Aqui acaba a sua caça, aqui começa a minha.

Eu realmente não leio livros de suspense com muita frequência, então no final de cada leitura eu sempre fico com aquele pensamento: será que é uma obra prima do gênero ou algo apenas bom, que não sei diferenciar por não ser especialista? Mas vamos lá, caros leitores, eu não sou especialista nem nos gêneros que leio constantemente, sou apenas uma leitora que tem muito o que falar, ou escrever no caso. Mas chega de suspense (piadinha), vamos ao livro.

Hoje vim falar sobre Os Reinos Partidos, segundo livro da Trilogia Legado de N.K. Jemisin. Depois de ter lido o primeiro livro (resenha aqui), que aliás havia gostado, comecei a leitura desse com uma expectativa morna, sem saber o que encontraria aqui, até porque o anterior teve um final bem fechado, mas eu tinha o pensamento que a entrega seria bem parecida, uma boa leitura, mas não tanta conexão com os personagens... Ledo engano, meus caros leitores. Os Reinos Partidos foi uma experiência de leitura muito melhor do que eu esperava, vou contar a vocês os porquês.

Eu resenhei o primeiro livro dessa trilogia já faz um tempo, então decidi reler recentemente antes de ler Um Mundo Melhor, este que é o segundo livro da trilogia Brilhantes.

...um emaranhado de páginas resultando em uma ode ao amor... ao amar... ao ser.

Considero esse pequeno livro de antologias um presente, não apenas por ter o ganhado, mas pela oportunidade de falar sobre ele, pequenas conexões de autores e seus sentimentos em histórias por vezes simples, mas com sentimentos tão complexos.

Dividido em quatro partes referentes as quatro principais letras da sigla LGBT, em cada uma delas tendo alguém dessas letras como protagonista, esse pequeno livro é de uma beleza não só de escrita, mas de uma edição física linda, com espaço para anotações, bordas emolduradas e páginas acinzentadas e grossas, é um livro de textura muito gostosa de ter em mãos. Foi uma leitura rápida, mas não tediosa, vamos falar um pouco mais disso em partes.

L – Liberdade  

O primeiro momento e com o maior número de antologias é dedicado a pequenas histórias de mulheres lésbicas, os pequenos contos falam de vivências diferentes entre si, alguns talvez falem de um início de uma história de amor, outros apenas de vivência, descobertas, coragem e liberdade. Nem em todos eles senti que foi completo, mas foram boas leituras.

G – Grandeza  

O segundo momento dedicado a homens gays conta com apenas duas antologias, mas duas histórias bem maiores (ainda dentro da proposta de pequeno conto). Me encantei bastante com essas duas, apenas que, diferente do momento anterior, essa segunda parte se concentra em dois inícios de romance, um de descoberta e amor entre amigos e outro de encontro, os dois bem encantadores de ler.

B – Bondade  

Com também dois contos, aqui se conhece o terceiro momento com o protagonismo de pessoas bissexuais. As duas histórias são diferentes entre si, enquanto uma fala de medo e coragem ao se “assumir", a segunda fala de alguém Bi sem que sua sexualidade seja realmente o cerne da questão, mas sim uma paixão, rompimento e reencontro, é bem interessante a abordagem sem a necessidade do falar.

T – Ternura  

O quarto e último momento são dois contos falando de pessoas transgêneros, acredito que foram os mais poéticos de todos, mesmo enquanto um descreve alegria e o outro angústia e descoberta. Apesar de os dois serem bons, aqui eu gostaria que tivesse mais um que pudesse contar uma história entre pessoas, como se teve nas anteriores, mas não foi menos fascinante de ler.

Me despeço dessa apresentação grata pela leitura, e que possamos ler e divulgar mais a literatura LGBT, mas também com QIA+. Beijos, faroleiros.

Informações Técnicas do livro

Corações em Arco-íris 

Antologia 

Organização: Meus Ritmos Editora

Ano: 2021

Páginas: 83

Editora: Meus Ritmos Editora 

Sinopse:

Por décadas a comunidade LGBTQI+ vivia pelas sombras, sem cor, se calando e sentindo vergonha de quem se era, mas finalmente os tempos mudaram! 

O céu se abriu depois da tempestade tortuosa de repressão. O arco-íris está lá para todos verem, que o brilho genuíno das pessoas, não se pode apagar tão fácil. 

Não é tempo de ter vergonha de quem se é! Não é tempo de ficar calado novamente! Não é tempo de voltar para o armário! 

Coração arco-íris é para mostrar para todo mundo, que o retrocesso atual, não pode passar em branco.