Resenha :: Nudez Mortal
Mesmo tendo vários romances polícias dela como Nora Roberts, J.D. é quase uma nova escritora. Claro que consigo reconhecer os traços da personalidade da Nora. Portanto, eu irei resenhar os livros da J.D. Robb como J.D. Robb.
Na Série Mortal não tem enfeites, cenas brutais romantizadas, o lado feio da humanidade e como cada pessoa é fruto não de um destino ou fatalidades e eventos da vida e sim de suas escolhas, mediante as situações vividas, é mostrada em sua totalidade nua, crua e como todo policial a enxerga quando chega na cena do crime, quando lê as páginas do processo sob a mesa durante a investigação.
A história da série é no futuro. Tudo não é exatamente novo e nem o passado é cultuado. O presente é como é. Eve Dallas é uma tenente que fez suas escolhas e encontrou na polícia sua maneira de viver.
Toda a trama é instigante e muito bem elaborada, não deixa aqueles furos imensos e te envolve durante a leitura. Os detalhes do dia a dia de Eve te dão apenas os momentos necessários para digerir os detalhes mais sórdidos dos crimes, e mesmo assim esses momentos não são exatamente de paz. As reviravoltas deixam a história em ponto de suspense a todo momento e a dúvida sobre quem é o criminoso muda com cada novo acontecimento. Os assassinatos são descritos sob a perspectiva do assassino, porque todo policial tende a tentar pensar assim enquanto estuda a cena. Uma forma também de distanciamento dos fatos, digo isso porque não existem sutilezas para essas cenas. Ainda mais por serem crimes ligados ao sexo.
"— Quanto mais as coisas mudam... — Sim, mais continuam como sempre foram. Os casais ainda se entregam a rituais para se cortejarem, os seres humanos seguem se matando, e os políticos continuam a beijar bebês e a mentir"