25 abril, 2018

Resenha :: Eternamente Cecilia

abril 25, 2018 6 Comentários

O livro Eternamente Cecilia é um romance de época ambientado em 1890. A jovem Cecilia Agrizzi embarca com a família em um vapor da Itália para o Brasil em busca de trabalho e das terras prometidas pelo governo do Espírito Santo. E assim começam as boas surpresas que tornam a história de Cecilia um lindo romance.

Já no início do livro, fica claro o cuidado e o carinho da autora para com a história de Cecilia e do povo italiano. Diferente das visões novelescas, ela retrata com muita sensibilidade o momento daquela gente, que precisava abandonar tudo e ir em busca de um lugar melhor, mas na mala levava mais que pertences, eram seus itens de maior valor emocional e financeiro e também o medo do desconhecido da travessia de navio por meses a fio para outro país, outro idioma tentar recomeçar.

"Agarrou-se à mala que guardava todas as suas memórias. Um xale que pertenceu à sua avó, uma bíblia gasta e marcada por infindáveis promessas, um retrato de seus pais desenhado no dia em que se casaram e um colar de ouro com uma medalha de São Francisco de Assis."

Confiando nas promessas feitas ainda na Europa, Cecilia e sua família vão trabalhar em uma fazenda de café onde descobrem logo de cara que as coisas podiam ser bem diferentes das que foram prometidas. Quando o pai de Cecilia adoece, ela consegue ir trabalhar na cozinha da casa grande da Fazenda de Estela Dias. Essa, uma arrogante aristocrata que não perde a chance de humilhar seus empregados, logo de cara deixa aquele ranço no leitor.

"— 'Si, mas non' foi isso que 'viemo' procurar na América. Essa 'non' é a terra da esperança. 'Noi somo' os escravo branco dessa gente!"

Nessa parte da história, deu para perceber que a autora não perdeu a mão da história, e trouxe à tona a questão dos Senhores de Fazenda que estavam acostumados a lidar com escravos (agora forros) e não conseguem lidar com as mudanças da sociedade e do próprio país com o estabelecimento da República, o uso de duas narrativas também ajuda a entender bem a história, que hora é narrada por um narrador outra pela própria Cecilia.

E com esse fundo histórico tão bem escrito e a narrativa fluída, fui me encantando com a bela italiana que fazia o que precisava fazer para lidar com as coisas e fazer a chance, que sua família estava tendo, dar certo. O problema é que nada é tão ruim que não possa piorar, principalmente depois que o herdeiro, Francisco, um conquistador nato, interessa-se por ela.

“... considerou irremediavelmente hipnotizado pela imagem em sua memória, que a italiana era linda. Mesmo oculta pelas roupas surradas, sua beleza era algo tão forte e marcante que parecia o nascer do sol: impossível de não ser notada.”

Apesar de estudado, Francisco é o típico filho de fazendeiro, com mais discurso que ações e no início eu esperei sempre o pior dele, mas foi aí que a escrita da Elysanna me ganhou, porque ele é um personagem que cresce durante a história e, conforme as coisas acontecem, ele escolhe fazer o que é certo, mesmo que não seja a coisa mais fácil a ser feita.

Nesse momento da história, eu falei: “Bom e agora?” Nesse momento, uma reviravolta inesperada acontece, causada pela inveja e pela falta de caráter do melhor amigo de Francisco, o Otávio. Ele resolve querer “dividir” o brinquedo com Francisco e não sabe o que significa a palavra NÃO. E mais uma vez Cecilia se vê tendo que lidar com uma paixão avassaladora, enquanto tenta se livrar do obsessivo Otávio e enfrentar o ódio de Estela.

Essa última, ainda mais furiosa com a clara desobediência as suas ordens, tal qual faria com uma escreva, recorre à violência para se vingar da italiana que roubou o coração de seu filho e arruinou as chances de vê-lo casado com uma herdeira rica e com todos os benefícios que o casamento traria a ela também. E no meio desse turbilhão vamos descobrindo a riqueza do amor e do período em que ele acontece.

“Estou aqui porque "io ti amo". Porque quando eu te vi no carro de boi e achei que fosse morrer, desejei estar no seu lugar. Porque o amor que tenho por você é maior que qualquer coisa.”

Cheguei assim ao final do livro encantada com os detalhes históricos, desde os políticos aos da nova cultura trazida pelos europeus, pelo cuidado da autora com cada personagem e cada história, com cenas de amor de uma beleza e sensualidade muito bem escritas, sem cair na vulgaridade ou nos excessos. Ou seja, criou uma história de pano de fundo tão linda, quanto o romance do casal principal e ainda deu brilho e vida a vários personagens secundários deixando a história do livro como um todo, cheia de riqueza e com um final, ah!! Que final!! Fez valer cada momento de leitura dessa história;

A edição física apesar de limitada (mais um motivo para você garantir o seu) está lindíssima, a começar pela capa e o capricho da edição. Tem muito carinho envolvido em todo processo de edição e diagramação. Não deixe de ler e conhecer essa história que vai encontrar um lugar em seu coração como encontrou no meu.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Eternamente Cecilia
Ano: 2017
Páginas: 405
Editora: Publicação Independente
Sinopse (Skoob):
1890, Itália. Cecilia Agrizzi embarca com a família em um vapor para o Brasil em busca de trabalho e das terras prometidas pelo governo do Espírito Santo. Cecilia vai trabalhar em uma fazenda de café, mas quando seu pai adoece, ela se transfere para a cozinha da casa de Estela Dias, uma arrogante aristocrata que não perde a chance de humilhar seus empregados. Seus problemas só pioram depois que o herdeiro, Francisco, um conquistador nato, interessa-se por ela. Em meio à uma tórrida paixão, Cecilia precisará se livrar do obsessivo Otávio e enfrentar o ódio de Estela que usará de violência para se vingar da italiana que roubou o coração de seu filho e arruinou as chances de vê-lo casado com uma herdeira rica.
Eternamente Cecilia é a história de um amor proibido que desafia as convenções sociais do século XIX.

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_____Sobre a Autora_____

Elysanna Louzada

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Entreter e educar são os dois principais eixos condutores da carreira literária de Elysanna Louzada. Autora capixaba infanto-juvenil de obras adotadas em escolas e bibliotecas públicas e privadas, já esteve na lista dos 10 mais vendidos da revista Veja (categoria Ebooks) com os romances Uma lição de amor e Herdeiros do Trono, Drama e Fantasia, respectivamente, voltados ao público Jovem/Adulto.
Professora do Ensino Fundamental e Médio por 10 anos, formada em Letras-Inglês-Literatura, Elysanna Louzada iniciou sua carreira como escritora em 2011. Suas obras podem ser encontradas em diversas plataformas, como Amazon e Wattpad, e em lojas físicas.
Em julho de 2014 Elysanna Louzada foi homenageada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo com a Comenda Rubem Braga. Busca parceiros em todo o país para promover o projeto social Biblioteca escolar. 
Além da escrita, Elysanna Louzada dedica-se a realizar palestras gratuitas em escolas públicas e privadas para motivar crianças e adolescentes a lerem e escreverem. Seus livros e carreira já foram cobertos por diversos veículos de imprensa nacional. 

23 abril, 2018

Resenha :: Pamela (Virtue Rewarded)

abril 23, 2018 0 Comentários

Olá, Clube do Farol!

Estava sumida, né? Mas prometo voltar, rs! Hoje vamos conversar sobre um livro que eu estava LOUCA para ler! Vamos conversar sobre Pamela, do autor Samuel Richardson. A versão que li da obra foi a "maravillinda" feita pela Editora Pedrazul - parabéns! Vocês sempre são incríveis!

Se ainda não contei para vocês, conto agora... Não era muito de ler clássicos da literatura romântica, até conhecer a Bete (chefinha linda que amo!!) e a Pedrazul. Como não amar esses livros? Confira aqui a capa e contracapa!


Mas agora chega de conversa à toa e vamos ao que realmente interessa, né? Em Pamela, o leitor conhece a jovem Pamela - meio óbvio né? Rs. Tá, foco! Voltando ao enredo da obra, a jovem Pamela é uma serva de apenas 15 anos. Sua então patroa vem a falecer, e tudo que ela mais deseja é voltar a morar com seus pais.

"Por que deveria tremer o inocente assim, quando o culpado tem sua mente em paz?"

Entretanto, Mr. B, filho da sua patroa vem a se apaixonar por ela, e claro que ele não vai deixar ela voltar a morar com seus pais. Pelo contrário, ele faz inúmeras tentativas de seduzir Pâmela. A vontade de Mr. B em seduzir Pamela é tão maluca, que ele chega a falar que vai enviar ela de volta para os pais e  termina a mantendo como prisioneira em sua residência em Lincolnshire, vigiada por uma empregada horrível, a Mrs. Jewkes.

Pamela é uma jovem muito forte e determinada, porém boazinha demais. Ela é tão gente boa que não guarda nenhum tipo de sentimento ruim, por pessoa nenhuma!

“Sua mente é pura como a de um anjo e tanto transcende a minha. Sua sagacidade e seu julgamento, sem elogios falsos, são mais do que iguais ao meu: você tem todas as graças que a educação pode dar a uma mulher, aumentadas por um gênio que faz com que sejam naturais para você."

No que diz a respeito de Mr. B, ele até chega a ser um pouco encantador, porém suas atitudes mudam isso. Repare bem em uma coisa, se a obra fosse escrita em tempos atuais, com toda certeza, seria um livro que sofreria com "mimimi" nas redes sociais. Não estou dizendo que ele está certo - CLARO QUE NÃO ESTÁ! Mas, ao ler uma obra de caráter clássico, devemos nos atentar que para a época (século XVIII) era normal um nobre agir assim com uma mulher que fosse  muito abaixo de sua posição social. 

"Por muitas das vezes tenho dito, e há muito tempo, que não poderia viver sem você, e o orgulho da minha condição fez com que tentasse intimidar  você, mas sua virtude foi seu escudo em todas as tentações, e não se deu por vencida por terrores." 

Sobre a narrativa, gostei muito da maneira com o autor levou o enredo, confesso que gostei mais do que imaginava. 

"Se as riquezas da sua mente, e sua virtude imaculada, fossem colocadas contra a minha fortuna, (que um bem acidental, como posso chamá-lo, é tudo que eu tenho para me orgulhar) a vencedora será você..."

O que falar da edição? Linda! Espetacular! Uma coisa que achei super bacana (Sim! Eu falo isso), é que o os capítulos são as cartas que Pamela escreveu para sua família e seus pensamentos. Assim sendo, os capítulos variam conforme as cartas.

Foi uma experiência muito boa para mim quanto leitora, poder ler algo escrito por Samuel Richardson. Afinal o cara escreveu o livro que é considerado o "ponta pé" no lance de romances e ainda inspirou autoras com Jane Austen. Bom, vou me despedindo de vocês por aqui!

Espero que gostem... Beijos, Renara!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Pamela
Ano: 2016
Páginas: 392
Editora: Pedrazul
Sinopse (Skoob):
Pamela Andrews trabalha como criada na casa de uma rica família da Inglaterra rural. Quando sua senhora morre, seu filho, Mr. B, começa a importuná-la usando mil artimanhas. Pamela, contudo, decide voltar para a casa de seus pais, mas suas cartas são interceptadas. Sozinha, desprotegida ela é implacavelmente perseguida. Embora se sinta atraída por ele, ela mantém-se contra suas exigências e ameaças de rapto, determinada a defender a sua virgindade e respeitar seus padrões morais. Uma heroína serva, ricamente cômico, um elenco diversificado, no qual, o vilão e o herói se misturam, é, no mínimo, incomum. Com o subtítulo ‘Virtude Recompensada’, este romance epistolar, evoluído para os padrões do século XVIII, é, de fato, emocionante. 


Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.

21 abril, 2018

Resenha :: O Diário de Mr. Darcy (Darcy's diary)

abril 21, 2018 6 Comentários

Olá faroleiros!!! Trago pra vocês a resenha de mais um livro maravilhoso publicado pela Pedrazul EditoraO Diário de Mr.Darcy, inspirado na obra Orgulho e Preconceito de Jane Austen. Mas aviso desde já que você só pode ler este livro após ter lido a obra que lhe inspirou, pois se trata em essência da mesma história, só que agora na ótica do Mr. Darcy.

Fitzwilliam Darcy é um jovem cavalheiro, descendente de um conde por parte de mãe, rico, gerente de todas as propriedades da família, herdado após o falecimento dos pais, bem como o responsável pelo sua irmã, compartilhando a guarda dela com seu primo. É um homem justo e correto, porém devido a sua criação, possui extremo orgulho, tanto pessoal como familiar.

Ele resolve acompanhar o seu amigo em uma viagem para Hertfordshire, onde Mr. Bingley encontrou um imóvel para alugar e deseja avaliar se compra ou não a mesma durante a temporada de verão. É lá que ele irá conhecer a Miss Elizabeth Bennet e pela primeira vez, viverá um conflito com os seus sentimentos a respeito de uma dama. Pela primeira vez ele irá vivenciar de forma direta e até mesmo escandalosa, em seu modo de ver, a maneira com que algumas mães agem no intuito de casar suas filhas. Pela primeira vez também ele irá realmente se encantar por uma jovem.

“Miss Elizabeth Bennet! Ela exclamou. Estou completamente surpresa. Há quanto tempo ela tem sido sua favorita? E me diga quando é que devo lhe desejar felicidades? – É exatamente essa pergunta que eu esperava que você fizesse, eu disse a ela. A imaginação de uma dama é muito ágil, ela salta da admiração para o amor e do amor para o matrimônio num instante. Eu sabia que me desejaria felicidades. (...) Eu a deixei falar. Estava plenamente indiferente ao que ela dizia. Se eu quiser admirar Miss Elizabeth Bennet, assim o farei”.

Não vou falar muito sobre o enredo da história, pois ela segue a risca o tempo e fatos da história original, no que diz respeito aos fatos em comum narrados no livro Orgulho e Preconceito e por mais que deseje muito comentar alguns fatos, não quero dar nenhum spoiler, principalmente para quem ainda não leu a obra de Jane Austen, mas digo, leiam, mesmo que não seja o seu gênero favorito, você irá se surpreender.

Eu amei este livro por vários motivos; a autora conseguiu de maneira brilhante manter o “tom” da narrativa de Jane Austen, ela conseguiu reproduzir a história acrescentando vários fatos sem descaracterizar a narrativa da história original e a personalidade dos personagens, o fato de ser narrado pelo Mr. Darcy, como se estivéssemos lendo o seu diário incluindo a passagem do tempo, conhecer seus pensamentos e assim compreender melhor suas atitudes e, desta forma, também conhecer seus sentimentos.

“Não pude evitar sorrir. É essa malícia que me atrai, é provocativa sem ser impertinente. E eu nunca havia encontrado isso em mulher alguma antes. Ela ergue o seu rosto de tal modo quando faz um de seus comentários divertidos que sou tomado por um fortíssimo desejo de beijá-la. Não que eu fosse ceder a tal impulso, mas de qualquer forma ele está lá”.

Este livro é um complemento perfeito para a obra que lhe inspirou e merece nota 5/5. A leitura dele foi fácil e divertida e me fez até gostar mais do Darcy, curti muito e recomendo. A edição é linda e a tradução foi feita com todo o primor que uma literatura estrangeira merece.

Boa leitura,

Carol Finco


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

O Diário de Mr. Darcy
Ano: 2015
Páginas: 220
Sinopse (Skoob):
O único lugar em que Darcy podia compartilhar seus sentimentos mais profundos era nas páginas de seu diário. Atormentado entre o senso de dever para com o nome de sua família e seu crescente amor por Elizabeth Bennet, o leitor terá acesso à sua alma, ao drama de um cavalheiro que luta para não sucumbir ao amor. O Diário de Mr. Darcy: uma imaginação hábil e graciosa do ponto de vista de um dos heróis mais amados da mais duradoura história de amor de todos os tempos.


Editora Pedrazul atualmente é a editora que mais se dedica à tradução e à publicação de obras mundialmente consagradas, algumas ainda desconhecidas no mercado editorial brasileiro, como os autores que influenciaram o estilo da mais famosa escritora inglesa de todos os tempos, Jane Austen. Também atua no segmento romance histórico e de época escritos por autores contemporâneos.

19 abril, 2018

Resenha :: Selvagens: Unidos ao Acaso

abril 19, 2018 0 Comentários

Queridos Faroleiros,

Conheci Sue Hecker, autora da série Mosaico, e Danilo Barbosa durante a Bienal do Rio de 2017. Não li nada deles até o momento, então, quando vi o e-book Selvagens, aproveitei a oportunidade para conhecer a escrita desses dois autores nacionais de romances eróticos.


Selvagens: Unidos ao Acaso conta a história de Janice Parker, filha de um biólogo marinho de origem americana e de uma oceanógrafa brasileira. Ela trabalha em um projeto para salvar a vida de leões-marinhos na Universidade Internacional da Flórida, na cidade de Miami. O projeto coordenado por ela corre o risco de ser encerrado por falta de patrocínio e sai sozinha de barco no meio de uma tempestade na tentativa de salvá-lo.

O barco é pego por um tsunami e ela fica à deriva em mar aberto até acordar em uma ilha exuberante e desconhecida do mundo. Janice é salva por Tarso, um homem misterioso e atraente que ora se comporta como um animal selvagem, ora como um cavalheiro.

Seu jeito rústico e, ao mesmo tempo, requintado, transformava-o no bruto ideal.

O passado de Tarso explica o seu comportamento arredio e traz uma nova perspectiva para o romance que me lembrou um pouco o clássico de Edgar Rice Burroughs: Tarzan. Além do romance se passar em uma ilha deserta, Tarso está sempre acompanhado da gorila Kika. Ela é hilária, mas faz com que a gente não leve a história muito a sério.

Precisei desligar o senso crítico em alguns momentos e esperava que as cenas eróticas fossem mais quentes, mas a história tem bons momentos. O legal é que não consegui identificar o momento em que a escrita era de um dos autores ou de outro. O livro não é ruim, só esperava mais por causa dos nomes envolvidos.

A discussão sobre o que é ser selvagem é interessante. Para Tarso, essa palavra é sinônimo de liberdade, quebra de sociabilidade e condutas. É dispensar afabilidades desnecessárias e cumprir apenas aquilo que seu instinto exigia.

O que é ser selvagem para você?

Com amor, André.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Selvagens: Unidos ao Acaso
Ano: 2018
Páginas: 300
Editora: Amazon
Sinopse (Skoob):
Como se controla o coração, se a única coisa que ele deseja é ser livre?
Janice sempre foi apaixonada pela beleza e mistérios proporcionados pela natureza. Filha de biólogos mundialmente reconhecidos, tomou para si o desafio de continuar o legado dos pais, não deixando, pois, espaço para o amor ou outras distrações.
Agora, na Flórida, a brasileira vê seu principal projeto correr o risco de ser encerrado por falta de patrocínio. E, na tentativa de salvá-lo, acaba por colocar a própria vida em risco.
Pega por uma enorme tempestade enquanto estava em alto-mar, Janice vai parar em um lugar inesperado, uma ilha verde e exuberante, desconhecida pela maioria das pessoas.
Lá, ela conhece Tarso, um homem misterioso e atraente, cujo comportamento se divide entre a brutalidade de um animal selvagem e o cavalheirismo de um homem da metrópole. Alguém que possui tudo que atrai e, ao mesmo tempo, repudia a bióloga, fazendo com que ambos entrem em choque.
Será que Janice irá se render àquele que se autodenomina o rei do lugar? Um homem desconhecido e sensual, que mal se mantém vestido e que constantemente a leva à loucura? Ou será ela capaz de domesticar a fera que habita dentro de Tarso?
Qual os limites que ambos serão capazes de ultrapassar pelo desejo?
Explodindo em tensão e sensualidade, Sue Hecker e Danilo Barbosa proporcionam às leitoras uma história apaixonante, que será difícil esquecer. Duas forças da natureza. Um homem e uma mulher dispostos a fazer valer suas vontades, tendo como cenário as paradisíacas ilhas das Bahamas. Viaje por essa trama explosiva, criada por dois nomes que são referência no romance nacional contemporâneo. Descubram o que pode acontecer quando nos entregamos aos nossos desejos mais primitivos. Sejam Selvagens.

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17 abril, 2018

Especial Senhor dos Anéis :: A Experiência de Releitura

abril 17, 2018 0 Comentários

Olá, tudo bom?

Este ano estabeleci algumas metas literárias, entre elas reler a obra Senhor dos Anéis de J. R. R. Tolkien e, graças ao projeto Regresso à Terra-Média feito pelo Clube do Farol em parceria com o Instagram Corvos de Odin, eu consegui.

Durante esta releitura, anotei diversas passagens que me marcaram de alguma forma, bem como informações que achei pertinentes em relação aos personagens e locais descritos, e também meus sentimentos ao longo dessa jornada.

Foi extremamente interessante revisitar a Terra-Média - com a companhia desta maravilhosa comitiva - mesmo depois de tantos anos em que fiz uma jornada solitária por ela. A compreensão que tive acerca da obra melhorou e agora tenho novas doces lembranças ao olhar os livros em minha estante.


É bem interessante notar como nossa percepção sobre as coisas muda ao longo da vida, e que as experiências acumuladas ao longo dela podem contribuir e muito ao reembarcar em uma aventura, dito isto saiba que eu não apenas sou fã de releituras como as estimulo sempre!

Gostaria de saber de você leitor, quais obras você já releu e/ou pretende? E, caso você nunca tenha relido algum livro querido, porque nunca teve essa experiência?

Abraços!

16 abril, 2018

Primeiras Impressões :: Os livros de Esteros - As Crônicas de Fedors

abril 16, 2018 0 Comentários

Olá amigos, vou trazer as primeiras impressões de: "As crônicas de Fedors", Livro 1 de "Os Livros de Esteros". Este livro é o primeiro best seller da editora Selo Jovem, e o meu exemplar é da 4ª edição - revista e atualizada (ponto pra o autor e editora, pelo cuidado) e que veio lindamente ilustrada.

Vale ressaltar que apesar de na sinopse constar que Vamcast é um menino que desejou dominar ao mundo aos 13 anos, ele é um deus – um ser com diversos poderes e que esses 13 anos não são em uma medida humana. E assim, começa a desconstrução da própria história que criamos ao ler a sinopse para a que vamos ler neste livro complexo, rico em mitologia, magia e histórias.

O mapa indica os principais locais do Continente Naires e o prefácio trás um belo texto de apoio para leitura desse livro, esclareço que: o prefácio não explica o livro, se propõe a falar sobre a história da publicação e suas continuações que virão. Nas notas do autor, encontramos dicas de maneiras de ler essa primeira obra introdutória, para quem, como eu, não é assídua leitora de fantasia medieval poder aproveitar ainda mais da história e da leitura.

Apesar de estar indo para um novo universo, literalmente, o estranhamento dos nomes e das informações não causa nenhum desconforto e logo a localização do leitor em cada parte fica fácil e tranquila.

Eu segui a dica de começar a ler primeiro "A mitologia esteriana" e tem sido até o momento uma aventura bastante emocionante. Pois essa, se constrói ainda na infância da humanidade, sendo baseada em fatos fictícios e científicos relacionados ao universo e seres vivos em geral. E narra os primeiros confrontos entre os deuses dominadores dos mundos habitáveis e as primeiras discórdias entre Nazebur e seus irmãos. Os deuses da mitologia esteriana são 30 e foram espalhados por todo universo, cada qual com o seu legado: cuidar das vidas que foram designadas. 

Nazebur tem como meta destruir a vida nos mundos existentes no universo, a sua missão é corromper almas mortais e dizimar a vida nos planetas, transformando a todos em espectros. Esses, por sua vez, possuem passe livre e podem caminhar sobre os mundos paralelos, se fortificar e evoluir nos corpos mortais, como larvas em um hospedeiro.

Nesse primeiro livro, o foco fica na família Destrus, da qual nosso narrador Fedors fez parte, até seus sofrimentos e acontecimentos que o levaram a ser um morto-vivo. Em sua narrativa a Salazar (que são os fatos que serão contados nesse livro), ele irá explicar como essa família, com a linhagem de reis mais antigas e conceituadas de Naires, assume o poder do local onde os fatos desse livro acontecem.

Com esse breve relato, já deixo claro que nenhum juízo do valor desse livro deve ser feito antes de sua leitura e de ter si inteirado de todo o vasto universo de histórias e personagens. Então fico por aqui por hora e logo volto para contar como foi a leitura total desse livro.

Até breve, Elis



Informações Técnicas do livro

Os livros de Esteros
As crônicas de Fedors #1
Ano: 2016
Páginas: 305
Editora: Selo Jovem
Sinopse (Skoob):
“A minha consciência é atormentada por milhares de vozes e cada uma traz-me milhares de histórias, e em todas elas eu sou o vilão condenado. Voltarei no tempo para consertar meus erros. Eu quero me redimir, ofertarei o meu reino, todo o meu ouro, e se necessário, a minha própria alma.” 

Esteros nos leva para um mundo medieval, onde reis se tornam homens individualistas, crianças são incentivadas a fazer o bem acima de qualquer coisa, e até mesmo o mal deixa de ser temido. Entretanto, a inocência é algo inevitável para um povo que só preza a paz. 

Vamcast, o menino que desejou dominar o mundo aos 13 anos não tinha amigos e buscava constantemente o afeto do pai que era um homem frio e descuidado. Por ser assim errou na criação do seu filho. O governante descuidado traz o caos ao seu povo, mas um homem sensato precisa corrigir seus próprios erros. 

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14 abril, 2018

Resenha :: A Maldição do Vencedor (The Winner's Curse)

abril 14, 2018 13 Comentários

Olá pessoal,

Hoje trago para vocês A Maldição do Vencedor, que é o primeiro livro de uma trilogia (todos os livros traduzidos e já lançados no Brasil), onde a autora Marie Rutkoski nos apresenta o mundo conflituoso, vivido pelos olhos de Kestrel, e trágico, vivido pelos olhos de Arin, os protagonistas da história. Herran é um território recentemente ocupado pelos valorianos e seu povo, os herranis foram escravizados no processo. Arin é um desses escravos e Kestrel, uma valoriana, filha do general, arremata esse escravo num leilão emocionante onde o jovem chama a sua atenção, porque foi apresentado como cantor.

“O escravo estava olhando fixamente para ela agora, o que não era nenhuma surpresa, visto que ela tinha iniciado aquela loucura. Kestrel sentiu algo dentro de si se equilibrando na linha entre o destino e a escolha.”

Então não resta nada a Kestrel, senão levar sua aquisição para casa e conviver com ele todos os dias. Mas o jovem a perturba de um modo que ela não compreende. Arin se recusa a cantar, o que a deixa frustrada, pois a garota toca piano e adoraria ouvi-lo. Conforme os dias se passam, as interações entre eles são inevitáveis. Kestrel ainda não sabe o verdadeiro nome de Arin. Desde o leilão fora apresentado como Smith e assim é chamado por todos.  Também não imagina quais são suas verdadeiras pretensões.

Por outro lado, Arin descobre que Kestrel é mais do que a filha mimada do general: é uma exímia jogadora de “morder e picar” e esvazia os bolsos dos homens num piscar de olhos. E que a garota encontra-se num dilema de vida, pois o seu pai espera que ela tome lugar ao seu lado no exército valoriano, enquanto ela só quer tocar seu piano e deixar decisões sobre o futuro para mais tarde.

“Então, ele a encarou, e ela ficou tão surpresa que deixou uma mão cair sobre as teclas com um som nada musical. Arin sorriu. Era um sorriso sincero, que mostrou a ela que todos os outros tinham sido falsos. – Obrigado – ele disse.”

Assim, quando Arin fica em apuros, a garota corajosamente entra em cena para ajuda-lo, mesmo que sua própria vida esteja em risco. O escravo se desespera ao vê-la se sujeitar ao risco, mas nada do que ele faça ou diga a faz voltar atrás. Este ato expõe a relação dos dois perante a sociedade valoriana que habita Herran e preocupam seus amigos Jess e Ronan, que é apaixonado por Kestrel.

“Ele não tinha direito, Kestrel pensou. Não tinha direito de confundi-la. Não agora, quando ela precisava de clareza. Tudo tinha parecido ser tão simples na noite anterior, na escuridão da carruagem.”

O sentimento e a confiança dos dois são colocados à prova quando uma rebelião acontece e a guerra entre herranis e valorianos é iminente. A realidade de ambos muda drasticamente e Kestrel se vê sozinha em meio ao caos que o mundo deles se transformou. Diante da nova realidade ela tem a oportunidade de conhecer o verdadeiro Arin, seu passado quando não era escravo e todos os motivos que o levaram a tomar as decisões que culminaram na situação presente deles.

“Fale, eles diziam.
Fale, o beijo respondia.
O amor estava na ponta da língua de Kestrel. Entretanto, ela não conseguia pronunciá-lo.”

E quando Kestrel toma a decisão que pode mudar tudo entre ela e Arin, deixará para trás tudo pelo que passaram? Ou sua esperteza nos jogos poderá salvá-los da punição de seus atos? A maldição do vencedor cobrará o seu preço e o destino do casal é uma caixinha de surpresas.

A minha leitura foi no formato digital. Confesso que prefiro os livros físicos, mas acho que minhas impressões não foram prejudicadas por causa disso. A Maldição do Vencedor é um livro original, onde os personagens não se apaixonam instantaneamente. Temos a oportunidade de acompanhar o crescimento de ambos e o desabrochar do sentimento entre eles gradativamente. Isso não quer dizer que eu fiquei cansada da leitura de início. Não, pelo contrário. A autora conseguiu me prender desde as primeiras páginas, pois o universo apresentado é rico e diferente de muitos já vistos. Então, mesmo que não haja imprint desde o começo da interação do casal Arin e Kestrel eu fiquei empolgada para saber o que ia acontecer com eles e torcendo por um final feliz.

Nota pessoal 4/5 pela fluidez da história e porque realmente adorei a leitura. Quando terminei já estava ansiosa para engatar a continuação. Super indico para quem curte um bom livro de fantasia e ficção com uma pitada de romance.

Boa leitura a todos.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Maldição do Vencedor
Trilogia do Vencedor #1
Ano: 2016
Páginas: 328
Editora: Plataforma21
 
Sinopse (Skoob):
Kestrel quer ser dona do próprio destino. Alistar-se no Exército ou casar-se não fazem parte dos seus planos. Contrariando as vontades do pai - o poderoso general de Valória, reconhecido por liderar batalhas e conquistar outros povos -, a jovem insiste em sua rebeldia. Ironicamente, na busca pela própria liberdade, Kestrel acaba comprando um escravo em um leilão. O valor da compra chega a ser escandaloso, e mal sabe ela que esse ato impensado lhe custará muito mais do que moedas valorianas. O mistério em torno do escravo é hipnotizante. Os olhos de Arin escondem segredos profundos que, aos poucos, começam a emergir, mas há sempre algo que impede Kestrel de tocá-los. Dois povos inimigos, a guerra iminente e uma atração proibida... As origens que separam Kestrel de Arin são as mesmas que os obrigarão a lutarem juntos, mas por razões opostas. A Maldição do Vencedor é um verdadeiro triunfo lírico no universo das narrativas fantásticas. Com sua escrita poderosa, Marie Rutkoski constrói um épico de beleza indômita. Em um mundo dividido entre o desejo e a escolha, o dominador e o dominado, a razão e a emoção, de que lado você permanecerá?