14 outubro, 2019

Resenha :: Mr. Romance

outubro 14, 2019 0 Comentários

Cara senhorita Tate,
Conforme a nossa conversa ontem, segue uma lista de orientações para nossos próximos encontros. Por favor, faça o possível para cumprir rigidamente todas elas.


Olá, faroleiros!

A dica de hoje é de um romance daqueles com o nome até na capa! Mr. Romance, da Leisa Rayven, foi minha leitura recente e me deixou com o coração aquecido. Lógico que quando o livro é bom, não hesito em trazer aqui para vocês.


Imagina uma lenda urbana que ateste existir um cara incrível, divertido, sexy, romântico e que ainda tenha a personalidade que você mais aprecia: um CEO galante, um nerd divertido, um milionário romântico, por exemplo? Esse homem está disponível, basta contratá-lo para alguns encontros onde todos os seus desejos se tornam realidade. Estamos falando de encontro com satisfação de companhia garantida. Mas não confunda. Esses encontros NÃO envolvem sexo.

— Sexo é para o corpo. Romance é para a alma.
— Bom slogan, você deveria vender camisetas. 

Assim Eden Tate conheceu Max Riley, como Mr. Romance. Jornalista com faro investigativo, a incrédula garota resolve procurar o dono da história mais louca que ela já ouviu. Viu nela a oportunidade de provar para o seu chefe que ela era mais que uma mera colunista dentro do Pulse. Eden iria encontrar o tal Mr. Romance, provar que ele era uma fraude, um oportunista que atrai mulheres carentes, e divulgar suas clientes famosas. Estava, sem dúvidas, diante de um furo e reportagem.

Eu entendo. Você infectou inocentes usuários da internet com o mais horrendo fungo genital que cresce no lado obscuro do seu cérebro. Qual a novidade?

Max Riley parece se encaixar em qualquer personalidade e ainda ser um cara inesquecível. Ele encontrou no personagem Mr. Romance uma forma de ganhar dinheiro e, é claro, que não gostou nenhum pouco de saber que uma repórter havia se interessado pelo seu negócio peculiar. Ainda mais que tinha a intenção de expô-lo e a suas clientes. Max Ridley então propõe a Eden que ela vá a três encontros com ele. Se no final ela não tiver se apaixonado e desistido de contar toda a verdade, então ela pode prosseguir com a matéria.

O que Eden não esperava era que ela fosse ser atraída pelo próprio Mr. Romance. Diante de uma proposta tentadora ela mergulhará em um jogo de sedução, onde ambos os lados podem cair na própria armadilha e serem derrotados pelo amor pungível e crescente entre eles.

Eu acho que, quando somos crianças, nós começamos a vida sentindo tudo. O mundo é mágico e incrível. Mas, quando crescemos, somos condicionados a acreditar que tudo é ordinário e que magia só existe nos contos de fadas. É uma mentira completa , é claro, mas é assim que as coisas são.


Comecei essa história com altas expectativas, já que essa não era minha primeira leitura da autora Leisa Rayven. Contudo a trama não me prendeu de início. Confesso que quase abandonei a leitura. Quase. Porque após determinada parte, o livro tem uma reviravolta surpreendente  e deixa e ser aquela narrativa apenas ok.

Daí em diante, somos levados a uma sucessão de acontecimentos emocionantes. Os tais encontros de Eden com o Mr. Romance são maravilhosos. E olha que a história de que não há sexo nos encontros é verdade. O que não impede que role uns beijos e outas coisas mais.  Afinal, estamos falando de duas pessoas transbordando desejo, atraídas mutualmente.

Adoro histórias diferentes das tradicionais, apesar de ser um romance onde o homem e a mulher se desafiam diante de uma situação para depois descobrirem que estão perdidamente apaixonados. A diferença está no enredo da história e como as situações criadas proporcionam um clima crescente rumo ao seu desfecho. Fora que as cenas românticas do casal têm um quê de especiais.

Todo mundo quer se sentir especial, a gente admitindo ou não. E amar sem limites, nos permitindo ser amados de volta, é o que dá sentido à vida. Ou, pelo menos, é o que deveria dar. Todo o resto só atrapalha.

Há também uma desconstrução da nossa protagonista. Todas as suas convicções de que ela, definitivamente, não nasceu para relacionamentos são quebradas pelo Mr. Romance. Da mesma forma, vamos conhecendo o nosso Max conforme dados do seu passado são descobertos pela nossa repórter. E é aí que vemos que há muito mais segredos no passado do Mr. Romance do que imaginávamos.

Mesmo que isso tudo acabe em catástrofe, você é a melhor ideia ruim que eu já tive.

Não preciso nem dizer que é indicação na certa para as romancistas de plantão, né? Selo de leitura da Mile. E só para saberem a narrativa é em terceira pessoa. Não tenho preferências entre as duas formas, mas achei importante avisar mesmo assim.

Então é isso. Essa foi mais uma resenha e espero que tenham gostado. Fico a disposição para quem quiser trocar experiências depois. Um super beijo!

Todas nós já nos machucamos. Todas nós temos cicatrizes em alguns lugares. Mas o romance nos permite esquecer disso por um momento e acreditar que contos de fadas podem ser reais. Nós vivemos em um mundo de homens falhos. Não há vergonha nenhuma em se permitir acreditar em um perfeito por um tempinho.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Mr. Romance
Masters of Love #1
Ano: 2017
Páginas: 358
Editora: Globo Alt
Sinopse:
Max Riley é um homem incrível que pode fazer com que as fantasias mais fantásticas ganhem vida: sob o alter ego de Mr. Romance, ele pode ser um bilionário dominador, um bad boy inocente, um geek sexy ou qualquer outro personagem que satisfaça os desejos das mulheres solitárias da alta sociedade de Nova York. No entanto, nada disso envolve sexo: são apenas encontros inesquecíveis.
Intrigada com a lenda urbana de Mr. Romance, a jornalista Eden Tate está determinada a publicar uma matéria revelando a identidade e as artimanhas de Max. Desesperado para proteger seu anonimato e de suas clientes,Max desafia Eden a ter com ele três encontros: se ela não se apaixonar por ele, poderá publicar a matéria. Caso contrário, deverá esquecer a história.
Eden não tem dúvidas de que conseguirá resistir a todos os falsos personagens de Mr. Romance, mas será que é seguro entrar no jogo do maior mentiroso de todos?

12 outubro, 2019

Resenha :: A Aldeia Sagrada (Especial Dia das Crianças)

outubro 12, 2019 1 Comentários

Dia das Crianças é comemorado anualmente no dia 12 de outubro e, para celebrar esse dia, vamos postar a resenha de A Aldeia Sagrada, de Francisco Marins.

O livro faz parte da série Vaga-Lume, lançada pela Editora Ática, em 1973. A coleção é composta por livros nacionais voltados para o público infantojuvenil. Aposto que muitos leitores foram introduzidos ao universo da literatura através dessa série.

Em A Aldeia Sagrada, o autor Francisco Marins claramente homenageia Os Sertões, de Euclides da Cunha, ao mostrar a dura vida no sertão baiano através dos olhos de uma criança.


Didico mora com os padrinhos, Chico e Donana, desde a morte dos pais. Quando uma seca sem precedentes assola o sertão, o garoto precisa deixar o Corumbê – a terra dos padrinhos - para se arriscar através da Caatinga.


O garoto de doze anos se junta a um grupo de retirantes e faz amizade com um homem chamado Juviara e seus dois filhos, Mada e Zico. Durante suas andanças, eles conhecem Antônio Conselheiro, líder religioso que prega esperança a seus seguidores. Ele começa a reunir sua gente em Belo Monte, uma antiga fazenda de gado, situada às margens do rio Vaza-Barris. O nome Canudos surgira porque os moradores dali fumavam em cachimbos de barro, com canudos muito compridos.

O sacrifício a dor, conduzem a criatura à salvação. O Senhor sofreu um calvário pior. A bem-aventurança pertence aos humildes e sofredores. Tudo no mundo é pequeno e passageiro. Grande só Deus e o reino do Senhor. O deserto pertence ao povo eleito. Ao fim dele fica o paraíso.

Os governantes acham que ele está iniciando um movimento separatista e começam a atacar o local, gerando uma grande revolta entre os seguidores do "santo" Conselheiro que culminou na Insurreição de Canudos.

O livro também retrata o transporte do meteorito Bendegó do interior da Bahia até a capital de Salvador, para depois seguir para o Rio de Janeiro. O Bendegó estava exposto no Museu Nacional do Rio de Janeiro que pegou fogo no dia 02 de setembro de 2018. O meteorito de 5 toneladas é o maior já encontrado no Brasil e foi o único item que ficou intacto após o incêndio.


Só fui conhecer A Aldeia Sagrada agora, apesar da primeira publicação ser de 1953. Esse livro deveria ser obrigatório para todos os estudantes por retratar momentos importantes da nossa história sem ser enfadonho como alguns livros didáticos.

Você consegue se colocar no lugar do Didico, compreender seus sentimentos e perspectivas. A primeira parte do livro é bem impactante e você consegue entender o drama do sertanejo que muitas vezes é obrigado a migrar para as grandes cidades na expectativa de uma vida melhor.

Ilustração do livro que retrata a Guerra de Canudos


Com amor, André

Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Aldeia Sagrada
Série Vaga-Lume
Francisco Marins 
Ano: 1993
Páginas: 106
Editora: Ática 
Sinopse:
Fugindo da seca do sertão baiano, Didico descobre o arraial de Canudos, em 1897, no momento em que a guerra dos militares contra Antônio Conselheiro chega ao auge. 
Uma seca terrível assola o sertão. Didico anda à toa pela caatinga, tentando sobreviver. Mas ele terá de enfrentar o fogo de uma guerra terrível. Estamos em 1897: os homens de Antônio Conselheiro estão dispostos a tudo, defendendo-se dos ataques dos militares. Em A aldeia sagrada, Francisco Marins conta o episódio da Guerra dos Canudos pela visão de um menino de doze anos que participa dos acontecimentos.


_____Sobre o Autor_____

Francisco Marins

Francisco Marins nasceu em São Manuel, interior de São Paulo, no dia 23 de novembro de 1922 e faleceu em 10 de abril de 2016. Seus livros foram traduzidos para 15 línguas diferentes e levam as histórias típicas do Brasil para diversos países do mundo. 
Ele é o único escritor brasileiro a figurar na famosa coleção Européia Delphin, que reúne os clássicos de literatura juvenil de todo o mundo. É membro da Academia Paulista de Letras
A Aldeia SagradaO Mistério dos Morros DouradosA Montanha de Duas Cabeças e Em Busca do Diamante são títulos do autor que já foram publicados pela série Vaga-Lume.

10 outubro, 2019

Resenha :: Momento Mágico

outubro 10, 2019 0 Comentários

Olá, faroleiros, no dia 10 de outubro a diva Nora Roberts faz aniversário e, em homenagem a ela, vamos postar esta resenha aqui no Clube. Esta é uma história publicada pela primeira vez em 1983, e mesmo assim é uma história super atual, muito fofa e que amo muito. Eu tenho as duas edições publicadas no Brasil, a primeira pela Harlequin em um livro com duas histórias e a segunda reeditada pela HarperCollins e fiquei apaixonada por esta última edição em todos os sentidos. Momento Mágico é aquela história de romance que merece ser lida, principalmente para curar uma resseca literária.


Ryan Swan é uma jovem linda, tenaz, simpática e tem um temperamento forte, mas faz de tudo para disfarçá-lo. Ela trabalha na empresa do seu pai, a Swan Produções, como uma faz tudo, hoje negociadora de contratos, mas seu sonho é conseguir dirigir uma produção em todos os seus níveis. Vive sua vida buscando não ter expectativas emocionais, devido a sua infância, mas tem a maior esperança que algum dia o seu pai lhe diga que sente orgulho dela, afinal ela sempre soube que ele gostaria de ter tido um menino. Apesar dos complexos da personagem, ela não é mimizenta de forma nenhuma, o que fez com que eu gostasse bastante dela.

— Não é ca­sada, vive sozinha. É uma realista que se considera muito prática. Acha difícil controlar seu temperamento, mas se esforça. É uma mulher muito cautelosa, Srta. Swan, leva tempo para confiar, tem cuidado nos relacionamentos. É impaciente porque tem algo a provar. A si mesma e ao seu pai.

Pierce Atkins é um homem de personalidade bem fechada, o que desde o início desconcerta a Ryan, ele possui um olhar profundo, que a deixa se sentindo hipnotizada, com a impressão de que ele está conseguindo ler a sua mente, o que ela, por ser uma pessoa realista, descarta de imediato. Ele é um ilusionista como Houdini, talvez até melhor, pois possui seus próprios truques. Acredito que esta história a Nora tenha tomado como base para o seu livro Ilusões Honestas. Pensa em um homem alto, forte, com um olhar penetrante.... rsrsrs... Sou louca por ele.

Talvez ele a tivesse hipnotizado, pensou assustada en­quanto escovava o cabelo. O jeito que ele olhou para ela, o modo como seus pensamentos fugiram... Com um tom de frustração, Ryan jogou a escova dentro da mala. Não se pode ser hipnotizado com um olhar.

A história começa com ela indo se encontrar com Pierce Atkins, um famoso mágico, considerado muito excêntrico, para assinar o contrato negociado entre seu agente e a Swan Produções. De cara sua opinião sobre os mágicos se concretiza ao ver que a casa do Pierce parece um cenário para filmes de terror e ao ser atendido na porta pelo seu mordomo, que na realidade é um amigo, que trabalha com ele, o Link, que segundo a descrição do livro, me lembrou do Frankenstein. Mas a Nora nos ensina que nunca podemos julgar alguém pela aparência, pois a imagem engana.

Link trouxe torradas, resmungando sobre ela ter que comer alguma coisa. Ryan comeu tudo obedientemente, pensando no comentário de Pierce sobre aparências. Se nada mais adviesse de sua estranha visita, ela havia apren­dido algo. Ryan não acreditava que algum dia teria deci­sões precipitadas novamente sobre alguém com base na aparência.

Os dois sentem uma atração imediata, mas ele terá que trabalhar muito para que ela confie nele, assim como também ele terá que confiar nela. Você pode esperar bastante emoção entre os dois, e um desenrolar de toda a história de maneira bem legal, com um enredo leve e ao mesmo tempo profundo com relação ao passado dos personagens, possui também muitas partes cômicas e românticas. É, em minha opinião, uma história muito linda. Confesso que uma de minhas favoritas. Possui várias referências literárias, em especial os clássicos, tanto citadas, como utilizados no nome dos animais de estimação.


Super indico este livro para quem gosta de romance, no real sentido da palavra, e para quem gosta de mágica também. Por ser um livro pequeno, você irá lê-lo bem rápido, até porque não sentirá vontade de larga-lo.

Boa leitura,

Carolina Finco


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Momento Mágico
Ano: 2017
Páginas: 192
Sinopse:
Para Ryan Swan, convencer o excêntrico ilusionista Pierce Atkins a assinar um contrato com sua produtora era uma questão de honra. Além de fechar um importante acordo para a empresa, ela provaria a todos, principalmente a seu pai, que era capaz de se virar sozinha. Assim que chega à exótica mansão de Pierce, ela fica deslumbrada pela atmosfera do lugar. Tudo parecia ter saído de um filme, inclusive seu carismático anfitrião. Porém, quando uma tempestade a prende na mansão, Ryan é obrigada a encarar a verdade: seu interesse por Pierce é muito mais do que apenas profissional. Contudo, ela acredita que se envolver com um homem que ganha a vida desafiando a morte é uma grade estupidez, e decide manter seu coração fechado a sete chaves. Por sorte, Pierce é especialista em abrir todos os tipos de fechaduras, até mesmo as mais impossíveis…

08 outubro, 2019

Resenha :: Título pra quê?

outubro 08, 2019 0 Comentários

Olá, leitor (a), trago minhas impressões da leitura de Título pra quê?, da autora Sarah Camilo. Esse livro é um conjunto de poemas, contos e crônicas que te convidam a refletir, pensar e caminhar junto com a personagem que é o fio condutor dos textos.

Gostei da metáfora do deserto que é usada nesse livro nos textos “Os perigos do deserto” e “Surtei!”, para se referir a uma caminhada, em um momento da vida. Porque, por mais que não sejamos sozinhos, nossa vida é sempre decidida por unicamente nossas opções, escolhas e, claro, as consequências do que fazemos.


Nos primeiros textos, somos levados a um olhar sobre a solidão, em um primeiro momento de outrem, depois de nossa protagonista e pôr fim a nossa própria. E onde mais uma figura sozinha seria tão absurdamente solitária que em meios às terras áridas do deserto? Onde mais observaríamos e teceríamos suposições e teorias sobre aquela pessoa, que a observando ali?

Pois é! Agora você é só uma lembrança. Até que uma lembrança bonita. Tudo é passageiro, até mesmo a própria lembrança.

E assim nos deparamos com o silêncio, a ausência da voz que entoa palavras e dão vazão às sensações, emoções e pensamentos e, nesse mesmo contexto de solidão e silêncio, o convite a relembrar o passado, e ver nas areias do caminho as mesmas que marcam o tempo na ampulheta da vida. O passado, tão sedutor quando o presente não é belo e todo sorrisos. Que nos cativa com a memória do que perdemos e que relembra que o tempo é breve como a vida e quantas surpresas relembrar nos reserva, como em: “Se cair, Levanta!", "Terceira Série" e "Pai, Meu Pai".

Só eu. Só você e mais ninguém. Nenhum pedacinho de papel, nenhuma tinta, nenhuma palavra e nada para escrever. Só há o silêncio.

Nessa caminhada vemos em nós as mudanças, as transições e as passagens que sofremos ao longo dos dias, e nesse caminhar solitário observamos o nascer do dia, as manhãs, tardes e noites. Que mesmo a Terra é obrigada a se mover, mudar, transitar entre as mudanças da passagem do tempo. E no momento que as decisões são tomadas, as escolhas e renúncias feitas, construímos a forma de nosso presente. Levados a escolher pelo passado e moldando de forma definitiva nosso futuro, até mudarmos de decisão e fazermos novas renúncias.

Foi muito bom viver aquele momento, jamais esquecerei. Anseio por outros melhores. A vida é curta e nenhuma tecnologia acompanha a sua velocidade.

Foi marcante no texto o anseio, o desejo e o completo desespero pela liberdade. Mesmo em meio ao nada do deserto, entre a areia nos pés e o sol no céu, o desejo por ser livre é várias vezes trazido à tona nos textos. Mas sem dúvida me marcou o encontro de pensamento entre os textos “Vestida de liberdade” e a crônica em duas partes de “Para o dia Nascer Feliz / Escolhas”.


Assim em contos que trazem sentimentos, poemas de empoderamento, liberdade, feminismo, homofobia, violência, depressão, tristeza e amor; e crônicas sobre a vida em sociedade e política como pessoa que vive em meio a outras, fazemos a jornada através do deserto até nos encontrar as portas com a felicidade. Aquela que habita o viver e não apenas existir. Do dar sem esperar receber e ser grato pelo que se tem e não pelo que deixou de ter.

Cuidado com a palavra nunca é demais. Nunca. Assim como nós, a palavra é um organismo VIVO, ela também pode matar, mas também vivifica.

Durante a leitura vemos as influências da autora durante o texto, como Clarice Lispector, Legião Urbana, Cazuza, Engenheiros do Hawaii e um toque de Caetano Veloso, que comprovam que somos a soma do que vivemos e escolhemos viver, dando proximidade e intimidade com o texto escrito. Temos uma leitura que nos faz refletir, nos diverte e seduz em palavras que foram escritas e aquelas que habitam as entrelinhas, que são lidas no silêncio do não escrito, mas que ganham vida quando experimentamos ir pouco a pouco respondendo às perguntas desde a do texto que deu título ao livro, que nos desafia a dizer: pra que título? 



Sobre a edição: a capa diz muito sobre esse livro que apenas cita a chuva, mas que brinca, desafia e de certa maneira exalta o sol e a liberdade. As folhas amarelas e diagramação com letra e espaçamento confortável para a leitura. Ilustrações lindíssimas que nos fazem parar um momento para, entre um texto e outro, “ler o texto na imagem”.

Espero que você leia, e permita-se caminhar com nossa personagem. Boa leitura.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Título pra quê?
Sarah Camilo
Ano: 2019
Páginas: 80
Editora: Autografia
Sinopse:
Simplicidade: é o que descreve esse livro. Nascido em meio às adversidades, mas, ainda assim, o coração continua pulsante quando o assunto é literatura.
Encontre-se, encontre-se o outro. Quem sabe você não se torne uma pessoa melhor, não é mesmo? Vale muito à pena! Costumo dizer que para me conhecerem é preciso me ler, então fiquem à vontade para me conhecer um pouco.
Acredito que a simplicidade torna a vida um pouco mais leve. Voe com as corujas, fique – se quiser – seja livre! Viva os seus desertos, quando necessário.
Ame e também diga não. Seja humano.
Há uma parte de nós que, às vezes, nos esquecemos. Encontre-a.

04 outubro, 2019

Resenha :: A Herdeira das Sombras (Trilogia das Joias Negras #2)

outubro 04, 2019 0 Comentários

Gente, como eu amo essa série. A história é complexa, cativante e envolvente, e Anne Bishop, com seu enredo e escrita maravilhosos, me conquista a cada página.

Este é o segundo livro da Trilogia das Joias Negras. Então eu vou tentar não soltar muito spoiler, e para quem ainda não conhece a série, tem resenha do primeiro livro (que você pode conferir, clicando aqui). E essas capas são simplesmente lindíssimas e  perfeitas. A Saída de Emergência realizou um trabalho incrível com essas capas e seus lançamentos.


Saetan, depois de lutar pela tutela de sua senhora com muita insistência e “força”, consegue ser o tutor legal de Jeanelle, enquanto ela ainda se recupera dos acontecimentos do livro anterior, que deixou o seu corpo, sua alma e sua mente muito fragilizados. Jeanelle, enfim, conseguiu sair do reino distorcido depois de dois anos de muitos obstáculos, agora com quase quinze anos, ela começa a desenvolver mais a sua mente e suas habilidades, tendo o seu querido Seatan como pai adotivo e seguidor mais fiel.

— Procedemos de imediato à votação relativa à Saetan Daemos SaDiablo solicitando a tutela da menor Jeanelle Angeline. Quem vota contra?
Algumas mãos se levantaram e Anduvar estremeceu diante do olhar estranho e vítreo de Saetan.
— Repitam a votação — disse Saetan com afabilidade exagerada.
Não obtendo resposta da primeira tribuna, a segunda tocou-lhe o braço. Em segundos nada restava na cadeira da primeira tribuna a não ser um montículo de cinzas e uma toga de seda preta.
Mãe noite, pensou Anduvar ao ver a desintegração de tribuna após tribuna que havia se oposto.
— Repitam a votação — proferil Saetan exageradamente delicado.
Desta vez a votação foi unanime.


Neste livro o tempo passa mais depressa que no anterior. Lembrando que a série começa com Jeanelle aos sete anos, e nesse termina com ela aos 20. Entre esse período, suas amizades aparentemente esquecidas retornam, chegando a passar um tempo no reino das sombras com Jeanele e Seatan, Anduvar e Lucivar. Entre elas, novas rainhas da mesma idade, e tão geniosas e quase tão poderosas quanto Jeanelle.

Daemon, que me encantou e brilhou tanto no primeiro livro, encontra-se, neste livro, perdido entre a realidade e a loucura do reino distorcido, sem confiar em ninguém, o que dificulta a sua possível recuperação. Em compensação, seu irmão Lucivar rouba a maioria das cenas, já que agora ele pode, enfim, desfrutar da companhia de sua senhora Jeanelle. Ele é um personagem incrível, carismático, de pavio curto, que já me conquistou.

Lucivar também a abraçou, afagou-a e sentiu um consolo penoso pela força com que ela o agarrava. As lagrimas silenciosas dele molharam os cabelos dela. As lagrimas eram por ela, cujas feridas da alma tinham sido reabertas, e por ele próprio, que podia ter perdido algo valioso pouco depois de ter encontrado. E também por Saetan, que poderia ter perdido muito mais, e por Daemon, principalmente por Daemon.


Os vilões estão cada vez mais maléficos e Jeanelle está cada vez mais poderosa. E, é claro, que de vez em quando os vilões têm o castigo que merecem. Uma grande guerra está para surgir. Os clãs terão que decidir a quem apoiar. Jeanelle terá que decidir se irá ou não se tornar a rainha e quem fará parte da sua corte. Daemon precisa ser resgatado do reino distorcido ou jamais voltará a ser o que era antes. Enfim, muita coisa acontece neste livro e muitas coisas serão aguardadas para o fim desta trilogia. E eu não vejo a hora de ter o último livro em minhas mãos.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Herdeira das Sombras
Trilogia As Joias Negras # 2
Ano: 2014
Páginas: 480
Editora: Saída de Emergência Brasil / Arqueiro
Sinopse:
“Anne Bishop, é como uma xícara de café: forte, escuro e implacável com os estômagos mais delicados.” – The Times

Há 700 anos, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súditos, uma profetisa viu na sua teia de sonhos e visões a chegada de uma poderosa Rainha. Jaenelle é essa Rainha. Mas mesmo a proteção dos Senhores da Guerra não impediu que os seus inimigos quase a destruíssem. Agora é necessário protegê-la até as últimas consequências.
Três homens estão dispostos a dar a vida por Jaenelle. Mas há quem esteja disposto a tudo para controlar ou destruir a Rainha. Conseguirá ela cumprir o seu destino como detentora do maior poder que o mundo jamais conheceu?