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21 maio, 2018

Resenha :: Legend (Trilogia Legend #1)

maio 21, 2018 0 Comentários

Legend foi uma daquelas trilogias que enrolei bastante para ler, já tinha ouvido ótimas recomendações, mas como distopias ultimamente estão muito com receitas certas e poucas grandes mudanças, pensei que não estava perdendo muita coisa.

O que é contraditório é que só comecei a ler depois de ver uma resenha que comparava a trilogia com outra saga que eu gosto, “Os Sete Reinos”, apesar de essa segunda ser medieval e não distópica, e afinal são bastante diferentes, mas a relação dos personagens de “mundos” diferentes e a forma de narrativa dividida entre os dois principais, me lembrou um pouco sim e eu gostei principalmente por isso.

Digo a mim mesma: A lógica acima de tudo. A lógica sempre salva, quando nada mais salva.

Bom à história em si não vou mentir e dizer que foi surpreendente no quesito novidade. A República é um região totalmente totalitária e militarizada, e temos nossos dois protagonistas, June e Day.

“June” que é uma prodígio da República, aos 15 anos já é completamente adiantada na faculdade e se torna uma alto soldado depois do assassinato do irmão. “Day” vem de uma região pobre e é o criminoso mais procurado e famoso da República. Quando os caminhos deles se cruzam, as coisas em que acreditavam acabam sendo colocadas em xeque, e reviravoltas começam a aparecer.

Poucas pessoas matam pelas razões certas, June. A maioria faz isso pelas razões erradas. Só espero que você nunca se encontre em alguma dessas categorias.

O que mais eu gostei nesse primeiro livro foram os personagens, Day que é difícil não amar e June, que apesar da grande raiva que tive por suas decisões que vão marcar os dois durante toda a trilogia, ela tem uma força que não nos deixa a odiarmos eternamente, rs, e ela tem um crescimento como personagem muito rápido.

Palavras parecem se prender na minha língua e se recusam a sair.

Na verdade esse é  um livro bem curto, o que acaba fazendo que as coisas aconteçam de uma forma bem rápida. Achei a escrita da autora bem objetiva, não se tem muita enrolação, o que é bom por um lado, mas fez com que eu sentisse falta de algo, talvez um pouco mais de ênfase nos personagens secundários. Mas pelo desenvolvimento dos outros dois últimos livros senti que esse foi mais uma introdução para que nós possamos conhecer os personagens e o ambiente e eles se conhecerem.

Então leiam e continuem porque a história só melhora!!

Porque cada dia significa novas vinte e quatro horas. Cada dia quer dizer que tudo é possível de novo. Você pode aproveitar cada instante, pode morrer num instante, e tudo se resume a um dia após o outro. (...) E aí você tenta caminhar sob a luz.


Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Legend
A verdade se tornará lenda
Trilogia Legend #1
Ano: 2014
Páginas: 256
Editora: Rocco
 
Sinopse (Skoob):
A série Legend é ambientada na República, instalada numa região outrora conhecida como costa oeste dos Estados Unidos, e conta a história de June, uma garota de 15 anos nascida numa família de elite e que possui impressionantes habilidades militares, e Day, um garoto pobre considerado o criminoso mais procurado do país. 
Quando o irmão de June é assassinado, os caminhos desses dois jovens de origens distantes se cruzam, dando início a uma trama de forte conteúdo político e repleta de ação, reviravoltas e romance. 

08 março, 2018

Resenha :: Saga - Volume 1

março 08, 2018 0 Comentários

Sempre que vou comprar algo, eu fico com o pé atrás. Saga é um caso especial por motivo de:

Nunca ouvi falar;
Ninguém me recomendou;
A capa é bonita;
Ganhou uns prêmios aí;
Ouvi falar que era uma mistura de Star Wars com Game of Thrones.

Logo, se eu o comprasse, seria um tiro no escuro, mas a capa é bonita de qualquer forma. Li algumas páginas online e CARAMBA! Tudo bem que foram umas 3-5 páginas, mas CARAMBA! Que tiro no escuro bem dado.

"É assim que uma ideia se torna real". - Narradora

Esse foi o meu primeiro contato com o roteirista Brian K. Vaughan que fez obras como Y - O Último Homem, Os Leões de Bagdá, alguns episódios da série Lost e a primeira temporada de Under the Dome (não, eu não assisti Lost nem Under the Dome) e com a Ilustradora Fiona Staples, que eu realmente não sei nada sobre as obras dela, mas eu amo sua arte.

"Que tipo de imbecis colocam um filho num mundo assim?" - O Querer

A história começa com um parto normal meio estranho em uma oficina onde aparentemente os pais são de duas raças distintas, o pai, Marko, um Lauriano que tem chifres, e a mãe, Alana, que tem asas de inseto. Então somos recebidos por uma linda imagem de um pai segurando sua filha recém-nascida.


Curiosamente, a bebê narra toda a história.

"Era uma época de guerra. Grande novidade." - Narradora

Mal tendo tempo de amamentar a criança e lhe escolher um nome, o local é invadido pela Força de Coalizão formado por mais pessoas com asas e armadas e o que parece ser um sangue azul que é um robô com cabeça de televisão (eu sei, parece meio bobo falando mas o visual deles são bem legais). Então o casal entra em desespero. Eles simplesmente aceitaram que iriam morrer quando mais laurianos invadem o local falando uma língua bem diferente e atacam as forças armadas. Felizmente a família sobrevive ao fogo cruzado.

"Na verdade, contrariando as expectativas mais pessimistas, eu já estava viva há três dias inteiros." - Narradora

Então somos introduzidos a um universo de guerra, uma guerra tão antiga que não se sabe quem a começou. Uma guerra entre magia e tecnologia. Uma caçada ao casal apenas por querer seguir sua vida e construir sua família em paz. Um universo com uma infinidade de espécies e organizações.

"Você não acha que eu faria qualquer coisa para impedir que minha única filha acabe com uma escrota da sua laia?" - Alana

Sobre os personagens... Marko se tornou um pacifista no momento de nascimento de sua filha e pretende manter esse juramento. Alana tem personalidade forte, é impulsiva e fervorosa, mas ainda é mãe e coloca o bem estar de sua filha a cima de tudo.

"Quero mostrar o universo pra nossa menina." - Alana

O Querer é um freelancer, que, pelo que entendi, eles são o equivalente a assassinos de aluguel. O Querer foi contratado pelos laurianos para capturar o bebê, apesar de ser um freelancer, ele tem certa moralidade, vemos isso na primeira aparição dele em que é obrigado a matar uma criatura como teste por sua contratante e ele fica revoltado com isso, e sua parceira é uma Gata da Mentira, que é literalmente um gato grande que consegue detectar mentiras.

"- Não. Sem chance. Eu nunca mais atenderei as ligações dessa vadia. / - Mentira." - O Querer e a Gata da Mentira

E por último o Príncipe Robô IV, que é um robô completamente frustrado que acabou de sobreviver a um ataque e que seu pai, o rei, o manda para caçar Alana e Marko por terem supostamente "massacrado" os PMs e o Barão daquela batida onde ficaram em fogo cruzado.

"Você está dizendo que ela se deitou voluntariamente com esse monstro?" - Principe Robô IV

Saga é um universo rico e incrível, acompanhamos apenas uma pequena parte de sua imensidão que pode ser explorada a níveis imensuráveis. Cada personagem é único e cada um tem seus defeitos e qualidades. Marko e Alana são o melhor casal já criado, não importa o que digam. E se você gosta de uma história violenta, linda, cativante e triste ou quer ser introduzido a nona arte, Saga é uma excelente escolha e duvido que alguém vá se arrepender.

"- Pico? Não íamos chamá-la de Beatrice? / - Querido, Beatrice e nome de menina boazinha. Você acha que ela tem cara de menina boazinha e chatinha? / - É que Pico tem um significado... obsceno de onde eu venho" - Marko e Alana



Informações Técnicas da HQ

Saga - Volume 1
Ilustradora: Fiona Staples
Ano: 2014
Páginas: 168
Editora: Devir
Sinopse (Skoob):
Saga' nos conta a história de Alana e Marko, dois soldados de lados opostos numa longa e devastadora guerra intergalática que se apaixonam e lutam para garantir que Hazel, sua filha recém-nascida, continue viva. Mas é claro que isso não será nada fácil... Curiosamente, o bebê também narra a história. 

O Volume 1 contém as edições #1 a #6.


01 janeiro, 2018

Resenha :: Fragmentados (Unwind)

janeiro 01, 2018 2 Comentários

Imaginem uma sociedade onde o aborto é proibido, mas apenas até aos 13 anos, depois disso, dos 13 aos 17 anos, os pais podem decidir se o filho deu certo, eles podem mandar os fragmentar, que além de se livrar dos adolescentes indesejados tem como principal objetivo o transplante de seus órgãos, o que segundo o Estado, não é matar, mas viver de forma dividida, em outras pessoas, outra chance de uma vida melhor, essa é a “Lei da Vida”.

- Eu nunca seria grande coisa mesmo – continua Samson -, mas agora, falando estatisticamente, há uma chance maior que alguma parte minha alcance a grandeza em algum lugar do mundo. Eu prefiro ser parcialmente grande a ser completamente imprestável.

Um livro simples e completamente genial! Uma distopia que faz você pensar em questões como o aborto, a doação de órgãos e a adoção. Os três personagens principais são adolescentes com ordens para ser fragmentados. Connor por ser um jovem problemático, Risa  por ser uma tutelada pelo Estado, uma órfã que não adquiriu potencial suficiente para se manter inteira,  e o mais interessante para mim, Lev, o mais novo, que cresceu sabendo que aos 13 anos seria levado para o Campo de Colheita (onde acontece a fragmentação), ele é um dízimo, um tributo, uma obrigação religiosa que os pais oferecem a Deus, ele cresceu achando que tudo isso era uma honra, acredito que ele tem a melhor evolução entre os personagens, comete bastante erros, mas é difícil desconstruir uma vida inteira de lavagem cerebral.

Sobre a existência da alma, quer fragmentada ou nascitura, as pessoas podem debater por horas a fio, mas ninguém questiona se uma instituição de fragmentação possui alma.

Esse livro acaba nos chamando atenção, nos cutucando para assuntos da atualidade, e não se trata só de mais uma distopia em que o mundo que conhecemos acabou, por falta de algo, briga por recursos, se trata de uma guerra que começou com ideias do que é certo ou errado, onde cada um não aceitava a opinião do outro. A Lei da vida só é criada para dar um fim a essa guerra civil que tinha de um lado Pró-Vida (contra o aborto) e do outro é o Pró-Escolha (a favor do aborto). Então esse “meio termo”, que é a fragmentação, é aceito.

Houve dias sombrios que levaram à guerra. Tudo que achamos que define o certo e o errado estava sendo virado de cabeça para baixo. De um lado, as pessoas estavam assassinando médicos abortistas para proteger o direito à vida, enquanto do outro as pessoas estavam engravidando apenas para vender o tecido fetal. E todos estavam escolhendo seus líderes não pela capacidade de liderança, mas pela opinião que tinham sobre essa questão. A loucura era descomunal! Então o exército entrou em colapso, ambos os lados tomaram armas para a guerra e duas opiniões se tornaram dois exércitos determinados destruir um ao outro. E então veio a Lei da Vida.

A narrativa é muito boa, é em terceira pessoa e acompanhamos os pontos de vistas desses três personagens.  Gostei muito de alguns personagens secundários, algumas coisas talvez tenham se passado rápido demais, mas o autor consegue passar todos os detalhes dessa nova sociedade de uma forma satisfatória. Se tem algo que não se entende no começo, ele é apresentado no decorrer do livro a explicado sem deixar a narrativa cansativa.

Esse livro é o primeiro de uma série composta por quatro livros, o final é bem amarrado, eu inicialmente não sabia que teria uma continuação, mas fiquei feliz em saber!

Então é isso... Leiam!!!

(...) É claro que, se mais pessoas tivessem doado seus órgãos, a fragmentação nunca teria acontecido... mas as pessoas gostam de guarda o que é delas, mesmo depois de morrer. Não levou muito tempo para que a ética fosse esmagada pela ganância. A fragmentação tornou-se um grande negócio, e as pessoas deixaram que acontecesse.

Nota ::  


Informações Técnicas do livro

Fragmentados 
Só porque a lei diz, não significa que é verdade
Fragmentados #1
Ano: 2015
Páginas: 320
Editora: Novo Conceito
 
Sinopse (Skoob):
Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria. Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido,18 anos parece muito, muito longe. 
O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo. 

- Não sei o que acontece com nossa consciência quando somos fragmentados. Nem sei quando é que começa a consciência. Mas de uma coisa eu sei. Nós temos direito à vida!

22 agosto, 2017

Indicação - Netflix :: Little Witch Academia

agosto 22, 2017 1 Comentários


Em uma das eternas buscas de algo para ver na Netflix, eis que surge um filme de animação como sugestão “Little Witch Academia” de apenas 26 minutos, resolvi dar uma chance e me surpreendi! Achei os personagens cativantes, além de ver o potencial para algo maior. Algum tempo depois, “Little Witch Academia: The Enchanted Parade” entrou na programação da Netflix e corri para assistir, desta vez já era uma animação um pouco maior, com aproximadamente uma hora de duração. E, novamente, aquela sensação de “quero mais” ficou!

Um belo dia, meu marido descobriu que estavam produzindo um anime de “Little Witch Academia” e, a partir de então, ficamos aguardando ansiosamente para o lançamento deste. Quando a primeira temporada (com 13 episódios, aproximadamente 25 minutos cada) saiu, nos jogamos no sofá e fomos acompanhar as aventuras de Akko, Lotte e Sucy na Academia de Magia Luna Nova. Já era de se esperar que esse trio se envolveria nas mais diversas confusões, geralmente por conta de Akko e sua teimosia, nos faria rir até a barriga doer e que a amizade delas iria crescer a cada episódio, integrando também outras personagens que foram aparecendo no decorrer da trama como a criativa Constanze, a comilona Jasminka, a louca Amanda e, claro, a aluna-modelo Diana Cavendish (que veio de uma família tradicional de bruxas).

Recentemente, a Netflix liberou a segunda temporada com mais 12 episódios, que vimos em apenas um dia! A cada episódio, éramos presenteados com uma história que ia se desenrolando e se tornando cada vez mais complexa, com personagens bem diferentes e que seria impossível não ser cativado por cada uma delas, além da bela animação.

Foi muito divertido acompanhar a jornada dessas bruxinhas em busca de maior conhecimento na arte da magia, além de ver o desenvolvimento de seu caráter e amizade ao longo da série. Dentre todas as personagens, a que mais gostei foi a Sucy – uma bruxinha louca por cogumelos e que deseja dominar a arte de criar poções malucas, como não amar?



Informações Técnicas

Little Witch Academia
Disponível na Netflix
Estrelando: Megumi Han, Fumiko Orikasa, Michiyo Murase
Gêneros: Animes, Animações para adultos, Animes de fantasia, Longas de anime, Filmes para 8 a 10 anos, Filmes japoneses, Filmes de monstros, Ficção científica e fantasia
Direção: Yoh Yoshinari
Sinopse: 
Em uma era onde a magia está em declínio, Atsuko Kagari (ou simplesmente, Akko) é uma jovem enérgica que entra na Academia de Magia Luna Nova para seguir seu sonho: se tornar uma bruxa como sua ídolo, Shiny Chariot - Uma famosa bruxa que desapareceu há alguns anos. Em seu caminho para a academia, Akko conhece a gentil Lotte Yanson e a travessa Sucy Manbavaran, as três se tornam amigas e passam a dividir o alojamento. Na academia, Akko logo descobre que ela está em uma séria desvantagem se comparada a outras alunas desde que ela não vem de uma família com antecedentes mágicos, portanto ela deve aprender a utilizar a magia desde o princípio. A partir do momento em que encontra um item mágico que pertenceu a Chariot, o Shiny Rod (ou cajado brilhante, em uma tradução literal), Akko deve descobrir como ativá-lo e utilizá-lo propriamente, já que ela tem a esperança de se encontrar com Chariot e descobrir o motivo de seu desaparecimento.
Fonte: My Anime List

08 agosto, 2017

Resenha :: O Ceifador (Scythe)

agosto 08, 2017 1 Comentários

“O Ceifador” foi um livro que me chamou a atenção pela sinopse desde quando o vi pela primeira vez, achei bem interessante a ideia e fiquei curiosa em ver como seria trabalhada, quando o Samuel propôs a leitura coletiva, me joguei hahaha.

A história do livro se passa em um mundo “utópico” onde não há velhice, corrupção, desemprego, fome, doenças e outras mazelas, e também não há a morte, na verdade esta existe mas não dá forma que conhecemos! A primeira pergunta que nos vem a cabeça ao ler isto é: “Mas se não há morte e a população cresce exponencialmente, como eles irão fazer para manter a qualidade de vida de todos com recursos escassos?”, e é por este motivo que existem os Ceifadores, eles funcionam como uma espécie de órgão regulador, recebem a quantidade de coletas que devem fazer e devem seguir alguns parâmetros para isso ou podem sofrer punições (as coletas são um eufemismo para matar, elas são a morte como conhecemos).

Os Ceifadores fazem parte da “Ceifa” que é comandada pelo Alto Punhal, o cargo mais alto entre eles. Como é de se esperar, onde não há a jurisdição da Nimbo-Cúmulo (Sim, a nuvem que temos hoje em nossos computadores evoluiu e regula a humanidade no futuro, pegaram a referência aqui?) teremos intrigas, corrupção, conspirações, jogos de poder e etc.

“Não há outro lugar para ir, os desastres nas colônias da Lua e de Marte são prova disso. Temos um mundo muito limitado e, embora a morte tenha sido derrotada tão completamente quanto a poliomielite, as pessoas ainda precisam morrer. Antes, o fim da vida humana ficava nas mãos da natureza. Mas nós a roubamos. Agora temos o monopólio da morte. Somos seu único fornecedor.” – Diário de coleta da Ceifadora Curie

Um dos ceifadores, o honorável Ceifador Faraday, em um determinado momento de sua vida decidiu ter dois aprendizes e, para tal cargo, escolheu os jovens Citra Terranova e Rowan Damisch. Entretanto, essa ação não passará despercebida pela Ceifa (o costume era de que cada Ceifador tivesse um aprendiz por vez) e terá algumas consequências...

O livro é narrado em terceira pessoa, mesclando capítulos com a visão de Rowan e Citra, aos poucos o vínculo entre os personagens vai sendo criado e é bem explorado, outros personagens são integrados a trama e isso aumenta sua densidade e complexidade, algo que me agradou (e muito). Ao final de cada capítulo há o trecho do diário de um dos Ceifadores, o que nos permite conhecer ainda mais os personagens, suas indagações, medos, reflexões e crenças.

“Longe de mim querer o retorno da criminalidade, mas me aborrece o fato de nós, Ceifadores, sermos os únicos provedores do medo. Seria bom ter concorrentes.” – Diário de coleta da Ceifadora Curie

“O Ceifador” não me cativou logo de cara, confesso que achei a primeira parte do livro um tanto chata, algumas pessoas compartilharam deste sentimento durante a leitura coletiva, mas seguimos em frente... E a partir da segunda parte, o ritmo do livro muda e a leitura se torna mais leve e fluida. Fiquei cativada pelos personagens, sobretudo Rowan e o Ceifador Faraday, gostei da forma que a história foi sendo conduzida ao longo do livro, suas reviravoltas, os questionamentos levantados e, claro, as críticas que o autor fez à sociedade atual. Como li o livro em e-Book, desta vez não terei como orientar em relação a diagramação, folha utilizada, tamanho de letra, entre outros aspectos.

Esta foi a primeira leitura coletiva que participei este ano, e gostei MUITO da experiência, quero deixar aqui meu agradecimento ao Samuel pelo convite e a Elisabete Finco pelo incentivo e apoio de sempre! ♥ 

E vocês, já participaram de alguma leitura coletiva? O que acharam? Contem um pouquinho das suas experiências!

Nota :: 

Informações Técnicas do livro

O Ceifador
Scythe # 1
Ano: 2017
Páginas: 448
Editora: Seguinte
 
Sinopse (Skoob):
Primeiro mandamento: matarás.
A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais, podem colocar a própria vida em risco.

08 maio, 2017

06 abril, 2017

Resenha :: Ozob - Vol.1: Protocolo Molotov

abril 06, 2017 0 Comentários

"Tudo que você mistura com vodca fica mais fraco que vodca."


Esse livro é baseado em um podcast de RPG de mesa, contando a história de um dos personagens, o Ozob, que resumindo, ele é um replicante (replicantes são humanos melhorados, mas com data de validade e que são proibidos na Terra), albino, palhaço (no sentido visual) e especialista em explosivos. E o livro tem dois autores: Leonel Caldela e Deive Pazos, também conhecido como Azaghal.

"Uma ideia é frágil. As corporações vão pisotear uma ideia até que morra. Ou até que se torne uma ideia completamente diferente, mais adequada aos interesses do mercado. Uma ideia não morre com um tiro, mas morre com indiferença."

O livro começa seis meses após o "nascimento" de Ozob, quando ele está fugindo de Blade Runners/Caçadores de Replicantes e pelo acaso acaba encontrando-se com uma banda punk enquanto a mesma está fazendo um show de guerrilha, os War Roadies, que são compostos por: Califórnia, especialista em computadores e a líder da banda; Johnny Molotov, o guitarrista e vocalista da banda; e Vivika, que é quem mantém todos eles vivos.

A história se desenrola entre o começo da vida de Ozob, com seus 3 "irmãos" e seu "pai" vivendo nas colônias, até o momento em que ele vem para a Terra e o presente, vivendo com os War Roadies.

“Você acha que me conhece? Tu não sabe a minha história e nunca olhou na minha cara, babaca!"

Agora é o momento em que você deve estar se perguntando: "Mas o que esse livro tem de mais?". 

Bom, vamos começar pela descrição. Pense em um autor que não poupa o leitor. Se você não pensou no Caldela, pensou errado. No livro temos: canibalismo, tortura, mutilação, pancadaria franca, uso de drogas, escravidão, cárcere privado, estupro, abuso mental e corporal, opressão capitalista a níveis inimagináveis e um sentimento de impotência. Isso é um resumo, as descrições são bem mais pesadas.

O livro é recheado de teorias das conspirações, como o McDonald's modificar a carne do hambúrguer para as pessoas ficarem viciadas nela e inchar os estômagos das pessoas para comerem cada vez mais lixo ou o Clube dos 27.

"Parecia estar chovendo, mas era só esgoto pingando do céu."

Existem várias referências à cultura punk rock, o nome de cada capítulo é o nome traduzido alguma música de bandas punks que fizeram sucesso, como Ramones, Sex Pistols, Bar Religion,  Dead Kennedys, L7 e mais uma porrada que não estou lembrando nesse momento.

Agora, a cereja do bolo, por favor leitor, inverta a palavra O-Z-O-B... É, Ozob, foi baseado no Bozo e seus irmãos também foram baseados em outros palhaços. Rizzo, um replicante que não sabe diferenciar a realidade de um jogo é baseado no Garoto Juca; Guzzo, Replicante trans, baseado na Vovó Mafalda, já que o sobre nome do ator que fazia a personagem, se chamava Guzzo; e Zatati Ratatá, gêmeos siameses, duas cabeças e três braços (imagine como preferir) grande vilão do passado de Ozob.

"Você estava sendo caçado só porque é pós-humano. A polícia corporativa matou e espancou aquelas pessoas porque estavam ouvindo e tocando música. Alguém tem que resistir a isso."

Se o livro vale a pena? É um dos meus livros favoritos, mas você precisa ter estômago para o que tem no livro, em vários momentos você sente um aperto no estômago, cada vez que o Ratatá aparece, ele consegue fazer você sentir tanta raiva que você começa a pensar com qual cabeça ia sofrer primeiro.

O Ozob é aquele tipo de herói (se é que podemos chamar ele assim) que se tiver um bloqueio em seu caminho, ele explode o caminho e segue pela cratera. Os personagens são todos incríveis. Vivika, apesar de não ter muito destaque, quando entra em ação, você sabe que vai vir cena boa (é uma ex-soldada geneticamente modificada que tem garras e moikano de mercúrio) e não tenho palavras para descrever Califórnia.

Então eu recomendo sim, ele tem uma ótima historia, personagens fortíssimos e para quem gosta de sofrer, vai amar ele.
"Beija meu nariz, desgraçado!"



P.S. Confira agora a playlist que os autores fizeram para o livro, apenas com músicas punk, que combina muito com os momentos de ação, ou seja, combina no livro todo.






Nota :: 

Informações Técnicas do livro

Ozob - Vol.1: Protocolo Molotov
Ozob # 1
Ano: 2015
Páginas: 420
Editora: Nerdbooks
Sinopse (Skoob):
O futuro chegou. E é pior do que os nossos pesadelos.
O século 22 é uma época escura, feita de cibernética, inteligências artificiais, megacorporações que controlam os governos, redes sociais onipresentes, gangues e violência. No centro de tudo, uma metrópole se ergue em plataformas sucessivas, com prédios que se elevam acima das nuvens.
Construída sobre o que já foi Nova York, Delta City abriga as maiores corporações e milhões de habitantes. Mas, nas ruas sob as plataformas, a Cidade Baixa é o lar de criminosos, miseráveis e escória. O lar de Ozob.
Ozob, um construto genético encomendado por uma corporação, feito à imagem da mente insana de seu criador. Perseguido por seus irmãos sanguinários, só tem mais dois anos de vida. Para ele, nenhum minuto pode ser desperdiçado.