27 novembro, 2019

Resenha :: Luva Vermelha (Mestres da Maldição #2)

novembro 27, 2019 0 Comentários

  Pode conter spoiler do livro anterior.

Confira a resenha do primeiro livro da trilogia!


O segundo livro da trilogia “Mestres da Maldição” consegue ser tão bom quanto o primeiro, não se tem o erro da maioria das séries ou trilogias de uma continuação morna, os acontecimentos aqui estão um pouco mais acelerados.

Só um monstro faria isso, mas eu já sei que sou um monstro.

Principalmente falando do protagonista que se mostra bem mais inteligente agora. Uma das poucas coisas que me incomodou em Gata Branca era que ele se descrevia bem melhor golpista do que realmente mostrava, mas Luva Vermelha traz um Cassel verdadeiramente esperto e com menos erros na hora do golpe. (Sim, ele age de forma completamente ilegal, mas torcemos mesmo assim)

— Você sempre foi bom, Cassel — comenta ele ao fechar a porta. — Não faço ideia de como ficou assim. Você simplesmente ficou. Como o garoto Cooper maluco. Não consegue controlar.
— Não sou bom — falo. — Eu manipulo todo mundo. Todo mundo. O tempo todo.
Ele solta uma risada.
— A bondade não vem de graça.

Nessa sequência, Cassel tenta seguir a vida depois de descobrir que é um dos mestres mais poderosos que existe, e era usado por seus irmãos sem que desconfiasse, mas agora as coisas se tornaram bem mais difíceis depois de uma morte misteriosa. Ele se vê preso entre Máfia e o FBI e sabe quanto se tornou alguém valioso. 

— A magia nos dá muitas escolhas — diz vovô. — A maioria delas é ruim.
[…] Eu me pergunto se esse é meu futuro. Escolhas ruins. Porque sem dúvida se parece muito com o meu presente.

Com a família que nosso protagonista tem quem precisa de inimigos? Eu realmente amo esse desenvolvimento familiar que Holly Black criou. Está tudo tão bem conectado que não podemos rotular os personagens como bons ou maus, apesar de coisas visivelmente imperdoáveis terem sido feitas, todos são tão interessantes que no livro dificilmente odiamos a persona, apenas as atitudes. 

Achei que jamais conseguiria trair minha família, jamais enfeitiçaria quem amo, jamais mataria alguém, jamais seria como Philip, mas me torno a cada dia mais parecido com ele. A vida é cheia de oportunidades para tomar decisões ruins que parecem boas. E, depois da primeira, o resto fica bem mais fácil.

O enredo romântico de Cassel e Lila foi desenvolvido bem melhor do que eu esperava. Depois daquele final em Gata Branca tive receio de que atitudes clichês seriam exageradamente reproduzidas em Luva Vermelha. Apesar de achar que Lila acabou perdendo um pouco de sua força de personalidade que tinha demonstrado antes por conta de estar enfeitiçada, fiquei receosa do que seria feito da relação dos dois. Mas agora estou receosa com o que ficou em aberto enquanto a isso para o último livro da trilogia, rs. 

Dói pensar nela, mas não consigo parar. Tem que doer. Afinal, o inferno é para ser quente.

Tirando a história central do que ficou em torno desse livro, muitos dos acontecimentos em relação aos personagens ficaram em aberto para serem melhor trabalhados na continuação, além de terem sido uma grande ponte para conectar mais ainda os personagens e a história em si, não tem muito o que falar sem soltar grandes spoilers (evitamos isso aqui, rs).

Então minha opinião até agora é que essa série está valendo muito a pena. E se você está em dúvida em continuar ou não a trilogia, te garanto que tudo só tem a melhorar. Vamos confiar em Holly Black e ver o que ela nos apresentará  com o grande finale em Alma Negra

A verdade é confusa. É crua e desconfortável. Não se pode culpar as pessoas por preferirem mentiras.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Luva Vermelha
Mestres da Maldição #2
Ano: 2014
Páginas: 368
Editora: Rocco
Sinopse:
Maldições e golpes. Magia e máfia. No mundo de Cassel, tudo caminha junto. Cassel sempre se viu como um cara comum, até perceber que sua memória era manipulada pelos irmãos. Agora ele sabe a verdade: é um mestre da maldição muito poderoso. Um toque de sua mão pode transformar qualquer coisa – ou qualquer um – no que ele quiser.
Quando seu irmão mais velho é assassinado, os Federais recrutam Cassel para ajudar a desvendar a única pista: imagens da cena do crime de uma mulher usando luvas vermelhas. Mas a máfia também está atrás de Cassel – sabe o quão valioso ele pode ser.
Para sobreviver, Cassel terá que ficar um passo à frente tanto da lei quanto da máfia. Mas a quem ele deve recorrer se não pode confiar em ninguém – menos ainda em si mesmo? O amor é uma maldição, e o golpe é a única vantagem em um jogo perigoso demais para perder. Conseguirá Cassel escapar das garras da lei e da máfia, terminando o ano letivo na exclusiva escola Wallingford como a maioria dos outros alunos, cujas grandes preocupações são a formatura e a matrícula na faculdade? A amizade com Sam e Daneca resistirá aos segredos que envolvem o jovem mestre da transformação?
Em uma narrativa recheada de ação e mistério, Holly Black prende a atenção dos leitores e mostra que o amor pode ser uma maldição e a confiança o único caminho em um universo onde nem sempre as coisas são o que parecem. As apostas estão cada vez mais altas nesta fascinante sequência de Gata branca, da série Mestres da Maldição.

25 novembro, 2019

Resenha :: Um Gato de Rua Chamado Bob

novembro 25, 2019 0 Comentários

Peguei esse livro porque queria algo leve, tinha me prometido ler antes do filme e sinceramente, enfim, li o livro em 3 horas. Vamos ao livro? Foi escrito em primeira pessoa. James Bowen conta a história de sua vida a partir do momento que ele encontra Bob. 

Antes de tudo, quero dizer que James foi super feliz em sua maneira de contar a história de sua vida com o Bob. Quando ele encontrou Bob, ambos estavam em um mau momento. Eu particularmente penso que o gato o encontrou, mas enfim. A questão é que ele (James) podia ter escrito sobre sua heroica luta contra as drogas e toda sua triste situação. Não, ele não fez isso, o que foi maravilhoso.

Todo mundo precisa de um tempo, todo mundo merece uma segunda chance. Bob e eu agarramos a nossa...

Você passa a leitura com o ponto de vista de quem viveu nas ruas, seja por uma fuga ou outro motivo. Seja humano ou animal. Contudo ele se apega sobre a luta por sobreviver, mas de maneira digna, bem. De se fazer pequenas grandes escolhas, como por exemplo: “Então adotar ou não aquele gato?”. Sobre o amor incondicional que alguém é capaz de sentir. De dar e receber. O amor é o único sentimento que quanto mais se dá, mais se recebe. Porque o simples fato de dar amor já enche ao doador de amor. E que, infelizmente, o egoísmo torna tudo ainda mais difícil.

A história da amizade entre um homem e seu gato.

O processo de recuperação da saúde de Bob se alia ao de processo de recuperação de James. E a decisão de seguirem juntos, faz pensar quem estava cuidando de quem. A narrativa dos piores momentos vividos nas ruas em busca do sustento de James e Bob são narradas de forma emocionante, mas não emocional. E isso deixa o texto emocionante, e te leva a simplesmente caminhar ao lado de ambos revivendo aqueles momentos.

Ver-me com meu gato suavizou-me aos olhos das pessoas. Ele me humanizou. Especialmente depois de eu ter sido tão desumanizado. De certa forma, ele estava devolvendo minha identidade. Eu tinha sido uma não pessoa; e estava me tornando uma pessoa novamente.

Diversas vezes me peguei extremamente feliz por saber que aquele texto é verdade. Que ambos, James e Bob, são reais, são amigos e continuam ambos ajudando um ao outro. Quero muito ver Bob no cinema por ele estar no papel dele mesmo. Ora essas, ele é um astro!!! Gostaria que as pessoas se mostrassem tão receptivas com James assim como são com Bob. É meio o que acontece quando se tem um bebê, sabe? As pessoas simplesmente se esquecem da mãe... Mas tudo bem, você também só pensa no bebê, enfim... Leia!! Qualquer que seja o momento de sua vida. Esse livro se encaixa em todos esses momentos!! Como foi bom ter escolhido esse livro no dia de hoje.

Boa Leitura.


Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Um Gato de Rua Chamado Bob
A história da amizade entre um homem e seu gato
Gato Bob # 1
Páginas: 208
Editora: Novo Conceito
Sinopse:
Quando James Bowen encontrou um gato ferido, enrolado no corredor de seu alojamento, ele não tinha ideia do quanto sua vida estava prestes a mudar. Bowen vivia nas ruas de Londres, lutando contra a dependência química de heroína, e a última coisa de que ele precisava era de um animal de estimação. No entanto, ele ajudou aquele inteligente gato de rua, a quem batizou de Bob (porque tinha acabado de assistir a TwinPeaks).
Depois de cuidar do gatinho e trazer-lhe a saúde de volta, James Bowen mandou-o embora imaginando que nunca mais o veria. Mas Bob tinha outras ideias. Logo os dois tornaram-se inseparáveis, e suas aventuras divertidas — e, algumas vezes, perigosas — iriam transformar suas vidas e curar, lentamente, as cicatrizes que cada um dos dois trazia de seus passados conturbados.
Um Gato de Rua Chamado Bob é uma história comovente e edificante que toca o coração de quem a lê.


O Grupo Editorial Novo Conceito oferece sempre os best-sellers mais aguardados e comentados do meio literário. Em anos de sucesso editorial, foram vários os autores e títulos reconhecidos na principais listas do PublishNews e Veja. O selo Novo Conceito foi desenvolvido para reunir essas grandes publicações, além das novidades e lançamentos internacionais que ainda virão.

23 novembro, 2019

Resenha :: A Outra — Duas Irmãs, Uma Troca

novembro 23, 2019 0 Comentários

Oi, faroleiros. Não é simplesmente fantástico quando recebemos a recomendação de um livro para ler e ele te arrebata completamente?? Pois foi isso que aconteceu comigo depois de finalmente resolver ler um livro que tinha sido indicado por uma grande amiga me dizendo, e a todos mais a quem ela indicou, que esta história havia sido a cura para sua resseca literária.

Pois bem, peguei meu Kindle para ler o bendito livro antes de dormir e tive que brigar comigo mesma para larga-lo, pois tenho que acordar bem cedo para ir ao serviço. Na hora do almoço desesperada fui continuar a ler e quando já estava na metade, completamente louca de vontade para chegar ao final e não tinha como ler mais nada, fui obrigada a solicitar um spoiler à minha amiga ou não conseguiria trabalhar. Sério, gente, há muito tempo que isso não acontecia comigo, a ansiedade e, principalmente, a necessidade de saber o que iria acontecer foi desesperadora, e mesmo com o simples comentário que recebi, quando terminei de ler foi aquele: uau... A autora foi fantástica e que orgulho saber que é uma autora nacional, com certeza irei ler mais livros dela.

Ficou com curiosidade? Vou falar então um pouco desta história maravilhosa que tem conquistado a todos que curtem um romance com bastante drama e diversão, mas principalmente com um final super especial de tão espetacular. A Outra, título de novela mexicana e com o mesmo tempero no enredo, sinceramente, a autora deve ter sido fã da novela A Usurpadora.

Melissa Blake é uma mulher que chegou aos vinte e oito anos de idade sem conseguir realizar o seu maior desejo, se casar com um homem que lhe tocasse o espírito e que juntos formassem uma família, mas ao contrário, após ter seu livro publicado pela editora em que trabalhava, ficou tão famosa que a chefe acabou se tornando sua única amiga além de agente e editora. Agora ela pode não ter uma família, mas é bastante rica. Infelizmente a sua única parente, a mãe, está morrendo de câncer no hospital e para completar seu desespero ela descobre em um dos poucos momentos de lucidez da mãe que não era filha única, ela tinha uma irmã e era desejo de sua mãe revê-la antes de morrer. Lógico que ela iria tentar cumprir o desejo da mãe, só não contava com as surpresas maiores que viriam, aliás, ela nunca poderia imaginar a loucura que iria ocorrer na sua vida.

Os mesmos cabelos castanhos, a pele branca, até as poucas sardas no nariz... Idênticas. Por um momento, não consigo sequer respirar, quanto mais falar. A outra está sorrindo. O mesmo sorriso que eu via todos os dias no espelho. Assustadoramente igual.

Idênticas na aparência, mas opostas na personalidade. Ela de cara percebeu que sua irmã não apenas é mais parecida a sua mãe que ela, como também quase morreu de inveja e susto ao saber que ela é casada há dez anos e tem três filhos, porém está completamente infeliz. Enquanto Mel precisa sair em turnê do seu livro, mas passa mal só de pensar em falar em público, sua irmã tem toda a desenvoltura que lhe falta. É então que sua irmã, após se passar por ela em uma entrevista, sugere que elas troquem de lugar pelos dois meses de turnê da Mel. A Melanie iria pra turnê, enquanto a Melissa voltaria para Lakewood, cuidar dos filhos dela, tentar arrumar as coisas para a Melanie e de quebra conhecer o pai delas.

Melissa não queria confessar pra si mesma, mas enquanto a irmã despreza a vida que tinha, era o sonho mais antigo e desejado da Mel e que depois de ver a foto de Connor, o marido da Melanie, algo havia se mexido dentro dela de tal forma que não tinha a mínima ideia de como explicar, muito menos entender sua reação, sem falar que ela não contava com o tamanho da confusão que sua irmã havia deixado para trás, e principalmente o quando toda esta situação iria afetar o seu coração.

A história tem uma narrativa excelente, que lhe prende desde o início e só vai lhe aumentando a vontade de chegar ao fim. Fiquei completamente arrebatada e apaixonada ao final. Dou nota 5/5 com muita satisfação e alegria para este livro. E como se não bastasse, a autora ainda fez um conto complementar para a história que só acrescentou de maneira superbacana o meu amor pelo livro. Gostaria muito de ter esta história impressa.

Se você curte romance, aproveite esta dica e leia esta história.

Boa leitura,

Carol Finco


Nota :: 

Informações Técnicas do livro

A Outra
Duas irmãs, uma troca
Ano: 2018
Páginas: 407
Editora: Amazon
Sinopse:
A tímida e insegura Melissa Blake, passou a infância e adolescência como filha única, se mudando de cidade em cidade com uma avoada mãe que vivia a caça da próxima aventura. Adulta, se mudou para Nova York para fazer faculdade e gostava de escrever apenas para si, enquanto suportava um emprego chato como secretária numa pequena editora tendo encontros mornos com caras desinteressantes, sempre sonhando que um deles iria arrebatar seu coração e colocar em sua mão um lindo anel para depois terem lindos bebês e serem felizes para sempre.
Há três anos, Melissa viu sua vida mudar inesperadamente ao se tornar Mel Blake, uma das escritoras mais badaladas da atualidade. E agora, aos vinte e oito, Mel é uma jovem mulher muito rica, dona de um espaçoso apartamento no Upper East Side e com mais dinheiro do que poderia gastar, afinal, continuava sendo uma garota simples que odiava ser o centro das atenções e que trocaria tudo por uma família para amar.
Porém, às vezes, a vida toma um rumo totalmente extraordinário sem que possamos prever ou evitar. Sua mãe é acometida por uma grave doença e com a proximidade da morte, confessa a Mel algo que mudará tudo para sempre: A existência de sua irmã gêmea, Melanie.
Surpreendida, Mel se encontra com a irmã descobrindo que, apesar de idênticas na aparência, não poderiam ter histórias mais diferentes. 
Vivendo uma existência simples em uma pequena cidade com seu marido e filhos, Melanie vê o chamado de Melissa como uma oportunidade para fugir de uma situação na qual se sente presa e infeliz. E se surpreende quando descobre que sua irmã é rica e famosa, tudo o que sempre sonhou para si. E mais: sua vida simples e bucólica é algo tão almejado por Mel.
Seduzidas, uma pelo glamour e a outra pela simplicidade, as gêmeas entrarão num jogo de troca de identidade tão perigoso quanto tentador.


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21 novembro, 2019

Resenha :: Gata Branca (Mestres da Maldição #1)

novembro 21, 2019 0 Comentários

Essa é uma trilogia que li pela primeira vez há alguns anos, mas só depois de uma releitura recente que decidi compartilhar mais sobre ela com vocês, pelo melhor motivo possível: Conseguiu me prender novamente como se fosse a primeira vez! 

Minta até que você mesmo acredite, esse é o verdadeiro segredo sobre mentir. É o único meio de não ter nada que entregue você.

Nesse universo, criado pela autora Holly Black, existe uma parcela bem pequena da população chamada de mestres, pessoas que tem poder de mudar emoções, sorte, memórias e até matar com apenas um toque de suas mãos. A existência de mestres nessa sociedade é permitida, mas usar os dons é considerado crime. Como mãos são como armas (até mais perigosas), todos usam luvas sendo mestres ou não e, dificilmente, as tiram na frente de outras pessoas por ser algo de extrema intimidade. 

Nosso professor dizia que, se alguém viesse em nossa direção com as suas mãos nuas, deveríamos considerar aquelas mãos potencialmente tão mortais quanto facas...

Nesse universo temos um protagonista tão interessante quando o próprio mundo criado pela autora. Cassel não nos é apresentado como um personagem ingênuo ou simplesmente bom, não vem como um herói de princípios, mas um anti-herói que segue caminhos tortos mesmo para tomar decisões boas; é um golpista profissional, vindo de uma família também de golpistas profissionais e sendo o único não mestre da família. 

Sabe o que costumavam dizer sobre garotos como você? São inteligentes como o diabo e duas vezes mais bonito do que ele.

Apesar de uma família completamente louca e desestruturada, Cassel tenta ao máximo passar uma imagem de um garoto normal na escola, para compensar um passado terrível: a lembrança de ter matado a melhor amiga quando criança e de não lembrar o motivo por ter feito isso. E está tentando seguir em frente apesar da culpa, o que  vai por água abaixo quando começa a sonhar uma Gata Branca e ter um ataque de sonambulismo na escola.

A memória é fugidia. Ela se ajusta à nossa compreensão do mundo, se deforma para acomodar nossos preconceitos. Não é confiável.

O livro vai se desenvolvendo a partir desse acontecimento, de Cassel percebendo falhas em sua memória, da desconfiança de que esconderam algo dele a vida toda e que a gata branca, dos seus sonhos, é a única que pode lhe dar as respostas que precisa.

O melhor do livro, além de um principal bastante carismático, até por vezes engraçado, é que os personagens secundários também são bastantes interessantes. A família de Cassel é extremamente diferente e, mesmo a narração sendo em primeira pessoa, conseguimos pegar bastante das personalidades dos outros, assim como os colegas da escola dele, apesar de sempre achar que alguns poderiam se desenvolver um pouco mais.

Holly Black tem uma escrita bastante leve, bem direta, ela é uma ótima pedida para quem curte literatura infantojuvenil.

Os alvos esquecem que, quando uma coisa é boa demais para ser verdade, significa que é golpe.

Um ponto negativo são as capas dos livros. Eu não curto tanto capas com modelos, até por nós acabarmos ligando a aparência do protagonista com o modelo da capa, mas fazendo uma releitura, depois de anos da primeira vez que li, prestei mais atenção na descrição do personagem que em várias ocasiões se descreve como alguém “não branco”, inclusive em alguns momentos ele pondera se tem ascendência indiana e em outros fala da pele naturalmente bronzeada dele e dos irmãos; e o modelo da capa o representando é um homem bem branco segurando uma Gata Branca (sem críticas à gata, rs). Bom, fiz o possível para desconectar as aparências e imaginar por conta própria, mas capas com modelos vejo sempre como tendenciosas demais.

Em geral, eu indico muito a trilogia Mestres da Maldição. Holly Black está crescendo muito sua escrita e é uma autora do gênero que vale a pena acompanhar mais. 

Para mim, a maldição é um muleta, mas o golpe é tudo.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Gata Branca
Mestres da Maldição #1
Ano: 2012
Páginas: 360
Sinopse:
Cassel vem de uma família de Mestres da Maldição – pessoas que têm o poder de mudar emoções, memórias e destinos com o mais leve toque das mãos. Mas fazer isso é ilegal, o que significa que todos eles são criminosos. Exceto Cassel. Ele não tem o toque mágico, está de fora: é o único filho normal em uma família paranormal. Apesar de ser o único sem poderes entre os irmãos, Cassel está longe de ser um santo. Aos 14 anos, ele matou uma jovem, Lila, sua melhor amiga e por quem era apaixonado, carregando desde então a culpa do crime e a vergonha da lembrança mais forte que tem daquele fatídico dia: a euforia de escapar impune.
Tentando fugir de seu terrível passado, Cassel faz de tudo para ser como os outros garotos. Uma noite, porém, tudo vai por água abaixo: depois de sonhar repetidas vezes com uma estranha gata branca. As imagens do animal provocam uma crise de sonambulismo que levam o garoto a andar pelos telhados da Escola Preparatória Wallingford, o exclusivo colégio onde ele estuda e, nas horas vagas, trabalha como bookmaker, agenciando apostas dos outros alunos. Assustada, a direção da escola suspende o rapaz por alguns dias, e ele é forçado a voltar à antiga casa dos Sharpe. Em um ambiente cheio de recordações da infância, Cassel começa a questionar seu passado quando a gata branca de seus sonhos aparece na propriedade. Será que suas lembranças são reais? Será que o assassinato de Lila realmente aconteceu da forma que lhe contaram?
Desconfiado de que não passa de uma pequena peça de um grande golpe, Cassel começa então a fazer uma busca em seu passado e em suas memórias, que parecem lhe fugir. Para desvendar os mistérios de sua vida, ele vai precisar armar um verdadeiro golpe de mestre.
Gata Branca é o primeiro volume da série Mestres da Maldição, de Holly Black, autora, junto com Tony DiTerlizzi, da série As crônicas de Spiderwick. Black foi finalista dos prêmios Mythopoeic e Eisner e vencedora dos prêmios Andre Norton e Newbery Honor.

19 novembro, 2019

Resenha :: Ainda Não Te Disse Nada

novembro 19, 2019 0 Comentários

Olá!!! Hoje venho falar de um livro que me encantei pela capa e depois pela sinopse, mas sinceramente eu não esperava me surpreender tanto e de forma tão positiva com a história que, em uma crescente, primeiro me encantou e depois me conquistou de forma única.

Com uma trama mais que criativa, o autor nos convida a fazer um paralelo emocionante entre o passado e o presente, os meios de comunicação e, para mim o principal, o poder das palavras do que é momentâneo e o que permanece. Com uma narrativa em primeira pessoa, acompanhamos o ponto de vista de Marina Albertini, uma jovem que desde de cedo teve sua vida sonhada por seu pai que, mesmo vendo esse sonho não se realizar, a apoia em seguir sua verdadeira ambição, ser uma Design de Moda famosa e viver entre tecidos e a alta-costura.

Para que esse sonho se realize, ela trabalha em uma agência dos correios, cursa faculdade à noite e, claro, usa seus conhecimentos, um pouco de criatividade e muito, muito jeitinho para fazer as postagens de seu instagram voltado ao fashion design com mais de 800k (ou 800 mil) seguidores, de onde já consegue ter algum retorno financeiro, além de receber produtos para apresentar a seu público como digital influencer.

A beleza da vida está justamente na sua imprevisibilidade. Saber que expectativas ora se concretizam, ora não, é que torna tudo mais saboroso e instigante. Um sonho não se realizou? Sonha outro!

Além de nossa protagonista, o autor nos presenteia com personagens que são extremamente carismáticos e interessantes, sejam as amigas da faculdade de Marina com suas vidas e dilemas, o senhor idoso que tolera suas leituras não autorizadas nas revistas de moda enquanto bebe um café no período entre o trabalho e a faculdade, sua colega de trabalho ou mesmo o adolescente cheio de charme do prédio, que mesmo não tendo chance, não perde a chance de treinar seu charme e cantadas.

Com uma narrativa super fluida e cheia de mistérios para nos prender à história de uma forma cativante, temos um texto simplesmente fantástico, sem apelar para várias abreviaturas ou "gírias de internet" para nos contar a história, que, de forma surpreendente, vai nos fazendo curtir desde as playlists (listas de músicas) para cada ocasião, como ônibus, faxina... Até mesmo as delícias ou dissabores de quem mantém uma vida virtual, com um público que já tem altas expectativas pelas postagens do dia ou respostas às interações ao mundo das trocas de cartas, tão presentes e necessárias em um mundo não tão distante, onde não existe internet ou um acesso fácil à telefonia fixa. E ao poder que ela ainda exerce em quem recebe um papel escrito a próprio punho e que cada palavra foi pensada e escrita tendo o destinatário como foco principal de cada uma das letras impressas nas linhas da mesma.

O amor é um pássaro rebelde que ninguém pode prender. Não adianta chamá-lo, pois só vem quando quer.

Amei a mudança de linguagem que ocorre quando Marina começa a trocar cartas com Heitor. Sim, ela sabe que ele, Heitor de Alencastre, além de um senhor idoso, que reside em Portugal, escrevia à sua “amada eterna”, no Brasil, e que nenhuma daquelas palavras era para ela, mas como deter o coração de se acreditar e se apaixonar por quem escreve as palavras que ela sempre ansiou ler, esperou ouvir? E como lidar com as mudanças que ocorrem em sua vida a partir do momento que resolveu assumir para si a responsabilidade de responder aquela carta, e as outras que viriam após ela?

E à medida que vemos Marina se entregar as emoções que aquela troca constante de cartas desperta em seu coração, a história também cresce nesse sentido que aliada aos suspenses e questões que são apresentadas durante a história, nos vemos tão envolvidos que a surpresa no final não somente é bem-vinda, como uma solução mais que perfeita às perguntas que nos fazemos durante as trocas de cartas e os sentimentos e perguntas feitas. Amei o fato de todos os personagens terem seus destinos contados e nenhuma ponta solta (não intencional) tenha ficado, a lição muito bem mostrada que só o talento não é suficiente para se alcançar sucesso, e sim uma dose extra de estudo, determinação, dor e muita, muita força de vontade de aliar o talento ao trabalho.

Sempre ouvi que cada um é o resultado de suas escolhas e experiências. Mesmo que imperceptíveis, uma palavra, uma cena, uma situação, essas mínimas coisas são capazes de mudar uma pessoa.

Vou dizer que não posso colocar aqui várias coisas que gostaria por serem spoilers e, com certeza, iam tirar todo brilho que encontrei ao ler sem interferência alheia. Espero que você tenha as melhores surpresas como eu e que assim como eu terminei querendo reler agora sabendo de várias coisas que só descobrimos no final. Ah! Tenho certeza que será uma leitura totalmente nova. Boa leitura e divirta-se!!

Sobre o livro em si, tanto a encadernação quanto a impressão estão excelentes, o papel torna a leitura ainda mais agradável com uma revisão bem-feita e sem erros de ortografia ou digitação. Uma capa linda que diz muito mais a quem leu a história. Os primeiros leitores que adquiriram o livro foram presenteados com uma edição autografada (não nominal) e também com um lindo papel de carta com o motivo da história.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

Ainda Não Te Disse Nada
Ano: 2019
Páginas: 220
Editora: Qualis
Sinopse:
"É possível amar alguém que você nunca viu?
Apaixonar-se apenas por suas palavras?
E se ele tiver uma vida absolutamente diferente da sua?
Pois é, isso aconteceu comigo, ao abrir uma carta que não tinha sido endereçada a mim.
A curiosidade por saber mais sobre o remetente, e conhecer a história de amor que ele vivera com sua 'amada eterna', foi muito mais forte do que a certeza de estar fazendo algo errado.
Ao responder à carta, só não imaginava que aquela decisão seria o maior acerto da minha vida..."


 _____Sobre o Autor_____


Maurício Gomyde



Maurício Gomyde nasceu em São Paulo e desde os três anos de idade vive em Brasília.
Possui 7 livros publicados, em 6 países. Iniciou a carreira como autor independente, tendo publicado 4 livros por conta própria. Logo chamou atenção do mercado editorial pela qualidade de suas obras e, assim, foi contratado por grandes editoras, para o lançamento de seus trabalhos seguintes.
Foi finalista do Jabuti 2016. Além de escritor, também é roteirista e músico.