. Silveira.
Ele me olhou por um instante e pegou o animal com dificuldade, me encarando incrédulo, como se perguntasse quem o carregara até ali.

O destino de Isabela tem uma reviravolta quando Fabrício, o irmão da jovem, vai se casar. Ele deseja muito que seu amigo de infância James Kosvoski, que mora em Londres, seja seu padrinho.  O rapaz prontamente atende o seu pedido, pois o estima muito e também tem muita vontade de retornar ao Brasil. Como foi embora há muito tempo, ele não conhecia a caçula da família Gonçalves.

— Preciso admitir que as vezes ser uma bruxa é engraçado.
— Bruxa terrível.
— Disse o monstro que sonha com o amor. 
— Ao menos não comerei meus próprios filhos.
— Ah não sabe o que está perdendo senhor James. Crianças possuem um sabor incrível.

Só que o que ele não esperava era se encantar tanto com a garota. O que começa como uma amizade sincera, aos poucos, se torna mais. Um incidente infeliz faz com que Isabela parta para Londres com James para passar uma temporada. Tudo o que ela queria. A oportunidade perfeita de conhecer o mundo e se livrar de um casamento forçado.   Nas terras inglesas ela conhece amigos sinceros que farão toda diferença na sua vida e a ajudarão a se esquecer do incidente infeliz que continua a perturbá-la, mesmo com um mar de distância a separando do ocorrido.

Eu era livre, ainda assim não conseguia olhar para as estrelas. Eu era feliz, mas minhas noites eram repletas de sonhos aterrorizantes.

Nada é fácil na vida do casal. James carrega consigo segredos que o atormentam. Ele acha que a moça jamais aceitará os seus gostos peculiares e ainda o abominará quando souber deles.  Ele não se importa nenhum pouco se ela é ruiva, amaldiçoada ou a frente do seu tempo, mas sim com seus sentimentos e sua integridade.  James enxerga Isabela como ela é de verdade, forte, destemida e independente.

Comecei a rir dos meus pensamentos. No fundo, gostaria que ela fosse mesmo uma bruxa, somente assim poderíamos ter uma história. Mas ela era apenas um anjo. Um anjo o qual eu jamais deveria tocar.

Duas pessoas que carregam desejos e traumas, que compartilham cavernas tão secretas que só o apoio um do outro para que a percorram e encontrem a luz do amor sublime. Mesmo que o caminho seja tortuoso, no final tudo vale a pena quando o prêmio do outro lado é o seu tão inesperado final feliz.

Dizem que só se ama uma única vez na vida, eu havia desperdiçado tão precioso sentimento, ofertando a alguém que não merecera.

A leitura de As Cavernas que Compartilhamos foi um mergulho no passado, tanto do Brasil quanto da Inglaterra, mais especificamente, em Londres. Como sou uma apaixonada por fatos históricos, amei a proposta da Juliana Barbosa. Sua narrativa em primeira pessoa me ganhou desde o início, pois, apesar de ser um livro de época, tem um vocabulário fácil e isso proporciona uma melhor compreensão, além de gerar fluidez na leitura.

Os protagonistas Isabela e James são de uma sensibilidade impar, com sentimentos e desejos reais a ponto de proporcionar a empatia do leitor. A cada página, criamos uma expectativa nova acerca do destino do nosso casal. Mesmo com o desenrolar da trama, após a passagem de tempo ansiamos pela união deles.

A introdução de uma trama de suspense me pegou de surpresa. E, como uma grande fã de ação em tramas românticas que sou, deliciei-me com a investigação dos crimes acontecidos em Londres. O seu desenrolar e a perspicácia da baronesa me deixaram presos à leitura, ávida pela elucidação do caso.

Terminei o livro com gostinho de quero mais. Como um bom livro de época que foi proposto, a escritora atendeu as expectativas, e até superou-as. Amei a experiência e super indico a leitura para os fãs do gênero. Espero que Isa e James consigam fazer morada na sua caverna também e aqueça seu coração com lindos sonhos!

Esse tipo de amor me fascina, um amor que pode vencer até mesmo a morte e superar todas as coisas.

Até mais!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

As Cavernas Que Compartilhamos
Juliana Barbosa
Ano: 2019
Páginas: 313
Editora: The Books
Sinopse:
Rejeitada pelo pai, considerada uma maldição pelo povo de sua ilha, Isabela Gonçalves se prepara para um futuro solitário. Quando, um evento inesperado, muda seus planos e a leva a terras distantes, em uma jornada cheia de aventuras. Isabela encontrará o amor, a dor e principalmente a sua força. Personagens cheios de mistérios, uma alucinante investigação criminal e uma história inspirada em fatos reais vão mostrar todas as barreiras que um amor pode transpor.

09 novembro, 2019

Resenha :: A Estrangeira (Damas Perfeitas #4)

novembro 09, 2019 0 Comentários


A Estrangeira nos leva de volta um pouco no tempo, onde um jovem Lorde Edward Baldwin, barão de Fermoy, faz uma viagem a freguesia do Brasil, em busca de uma sociedade e uma saída para os problemas da família. E assim, somos levados a começar a conhecer segredos não contados nos livros anteriores. O que torna essencial que você tenha lido os livros anteriores, ou ao menos a viúva antes de começar essa história.

Porém, de todas as surpresas que a viagem à longínqua terra poderia criar, em nenhum momento Edward poderia sequer sonhar com algo parecido a Izadora Senior. Quase como uma força da natureza, ela agrega o que existe entre uma lady inglesa e uma brasileira, não apenas da casa grande, mas da terra, do terreiro do próprio Brasil. Talvez o clima do tempo, que o recepcionou, já tentasse antecipar o encontro de ambos.

— Poderia chegar a lady, embora eu ache pouco provável — ela respondeu num inglês fluente, deixando Sr. Joaquim atordoado —, mas não acredito que chegaria a ser sua senhora algum dia.

E assim, com toda sua irreverência nata e uma beleza encantadora, sem sequer imaginar, Izadora faz com que o jovem Lorde comece a repensar seu futuro e o que poderia planejar para seu futuro. Afinal ao chegar no Brasil, encontrou algo que lhe pareceu mais valioso que o ouro da Golden e com olhos lindos como o céu de verão.

Mas o passado cobra o preço no futuro e destrói os sonhos doces do futuro e assim, após o encanto pelo Brasil e por Izadora, o barão de Fermoy se vê obrigado a voltar a Inglaterra e viver o dilema entre o coração e a honra e o dever. E assim, nessa volta, somos levados a entender certos acontecimentos ocorridos nos livros anteriores, a começar por A Cortesã (resenha aqui), A Marquesa (resenha aqui) e entrando em uma narrativa linear em A Viúva (resenha aqui). E nesse momento o(a) leitor(a) já está irremediavelmente preso a essa trama que deixa, a cada resposta respondida vindo dos outros livros, o coração batendo contra as costelas tão alto que marca o ritmo da ansiedade e do prazer de ler essa história.

Claro que o jeito de ser de Izadora não muda com sua ida a Inglaterra, mas, ao mesmo tempo em que encanta, gera algumas situações que, tanto para os personagens quanto para o leitor, causam um: “Desnecessário, Iza”. E isso deixa o clima, que poderia ser quase sufocante, leve e divertido o bastante para o tom do livro ser como uma deliciosa reunião das Damas Perfeitas.

A companhia de Izadora era como jogar dados num dia de sorte. A face revelada era sempre uma agradável surpresa.

Preciso destacar a figura de Dona Bebel, que conquista e ao mesmo tempo mostra que com o tempo vem a sabedoria e a paciência de saber o melhor momento de revelar segredos, entregar informações e, sobretudo, quando é possível usar tudo ao seu redor para satisfazer as necessidades mais secretas do coração.

E assim, quando a história de A Estrangeira se desenrola, traz toda ansiedade pelas novas perguntas que se formam e a necessidade quase desesperadora pelo próximo livro (o que mostra como toda história é cativante, surpreendente a apaixonante). E assim, terminamos a história em um misto de emoções, que incluem o reencontro com personagens queridos, a felicidade de saber um pouco mais dos casais anteriores após o seu “felizes para sempre” e nosso quinhão de ansiedade para o próximo livro com a torcida para que a série não acabe. Afinal, ninguém gosta de dizer adeus.

A edição está mais uma vez belíssima, perfeita para a essência da personagem, da história e da série. A diagramação e revisão mais uma vez ficaram ótimas.

Boa leitura, Elis


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Estrangeira
Damas Perfeitas #4
Ano: 2019
Páginas: 170
Editora: Portal
Sinopse:
Em uma viagem ao Brasil, o barão de Fermoy, Lorde Edward Baldwin, conheceu a irreverente Izadora Senior. Um encantamento imediato, um romance inesperado, uma conexão que parecia já existir de outras vidas.
Quando é obrigado a voltar a Londres, a possibilidade de um reencontro se torna cada vez mais distante. Após anos ansiando por sentir Izadora novamente nos braços, Edward se vê preso a uma rede de intrigas em que precisa escolher entre defender a honra da família ou sucumbir aos seus desejos românticos.
Quando Izadora desembarca em Londres, ocorre o começo e o fim. Edward tornou-se o primeiro-ministro e a brasileira não é uma dama aceitável para um cavalheiro nessa posição.
Impossibilitado de abandonar sua carreira, o barão se vê mais uma vez dividido entre o amor e o dever, mas é incapaz de se afastar da estrangeira irreverente que não segue padrões.
O quarto livro da série Damas perfeitas nos faz enxergar além e que, na verdade, nada é como parece ser.


Para adquirir:
Livro físico: Site da Editora Portal
E-bookAmazon


 _____Sobre a Autora_____

Nahra Mestre



Escrever foi algo inusitado. Quando nova, nunca foi uma amante da literatura, sua paixão sempre foram os números. Descobriu o prazer da leitura na terceira década de vida. Devorou, mastigou, engoliu e não conseguiu mais parar.
Sem pensar muito resolveu criar histórias. Escrever foi uma catarse, onde encontrou um pedaço que lhe faltava.
Seu primeiro livro foi escrito em 2015 e depois que esse bichinho maluco e inusitado lhe picou não conseguiu mais parar.

08 julho, 2019

Resenha :: Mascarado

julho 08, 2019 0 Comentários

Olá, faroleiros!

Para tudo que a resenha de hoje é quentíssima! Ela te levará para visitar uma masmorra de verdade em um castelo antigo. Se você espera encontrar aqui prisioneiros e torturas, está no lugar certo. Mas não são exatamente prisioneiros tradicionais que verão, muito menos os castigos são agonizantes e dolorosos.

Pelo menos, não no mau sentido.

— Dizem que ele usa uma máscara. — Ouço, imóvel, a menina continuar a conversar com sua mãe.
— Todos usam máscaras, minha querida.
— Não, mamãe. A dele é permanente.
— São apenas histórias — a mãe aquieta a jovem. — Andaluzia adora criar lendas.
— Como a do fantasma dos corredores vazios da Ópera? — a filha brinca.
— Sim, como essa.

Mascarado conta a história do Conde de Orr, um cavalheiro mascarado envolto numa nuvem de mistério. Os rumores circulam na cidade de que ele é um homem pervertido, com gostos bastante depravados para a época, e que possui em seu castelo uma masmorra para orgias sexuais. O Conde também é famoso por acolher moradores de Andaluzia que foram condenados por crimes comuns como prostituição e pequenos furtos. As prostitutas, se quiserem, podem se tornar participantes das masmorras e cidadãs de Orr. Sua reputação não é boa, só que ele tem um título de nobreza, por isso não pode ser condenado pelo seu estilo de vida.

Christine é mulher de Raul, prefeito de Andaluzia, e não está nem aí para as fofocas sobre o Conde. Vivendo penosamente um casamento sem amor, ela não se importa se o nobre é famigerado ou não. A mulher já tem tarefa demais em ignorar o marido e fazer da sua vida um inferno. Nunca lhe deu um filho, sendo diagnosticada como estéril, o que frustrava os pais de Raul que adotaram Christina ainda criança e tinham muita afeição por ela. Eles depositavam a esperança da continuidade da família em um herdeiro, já que o prefeito era filho único.

Um baile em Andaluzia é celebrado e tem como convidado o tal Conde. Todos queriam conhece-lo, menos Christine que nem queria ir a esse baile. Ela vai obrigada para socializar com a elite da sociedade, sendo esposa do prefeito. O problema é que ela não quer socializar com ninguém. Christine carrega no peito a dor e a angústia de ter perdido ainda jovem o seu único e verdadeiro amor, por isso preferia a reclusão.

— Diga que precisa de mim, Erik.
— Eu preciso de você.
— Prometa que tudo que diz é verdade. — Você agarrou com força meus braços, mas já não conseguia me encarar.
— Seremos felizes, meu amor.
— Tudo o que quero é você. Diga que me ama, e eu te seguirei.
— Eu te amo, Christine. Eu te amarei para sempre.

O que a jovem não esperava era a surpresa de encontrar nos profundos e marcantes olhos do Conde de Orr a mesma fagulha de emoção que sentia quando encarava seu amado e falecido Erick. Mas também não esperava que o Conde tramasse contra ela tornando sua vida uma bagunça de sentimentos, descobertas e emoções que ela jamais saberia existir se não tivesse conhecido aquele homem mascarado e misterioso. 

Uma vingança arquitetada nos mínimos detalhes. Christine sentirá na pela a humilhação e ficará confusa com as atitudes do Conde. Será levada para Orr, recusada pelo marido e vendida como uma das prostitutas.

Sua boca se abre no mais maldoso dos sorrisos. Não há mais orquestra, ou vozes. Não há como esconder o botão aberto da blusa e a cena, e sobre o que ela se tratava. Meu marido — o prefeito da cidade — me encara adiante, boquiaberto.
— Gostaria de dizer que sinto muito — o Conde diz, tirando uma rosa do bolso e a jogando aos meus pés. — Mas na verdade, não sinto nada.

No castelo ela verá com os próprios olhos o que o homem marcado por cicatrizes por todo o corpo, escondido sob uma máscara, e que mesmo assim mexe com sua sanidade, realmente faz nas masmorras. Será tentada de todas as formas a ceder a um tipo de prazer que jamais imaginou conhecer. Ao mesmo tempo em que tentará descobrir por que deseja tanto que ele faça com ela todas as coisas que viu, mesmo considerando ele um monstro por toda dor que lhe causou. 

A roda gira outra vez até que ela esteja de cabeça para baixo. Suas pernas estão abertas e sua intimidade, exposta. O Conde dá um passo em sua direção e projeta o quadril para frente. Suas costas arqueiam, e ele olha para baixo. Eles se encaixam. A mulher. Ela está… Sim, ela está. A mulher engole tudo que ele oferece, e eu quase perco mais uma vez o equilíbrio.

Afinal de contas quem é o Conde de Orr e o que ele quer com Cristine?

Ele levanta da cama. Espero que ria, me ignore ou me rejeite, mas ele não fala nada. Tampouco se move ou responde. A pergunta roubou seu chão.
— A masmorra é para…
— Eu sei para que ela serve. — Respiro fundo. — Deus, eu sei. O que estou fazendo incinera cada célula do meu corpo, e me queima como brasas de um fogão. Eu faço qualquer coisa para saber. Quero saber mais do que imagino querer.

Essa pergunta fica fácil de desvendar logo no início de Mascarado. O que digo a vocês é que, ainda nas primeiras páginas, entendemos o porquê da determinação do Conde em se vingar de Christine. Sua vingança não se estende só a ela.


Advirto aos leitores também que isso não dói menos porque sabemos o motivo de tanto rancor. Todas as atrocidades que o Conde submete Christine são más e fruto de uma mágoa carregada por anos no peito. Por mais que, inicialmente, tenhamos raiva da protagonista pelas suas escolhas do passado, seus motivos pareceram assertivos naquele momento. Ela não imaginou que as consequências seriam desastrosas para todos e, de certa forma, pagou pelo seu erro em sofrimento em um casamento sem amor.

Enfim, Mascarado nos conta a história de como o amor supera os piores sentimentos. Se ele é verdadeiro tudo pode. Em meio a todos os motivos para condenar, escolher perdoar pode ser libertador.

Ele se inclina e beija meu pescoço. Fecho os olhos, perdida na sensação sublime de sentir seus lábios na minha pele.
— Faça comigo tudo que fez às outras — peço — Tudo. Comigo.
— É bastante coisa. — Ele encosta os lábios nos meus.

Karina Heid, como sempre, nos trouxe uma história arrebatadora. Não me canso de afirmar que ela é mestra em transformar nossos corações em uma montanha russa de emoções. Mascarado não seria diferente, e é por isso que eu recomendo para todos os amantes de romance hot que estão com seus testes cardíacos em dia.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Mascarado
Karina Heid
Ano: 2019
Páginas: 283
Sinopse:
Havia rumores sobre o lendário e sombrio conde que habitava as planícies de Orr. Alguns diziam que ele era um homem selvagem, de gostos lascivos e conduta imoral. Outros afirmavam ser ele um monstro sem face, impecavelmente vestido de negro e envolto em uma aura de sensualidade. 
Com o baile anual se aproximando, a presença do misterioso nobre é confirmada. Para Christine, prisioneira em um casamento forçado, sua vinda é um evento superestimado, uma das muitas fofocas vulgares da cidade. 
Não lhe interessa saber quem é o conde, sua fama de perverso ou por que o cavalheiro impecável cobre o rosto com uma máscara. A ela interessa descobrir por que ele lembra tanto alguém do seu passado, e por que parece tão determinado a atormentá-la. 
Embora aquele homem protagonize as histórias mais escandalosas do reino, em seus braços ela desfalece sem forças, enfeitiçada por olhos azuis gelados que a fazem voltar a ouvir o próprio coração. Aquele único encontro desencadeará uma sequência de eventos que nem em seus piores pesadelos poderia antever. Tudo porque não consegue resistir à semelhança do Conde com o rapaz que amou - e perdeu - anos atrás...



 _____Sobre a Autora_____

Karina Heid


Karina Heid é escritora e psicóloga. Já trabalhou com marketing, foi professora de alemão e instrutora de lego. Em 2005 casou-se com um aventureiro de pés no chão e juntos decidiram expatriar. Enquanto moravam na Romênia escreveu A Jornada das Bruxas, seu primeiro romance, e em 2016 ganhou o prêmio literário Flic-ES pela obra A Última Peça. Para ela, escrever é fazer magia, é transformar palavras em universos. É em um desses universos que ela e sua família andam vivendo ultimamente.