15 novembro, 2019

Resenha :: Seduzida Pelo Perigo

novembro 15, 2019 0 Comentários

O livro conta a história de Catherine Zimermann. Cath e seu irmão perderam os pais em um acidente de carro, quando ela tinha 16 e Chase 19 anos. A partir daí passaram a ficar na casa de um amigo de seus pais. Em um momento de revolta e rebeldia, Chase decide partir para curar suas mágoas e traumas deixando Cath sob os cuidados dessa família, onde o rapaz, filho do responsável vinha a ser o namorado de Cath. E depois de perder os pais, ela acaba meio que perdendo o irmão também.

Passam-se cinco anos da história e Cat, agora com 21, não vê o irmão há 5 anos. Depois do término do namoro com Victor, ficou inconveniente morar sobre o mesmo teto, então depois de se emancipar, foi obrigada a aprender a se virar sozinha. Mas apesar de não ver o irmão, eles se comunicam sempre por telefone.

Então na manhã em que acorda depois da despedida de solteira de Patrícia (sua melhor amiga e ex namorada de Chase), ela não estranha o telefonema do irmão, mas sim o motivo da ligação. Ela é informada que o irmão está sendo acusado de assassinato e estupro, o que tem como consequência o corredor da morte. Então ela parte para São Francisco, Califórnia, juntamente com Patrícia e Brian (o noivo de Patrícia), e seu amigo e ex Victor, para ajudar Chase no que for necessário e tira-lo dessa enrascada.

Cath acredita fielmente na inocência do irmão, e sua missão é provar isso custe o que custar. E depois de pegar nomes e informações de possíveis envolvidos e despistar os amigos, ela parte em sua busca.

Cath vai na boate glamorosa onde o irmão lhe indicou e ficou de tocaia, mas logo é abordada pelo gerente que lhe oferece a oportunidade de fazer um teste para dançarina de pole dance. E com sua espetacular beleza, é contratada. Ótimo, agora que já está dentro é só descobrir e desmascarar o Leonard Clark e tirar o seu irmão da cadeia. SERÁ???

Leonard Clark é extremamente perigoso e controlador. Rege os seus negócios com mãos de ferro e sem piedade de ninguém. Conta e confia somente o irmão mais novo (e no pai apesar das desavenças entre os dois). Seus negócios se baseiam em tráfico de drogas e armas, a casa noturna, e o esquema de prostitutas de luxo para os poderosos da cidade. E, é claro, como “fachada” é o dono de uma construtora também.

— Aprenda uma coisa, e essa é a única vez que ensinarei... A voz de Leonard era rouca e baixa, fazendo minha respiração sair descompassada. Nunca, jamais... Desobedeça novamente. Entendeu?

Leonard, a principio, vê Cindy (é esse o nome que ela usa como disfarce) como mais uma das prostitutas que poderá contratar para os seus serviços, porém ele logo descobre que se livrar dessa loura inconveniente e de língua afiada é mais complicado do que gostaria.

Cath por sua vez acaba sendo literalmente seduzida pelo perigo, pois apaixonar-se pelo possível culpado, e que é a chave para tirar seu irmão da cadeia, não lhe parece uma boa ideia.

Eu não podia estar apaixonada por Leonard, mas o plano que havia estabelecido ainda estava de pé. Eu faria com que ele confiasse em mim.

JC Ponzi criou uma história cativante que é impossível largar antes de saber o grande mistério do final. E QUE FINAL !!! Um romance cheio de contradições e com dois personagens tão diferentes, mas que se completam amplamente (na maior parte do tempo, kkk).

Uma história sensual com uma trama envolvente e imperdível. E tudo na medida certa. O livro é narrado em maior parte por Cath, porém também tem capítulos de Leonard, Cindy, Patrícia e Chase. (E os capítulos narrados por Cath e Cindy são espetaculares)

Então, temos um assassino/psicopata à solta, um inocente na prisão, uma irmã em busca da verdade, um mundo obscuro onde o dinheiro fala mais alto, um mocinho que foge totalmente dos padrões, porém altamente apaixonante.

Para os fãs de um ótimo romance adulto, policial investigativo. Recomendadíssimo.


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Seduzida Pelo Perigo
Ano: 2015
Páginas: 320
Editora: Qualis Editora
Sinopse:
Catherine Zimermann levava uma vida sem luxos ou grandes ambições. Após perder os pais em um trágico acidente, não conseguiu impedir que seu irmão, Chase, desiludido e revoltado com a vida, partisse de sua cidade natal, deixando-a para trás. Desde então, passou a viver um dia de cada vez, cursando a faculdade de psicologia e trabalhando em uma lanchonete.
Até que um telefonema tirou a sua rotina dos trilhos. Chase estava com a voz embargada e desesperada; encontrava-se encarcerado em uma penitenciária na Califórnia, acusado de estupro e homicídio. Cath nunca imaginou que ele fosse capaz de tremenda brutalidade.
Decidida a esclarecer tal história, ela partiu para a Califórnia, com ânsia de provar a inocência do irmão. Mas, para isso, Cath precisa encontrar o verdadeiro culpado. O que fazer quando o que procuramos está bem diante dos nossos olhos? A vida não possui um roteiro. O destino sempre pode nos pregar uma peça.

Livro não recomendado para menores de 16 anos.

13 novembro, 2019

Resenha :: As Cavernas que Compartilhamos

novembro 13, 2019 3 Comentários

Sim, ela era o caos, e sempre fui atraído por ele.

Olá, Faroleiros!

A resenha de hoje é de um livro de época que eu amei conhecer. O lançamento da obra foi a introdução da Juliana Barbosa no mundo literário. Já trouxe outra resenha  da escritora por aqui, Oráculo (resenha aqui), que é uma fantasia, e favoritei como uma das melhores do gênero que já li no Brasil. Ao contrário dessa, As Cavernas que Compartilhamos é um romance ambientado, de início, no Brasil do século XIX e tem seu cenário transferido para a glamorosa Londres.


Isabela Gonçalves é uma jovem de espírito livre. Caçula de uma família de boas condições na Ilha de Santa Catarina de 1884, a jovem é detentora de pensamentos modernos demais para o seu tempo. Tachada de bruxa pelos moradores do local por ser ruiva, uma característica física raríssimo no Brasil daquela época, ela sabe que está longe de conseguir um bom casamento. Os homens temem que sua suposta maldição passe para os seus futuros filhos. Melhor assim, já que casamento não está em seus planos de maneira alguma.

Coragem não tem a ver com o fato de não sentir medo e, sim, com o que faz diante do medo. E apesar do que aconteceu, a senhorita veio aqui sozinha e comandou o Veloz em meio à tormenta. Conheço muitos homens que se trancariam em suas cabines para rezar.

O único problema é que seu pai não pensa assim. Ele quer casá-la com quem quer que aceite por um belo dote. Para garantir que possa fugir e ser independente, Isabela caça animais de pequeno e médio porte para depois vender aos homens da cidade. Ela também pinta. Suas obras são de uma beleza única e encantam a todos.

Seu pai não aprova seu comportamento. Ele não sabe exatamente o que a filha faz, nem que ela pretende fugir, mas, no fundo ele desconfia que suas saídas matinais não sejam tão inocentes assim.

— Também quero seu livro: "A tormenta" — falei ainda com a voz firme, encarando-o nos olhos.
— Mas esse livro não é para uma dama ler.
— Caçar javali também não é coisa de dama, Sr. Silveira.
Ele me olhou por um instante e pegou o animal com dificuldade, me encarando incrédulo, como se perguntasse quem o carregara até ali.

O destino de Isabela tem uma reviravolta quando Fabrício, o irmão da jovem, vai se casar. Ele deseja muito que seu amigo de infância James Kosvoski, que mora em Londres, seja seu padrinho.  O rapaz prontamente atende o seu pedido, pois o estima muito e também tem muita vontade de retornar ao Brasil. Como foi embora há muito tempo, ele não conhecia a caçula da família Gonçalves.

— Preciso admitir que as vezes ser uma bruxa é engraçado.
— Bruxa terrível.
— Disse o monstro que sonha com o amor. 
— Ao menos não comerei meus próprios filhos.
— Ah não sabe o que está perdendo senhor James. Crianças possuem um sabor incrível.

Só que o que ele não esperava era se encantar tanto com a garota. O que começa como uma amizade sincera, aos poucos, se torna mais. Um incidente infeliz faz com que Isabela parta para Londres com James para passar uma temporada. Tudo o que ela queria. A oportunidade perfeita de conhecer o mundo e se livrar de um casamento forçado.   Nas terras inglesas ela conhece amigos sinceros que farão toda diferença na sua vida e a ajudarão a se esquecer do incidente infeliz que continua a perturbá-la, mesmo com um mar de distância a separando do ocorrido.

Eu era livre, ainda assim não conseguia olhar para as estrelas. Eu era feliz, mas minhas noites eram repletas de sonhos aterrorizantes.

Nada é fácil na vida do casal. James carrega consigo segredos que o atormentam. Ele acha que a moça jamais aceitará os seus gostos peculiares e ainda o abominará quando souber deles.  Ele não se importa nenhum pouco se ela é ruiva, amaldiçoada ou a frente do seu tempo, mas sim com seus sentimentos e sua integridade.  James enxerga Isabela como ela é de verdade, forte, destemida e independente.

Comecei a rir dos meus pensamentos. No fundo, gostaria que ela fosse mesmo uma bruxa, somente assim poderíamos ter uma história. Mas ela era apenas um anjo. Um anjo o qual eu jamais deveria tocar.

Duas pessoas que carregam desejos e traumas, que compartilham cavernas tão secretas que só o apoio um do outro para que a percorram e encontrem a luz do amor sublime. Mesmo que o caminho seja tortuoso, no final tudo vale a pena quando o prêmio do outro lado é o seu tão inesperado final feliz.

Dizem que só se ama uma única vez na vida, eu havia desperdiçado tão precioso sentimento, ofertando a alguém que não merecera.

A leitura de As Cavernas que Compartilhamos foi um mergulho no passado, tanto do Brasil quanto da Inglaterra, mais especificamente, em Londres. Como sou uma apaixonada por fatos históricos, amei a proposta da Juliana Barbosa. Sua narrativa em primeira pessoa me ganhou desde o início, pois, apesar de ser um livro de época, tem um vocabulário fácil e isso proporciona uma melhor compreensão, além de gerar fluidez na leitura.

Os protagonistas Isabela e James são de uma sensibilidade impar, com sentimentos e desejos reais a ponto de proporcionar a empatia do leitor. A cada página, criamos uma expectativa nova acerca do destino do nosso casal. Mesmo com o desenrolar da trama, após a passagem de tempo ansiamos pela união deles.

A introdução de uma trama de suspense me pegou de surpresa. E, como uma grande fã de ação em tramas românticas que sou, deliciei-me com a investigação dos crimes acontecidos em Londres. O seu desenrolar e a perspicácia da baronesa me deixaram presos à leitura, ávida pela elucidação do caso.

Terminei o livro com gostinho de quero mais. Como um bom livro de época que foi proposto, a escritora atendeu as expectativas, e até superou-as. Amei a experiência e super indico a leitura para os fãs do gênero. Espero que Isa e James consigam fazer morada na sua caverna também e aqueça seu coração com lindos sonhos!

Esse tipo de amor me fascina, um amor que pode vencer até mesmo a morte e superar todas as coisas.

Até mais!


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

As Cavernas Que Compartilhamos
Juliana Barbosa
Ano: 2019
Páginas: 313
Editora: The Books
Sinopse:
Rejeitada pelo pai, considerada uma maldição pelo povo de sua ilha, Isabela Gonçalves se prepara para um futuro solitário. Quando, um evento inesperado, muda seus planos e a leva a terras distantes, em uma jornada cheia de aventuras. Isabela encontrará o amor, a dor e principalmente a sua força. Personagens cheios de mistérios, uma alucinante investigação criminal e uma história inspirada em fatos reais vão mostrar todas as barreiras que um amor pode transpor.

11 novembro, 2019

Resenha :: Ativista (Trilogia Vera Cruz #3)

novembro 11, 2019 0 Comentários

  Pode conter spoiler dos livros anteriores.

Confira a resenha dos primeiros livros da trilogia!


Preciso começar essa resenha com uma pergunta importantíssima para o autor Joe de Lima: “PELO AMOR DE DEUS, VAI TER ALGUMA CONTINUAÇÃO!?” Agora continuaremos a resenha. 

Matar é fácil. O outro caminho é difícil, mas é por onde eu vou seguir.

Ativista é o último livro da Trilogia Vera Cruz. Aqui nos encontramos com um Marcel mais maduro e machucado, não apenas fisicamente, ciente de seus poderes supremos e seu papel na guerra civil que está se desenvolvendo.

— Numa luta o negócio é atacar e defender na hora certa. Tentar antecipar os movimentos do oponente e instigar ele a fazer o que você gostaria.
— A política não é tão diferente assim — Camilla riu.

Com certeza o crescimento do nosso protagonista é um ponto alto do livro, não o vemos tão inseguro como se mostrava em Arcanista e que ainda se via um pouco em Armamentista (livro 1 e 2 da trilogia, respectivamente). Mas acabamos notando isso também nos personagens secundários. O amadurecimento de Camila e Beatrix são notáveis, principalmente quando elas e Marcel se tratam de um “triângulo amoroso”, entre aspas por motivo de que, apesar de ser um fato óbvio, achei que o autor trabalhou muito bem para que não se transformasse esse ponto em um clichê. As personagens são extremamente fortes, cada uma de seu jeito, e foram desenvolvidas de forma que não precisasse se apoiar em um romance para ter um destaque. 

A turma formada pelos três e por Lazara, Kevin e Augusto é uma das melhores coisas do livro também. Preciso destacar.

Então você cometeu erros? Grande coisa! Só erra quem tenta. E todo mundo que tenta, escorrega de vez em quando.

Outro ponto positivo em relação aos personagens é o fato de eles serem extremamente humanos. Não importa que lado eles estejam lutando no momento, eles têm seus conflitos internos e motivos que os levaram a isso, nem todos podem ser considerados diretamente vilão ou mocinho pelo lado que estão no momento. Temos aqui vários plots bons em relação a isso.

Quando eu era criança, minha mãe dizia que todo mundo recebe o que merece. Se eu fosse uma boa pessoa, coisas boas iam acontecer comigo. O problema é que isso é só uma história para crianças. O mundo está cheio de gente boa injustiçada, e cheio de gente ruim levando uma vida que não merece. Então, de que adianta ser uma boa pessoa?

O que não sei identificar se posso colocar como ponto negativo ou positivo é o fato de que algumas coisas ficaram sem respostas! Claro que vocês devem pensar que isso é literalmente negativo, mas pensem bem que é um livro distópico e o fim quase sempre é um novo começo nesse gênero, então ok, fica algo não respondido, então acaba sendo positivo dentro do que o gênero tem a nos oferecer. 

Mas eu sou humana, então, Joe do Lima, EU QUERO RESPOSTAS! UM SPIN-OFF SEQUER! Preciso saber o que aconteceu com... (você sabe, não se finja de desentendido). 

Não é porque está doendo hoje que vai doer sempre.

Bom, achei que alguns pontos de diálogos tinham reação de profundidade exagerada dos personagens, mas nada que me incomodou tanto. Foi um dos livros nacionais que mais me surpreenderam positivamente, e uma das melhores leituras do ano. Quero muito ler outras histórias do autor, e não duvido que Joe de Lima se torne um dos grandes nomes da literatura fantástica nacional futuramente. Então comecem dando uma chance para essa trilogia que não irão se arrepender. 


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

Ativista
Trilogia Vera Cruz #3
Ano: 2017
Páginas: 479
Editora: Independente
Sinopse:
Vera Cruz está em guerra. Em meio ao caos dos conflitos, um novo governo se estabelece, instaurando uma ditadura violenta e implacável. Ainda se recuperando, Marcel tem de se preparar para sua próxima missão.
Ao mesmo tempo, Camilla e Flora fazem planos para libertar o país. Contudo, o atrito entre elas é cada vez maior. Em meio às festas de fim de ano, Marcel e seus companheiros irão atravessar o país, encontrando novos aliados e inimigos, enquanto lutam para salvar seus familiares e para mudar o destino de Vera Cruz.
Na explosiva conclusão da série, Joe de Lima apresenta uma obra cheia de ação, romance, adrenalina, fanatismo político e reviravoltas surpreendentes.


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 _____Sobre o Autor_____


Joe de Lima


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Nascido em 1981, Joe de Lima sempre gostou de inventar histórias. Após um início trabalhando com fanzines em quadrinhos, passou a se dedicar à literatura. Publicou contos em antologias das editoras Infinitum, Literata e Buriti, na revista digital Nupo e no podcast Desleituras. Também é autor de Serpente de Fogo, web-série literária de fantasia que mais tarde foi lançada na forma de um e-book gratuito.

09 novembro, 2019

Resenha :: A Estrangeira (Damas Perfeitas #4)

novembro 09, 2019 0 Comentários


A Estrangeira nos leva de volta um pouco no tempo, onde um jovem Lorde Edward Baldwin, barão de Fermoy, faz uma viagem a freguesia do Brasil, em busca de uma sociedade e uma saída para os problemas da família. E assim, somos levados a começar a conhecer segredos não contados nos livros anteriores. O que torna essencial que você tenha lido os livros anteriores, ou ao menos a viúva antes de começar essa história.

Porém, de todas as surpresas que a viagem à longínqua terra poderia criar, em nenhum momento Edward poderia sequer sonhar com algo parecido a Izadora Senior. Quase como uma força da natureza, ela agrega o que existe entre uma lady inglesa e uma brasileira, não apenas da casa grande, mas da terra, do terreiro do próprio Brasil. Talvez o clima do tempo, que o recepcionou, já tentasse antecipar o encontro de ambos.

— Poderia chegar a lady, embora eu ache pouco provável — ela respondeu num inglês fluente, deixando Sr. Joaquim atordoado —, mas não acredito que chegaria a ser sua senhora algum dia.

E assim, com toda sua irreverência nata e uma beleza encantadora, sem sequer imaginar, Izadora faz com que o jovem Lorde comece a repensar seu futuro e o que poderia planejar para seu futuro. Afinal ao chegar no Brasil, encontrou algo que lhe pareceu mais valioso que o ouro da Golden e com olhos lindos como o céu de verão.

Mas o passado cobra o preço no futuro e destrói os sonhos doces do futuro e assim, após o encanto pelo Brasil e por Izadora, o barão de Fermoy se vê obrigado a voltar a Inglaterra e viver o dilema entre o coração e a honra e o dever. E assim, nessa volta, somos levados a entender certos acontecimentos ocorridos nos livros anteriores, a começar por A Cortesã (resenha aqui), A Marquesa (resenha aqui) e entrando em uma narrativa linear em A Viúva (resenha aqui). E nesse momento o(a) leitor(a) já está irremediavelmente preso a essa trama que deixa, a cada resposta respondida vindo dos outros livros, o coração batendo contra as costelas tão alto que marca o ritmo da ansiedade e do prazer de ler essa história.

Claro que o jeito de ser de Izadora não muda com sua ida a Inglaterra, mas, ao mesmo tempo em que encanta, gera algumas situações que, tanto para os personagens quanto para o leitor, causam um: “Desnecessário, Iza”. E isso deixa o clima, que poderia ser quase sufocante, leve e divertido o bastante para o tom do livro ser como uma deliciosa reunião das Damas Perfeitas.

A companhia de Izadora era como jogar dados num dia de sorte. A face revelada era sempre uma agradável surpresa.

Preciso destacar a figura de Dona Bebel, que conquista e ao mesmo tempo mostra que com o tempo vem a sabedoria e a paciência de saber o melhor momento de revelar segredos, entregar informações e, sobretudo, quando é possível usar tudo ao seu redor para satisfazer as necessidades mais secretas do coração.

E assim, quando a história de A Estrangeira se desenrola, traz toda ansiedade pelas novas perguntas que se formam e a necessidade quase desesperadora pelo próximo livro (o que mostra como toda história é cativante, surpreendente a apaixonante). E assim, terminamos a história em um misto de emoções, que incluem o reencontro com personagens queridos, a felicidade de saber um pouco mais dos casais anteriores após o seu “felizes para sempre” e nosso quinhão de ansiedade para o próximo livro com a torcida para que a série não acabe. Afinal, ninguém gosta de dizer adeus.

A edição está mais uma vez belíssima, perfeita para a essência da personagem, da história e da série. A diagramação e revisão mais uma vez ficaram ótimas.

Boa leitura, Elis


Nota :: 


Informações Técnicas do livro

A Estrangeira
Damas Perfeitas #4
Ano: 2019
Páginas: 170
Editora: Portal
Sinopse:
Em uma viagem ao Brasil, o barão de Fermoy, Lorde Edward Baldwin, conheceu a irreverente Izadora Senior. Um encantamento imediato, um romance inesperado, uma conexão que parecia já existir de outras vidas.
Quando é obrigado a voltar a Londres, a possibilidade de um reencontro se torna cada vez mais distante. Após anos ansiando por sentir Izadora novamente nos braços, Edward se vê preso a uma rede de intrigas em que precisa escolher entre defender a honra da família ou sucumbir aos seus desejos românticos.
Quando Izadora desembarca em Londres, ocorre o começo e o fim. Edward tornou-se o primeiro-ministro e a brasileira não é uma dama aceitável para um cavalheiro nessa posição.
Impossibilitado de abandonar sua carreira, o barão se vê mais uma vez dividido entre o amor e o dever, mas é incapaz de se afastar da estrangeira irreverente que não segue padrões.
O quarto livro da série Damas perfeitas nos faz enxergar além e que, na verdade, nada é como parece ser.


Para adquirir:
Livro físico: Site da Editora Portal
E-bookAmazon


 _____Sobre a Autora_____

Nahra Mestre



Escrever foi algo inusitado. Quando nova, nunca foi uma amante da literatura, sua paixão sempre foram os números. Descobriu o prazer da leitura na terceira década de vida. Devorou, mastigou, engoliu e não conseguiu mais parar.
Sem pensar muito resolveu criar histórias. Escrever foi uma catarse, onde encontrou um pedaço que lhe faltava.
Seu primeiro livro foi escrito em 2015 e depois que esse bichinho maluco e inusitado lhe picou não conseguiu mais parar.