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16 setembro, 2019

Resenha :: Sobres Deuses e Seres Rastejantes — A Balada de Gundrum

setembro 16, 2019 0 Comentários
Às vezes, só o mal pode se opor a um mal ainda maior...

Olá, faroleiros! A resenha de hoje é de um livro de fantasia distópica muito interessante. Quem me conhece aqui sabe que esse é o meu segundo gênero preferido, depois do romance.


Em um mundo deixado à própria sorte, seres das mais variadas espécies vivem em suas vilas, com costumes e tradições próprias. Minotauros, homens-insetos, nekwanes, gigantes, elfos, orcs, leonídeos, e até humanos, entre outros tantos ocupam a vasta extensão de Aldaman. Todos foram abandonados pelos deuses, que após ver tanta ganância, luxúria e egoísmo dos povos resolveram larga-los à própria mercê.

Pelo menos era isso que acreditavam até fatos estranhos começarem a acontecer. Em uma vila de minotauros, o bruxo Gundrum, um ser diferente, sem pelos, de cor alaranjada e sem chifres, descobre que após a volta de um soldado da vigília, seu povo fora infestado por vermes e seus corpos possuídos. Sem entender o que de fato acontecia, ele juntamente com Morween, uma meio-orc e meio elfo, e Makk, seu javali de estimação, partem em busca de explicações.

Poderia ser uma ideia ruim, mas naquele momento não tínhamos nenhuma outra. Além disso, eu e Morween estávamos unidos pelo terror de que se abatera sobre o único lar que conhecíamos, mesmo que não fosse o melhor lugar do mundo.


Nessa peregrinação sinistra temos a oportunidade de conhecer a geografia de Aldaman, as vilas que também foram afetados pelos estranhos seres e compreender o que de fato assolou aquele mundo. Nosso protagonista tem a ajuda de outros seres que também partilham da mesma busca, a fim de destruir as forças que desejam dominar os povos.

Pensem pelo lado bom, pessoal. Se vencermos, haverá histórias em nossa homenagem. Se perdermos, também, mas elas serão bem mais tristes.

Nessa jornada eles se juntam a Tuhin, um idaji (um amaldiçoado que se transforma em hiena), Katta, a gigante, Hoak, o homem-inseto, Tombrood, a gosma amórfica, e Okimo, o gorila xamã. E esse grupo inesperado é a melhor chance do seu mundo. Bem, nem sempre as respostas são exatamente as que procuram e nem toda jornada é eficiente. Uma coisa é certa em toda essa teia de dúvidas e incertezas: o mal pode ser maior do que eles acreditam e ele pode habitar lugares inusitados. Nem todos são totalmente bons e alguns carregam desejos profundos que sequer imaginam. Gundrum será colocado à prova e tentado por demônios. No final, quando você só tem uma escolha e ela parece certa, o mal que pode proporcionar se torna um mero detalhe.

Os deuses que existiam seguiam regras, eram previsíveis. Vocês podiam operar nas entrelinhas dos contratos, mas e agora? O ser que rasteja e seus irmãos não hesitarão em eliminar vocês para evitar concorrência. Eles não compreendem qualquer conceito de moralidade, são só animais famintos, animais muito inteligentes e famintos.

Já deixo bem claro que não há romances aqui. Isso se trata de fantasia pura! A leitura dessa obra foi uma viagem em um mundo inusitado e cheio de personagens peculiares. A trama é muito bem elaborada e nós nos envolvemos nas descobertas do nosso protagonista. Confesso que no início da jornada, a gente fica um pouco confuso com tantos nomes estranhos de personagens e lugares, mas quando nos conectamos aos acontecimentos, e os mistérios começam a ser revelados; como quem é de fato o mal que quer dominar os povos, esse incômodo inicial dá lugar a uma curiosidade e empatia pela história e a solução do problema.


A única coisa que realmente me surpreendeu, sem dar spoiler é o destino de determinados personagens. No meu ponto de vista, Piaza Merighi sacrifica um de seus personagens mais cativantes na reta final. Isso me desapontou e deixou dúvidas no ar do porquê ele o fez.

No demais, podemos contar com uma ótima fantasia, um mundo distópico incrível e personagens fortes e bem estruturados. Super recomendo a leitura para quem curte o gênero e adora mergulhar em jornadas misteriosas!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Sobres Deuses e Seres Rastejantes — A Balada de Gundrum
Piaza Merighi
Ano: 2019
Páginas: 288
Sinopse:
Aldaman é um continente que foi abandonado pelos deuses, uma terra selvagem deixada à própria sorte, onde humanos e raças bestiais convivem em desequilíbrio. Gundrum, um de seus habitantes, é um minotauro franzino e deformado que ocupa o posto de bruxo de sua aldeia, lidando com rituais e feitiços para proteger seu povo, mas sendo desprezado pela natureza maligna das forças que ele manipula. Quando um arauto de aberrações além da compreensão decide iniciar uma cruzada fanática por todo o continente, afetando a sua aldeia, Gundrum deve se unir a improváveis aliados e colocar seu conhecimento e sua força à prova para descobrir o que está por trás dos sinistros cultos propagados pelo estranho clérigo.


 _____Sobre o Autor_____

Piaza Merighi


Advogado, morador de Porciúncula, no interior do RJ (pode não parecer, mas apesar do nome é uma cidade real), nerd assumido, leitor inveterado e agora escritor. (Fonte)


*Exemplar cedido pelo autor

14 setembro, 2019

Resenha :: Destinos Quebrados

setembro 14, 2019 0 Comentários

Vamos falar de um livro que nos leva de volta ao início da série e nos deixa com o coração repleto dos mais belos sentimentos, que nos mostram mais uma vez o porquê do amor pela escrita da Sofia Silva, e de onde vem o orgulho de #souquebrada.

Começo alertando que para ler esse livro não é preciso ter lido o primeiro da série, mas é fundamental ter lido o livro anterior, porque as histórias se entrelaçam em determinado momento e seguem juntas. Fazendo muito mais sentido a quem conhece o livro anterior e evitando spoilers do que houve e, de certo modo, tendo te preparando para o que virá.

21 agosto, 2019

Resenha :: Na Taverna do Bardo (Contos 1 e 2)

agosto 21, 2019 1 Comentários

Oi, leitores. Hoje venho compartilhar sobre as leituras de contos que podem ser lidos de forma independente, mas que farão parte de uma linda antologia chamada "Na Taverna do Bardo". Que vai certamente encantar leitores do gênero fantasia e também os apaixonados por romances. 

De forma delicada e graciosa, a autora Ida vai nos colocando dentro de um novo mundo, que nos leva a desbravar junto com ela enquanto o constrói. Nos permitindo, assim, perceber sua crescente na escrita e também a desenvoltura que a nova terra conquistada vai concedendo a autora.

De forma emocionante, sério, só consegui falar sobre o primeiro conto, após a leitura do segundo, as histórias trazem todo encantamento e tragédia próprios dos amores possíveis e impossíveis que tem seus destinos cruzados com seres encantados e míticos. Criando um paralelo com as barreiras e impedimentos próprios da vida, e também os finais que não estão em nossas mãos para os definir se serão finais felizes ou tristes.


 Sob a pele da Gazela

Nesse primeiro conto somos levados a nos perguntar sobre o que acontece quando o destino proporciona o encontro de uma jovem que vive na floresta, sob a pele de um animal, com um feroz guerreiro, afoito a caçadas e guerras? 

O embate claro entre forças opostas como vítima e caçador, presa e predador, são as portas para outras perguntas, que acontecem à medida que esse encontro se desenrola e, assim, vamos assistindo a trama e o questionamento inevitável que vem com o final desse primeiro conto. Nem mesmo o amor pode ser capaz de romper com o destino?


 Príncipe Arminho

Nesse conto de fadas temos um príncipe bem distante daqueles narrados nos contos recriados pela Disney. Aqui temos alguém sem responsabilidade, limites ou senso de dever e honra. Assim, ele acaba por colher os frutos da vida que vivia, e se vê sozinho vagando por uma terra encantada povoada por fadas um tanto arteiras. Essas, que nada lembram as madrinhas, rogam uma maldição que mudará o destino de um jovem rapaz.

Claro, que diferente da magia negra, essa é para que a vivência dessa provação traga ao jovem um aprendizado que, em um futuro, o faça por merecer a quebra do encantamento, porém não antes de descobrir o verdadeiro valor do amor, dos relacionamentos entre seres vivos e da magia, propriamente dita.

E esse dia parece próximo ao com que ele, em sua condição, encontra uma princesa de coração quebrado, vítima das regras infringidas a mulheres. em especial na condição de filhas do rei, que a faz optar por seguir o caminho da única alternativa que parece viável.


E assim, nesses dois contos curtinhos e deliciosos de ler, me deparei com personagens que, apesar de costumeiramente figurar os contos fantásticos, são de um ineditismo bem-vindo, com pontos que tocam o mundo real, e o bom clichê que faz do fantástico possível. Mesmo que esses contos não garantam o felizes para sempre, cada um traz o "gancho" para próxima história, que fica impossível não querer a próxima história para tornar a experiência de leitura completa e rica.

Termino assim dizendo que já estou aguardando a edição com todos os contos integrantes dessa série e, claro, pelo próximo conto que ainda está por ser escrito. A edição que li foi a em e-book que está disponível na Amazon.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do 1° conto

Sob a Pele da Gazela
Na Taverna do Bardo
Ano: 2017
Páginas: 4
Editora: Independente
Sinopse:
Este é um dos meus primeiros contos dentro da Literatura Fantástica. Uma amostra de um mundo que estou desbravando e construindo para vocês leitores
O que acontece quando o destino proporciona o encontro de uma jovem vive na floresta, sob a pele de um animal com um feroz guerreiro, afoito a caçadas e guerras?
Será o amor uma dádiva ou uma maldição quando a magia da floresta é a única companheira de uma donzela por toda sua vida?


Informações Técnicas do 2° conto

Príncipe Arminho
Na Taverna do Bardo
Ano: 2019
Páginas: 6
Editora: Independente
Sinopse:
Um príncipe sem responsabilidade. Uma terra encantada povoada por fadas um tanto arteiras. E uma princesa de coração quebrado e grande dor em si presa. 
Uma maldição que mudará o destino de um jovem rapaz que aprenderá o valor do amor, dos relacionamentos e da magia.


_____Sobre a Autora_____

Idayana Borchardt



Idayana Borchardt costuma se definir usando três palavras: aquariana, musicista e escritora. A jovem capixaba, nascida em 1990, escreve poesias e contos desde os 16 anos, mas só recentemente começou a divulgar seus textos.
Graduada em Pedagogia e aluna da Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Espirito Santo, iniciou suas publicações no meio literário em 2014, quando publicou o poema “Insurgente” na antologia poética “Concurso Nacional de Novos Poetas – Poesia Livre”, pela editora Vivara. No ano seguinte, em 2015, participou das antologias “Além das Cruzadas” e “Outrora”, ambas publicadas pela editora Andross, com os contos “Do Despertar ao Desespero” e “Ambuletis”, respectivamente. 
Em 2016, com a narrativa “Sing for me”, fez parte da coletânea de contos “Pensamentos Eletrônicos”, pela editora Darda. Seu mais recente trabalho foi o poema “Aos pés do Moxuara”, selecionado no 4º concurso Semente Literária – João Bananeira 2016, e publicado em livro de mesmo nome.
Em março de 2017 a autora lançou seu primeiro livro, intitulado "O Som das estrelas caídas", no gênero poesia.

07 agosto, 2019

Resenha :: A Minha Chance

agosto 07, 2019 2 Comentários

Olá, vim falar sobre a minha leitura da história de Viviane. Preciso começar avisando que essa personagem aparece na história de Jogada do Amor, que você já conferiu aqui no Clube (resenha aqui). Porém, você pode ler essa história mesmo sem ter lido a anterior sem problemas. Claro que quem acompanhou a "Vivi" em Jogada do Amor vai ter uma experiência de leitura diferente.

Aqui não temos uma história de alguém buscando uma segunda chance ou redenção, temos a história de alguém procurando se encontrar, se redescobrir e tentar fazer as escolhas certas, aquelas que dão orgulho de ter feito e, acima de tudo, que não trazem vergonha e dor. Para quem leu ou não o livro anterior, precisa saber ou lembrar que Viviane é uma mulher inteligente e dona de uma personalidade forte, fez algumas escolhas erradas no passado que lhe trouxeram consequências que ela deseja esquecer. Apesar de que duvido que quem tenha lido Jogada tenha esquecido dela ou do que ela foi capaz de fazer.

Eu só consigo sentir um vazio em meu peito, eu não mereço nada, mas ao mesmo tempo eu quero tudo.

Agora, temos uma Vivi decidindo voltar ao lugar que cresceu, na tentativa de ter uma vida tranquila e provar a si mesma que pode ser uma pessoa melhor. O que já dá aquela animada, por aguardar algum tipo de redenção ou crescimento da parte dela enquanto pessoa, mas claro que a vida não é tão simples como imaginamos ou queremos e ela não contava com Theodoro Garcia, o veterinário bonitão, que apareceu em seu caminho fazendo surgir novos e surpreendentes sentimentos que jurava não ser capaz de sentir.

Theodoro é um profissional dedicado, pai amoroso e carismático, que ao pôr os olhos em Viviane teve a certeza de que não poderia deixa-la escapar de sua vida. Mas dizem que a pior sentença é aquela que damos a nós mesmos, e a culpa que Viviane sente por tudo que fez em seu passado e o dano que isso trouxe a vida de tantas pessoas não permite que ela se sinta livre para viver essa nova história. E assim vamos descobrindo porque ela era "aquela Vivi", e porque hoje ela tenta tão desesperadamente viver uma nova vida, ser outra pessoa. Mas o primeiro passo será se perdoar. O que, com a amizade de Elis e os sentimentos por Theo e sua filha, será um caminho mais bonito, apesar de não menos difícil, a se trilhar.

Sou uma jornalista, está no meu sangue descobrir matérias, eu não vou deixar que ele me tire isso, mesmo merecendo que o faça, mas não posso deixar de ser quem sou, e vou lutar por isso, é minha vida.

Outra coisa que amei foi o fato de que Viviane vê na causa que Theo defende, a chance de se reencontrar com seu próprio passado e levar adiante algo que a tragédia em sua vida deixou em espera por tanto tempo. Claro que enfrentar algo que só visa o lucro e não possui uma gota de empatia por outros seres vivos é perigoso, mas nisso temos a nova visão de vida da Vivi, dando um show de como ser ativa de forma a fazer a diferença de forma positiva.

— O passado precisa ficar pra trás, e estou orgulhoso da mulher que encontrei aqui, decidida a salvar o mundo, a fazer diferença, e tenho certeza que ele vê isso em você, não deixe o passado decidir seu futuro, Vivi.

Agora, como alguém que leu o primeiro livro... Foi difícil engolir que ela realmente tinha mudado e iria tentar acertar seus erros, e como foi delicioso ir descobrindo o que houve antes das atitudes dela em Jogada, porque o Tio Osmar agia daquela maneira, e também como foi todo o processo que a levou àquele momento do começo dessa história. De como ela realmente cresceu e continuou sendo ela mesma em uma versão melhorada. Como o passado pode ser tanto uma forma de melhoramos, e como podemos deixar que se torne uma âncora que nos impende de crescer enquanto pessoas e de viver. Só posso dizer que foi uma experiência linda ler esse livro, super recomendo!!

Só que deixo aqui uma dica: leia por ordem de história e não publicação. Acho que vou fazer uma releitura assim: Jogada do Amor, A Minha Chance, Regras do Desejo (Spin-off de Jogada do Amor) e, claro, esperar pela chance de ler a história da Elisabete, em breve!

Eu li em formato digital, na edição disponibilizada pela autora na Amazon, para compra, e no Kindle Unlimited. A diagramação do e-book está ótima, e a capa ficou lindíssima, em especial por ser tão parecida com a personagem da história.


Nota ::  4,5


Informações Técnicas do livro

A Minha Chance
Ali Graciotte
Ano: 2019
Páginas: 201
Editora: Independente
Sinopse:
Uma chance era tudo o que ela queria. 
Viviane, é uma mulher inteligente e dona de uma personalidade forte, fez algumas escolhas erradas no passado que lhe trouxeram consequências que ela deseja esquecer. 
Disposta a recomeçar, decide voltar ao lugar que cresceu, na tentativa de ter uma vida tranquila e provar a si mesma, que pode ser uma pessoa melhor. O que ela não contava era que Theodoro Garcia, o veterinário bonitão, apareceria em seu caminho fazendo surgir novos e surpreendentes sentimentos que jurava não ser capaz de sentir. Theodoro é um profissional dedicado, pai amoroso e carismático, que ao pôr os olhos em Viviane teve a certeza que não poderia deixa-la escapar de sua vida. E em meio a tantas incertezas e desafios,
Viviane e Theodoro descobrirão um no outro, uma chance para ser feliz...


_____Sobre a Autora_____

Ali Graciotte



Uma mulher em muitas, essa é a melhor definição para Ali Graciotte. Capixaba, mãe, filha, esposa e leitora voraz – isso que ela se lembra –, desde criança ela aprendeu com os livros que não há limites e nem fronteiras para sonhar. Descobriu-se autora em 2015 e desde então não parou mais, os dedos sempre inquietos em busca de novas histórias. É autora de Jogada do Amor, livro best-seller na plataforma digital Amazon, além dos livros Em Guerra com o Amor e o Amor veio para Ficar, em parceria com a escritora Alc Alves. Atualmente vive na cidade de Serra – ES, onde deixa sempre a cabeça ocupada, criando novos romances. Afinal no mundo literário não existem limites e tudo é possível diante de uma folha em branco de papel.

26 julho, 2019

Resenha :: Paixão em um Verão

julho 26, 2019 0 Comentários

Olá, Faroleiros!

Este mês participei de uma leitura coletiva e quero compartilhar com vocês a resenha desta obra deliciosa.

A vida é feita de coincidências. Às vezes elas podem ser tão maravilhosas a ponto de mudar as nossas vidas para sempre. Paixão em um Verão, da Tatiana Mareto, nos traz uma história envolvente de quatro amigas e como a vida delas muda completamente depois das férias de verão.


Não dava para adivinhar o que aconteceria naquele verão. Eu não fazia a menor ideia do que encontraria quando chegasse ao México, nem do que se seguiria durante minha estada do outro lado do planeta. 

Elis, Ana, Thais e Paula se hospedam no JW Marriott em Cancun, México, a fim de passar as férias e recarregar as baterias. Elas estão super empolgadas com as infinitas possibilidades de passeios, festas e azaração que podem ocorrer por lá. Afinal, onde há a mistura de músicas dançantes, bebidas exóticas e homens bonitos, muita coisa pode acontecer.

Assim, sem qualquer tipo de aviso prévio, como se eu não pudesse ter uma convulsão com a sua simples presença, Samuel Whitlock, em carne e osso, materializa-se em nossa frente. Não consigo ver se Paula ainda está viva, espero que sim. Meu coração dispara e posso apostar que minha pressão subiu. Ele não está vestindo quase nada, apenas uma sunga listrada de azul e branco. Peito nu, pés descalços, cabelos molhados - essa é uma visão do que o Paraíso seria se ele existisse.

Só que as quatro amigas não estavam preparadas para encontrar hospedados no mesmo hotel que elas os integrantes da sua banda preferida no mundo todo: O Blue Age. Fãs de carteirinha, que inclusive participavam de um Fórum Internacional da banda na internet, as garotas quase tiveram um ataque de euforia ao vê-los ali, ao vivo. Quase, porque as meninas conheciam mais do que ninguém aqueles caras ali. Sabiam que tudo que eles não curtiam nos momentos fora do palco eram as fãs em seu estado histérico. Por isso elas tinham um plano: iriam se aproximar, se enturmar e aproveitar a companhia dos homens dos seus sonhos.

Paula dá uma risada, mas percebo que Ana está preocupada. Ela ainda não tomou coragem de procurar Samuel e revelar a ele a verdade, ou seja, confessar que é fã e que não contou aquilo no primeiro encontro porque não achou que o rótulo fosse mais importante do que a percepção a seu respeito. Ela tem razão, o problema é adiar demais aquela conversa.

Charlie, Sam, Paul e Daniel só queriam descansar naquele verão. A banda vinha tentando reconectar-se com a inspiração, por isso escolheram um lugar paradisíaco para tal. Eles tentavam a todo custo fugir de fãs perseguidoras. Então, quando conheceram as quatro garotas hospedadas no mesmo hotel que eles e que não os reconheceram, decidiram curtir o lugar junto com elas.

Índice de chances de umas férias de verão totalmente inesquecíveis? Altamente prováveis!

Nossa interação já ultrapassou a maioria das barreiras que as fãs têm com os ídolos.
Quis que meus olhos tivessem visto todos os rapazes. Quis, sinceramente, poder apreciar suas figuras distintas, enquanto tinha a oportunidade de conhecê-los além da música, além da fandom. Mas falho miseravelmente porque, enquanto eles caminham em nossa direção, tudo que preenche minha visão é Paul Allen sorrindo, com uma expressão tímida que não combina com ele, vestindo regata amarela e bermuda florida. Tudo está florido demais em Cancún, já estou ficando farta de flores. Mas não dá para ficar farta de Paul.


Uma das coisas que eu mais gosto nessa história é a forma despretensiosa e divertida como a Tatiana Mareto a inicia. Quem nunca na vida não teve um ídolo famoso e sonhou em conhecê-los pessoalmente? Se nunca teve, provavelmente conhece alguém que já fez ou pensou em fazer uma loucura pelo ser venerado.

Paul sorri mais uma vez e eu me derreto com esses lábios perfeitos. Nosso combinado, no entanto, não me permite agir como aquela que usualmente ouve todas as músicas do Blue Age duas vezes por dia, pelo menos. Eu tenho que ser eu mesma e mostrar para ele que sou capaz de vê-lo além do ídolo, além da pessoa que idealizo na minha cabeça — porque eu duvido que ele seja parecido com meus delírios. Não. Ele é muito melhor.

Começamos Paixão em um Verão conhecendo o lado tiete das garotas, principalmente da Elisângela, que é quem narra a maior parte da história. Uma mulher como qualquer uma de nós, com anseios, desejos e defeitos que conseguem conquistar o coração de Paul. Porque a vida é isso, ela não é só beleza e encanto. Há também poesia na imperfeição, e o guitarrista do Blue Age consegue vislumbrá-la, por isso se apaixona pelo conjunto a obra que é a Elis.

É mais um desses beijos perfeitos que só ele sabe dar, quentes e molhados, carregados de sentimento e paixão. Parece até que estou no cenário de uma música qualquer do Blue Age e que Paul é capaz de transferir a emoção de suas canções para os lábios. Talvez ele seja. Os dedos, acostumados à guitarra, amoldam-se com perfeição às minhas formas.

Ela, por sua vez, reluta em acreditar nos sentimentos de Paul que, por ser famoso, pode ter quem quiser. Isso demonstra, claramente, o quanto a Elis é insegura consigo mesma. Mesmo ele dando todas as indicações da sua intenção, demora até ela perceber e se permitir uma chance. Também não é para menos. Estamos falando de Paul Allen, o integrante da banda que ela é apaixonada desde que os conheceu. Lá no fundo do coração a garota já nutria sentimentos intensos por ele. Quando Elis se permite viver dias e noites intensas com Paul, Cancun se transforma no lugar dos sonhos e a paixão entre eles só aumenta.

— Preciso fazer uma pergunta. Você sabe que eu compus várias músicas durante as férias… eu queria saber se você permite que eu as use no programa.
— Ahm? Eu permitir? Por que eu deveria permitir ou não permitir alguma coisa?
— Porque eu compus as músicas para você. Sobre você. Sobre nós.

Ao mesmo tempo, as amigas interagem com os outros ídolos e aproveitam juntos o que a viagem tem a oferecer. É uma delícia tentar adivinhar quais casais darão certo ou não naquele grupo inusitado.

“Elis, tá viva?” 
“Não sei, provavelmente não estou. O que foi isso?”
“Paul Allen sendo Paul Allen. Ele está apaixonadinho, hem? Você o fisgou de jeito, me conta o que fez.”
“Ah, fala a mulher que seduziu Samuel Whitlock.”

Difícil foi imaginar as férias de verão acabando, cada um voltando para sua vida. Aqueles momentos deixariam marcas intensas em todos. Principalmente no nosso casal protagonista. Por isso, o que acontece depois é uma sucessão de mergulhos à desconhecida profundeza do amor de Paul e Elis. Ninguém seria capaz de prever a sequência de fatos que culminariam em um final realmente emocionante.

Afinal, desde a primeira página da obra tudo se resume a sentimentos, a chave que gira as engrenagens do nosso corpo e nos permite viver. Não seria diferente no livro, senão não teria tanto verossimilhança e a leitura não nos prenderia de tal maneira.

— Quer me convencer que ela te drogou, Paul?
— Eu não sei.
Ele baixa a cabeça. Alguém traz café, não sei quem. Estou com dor de cabeça e morrendo de fome, mas não peço nada porque posso segurar nenhum objeto pontiagudo.
— Você fez sexo com ela. Lembra disso?
— Não.
— Não fez sexo ou não lembra?
— Não lembro.

Mergulhei de cabeça na obra e me permiti viajar pela intensidade dos acontecimentos. Ri, chorei, esbravejei, torci e comemorei cada virada na história dos personagens. Paixão em um Verão é daqueles livros que podemos esperar de tudo. A Tatiana, como uma excelente escritora que é, não nos poupa de nenhum fato. Ela, literalmente, escancara a situação de forma que só nos resta, como leitores, aceitar e rezar para que tudo se resolva nas próximas páginas. E é assim, de forma intensa e vibrante, que devoramos os capítulos.

A pergunta me atingiu no meio da face, porque ela é óbvia e, ao mesmo tempo, eu não imaginei perguntá-la. O que estou fazendo em Los Angeles? Por que saí correndo da cama de Mark para pegar um voo às pressas? A resposta é ainda mais óbvia, porque eu amo Paul Allen. E porque a dor dele é minha dor, porque não suporto a agonia dele. Porque ele me ligou e disse que precisa de mim, mesmo que ele não tenha dito isso hoje.

Não preciso dizer o quanto amei a Paixão em um Verão, amei o Paul e a Elis e o Blue Age. Mas eu realmente fiquei curiosa para conhecer mais dos outros personagens. Sabemos que rola sentimentos entre alguns deles, mas suas histórias pessoais são contadas de forma superficial e ficamos curiosas por mais. Fica o apelo à escritora que sacie nossos anseios.

Paul me abraça e afundo o nariz em seu peito nu. Esse talvez seja o meu lugar favorito no mundo — em seus braços, respirando o seu cheiro, em contato com sua pele.

Fica também a dica de leitura para quem quer suspirar e relembrar da  sua época de tiete. Paixão em  Verão é a oportunidade de resgatar o sonho da possibilidade de um romance com seu ídolo querido. Ele é real, é muito real. Pelo menos foi para a nossa querida Elis.

We’ll be walking through leaves
When summer’s gone
We’ll carry on


Nota :: 



Informações Técnicas do livro

Paixão em um Verão
Tatiana Mareto
Ano: 2018
Páginas: 405
Editora: Independente
Sinopse:
Paixão em um Verão narra a aventura de Elisângela, uma jovem mulher descontente com sua vida que deposita a esperança em mudanças internas quando vai passar as férias em um paraíso tropical com as melhores amigas. 
Tudo muda de perspectiva quando ela descobre que estão hospedadas no mesmo hotel do Blue Age, sua banda favorita, de quem é fã incondicional. Com a oportunidade de conhecer os ídolos e interagir com ele, o tédio desaparece e suas aspirações ficam em segundo plano. 
Contudo, o que Elisângela acredita ser apenas um momento de interação entre fã e ídolo começa de forma inusitada e a coloca frente a frente com Paul Allen, o guitarrista, objeto de seus devaneios menos secretos. 
Paul é o homem de sua vida, ela sabe disso, e está com a chance de fazer parte dela, definitivamente. Porém existem muitos desafios e percalços para que uma mulher comum e desinteressante como ela possa conquistar definitivamente o amor.


 _____Sobre a Autora_____

Tatiana Mareto


Tatiana Mareto é sagitariana, gosta de se comunicar, adora transformar sentimentos em palavras. Mora em Cachoeiro de Itapemirim, é professora e advogada e começou a escrever aos doze anos, sendo autora de diversos textos não acabados, muitas poesias não publicadas e alguns originais empoeirados. Inspira-se com música e tem uma trilha sonora para todos os capítulos - das suas histórias e da sua vida. Se apaixona com facilidade pelos próprios personagens e coleciona crushes literários.