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27 abril, 2018

Série :: La Casa de Papel

abril 27, 2018 19 Comentários

La Casa de Papel é uma série espanhola que trata do maior roubo da história do país. Oito ladrões, sem nada a perderem, invadem a casa da moeda da Espanha com o ambicioso plano de roubar 2 bilhões de euros. Mas um assalto desse tamanho não pode ser fácil. Eles terão que cuidar das dezenas de reféns, fora todo esquadrão montado fora da sede, para que cada pedacinho do grande plano dê certo. Será que tem a mínima chance de conseguirem?

“As pessoas passam anos na escola… para ter um salário, que, no melhor dos casos, não passa de um salário de merda.”

Eu fico até hoje me perguntando se a série é boa mesmo. Fui atrás de opiniões, vídeos, resenhas e algumas me fizeram perceber pontos que não tinha notado, mas continuo achando a série uma das melhores já feitas. Por quê? Pelo simples fato de ela ser concisa do início ao fim.

“Em todo filme de assalto, as máscaras dão medo.”

Tanto os protagonistas quanto os coadjuvantes dão aula de atuação, mesmo que seja para te fazer passar raiva. Que foi o caso do nosso Arturito. Mas não vamos entrar no mérito. Assista e passe raiva com ele também. E nós temos como ponto alto o embate do nosso querido Professor com a nossa queridíssima investigadora Raquel. Os dois cérebros no comando do assalto e da polícia, respectivamente.

“O amor é uma boa razão para que tudo fracasse.”

Com tudo pensado, nosso Professor não dá chance de a polícia sequer chegar perto de descobrir qual o verdadeiro lance. Nós estamos de cara com um verdadeiro grande pensador da ficção. Porque quem merece o prêmio de gênio é o criador da série que pensou em tudo e dirigiu a série de forma maestral.

"Então, se minha foto iria voltar aos jornais, ao menos que fosse pelo maior roubo da História."

Uma série um tanto original, os nomes dos assaltantes são nomes em referências à cidades famosas. Mas falo assim, porque em alguns momentos parece que estamos assistindo a alguma novela mexicana. Não que isso seja ruim. Quem nunca parou tudo que estava fazendo para assistir “A Usurpadora”? Mas todo o resto vai seguindo de forma esplêndida.

"O erro todo do plano é achar que tudo vai dar certo."

A trama, originalmente, têm 15 episódios, porém a Netflix adaptou alguns episódios, fazendo uma segunda parte e agora a série foi renovada para uma terceira temporada. E o pior é que não atrapalhou nada no resultado final. A série continuou espetacular. Passando pela trilha sonora, pela fotografia, as paletas de cores, os cenários e assim vai.

"A vida nem sempre dá o caminho fácil."

Se a referência de “A Usurpadora” não te empolgou, hoje eu descobri que a série é a mais vista de língua não inglesa na Netflix. Acho que agora eu te peguei. Espero mesmo que assistam e gostem e venham me agradecer, porque é realmente diferenciada.


Confira o trailer:




Informações Técnicas da Série

La Casa de Papel
Original NETFLIX
Ano de lançamento: 2017
N.º de temporadas: 2 temporadas (terceira confirmada)
N.º de episódios: 22
Duração: 45 minutos por episódio (aproximadamente)
Criador: Álex Pina
País de origem: Espanha
Gêneros: Séries, Séries policiais

Estrelando: Úrsula Corberó, Itziar Ituño, Álvaro Morte
Sinopse (Netflix):
Oito assaltantes se trancam com reféns na Casa da Moeda da Espanha enquanto seu líder manipula a polícia. Será o maior roubo da história ou uma missão em vão?

Não recomendado para menores de 16 anos.

26 janeiro, 2018

Resenha :: Entre 4 Paredes

janeiro 26, 2018 1 Comentários

Olá, faroleiros do Clube. Hoje vou escrever sobre minha leitura do livro Entre 4 Paredes, a história é original e bem criativa, tudo acontece enquanto uma partida de futebol ocorre, mas não é qualquer partida de futebol. É uma quarta-feira dia da final da Copa do Brasil, onde o rubro negro irá enfrentar o alvinegro - time do interior que surpreendeu ao chegar na disputa pela taça.

"As quartas-feiras, criava-se uma interessante harmonia entre os ruídos do prédio de número 931. Uma sequência mágica que se repetia sem esforço."

O local da trama é um prédio de um bloco de apartamentos, onde todos os vizinhos seguem a vida tendo que se adequar a rotina que a vida em um prédio estabelece. Latidos de cachorro, pratos quebrados, comemorações de gol, choros de bebês e até gemidos de sexo. Quem nunca se incomodou com os barulhos dos vizinhos? No edifício 931 não é diferente.

A história é narrada em terceira pessoa, e algumas vezes pelo personagem do próprio investigador Renan. Eu li o mesmo texto de dois modos e ambos funcionam, você pode pular as partes da narrativa do jogo, mas vai precisar de um pouco mais de atenção para entender os diálogos e atitudes relacionados ao que acontece durante a partida. Ou ler a história com o jogo, se sentir fazendo parte de uma "citcom", do estilo "Sai de Baixo".

A leitura é muito rápida porque além da boa narrativa a diagramação do texto facilita demais, além dos capítulos o livro é dividido em partes, te preparando para mudanças de narrativa e de personagens, com o passar do tempo o livro fica com um mistério a desvendar e você acaba sendo cativo pelos personagens Renan e Zeca.

Outra coisa que adorei foi que a autora não fez o uso excessivo de jargões policiais ou situações forçadas. E deu a cada morador uma personalidade super reconhecível a quem tem vizinhos, sem a estereotipação de nenhum deles. Mas no fim os principais acabam sendo a dupla de investigadores que vão ao prédio investigar o que aparentemente se trata de uma briga de casal.

"Renan estava eufórico. Ele sabia, no fundo ele sempre soube. Ambos riam. Eles tinham conseguido. Juntos eles foram capazes de desvendar o segredo de Lorena. Agora era tudo uma questão de formalidade."

Renan, apesar de suas esquisitices, tinha um tino investigativo bastante afiado, gostava de trabalhar e tudo era melhor do que ficar em casa na mais completa solidão. Quando criança apanhava do pai por ter apanhado ou sofrido abuso por parte de seus colegas de escola, tinha uma mente brilhante e se mantinha ocupado nas aulas com alguma coisa que despertasse sua mente. Porém tinha em seu parceiro o exato contra ponto a si mesmo. José Carlos vivia cada dia ao seu tempo, sofrendo para cumprir o mínimo que se espera de um policial, que depois de alegar dependência química e ter provado ter ficado em tratamento, voltará ao serviço na corporação em um período probatório de reciclagem em sua antiga função.

"Era isso que o certinho do Renan nunca entenderia. O transtorno que se causa quando se trabalha direito. Principalmente com descobertas formidáveis."

E a somatória de tudo que eu falei acima resulta numa leitura, leve, divertida que te deixa curioso para entender o que realmente aconteceu, porque nada pode ser tão simples quanto parece e até mesmo quem ganha o bendito jogo no final das contas, afinal o jogo só está ganho depois que o juiz apita o final do jogo. Confesso que a última parte do livro eu li aos risos, quase sem conseguir me controlar, o jeito que a autora levou tudo para o desfecho foi tão simples e tão brilhante que me conquistou.

Sobre a edição, caramba, a Selo Jovem não me decepcionou mais uma vez. Diagramação, fonte, letras e páginas amarelas, folhas divisórias entre as partes do livro, capa e sinopse impecáveis.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Entre 4 Paredes
Marta Arêas Campos
Ano: 2017
Páginas: 128
Editora: Selo Jovem
Sinopse (Skoob):
Latidos de cachorro, pratos quebrados, comemorações de gol, choros de bebês e até gemidos de sexo. Quem nunca se incomodou com os barulhos dos vizinhos? No edifício 931 não é diferente. Até que, no dia da final da Copa do Brasil, uma investigação policial terá que desvendar um possível crime por meio dos ruídos corriqueiros ouvidos pelos residentes. 
As obsessões do esquisito investigador Renan e os fetiches de seu depravado parceiro, José Carlos, conduzirão uma das investigações mais bizarras e inusitadas do décimo sétimo batalhão.



_____Sobre a Autora_____

Marta Arêas Campos é brasileira nascida em 1981, na cidade de Nottingham, Inglaterra. Viveu a maior parte de sua vida na cidade de São Paulo. Desde de 2010, mora em Montréal, Canadá, onde escreve e trabalha como Terapeuta Ocupacional.
Publicou o livro de contos Família Não Se Escolhe pela Bookess além de contos nas antologias Post Mortem e Ponto G, ambas pela editora Multifoco (2016) e Sabor da Paixão, pela editora Andross (2016). Entre 4 Paredes é seu romance de estreia.

Acompanhe a página no Facebook da autora: @macescritora

23 janeiro, 2018

Resenha :: O Chamado do Cuco (The Cuckoo's Calling)

janeiro 23, 2018 3 Comentários

Robert Galbraith é o pseudônimo de ninguém menos que J.K. Rowling, a célebre autora de uma das séries mais vendidas do mundo: Harry Potter. Porém, está é uma empreitada inteiramente nova, que nada tem a ver com o universo fantasioso de outrora, neste livro seremos envolvidos em um crime, e não um crime qualquer, é a morte de uma supermodelo.

Em uma noite inverno, uma notícia deixa todos atônitos, a famosa supermodelo Lula Landry foi encontrada morta em frente ao seu prédio, a suposição era de que ela havia cometido suicídio.

Lula Landry era uma supermodelo lindíssima, era bem sucedida, tinha uma carreira sólida, amigos que se importavam com ela, um relacionamento bem conturbado com seu namorado Duffield, e um histórico de doença mental e bipolaridade. Não bastava tudo isso, Lula era negra e havia sido adotada em sua infância por uma família branca e abastada, que a amava MUITO, mas não deixa de haver um conflito interno na modelo, ela queria conhecer suas origens e seus pais biológicos. Portanto, com esse extenso pano de fundo sobre a vida de Lula, a polícia acatou a hipótese de suícidio.

“A extrema beleza de Lula beirava o absurdo, e o charme pelo qual era celebrada (nos obituários dos jornais e nos blogs histéricos) andava lado a lado com sua reputação de explosões repentinas de mau humor e pavio perigosamente curto. Imprensa e público pareciam ao mesmo tempo amá-la e adora odiá-la. Uma jornalista a achava ‘estranhamente doce, dona de uma ingenuidade inesperada’, outro, ‘no fundo, uma diva um tanto calculista, astuta e espinhosa’.”

 Três meses após o fato, seu irmão John Bristow resolve procurar um detetive particular para reabrir o caso, uma vez que este acredita que a morte de Lula não se tratava de um suicídio e sim, de um crime.

Cormoran Strike é um detetive particular, veterano de guerra e que teve sua perna mutilada durante a mesma, além disto, está com sua vida amorosa de pernas para o ar (e por isso, passou a morar em seu escritório) e na pindaíba, mesmo não querendo investigar o caso, uma vez que a polícia já havia fechado de forma satisfatória, ele resolve aceitar, até porque não poderia se dar ao luxo de recusá-lo não é verdade?

Por um acaso do destino, a Temporary Solutions, envia uma nova secretária temporária para Cormoran Strike, Robin (que, coincidência ou não, tinha um desejo de se tornar detetive). Ela se prova extremamente eficaz em seu trabalho, e apesar dos dois personagens serem bem diferentes, a amizade entre eles surge com o passar do tempo, o que rende algumas situações inusitadas e divertidas.

 “O Chamado do Cuco” é um ótimo romance policial, muito bem escrito e descritivo, apesar de ter um início lento a trama possui bom ritmo, é bem construída e não deixa pontas soltas em relação a esse mistério. Alguns temas são abordados no livro de maneira sutil, como, por exemplo: racismo, adoção, pressão da fama, distúrbios mentais, problemas familiares, etc. Gostei muito do detetive Cormoran Strike por ser um personagem bem próximo a realidade, ele não é um super galã, sua profissão não é nada fácil e sua vida está bem conturbada.

"Como era fácil tirar proveito da tendência de uma pessoa à autodestruição; como era simples empurrá-las para a inexistência, depois recuar, dar de ombros e concordar que este fora o resultado inevitável de uma vida caótica e catastrófica."

Li a edição da editora Rocco, em brochura. A capa é linda e reflete bem o ar de mistério do livro, gostei da escolha das cores, as páginas são amareladas, a diagramação está ótima. O livro foi dividido em cinco partes, e possuí capítulos em um bom tamanho. Recomendo aos amantes de romances policiais.

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

O Chamado do Cuco
Cormoran Strike # 1
Ano: 2013
Páginas: 448
Editora: Rocco
 
Sinopse (Skoob):
Quando uma modelo problemática cai para a morte de uma varanda coberta de neve, presume-se que ela tenha cometido suicídio. No entanto, seu irmão tem suas dúvidas e decide chamar o detetive particular Cormoran Strike para investigar o caso.
Strike é um veterano de guerra, ferido física e psicologicamente, e sua vida está em desordem. O caso lhe garante uma sobrevida financeira, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no mundo complexo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas e mais perto do perigo ele chega.
Um emocionante mistério mergulhado na atmosfera de Londres, das abafadas ruas de Mayfair e bares clandestinos do East End para a agitação do Soho. O Chamado do Cuco é um livro maravilhoso. Apresentando Cormoran Strike, este é um romance policial clássico na tradição de P. D. James e Ruth Rendell, e marca o início de uma série única de mistérios.

26 dezembro, 2017

Resenha :: Morte na Mesopotâmia (Murder in Mesopotamia)

dezembro 26, 2017 2 Comentários

Agatha Christie ganhou o título de Rainha do Crime e não foi a toa, ela mereceu! Com cerca de oitenta livros publicados e traduzidos para mais de cem idiomas em todo o mundo, ela é uma das romancistas mais bem sucedidas da história da literatura popular mundial, além disso, suas obras já foram adaptadas para cinema e televisão.

“Morte na Mesopotâmia” é narrado por Amy Letheran a pedido do Dr. Reilly, embora ela mesma acredite não ter talento para escrever e declarar que só está fazendo por ter sido um pedido do doutor, portanto apresenta características um pouco diferentes do estilo da autora, o que foi uma sacada sensacional!

Amy Letheran é contratada para tomar conta da esposa do líder de um grupo de escavação, o famoso arqueólogo Eric Leidner. Louise Leidner é uma senhora dona de uma beleza arrebatadora e que guarda um segredo do seu passado, segredo esse que passa a atormentá-la nos últimos tempos e começa a fazer com que ela tenha crises de pavor. Seu comportamento paranóico começa a afetar os membros da escavação, provocando um clima de tensão entre eles, portanto, a vinda de Amy Letheran serviria para apaziguar as coisas.

Entretanto, em um determinado momento da trama, o assassinato de Louise Leidner ocorre e dá-se início a uma investigação minuciosa para desvendar o autor do crime. Por sorte, o detetive belga Hercule Poirot estava de passagem pela região e foi convidado a elucidar esse mistério. Bem conveniente, não?

“Ao vê-lo, dava vontade de rir! Dir-se-ia que tivesse saído de um palco ou de um filme. Para começar, não tinha mais de um metro e meio de altura na minha opinião – um homenzinho gordo, esquisito, bastante velho, com um bigode enorme e cabeça oval. O protótipo do cabeleireiro das peças cômicas!”

Como é de se esperar em um livro de romance policial, todos os empregados e integrantes da equipe de escavação (incluindo a enfermeira Amy Letheran) são suspeitos de terem cometido o crime. A forma como os personagens foram apresentados é magnífica, tem uma riqueza de detalhes impressionante, os motivos pelos quais cada um deles poderia ter sido o autor do crime também são mostrados, assim como a mudança de comportamento de cada um, o que nos faz ficar pensando constantemente em quem de fato cometeu o assassinato, não irei me alongar demais neste ponto, a intenção é que cada leitor tire suas próprias conclusões e se divirta a cada página, não é mesmo?

“Na Inglaterra, antes das corridas, há um desfile de cavalos, não é? Eles passam em frente ao palanque oficial para que todos tenham a oportunidade de vê-los e avaliá-los. Foi esse o propósito da minha pequena assembléia. Para usar uma frase esportiva, passei os olhos pelos possíveis competidores.”

Em suma, a obra tem um cenário interessante, personagens bem construídos e um método de elucidação do crime para lá de engenhoso, além de tudo, uma personagem imparcial ter sido a narradora do caso foi uma sacada genial em minha opinião. Gostei muito da leitura deste livro e pretendo ler outros da autora em breve.

A edição que li é a da Nova Fronteira, publicada em 2014, possui capa dura, as páginas são amareladas e finas (mas não são transparentes), a fonte possuí um tamanho confortável para a leitura prolongada (o que tem grandes chances de acontecer).

“Eu brinco, Madeimoselle, e acho graça. Certas coisas, porém, não tem nada de engraçado. Já aprendi muitas coisas em minha profissão. E uma delas, a mais terrível, é esta: o crime é um hábito...”


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Morte na Mesopotâmia
Um Caso de Hercule Poirot
Ano: 2014
Páginas: 240
Editora: Nova Fronteira
 
Sinopse (Skoob):
A enfermeira Amy Leatheran é contratada para se juntar a uma expedição arqueológica no Iraque. Mas sua função ali tem bem pouco a ver com ruínas e artefatos: ela deve vigiar de perto a bela Louise Leidner, que está cada vez mais apavorada com a ideia de que talvez seu ex-marido não esteja tão morto quanto acreditava.
Louise pode estar imaginando coisas. Mas o fato é que, uma semana após a chegada da enfermeira, a mulher é encontrada morta no próprio quarto, e agora cabe a Hercule Poirot identificar o assassino. Quem terá sido? Tudo indica que o culpado está entre os membros da equipe de cientistas...

25 outubro, 2017

Resenha :: O Guardião (The Guardian)

outubro 25, 2017 0 Comentários

“Eu ficaria arrasado se você nunca mais voltasse a ser feliz. Então, por favor, faça isso por mim. O mundo fica melhor quando você sorri.”

É verdade que tem quem torça o nariz para Nicholas Sparks, dizendo que todo livro tem aquela mesma fórmula e tal, mas a sinopse desse livro não mentiu.

Esse livro te prende pela expectativa. A personagem principal te encanta por sua história. Ela lida com quem teve um grande amor e perdeu. (A sinopse já disse que ele morreu). Porém você descobre que esse não foi o único problema na vida de Julie com que ela teve de lidar. 

Como lidar com a perda de um grande amor e de alguém que te ajudou a reconstruir toda a sua vida. Quanto tempo de luto é necessário para uma dor assim? Para Julie foram 4 anos. Hora de se levantar e mais uma vez reconstruir sua vida. E aceitar que talvez seja hora de amar novamente. E aí começam as complicações.

“Não era como se uma luz tivesse se acendido subitamente. Era mais como um alvorecer, quando, de uma maneira quase imperceptível, o sol fica cada vez mais claro até você perceber que a manhã chegou.”

Acho que a grande delícia da história é que até aqui você já se apegou ao cachorro, já está amiga de Julie e já torce pelo Mike. Ok, caí em todos os clichês prováveis e sinceramente, deliciosamente consciente e satisfeita com isso! Os encontros dela dão um toque de humor irresistível.

“Sempre se tem uma escolha. Só que algumas pessoas fazem a errada.”

Porém, antes de ficar chato o romance aparece na história: o sofisticado engenheiro Richard Franklin, que não poupa esforços para agradá-la. Mas sinceramente toda aquela perfeição é assustadora.

“Sei que nós queremos acreditar que esta é uma cidade pequena e pacata, e na maior parte do tempo é mesmo, mas coisas ruins também acontecem em lugares assim.”

A história começa a tomar rumos de suspense quando Julie é obrigada a tomar uma decisão e nem todas as pessoas sabem lidar com o “não”. Se você, lendo essa linhas já disse:     “Ahhh! Já vi tudo!!” Eu digo!! Leia mesmo assim!! É como aquele filme que você já viu antes, mas ainda te traz lágrimas.

“Há uma coisa que você deveria saber sobre a polícia. Ela é ótima quando se trata de roubo ou assassinato. É para isso que o sistema foi feito, para pegar pessoas depois do crime.”

E afinal quem é O Guardião de Julie? A resposta dessa pergunta vem junto com a parte do desfecho da decisão tomada por Julie. Eu sinceramente gostaria de um final diferente. Mas gostei do modo com o Nicholas Sparks conseguiu dar um final a cada personagem. Mesmo os não-vivos do livro. E aquela mensagem que amar novamente não significa desmerecer já ter amado antes. E que quem foi feliz não tem medo de recomeçar e ser feliz novamente!

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

O Guardião
Ano: 2016
Páginas: 352
Editora: Arqueiro
 
Sinopse (Skoob):
Aos 25 anos, a doce Julie Barenson perdeu seu grande amor para uma doença impiedosa. Porém, ao partir, o marido lhe deixou dois presentes inesperados: um filhote de cão dinamarquês chamado Singer e a promessa de que cuidaria dela para sempre, onde quer que estivesse.
Quatro anos depois, Julie enfim está pronta para tentar amar de novo e se vê dividida entre Richard Franklin, um belo e sofisticado engenheiro que a trata como uma rainha, e Mike Harris, um mecânico gentil que – junto com Singer – tem sido seu melhor amigo desde que ficou sozinha. Ela tem que tomar uma decisão. Só não pode imaginar que, em vez de lhe trazer felicidade, essa escolha transformará sua vida num pesadelo causado por um ciúme tão doentio que está a um passo de se tornar criminoso.
O guardião contém tudo o que os leitores esperam de um romance de Nicholas Sparks, mas desta vez ele se reinventa e acrescenta um novo ingrediente à trama: páginas e mais páginas de muito suspense.

03 outubro, 2017

Resenha :: Os Crimes ABC (The A. B. C. Murders)

outubro 03, 2017 2 Comentários

Em “Os Crimes ABC” somos envolvidos no mistério a partir do momento em que o aclamado detetive belga Hercule Poirot (que estava aposentado, porém, vez por outra pega um caso que julga interessante), recebe uma carta inquietante de um criminoso que apenas assinou como ABC. Desconcertado e temeroso, o detetive informa sobre a existência da carta a seu amigo Capitão Hastings e também à Scottland Yard, embora acreditem tratar-se de um trote, todos resolvem ficar atentos.

“Sr. Hercule Poirot,
O senhor aprecia resolver mistérios que são difíceis demais para os nossos pobres policiais britânicos tapados, não é? Vamos ver, Sr. Brilhante Poirot, o quanto o senhor consegue ser brilhante. Talvez considere este osso duro demais de roer. Atenção a Andover, no dia 21 deste mês.
Sinceramente etc.,
ABC”

De fato, um crime ocorreu na mesma localização informada na carta, e como prova de que não se tratava de um crime qualquer, havia um guia ferroviário ABC próximo ao corpo. Como era de se esperar, de início a polícia achou tratar-se apenas de uma mera coincidência, mas Poirot não. Dias depois, Poirot recebe mais uma carta do misterioso ABC, avisando onde iria ocorrer o próximo crime. Será que as células cinzentas de nosso querido detetive serão páreo para esse intrigante assassino? 

“Um assassino é sempre um jogador. E, como muitos jogadores, um assassino normalmente não sabe quando parar. A cada crime, sua opinião a respeito de sua própria capacidade se fortalece. Seu senso de proporção fica deturpado. Ele não diz ‘fui inteligente e sortudo! ’ Não, ele diz apenas ‘Fui inteligente! ’ E a opinião que tem sobre a própria inteligência só melhora, e então, mes amis, a bola gira, e a vez da cor passou... a bola cai num outro número e o crupiê grita ‘Rouge!’.”

A narrativa deste livro fica, majoritariamente, por conta do capitão Hastings, enquanto alguns capítulos são narrados por outra figura, que os leitores irão descobrir ao longo do livro.  Alguns pontos interessantes no livro são: o serial killer e suas cartas desafiadoras, além de sua fixação em matar pessoas que possuíam o nome e/ou sobrenome que se iniciava com a mesma letra da cidade em que o crime seria cometido. Ao longo da obra, diversos questionamentos vão surgindo e a cada página você fica mais intrigado com os crimes e suas motivações.

Na contra-capa da edição que li, a versão de bolso da L&PM, há uma frase do The Times, que sintetiza bem minha opinião sobre o livro: “Christie merece ser parabenizada pela perfeição de sua invenção.”

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Os Crimes ABC
Ano: 2009
Páginas: 256
Editora: L&PM
 
Sinopse (Skoob):
Há um serial killer à solta, matando suas vítimas em ordem alfabética. A única pista que a polícia tem é um macabro cartão de visitas que o assassino deixa em cada cena do crime: um guia ferroviário aberto na cidade onde a morte acontece.
A Inglaterra inteira está em pânico com a sucessão de crimes – A: Alice Ascher, em Andover; B: Betty Barnard, em Bexhill; C: Sir Carmichael Clarke, em Churston – e o assassino vai ficando mais confiante a cada morte. Seu único erro é pôr à prova o orgulho de Hercule Poirot, um erro que pode ser mortal. 

04 agosto, 2017

Resenha :: Manhã de Sol Florida, Cheia de Coisas Maravilhosas

agosto 04, 2017 18 Comentários


Esse livro foi um dos desafios da minha TBR (Livros para ler) na Maratona literária de Inverno. Ela atendia a dois dos desafios, o primeiro - pontuação no título Manhã de Sol Florida. Cheia de Coisas Maravilhosas. E o segundo - história que se passa em momento histórico marcante. Essa história acontece nos anos 70, em plena ditadura militar.

Confesso não ter me apaixonado pela sinopse, mas assim que comecei a ler tive certeza que não iria abandonar a leitura, que rendeu boas surpresas. Logo no começo o livro mostra uma história nada clichê e com muito conteúdo. 

Outra coisa surpreendente foi a quantidade de conteúdo em poucas palavras e a desenvoltura do autor em fazer o leitor interpretar a história de maneira quase inconsciente, ir preenchendo as lacunas entre as linhas da história sem deixar que com isso o livro tivesse uma queda no rendimento da história e da leitura.

Ao indicar esse livro já diria que só de pensar em toda cultura histórica do livro e alguns fatos de época já valeria a leitura desse livro. Que começa apresentando alguns personagens e uma rotina até então comum num dia-a-dia de um operário morador de áreas periféricas, várias pequenas curiosidades de Montevidéu e dos gostos dos moradores do local. Também nos apresenta o protagonista Miguel e como a vida pode seguir numa rotina sem cores e até sem vida, preso a rotina e aos horários da vida cotidiana.

"Miguel Martinez era um cinzento montevideano, que gostava de vinho, bife à milanesa, doce de leite, café puro e tubaína que aprendeu a tomar no Brasil."

Eu sinceramente comecei a notar pequenas peculiaridades no personagem principal e a cada novo capítulo o tom da história entra num crescente ascendente, mais conteúdos e detalhes são acrescentados de forma tranquila deixando a leitura muito prazerosa; as voltas que a vida dá, que levam Miguel ao RJ, são muito bem escritas e verossímeis, em especial pelas notas de rodapé. Um tom pessoal que explica a paixão pelo RJ e encerra um ciclo. Após uma passagem interessante de tempo que diz mais que muitas páginas escritas. 

Esse salto no tempo para mim foi meio chocante porém antes do choque passar veio o entendimento e o aplauso a esse que foi um recurso muito bem empregado. Porque? Simplesmente o autor poderia ter escrito diversas páginas de “nada” apenas para narrar a vinda de Miguel ao Brasil, sem narrar nada especialmente relevante a história. Porém ele deixa apenas os fatos realmente importantes ou detalhes que deveriam ser insignificantes, mas dizem muito.

Aninha, ou Ana Clara surge na história de uma maneira tranquila, assim como os outros personagens que aos poucos ganham destaque. O modo como o autor conta um pouco a cada momento de um personagem em destaque faz com que o conhecimento venha de forma tranquila, porém extremamente marcante a ponto de te deixar cada vez mais próximo do personagem e da história. No entanto a sensação é de um personagem fictício caminhando no mundo real e algumas vezes, de tão bem escritos, o real e o imaginário se fundiam e confundiam deixando a leitura muito agradável e com aquela dúvida de onde termina o real e começa o imaginário instigando ainda mais a leitura.

“A convivência com a jornalista fez dele um homem mais humano, sensível e curioso pela vida. Graças a ela, começou a manifestar um real interesse pelos meandros das comunidades cariocas.”

E a crescente da história só aumenta com a entrada de Ana Clara Pernambuco na história, o romance dos personagens seguem um tom crescente de uma forma muito real e também como o amor é. Trazendo aquele sorriso bobo, cores no mundo que pareciam não estar lá antes e aquela sensação ruim que me deixou angustiada achando que toda essa felicidade não vá durar. Porque além das lentes rosas do amor existe a realidade. A realidade dos morros cariocas, fatos históricos como o surgimento do Comando Vermelho, o terror do submundo do governo militar, da tortura e das cores em preto e branco, da traição e da tortura.

Ana Clara é fundamental para a história, porém o pouco romance na história deixa o livro ainda mais interessante. E o final... eu terminei o livro com o coração na mão e no fim aquele suspiro de quem diz... WAW, o final me conquistou, porque me preparou para algo e me surpreendeu com um final ainda melhor. Estou realmente encantada com todas as surpresas que esse livro me trouxe. Não é uma história de amor fofa, mas é uma história de amor que facilmente seria verdade no mundo que vivemos.

Sobre o livro
Notei logo nos primeiros capítulos, que esses sendo curtos facilitam a leitura e algumas palavras correntes da época dão charme ao texto.
Outra coisa digna de nota são as frases escritas na língua do protagonista e traduzidas no rodapé, achei um charme fantástico a história. Sem falar em papel amarelo de uma qualidade incrível, letras num tamanho ótimo para leitura. E passagens sobre Tim Maia e sua carreira.


Nota :: 

Informações Técnicas do Livro

Manhã de Sol Florida, Cheia de Coisas Maravilhosas
Alécio Faria 
Ano: 2017
Páginas: 154
Editora: Selo Jovem
Sinopse (Skoob): 
Montevidéu, outono de 1977.
O uruguaio Miguel Martinez consegue realizar, ainda que tardiamente, o sonho de menino – o de conhecer o Rio de Janeiro. Contudo, não poderia imaginar o quão sem graça seria viver na cidade maravilhosa, até encontrar Ana Clara Pernambuco - repórter do Diário de Notícias e responsável pela ONG Babilônia Azul, numa das maiores favelas cariocas.
Morando num país periférico, belo e exótico, porém esquecido e marginalizado pela ditadura militar dos anos 70, Ana Clara o envolverá numa arriscada investigação sobre a indústria de bebidas.

Links para compra:
Ed. Selo Jovem :  http://bit.ly/2nji0th